Wall Street no vermelho: o que fez o mercado sangrar, o dólar bater nos R$ 5,79 e Ibovespa cair mais de 1%
As commodities também não escaparam: os futuros do petróleo recuaram mais de 3% hoje e o ouro, que chegou a subir no início do dia, também sucumbiu às perdas generalizadas
Sobrou para todo mundo nesta sexta-feira (2). Wall Street fechou em forte queda, com o S&P 500 no pior dia em quase dois anos; o Ibovespa caiu 1% e o dólar bateu nos R$ 5,79 na máxima do dia. Todo esse estrago no mercado foi provocado pelo relatório de emprego dos EUA, o famoso payroll, de julho.
A liquidação de hoje também empurrou o Nasdaq para o território de correção — queda de mais de 10% em relação à máxima histórica definida há quase um mês. O Nasdaq 100, que é composto pelos 100 maiores nomes do Composite, foi ainda mais fundo na correção, sendo negociado 11% abaixo da máxima de 52 semanas. O S&P 500 e o Dow Jones chegaram a ficar 6% e 4% abaixo das máximas históricas, respectivamente.
Por aqui, o Ibovespa perdeu o nível dos 126 mil pontos e a maior parte da carteira teórica recuou, com Petrobras, Weg, Eletrobra e Embraer entre as principais responsáveis pelas baixas. O principal índice da bolsa brasileira encerrou o dia com queda de 1,21%, aos 125.854,09 pontos.
- Ainda dá pra ganhar dinheiro com a bolsa este ano? Veja o “Onde Investir” deste mês e ainda receba um guia para o 2º semestre
No mercado de câmbio, o dólar foi pressionado pela queda dos yields (rendimentos) dos títulos do Tesouro dos EUA e da moeda norte-americana no exterior. Depois de chegar a tocar os R$ 5,79, o dólar fechou cotado a R$ 5,7092 (-0,45%). O real, por sua vez, conseguiu alguma recuperação, mas continuou com o pior desempenho mensal ante outros pares emergentes e ligados a commodities.
Os juros dos Treasuries também tombaram, com os juros das T-notes de 2 anos e de 10 anos renovando o menor nível desde maio e dezembro de 2023, respectivamente, enquanto o T-bond de 30 anos chegou a operar no menor nível desde janeiro deste ano.
A aversão a risco também levou o petróleo a acelerar as perdas: tanto o Brent — usado como referência no mercado internacional — como o WTI — a referência do mercado norte-americano — caíram mais de 3%.
Leia Também
Ações da dona da Hello Kitty sobem 99% no Japão, e o motivo é uma onda de calor em Tóquio; entenda
Nem o ouro escapou: os contratos futuros do metal chegaram a subir no início do dia, mas acabaram sucumbindo à liquidação observada nos mercados em geral, terminando o dia em queda. Na Comex, o ouro para dezembro caiu 0,44%, a US$ 2.469,80 a onça-troy, mas subiu 3,73% na semana, em meio a tensões geopolíticas.
- Leia também: A pergunta olímpica para Powell: os juros vão cair em setembro? E o chefão do BC dos EUA não correu da raia
O que fez o S&P 500 e os mercados sangrarem hoje
O S&P 500, o Nasdaq, o Dow Jones e todo o mercado despencaram na esteira do payroll de julho, que mostrou que a abertura de vagas nos EUA desacelerou mais do que o esperado, enquanto a taxa de emprego subiu para o maior nível desde outubro de 2021.
A economia norte-americana criou em julho 114 mil postos, segundo o Departamento do Trabalho, uma desaceleração em relação aos 179 mil de junho e abaixo dos 185 mil esperados pelos economistas consultados pela Dow Jones. A taxa de desemprego, por sua vez, aumentou para 4,3%.
- Quer saber qual é a carteira ideal para você? Ferramenta simula carteira de acordo com seu perfil, objetivo e valor inicial. Confira aqui
Para completar, as encomendas à indústria dos EUA recuaram 3,3% em junho ante maio, frustrando a expectativa de alta de 0,5%.
Os dados fracos de hoje levaram muitos investidores a acreditar que talvez o Federal Reserve (Fed, banco central norte-americano) devesse ter agido nesta quarta-feira (31), quando manteve os juros no maior patamar em 23 anos.
O temor é de que, com os juros tão altos — entre 5,25% e 5,50% ano — a economia dos EUA entre em recessão.
OS ÚLTIMOS PASSOS DE CAMPOS NETO: SELIC VAI VOLTAR A SUBIR? O QUE ESPERAR AGORA
Fed: o mercado exagerou?
Em socorro aos mercados, o banco central norte-americano enviou representantes para tentar conter o sangramento de hoje das bolsas.
O presidente da unidade do Fed de Chicago, Austan Goolsbee, reconheceu que o payroll de julho apontou para um esfriamento que pode ligar o alerta do comitê de política monetária, mas destacou que não se pode reagir excessivamente a dados econômicos de um único mês.
"Sim, os dados do mercado de trabalho têm apontado para um esfriamento do setor, conforme já vínhamos esperando", afirmou Goolsbee em entrevista à rádio Sirius XM.
Segundo ele, se a inflação continuar desacelerando e o mercado de trabalho seguir sua trajetória descendente, o Fed deverá cortar juros.
Vale lembrar que Goolsbee é membro alternativo do comitê do Fed neste ano e não vota nas decisões deste ano.
Fundo imobiliário dispara mais de 6% na bolsa e gestor conta por que as cotas estão subindo
Como são negociadas em bolsa, nem sempre é possível descobrir porque as cotas de um fundo imobiliário estão subindo ou caindo, mas a gestora do SHPH11 tem uma hipótese
Por que o Leão da Receita Federal foi atrás do Grupo Mateus (GMAT3) com cobrança de mais de R$ 1 bilhão contra a gigante do varejo
A gigante do varejo recebeu um auto de infração contra a Armazém Mateus, com questionamentos sobre as exclusões de créditos presumidos do ICMS
Acordo preliminar para evitar greve é visto “com bons olhos” e faz ações da Boeing saltarem quase 6% hoje
Os trabalhadores aceitaram uma recomposição salarial geral de 25% nos próximos quatro anos, reconhecendo as dificuldades financeiras da empresa
Round 2 da bolsa: Ibovespa acompanha inflação dos EUA em preparação para dados do IPCA
Nos EUA, aumentam as apostas por um corte de juros maior; por aqui, inflação persistente sinaliza aumento das taxa Selic
Depois de ‘comer poeira’ da Localiza (RENT3), o jogo virou para a Movida (MOVI3)? Gestores revelam o que esperar das locadoras daqui para frente
Na avaliação de analistas e gestores, o principal risco para as locadoras é o futuro do mercado de seminovos e da depreciação
Inflação dentro e juros fora: após forte queda, Ibovespa abre a semana de olho no IPCA e na taxa de juros na Europa
Depois de encerrar agosto comemorando sequência de recordes, principal índice da Bolsa brasileira fechou a primeira semana de setembro com queda acumulada de 1,
O Ibovespa pode até ter subido, mas a bolsa ainda está longe de alcançar um marco importante (e isso pode ser bom pra você)
Veja também: atualizações da ‘treta’ do Twitter; principais investimentos para setembro e como o seu plano de saúde caro está ajudando as empresas do setor
O calvário chegou ao fim? IRB Brasil (IRBR3) escapa de rebaixamento por agência de rating especializada em resseguros
O papel da resseguradora foi o grande destaque de agosto no Ibovespa, ocupando o primeiro lugar no pódio de maiores altas da bolsa com disparada de 64%
CEO da Nvidia vende 5 milhões de ações da empresa por mais de R$ 3 bilhões: o que está por trás do ‘despejo’ de papéis da queridinha da IA?
Só neste ano, as ações da Nvidia saltaram mais de 100% na bolsa de Nova York. No entanto, os papéis enfrentam um período de queda em meio aos desafios do setor
Quem segura o Mercado Livre? Itaú BBA diz o que esperar das ações após varejista crescer 6 vezes mais que o Magazine Luiza
Os analistas avaliam que o Meli possui “alavancas claras para continuar crescendo” no Brasil, mas isso provavelmente exigirá penetração maior em categorias mais “desafiadoras”
Eneva (ENEV3) usa dinheiro do follow-on para abocanhar usinas termelétricas do BTG Pactual por mais de R$ 1,3 bilhão
Segundo a empresa, as aquisições e a reorganização societária devem se traduzir em um “fluxo de caixa robusto e concentrado no curto prazo”
A chance de um corte de juros mais intenso nos EUA aumentou? Economistas dizem o que esperar depois do payroll
Reação do mercado leva em consideração a revisão dos dados de postos de trabalho criados em junho e julho, segundo o payroll
Ajuste seu alarme: Resultado do payroll define os rumos dos mercados, inclusive do Ibovespa; veja o que esperar
Relatório mensal sobre o mercado de trabalho norte-americano será decisivo para antecipar o próximo passo do Fed
Acabou a farra do Ibovespa? Setembro começou mal para a Bolsa, mas não é motivo para preocupação
Alguns fatores parecem ter pesado no humor, como os velhos riscos fiscais que voltaram aos holofotes e o bloqueio da plataforma X
E agora, BRCO11? Natura (NTCO3) quer devolver galpão do fundo imobiliário antes da hora; veja qual será o impacto na receita do FII
A Natura enviou uma notificação ao FII informando a decisão em rescindir antecipadamente o contrato de locação no imóvel Bresco Canoas
Ação da Light (LIGT3) dispara mais de 30% na B3 em meio a adiamento de assembleia com bondholders
A companhia de energia elétrica anunciou mais um adiamento da assembleia de bondholders que visa a discutir os termos e condições do “scheme of arrangement”
Ambipar (AMBP3) cai forte na B3 após gestora supostamente ligada a Tanure indicar dois membros para o conselho da empresa; veja quem são os candidatos
Após enfim realizar seu desejo de indicar novos conselheiros na Ambipar, a Trustee pediu a convocação de uma assembleia geral extraordinária para votar as nomeações
Depois de empate com sabor de vitória, Ibovespa repercute cardápio de notícias locais e dados sobre o mercado de trabalho dos EUA
Números do governo central e da balança comercial dividem atenção com Galípolo, conta de luz e expectativa com payroll nos EUA
Gasolina mais barata está fora do radar: Petrobras (PETR4) descarta reduzir preço dos combustíveis mesmo com queda do petróleo
‘Estamos confortáveis com o nível dos preços’, afirmou a presidente da estatal
Não é hora de ter Vale (VALE3) na carteira? Bancão de investimentos rebaixa peso de ações da mineradora
O Bank of America rebaixou a recomendação para a gigante da mineração no portfólio de América Latina, de “equal weight” para “underweight”