🔴 AÇÕES PARA INVESTIR EM JULHO: CONFIRA CARTEIRA COM 10 RECOMENDAÇÕES – ACESSE GRATUITAMENTE

Onda de calor na Super Quarta: o que esperar das decisões de juros dos bancos centrais no Brasil e nos EUA

A última semana se encerrou no Brasil com volatilidade no mercado financeiro, antecipando decisões importantes de juros ao redor do mundo

19 de março de 2024
7:54 - atualizado às 16:38
Os presidentes do Fed, Jerome Powell, e do Banco Central brasileiro, Roberto Campos Neto.
Imagem: Federal Reserve e Banco Central do Brasil

A semana passada se encerrou no Brasil com o mercado financeiro enfrentando uma maré de desafios: o Ibovespa caiu, os juros subiram e o dólar se valorizou.

Tudo isso às vésperas de uma semana recheada de decisões cruciais sobre política monetária ao redor do globo.

Nos Estados Unidos, a resiliência da inflação está pressionando o Federal Reserve a ser mais ponderado em suas ações, apesar das expectativas predominantes de que o ciclo de redução dos juros possa começar em junho.

O foco dos investidores está especialmente voltado para as projeções futuras que serão reveladas através do gráfico de pontos após a reunião da próxima quarta-feira, um documento que indicará as expectativas dos membros do Fomc sobre a direção futura das taxas de juros.

Dada a persistente preocupação com a inflação, é provável que as novas projeções sugiram um número menor de cortes nas taxas de juros para este ano do que os três inicialmente previstos para junho, setembro e dezembro.

Mais decisões de juros ao redor do mundo

Mas a atenção não se restringe apenas aos Estados Unidos e Brasil.

Leia Também

Esta semana marca um período intenso de decisões de política monetária ao redor do mundo, com implicações para seis das dez moedas mais negociadas internacionalmente.

Este panorama global de decisões monetárias evidenciará como as percepções dos bancos centrais sobre os riscos inflacionários estão começando a divergir significativamente, impactando diretamente as estratégias dos investidores e o comportamento do mercado financeiro.

Fonte: Bloomberg.

Mas vamos por partes…

O que esperar do Brasil?

No cenário econômico brasileiro atual, a grande questão em debate é se o Banco Central vai manter ou abandonar a orientação futura que vem adotando, a qual tem indicado a continuidade do ritmo de cortes na taxa Selic conforme visto nas últimas reuniões.

Esta decisão está especialmente sob os holofotes dada a série de indicadores econômicos positivos recentemente observados, destacando-se o desempenho dos setores de serviços, varejo e emprego.

A remoção do forward guidance pode sinalizar uma moderação na velocidade de redução da Selic, sugerindo inclusive a possibilidade de um encerramento precoce do ciclo de cortes, com a taxa estabilizando-se talvez em 9,5% ao invés dos 9% previamente antecipados pelo mercado.

No entanto, ainda há bastante espaço para discussão sobre esse possível desfecho, com opiniões divergentes.

Pessoalmente, ainda vejo a taxa Selic terminando mais perto de 9%.

No entanto, a combinação de uma inflação teimosa, incertezas no campo fiscal, desempenhos econômicos que surpreendem positivamente e um adiamento na normalização da política monetária nos EUA pode compelir o Banco Central a repensar suas próximas ações quanto à política de juros.

Diante deste pano de fundo, o Comitê de Política Monetária (Copom) pode decidir por realizar mais dois ajustes de 50 pontos-base nas próximas reuniões de março e maio, para então talvez moderar o ritmo de cortes para 25 pontos a partir de junho.

Como a situação fiscal pode afetar os juros

Um elemento de preocupação relevante é a situação fiscal do país, que mais uma vez se apresenta como um desafio.

Para esta semana é esperado o lançamento do primeiro Relatório de Avaliação de Receitas e Despesas Primárias do ano, um documento crucial para entendermos a saúde das finanças públicas e determinar a necessidade de ajustes fiscais para cumprir metas.

A revisão da meta fiscal é iminente; a questão que permanece é a magnitude e o timing dessa revisão.

O ambiente é de cautela, conforme refletido nos prêmios de risco elevados, principalmente nos títulos de vencimento mais longo, que estão mais expostos às incertezas fiscais.

Se não há uma âncora fiscal, precisamos ao menos de uma monetária (juros mais elevados).

Fonte: Tesouro Direto.

Economia brasileira segue robusta

Além da tensão fiscal, o mercado de juros futuros e o dólar experimentam altas após a divulgação dos dados do IBC-BR referentes a janeiro, que evidenciaram a robustez da economia brasileira.

Diante desse cenário, cresce entre os investidores a expectativa de que o Copom possa adotar uma postura mais conservadora, especialmente considerando a projeção de que a inflação possa encerrar o ano mais próxima do limite superior da meta do que do objetivo central.

Apesar de reconhecer uma possibilidade realista de ambas as direções (seja a manutenção ou a remoção do forward guidance), vejo maior probabilidade na continuidade da orientação atual, sugerindo o mesmo ritmo de cortes nas próximas duas reuniões, com a indicação subsequente de que a orientação futura será descartada no encontro subsequente.

Portanto, minha expectativa é que o Copom proceda com um corte de 50 pontos-base na próxima reunião, sinalize a possibilidade de implementar ajustes semelhantes nas duas reuniões seguintes, e, posteriormente, se distancie de projeções a longo prazo.

Com essa perspectiva, prevejo que as decisões iminentes sobre a taxa Selic e as declarações relacionadas possam ter um impacto limitado sobre os movimentos de mercado.

E os juros nos EUA?

Nos Estados Unidos, o ressurgimento da inflação como um ponto central de preocupação impulsionou os rendimentos dos títulos do Tesouro, com os de 2 e 10 anos alcançando, respectivamente, 4,721% e 4,303% ao final da semana passada.

Estes níveis, embora abaixo dos picos alcançados em outubro de 2023, superam as projeções de dezembro, um período marcado pela temida possibilidade de recessão.

Notável também é a evolução das expectativas do mercado quanto à política monetária do Federal Reserve.

Inicialmente, esperava-se que o Fed realizasse até sete cortes na taxa de juros para 2024. Agora, alinha-se à previsão mediana dos dirigentes do Fed de dezembro, que antecipa três reduções de taxa ao longo deste ano.

Dada esta perspectiva, é provável que o Comitê Federal de Mercado Aberto mantenha as taxas de juros estabilizadas entre 5,25% e 5,5%, refletindo um ajuste nas expectativas e um cenário econômico que continua a desafiar as previsões.

Leia também

O que está em jogo

À medida que nos aproximamos da coletiva de Jerome Powell e da divulgação das novas projeções econômicas, incluindo o crucial gráfico de pontos, surge uma interrogação crucial: será que os recentes indicadores de inflação fizeram o Federal Reserve reavaliar seus planos de alívio nos juros?

Adotando o lema de “manter os juros elevados por um período prolongado”, o mercado ainda vê como possível a implementação de três cortes de 25 pontos cada, espalhados entre junho e dezembro.

Nesta conjuntura, é esperado que as projeções para o Produto Interno Bruto (PIB) e inflação sejam revisadas para cima, refletindo as mais recentes informações disponíveis.

Quanto às taxas de juros, antecipa-se que a projeção média de três reduções ao longo do ano permaneça inalterada. No entanto, espera-se uma harmonização nas opiniões dos membros do Fed, diminuindo a variação nas suas previsões.

Um eventual ajuste ascendente nas projeções, por outro lado, poderia resultar em um aumento nos rendimentos dos títulos do Tesouro e uma retração nos ativos de maior risco. Embora este não seja o cenário-base para a reunião atual, há expectativas de que tal ajuste ascendente ocorra ao longo do ano.

As consequências para os mercados

Os mercados financeiros do Brasil mostram uma reação sensível às previsões de taxas de juros nos Estados Unidos, adicionando uma camada complexa à interpretação das tendências financeiras atuais.

Recentemente, observou-se um sincronismo entre as expectativas de mercado e as diretrizes do Federal Reserve americano, particularmente sobre a expectativa de que o processo de relaxamento da política monetária se iniciará em junho, acompanhado por três cortes de juros ao longo do ano.

Dada a solidez da economia americana e a continuidade da inflação, exacerbadas pela ascensão surpreendente dos preços do petróleo, que atingem máximas de quase cinco meses, é natural que cresça a preocupação com possíveis revisões dessas expectativas.

Essa conjuntura alimenta a apreensão de que o Fed possa ajustar suas projeções, potencialmente limitando-se a apenas dois cortes de juros até o final do ano, em sua próxima reunião.

Tal perspectiva, ainda que não seja a dominante no momento, poderia desencadear impactos negativos significativos nos mercados emergentes, que são profundamente influenciados pela política de taxas de juros dos EUA.

Este cenário, em um panorama macroeconômico sem precedentes, sublinha a incerteza dos caminhos a serem percorridos para a normalização da inflação global em direção às metas predefinidas.

Mesmo diante de análises perspicazes e projeções, a rota exata para a estabilização permanece uma incógnita, navegando por um território desconhecido repleto de especulações e expectativas ajustadas.

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
EXILE ON WALL STREET

Felipe Miranda: Troco um Van Gogh por uma small cap

7 de julho de 2025 - 20:00

Seria capaz de apostar que seu assessor de investimentos não ligou para oferecer uma carteira de small caps brasileiras neste momento. Há algo mais fora de moda do que elas agora? Olho para algumas dessas ações e tenho a impressão de estar diante de “Pomar com ciprestes”, em 1888.

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Ontem, hoje, amanhã: Tensão com fim da trégua comercial dificulta busca por novos recordes no Ibovespa

7 de julho de 2025 - 8:14

Apetite por risco é desafiado pela aproximação do fim da trégua de Donald Trump em sua guerra comercial contra o mundo

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Talvez fique repetitivo: Ibovespa mira novos recordes, mas feriado nos EUA drena liquidez dos mercados

4 de julho de 2025 - 8:26

O Ibovespa superou ontem, pela primeira vez na história, a marca dos 141 pontos; dólar está no nível mais baixo em pouco mais de um ano

SEXTOU COM O RUY

A história não se repete, mas rima: a estratégia que deu certo no passado e tem grandes chances de trazer bons retornos — de novo

4 de julho de 2025 - 7:08

Mesmo com um endividamento controlado, a empresa em questão voltou a “passar o chapéu”, o que para nós é um sinal claro de que ela está de olho em novas aquisições. E a julgar pelo seu histórico, podemos dizer que isso tende a ser bastante positivo para os acionistas.

SEU MENTOR DE INVESTIMENTOS

Ditados, superstições e preceitos da Rua

3 de julho de 2025 - 19:55

Aqueles que têm um modus operandi e se atêm a ele são vitoriosos. Por sua vez, os indecisos que ora obedecem a um critério, ora a outro, costumam ser alijados do mercado.

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Feijão com arroz: Ibovespa busca recuperação em dia de payroll com Wall Street nas máximas

3 de julho de 2025 - 8:28

Wall Street fecha mais cedo hoje e nem abre amanhã, o que tende a drenar a liquidez nos mercados financeiros internacionais

EXILE ON WALL STREET

Rodolfo Amstalden: Um estranho encontro com a verdade subterrânea

2 de julho de 2025 - 20:00

Em vez de entrar em disputas metodológicas na edição de hoje, proponho um outro tipo de exercício imaginativo, mais útil para fins didáticos

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Mantendo a tradição: Ibovespa tenta recuperar os 140 mil pontos em dia de produção industrial e dados sobre o mercado de trabalho nos EUA

2 de julho de 2025 - 8:29

Investidores também monitoram decisão do governo de recorrer ao STF para manter aumento do IOF

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Os fantasmas de Nelson Rodrigues: Ibovespa começa o semestre tentando sustentar posto de melhor investimento do ano

1 de julho de 2025 - 8:13

Melhor investimento do primeiro semestre, Ibovespa reage a trégua na guerra comercial, trade eleitoral e treta do IOF

Insights Assimétricos

Rumo a 2026 com a máquina enguiçada e o cofre furado

1 de julho de 2025 - 6:03

Com a aproximação do calendário eleitoral, cresce a percepção de que o pêndulo político está prestes a mudar de direção — e, com ele, toda a correlação de forças no país — o problema é o intervalo até lá

EXILE ON WALL STREET

Tony Volpon: Mercado sobrevive a mais um susto… e as bolsas americanas batem nas máximas do ano

30 de junho de 2025 - 19:50

O “sangue frio” coletivo também é uma evidência de força dos mercados acionários em geral, que depois do cessar-fogo, atingiram novas máximas no ano e novas máximas históricas

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Tudo sob controle: Ibovespa precisa de uma leve alta para fechar junho no azul, mas não depende só de si

30 de junho de 2025 - 8:03

Ibovespa vem de três altas mensais consecutivas, mas as turbulências de junho colocam a sequência em risco

TRILHAS DE CARREIRA

Ser CLT virou ofensa? O que há por trás do medo da geração Z pela carteira assinada

29 de junho de 2025 - 7:59

De símbolo de estabilidade a motivo de piada nas redes sociais: o que esse movimento diz sobre o mundo do trabalho — e sobre a forma como estamos lidando com ele?

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Atenção aos sinais: Bolsas internacionais sobem com notícia de acordo EUA-China; Ibovespa acompanha desemprego e PCE

27 de junho de 2025 - 8:09

Ibovespa tenta manter o bom momento enquanto governo busca meio de contornar derrubada do aumento do IOF

SEXTOU COM O RUY

Siga na bolsa mesmo com a Selic em 15%: os sinais dizem que chegou a hora de comprar ações

27 de junho de 2025 - 6:01

A elevação do juro no Brasil não significa que chegou a hora de abandonar a renda variável de vez e mergulhar na super renda fixa brasileira — e eu te explico os motivos

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Trocando as lentes: Ibovespa repercute derrubada de ajuste do IOF pelo Congresso, IPCA-15 de junho e PIB final dos EUA

26 de junho de 2025 - 8:20

Os investidores também monitoram entrevista coletiva de Galípolo após divulgação de Relatório de Política Monetária

EXILE ON WALL STREET

Rodolfo Amstalden: Não existem níveis seguros para a oferta de segurança

25 de junho de 2025 - 19:58

Em tese, o forward guidance é tanto mais necessário quanto menos crível for a atitude da autoridade monetária. Se o seu cônjuge precisa prometer que vai voltar cedo toda vez que sai sozinho de casa, provavelmente há um ou mais motivos para isso.

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

É melhor ter um plano: Ibovespa busca manter tom positivo em dia de agenda fraca e Powell no Senado dos EUA

25 de junho de 2025 - 8:11

Bolsas internacionais seguem no azul, ainda repercutindo a trégua na guerra entre Israel e o Irã

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Um longo caminho: Ibovespa monitora cessar-fogo enquanto investidores repercutem ata do Copom e testemunho de Powell

24 de junho de 2025 - 7:58

Trégua anunciada por Donald Trump impulsiona ativos de risco nos mercados internacionais e pode ajudar o Ibovespa

INSIGHTS ASSIMÉTRICOS

Um frágil cessar-fogo antes do tiro no pé que o Irã não vai querer dar

24 de junho de 2025 - 6:15

Cessar-fogo em guerra contra o Irã traz alívio, mas não resolve impasse estrutural. Trégua será duradoura ou apenas mais uma pausa antes do próximo ato?

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar