Uma ata (mais) dura: Copom aponta dois caminhos possíveis para os juros — e dólar começa o dia em queda consistente
Dólar chegou a cair mais de 1% na manhã desta terça-feira; investidores reagem a ata do Copom mais dura que comunicado e juros altos por mais tempo

O dólar começou o pregão desta terça-feira (6) em queda consistente. Por volta das 10h45, a moeda norte-americana recuava 0,93% em relação ao real, cotada na faixa de R$ 5,68.
Mais cedo, porém, a queda superou a marca de 1%.
O principal motivo para o alívio na taxa de câmbio é a ata da mais recente reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC).
O tom do documento veio um pouco mais duro que o do comunicado da reunião da semana passada, quando o Copom manteve a taxa básica de juros, a Selic, em 10,50% ao ano.
Na ocasião, analistas apontaram uma suposta leniência do Copom em relação à recente alta do dólar e a seus efeitos deletérios para as expectativas de inflação.
Hoje, na ata, o Copom reiterou o compromisso de fazer o que estiver a seu alcance para trazer o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ao centro da meta de 3% ao ano.
Leia Também
Rodolfo Amstalden: Falta pouco agora
“O Comitê não se furtará ao seu compromisso com o atingimento da meta de inflação e entende o papel fundamental das expectativas na dinâmica da inflação”, diz a ata.
- Analista recomenda títulos que podem render bem mais do que o IPCA e do que CDI. Baixe o relatório gratuito aqui.
Os 2 caminhos possíveis para os juros, segundo o Copom
Mas não ficou nisso.
Se no comunicado o Copom praticamente não deu pistas sobre o futuro dos juros, a ata trouxe um tom mais duro e apontou dois caminhos possíveis para a taxa Selic.
Uma possibilidade é a manutenção da taxa de juros em 10,50% ao ano por tempo suficiente para que a inflação retorne ao centro da meta.
Analistas consultados pelo Seu Dinheiro consideram este o cenário mais provável. Até porque o próprio Copom considera que a Selic se encontra em um nível suficientemente restritivo.
“A ata mostra um Banco Central bastante ciente dos desafios representados pelas pressões inflacionárias”, afirma Alberto Ramos, diretor de pesquisa econômica do Goldman Sachs para América Latina.
A outra possibilidade é mais radical e vai depender de “uma piora do cenário e nova deterioração na evolução da inflação”, afirma Rafaela Vitória, economista-chefe do Inter.
“O Comitê, unanimemente, reforçou que não hesitará em elevar a taxa de juros para assegurar a convergência da inflação à meta se julgar apropriado”, diz o Copom no documento.
Trump quer brincar de heterodoxia com Powell — e o Fed que se cuide
Criticar o Fed não vai trazer parceiros à mesa de negociação nem restaurar a credibilidade que Trump, peça por peça, vem corroendo. Se há um plano em andamento, até agora, a execução tem sido tudo, menos coordenada.
Tony Volpon: EUA, novo mercado emergente
Não tenham dúvidas: chegamos todos na beira do abismo neste mês de abril. Por pouco não caímos.
Copom busca entender em que nível e por quanto tempo os juros vão continuar restritivos, diz Galípolo, a uma semana do próximo ajuste
Em evento, o presidente do BC afirmou que a política monetária precisa de mais tempo para fazer efeito e que o cenário internacional é a maior preocupação do momento
Planos pré-feriado: Ibovespa se prepara para semana mais curta, mas cheia de indicadores e balanços
Dados sobre o mercado de trabalho no Brasil e nos EUA, balanços e 100 dias de Trump são os destaques da semana
FI-Infras apanham na bolsa, mas ainda podem render acima da Selic e estão baratos agora, segundo especialistas; entenda
A queda no preço dos FI-Infras pode ser uma oportunidade para investidor comprar ativos baratos e, depois, buscar lucros com a valorização; entenda
Normas e tamanho do FGC entram na mira do Banco Central após compra do Banco Master levantar debate sobre fundo ser muleta para CDBs de alto risco
Atualmente, a maior contribuição ao fundo é feita pelos grandes bancos, enquanto as instituições menores pagam menos e têm chances maiores de precisar acionar o resgate
Se errei, não erro mais: Google volta com o conversor de real para outras moedas e adiciona recursos de segurança para ter mais precisão nas cotações
A ferramenta do Google ficou quatro meses fora do ar, depois de episódios nos quais o conversor mostrou a cotação do real bastante superior à realidade
Vai dar zebra no Copom? Por que a aposta de uma alta menor da Selic entrou no radar do mercado
Uma virada no placar da Selic começou a se desenhar a pouco mais de duas semanas da próxima reunião do Copom, que acontece nos dias 6 e 7 de maio
Deixa a bolsa me levar: Ibovespa volta a flertar com máxima histórica em dia de IPCA-15 e repercussão de balanço da Vale
Apesar das incertezas da guerra comercial de Donald Trump, Ibovespa está a cerca de 2% de seu recorde nominal
Bradesco dispara em ranking do Banco Central de reclamações contra bancos; Inter e PagSeguro fecham o pódio. Veja as principais queixas
O Bradesco saiu da sétima posição ao fim de 2024 para o primeiro colocado no começo deste ano, ao somar 7.647 reclamações procedentes. Já Inter e PagSeguro figuram no pódio há muitos trimestres
Por que o ouro se tornou o porto seguro preferido dos investidores ante a liquidação dos títulos do Tesouro americano e do dólar?
Perda de credibilidade dos ativos americanos e proteção contra a inflação levam o ouro a se destacar neste início de ano
Fim da linha para o dólar? Moeda ainda tem muito a cair, diz economista-chefe do Goldman Sachs
Desvalorização pode vir da relutância dos investidores em se exporem a investimentos dos EUA diante da guerra comercial com a China e das incertezas tarifárias, segundo Jan Hatzius
Tudo tem um preço: Ibovespa tenta manter o bom momento, mas resposta da China aos EUA pode atrapalhar
China nega que esteja negociando tarifas com os Estados Unidos e mercados internacionais patinam
Rodolfo Amstalden: Seu frouxo, eu mando te demitir, mas nunca falei nada disso
Ameaçar Jerome Powell de demissão e chamá-lo de frouxo (“a major loser”), pressionando pela queda da taxa básica, só tende a corromper o dólar e alimentar os juros de longo prazo
Agora 2025 começou: Ibovespa se prepara para seguir nos embalos da festa do estica e puxa de Trump — enquanto ele não muda de ideia
Bolsas internacionais amanheceram em alta nesta quarta-feira diante dos recuos de Trump em relação à guerra comercial e ao destino de Powell
Ibovespa pega carona nos fortes ganhos da bolsa de Nova York e sobe 0,63%; dólar cai a R$ 5,7284
Sinalização do governo Trump de que a guerra tarifária entre EUA e China pode estar perto de uma trégua ajudou na retomada do apetite por ativos mais arriscados
Banco Central acionou juros para defender o real — Galípolo detalha estratégia monetária brasileira em meio à guerra comercial global
Em audiência na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, Gabriel Galípolo detalhou a estratégia monetária do Banco Central e sua visão sobre os rumos da guerra comercial
Bitcoin engata alta e volta a superar os US$ 90 mil — enfraquecimento do dólar reforça tese de reserva de valor
Analistas veem sinais de desacoplamento entre bitcoin e o mercado de ações, com possível aproximação do comportamento do ouro
Dólar fraco, desaceleração global e até recessão: cautela leva gestores de fundos brasileiros a rever estratégias — e Brasil entra nas carteiras
Para Absolute, Genoa e Kapitalo, expectativa é de que a tensão comercial entre China e EUA implique em menos comércio internacional, reforçando a ideia de um novo equilíbrio global ainda incerto
Orgulho e preconceito na bolsa: Ibovespa volta do feriado após sangria em Wall Street com pressão de Trump sobre Powell
Investidores temem que ações de Trump resultem e interferência no trabalho do Fed, o banco central norte-americano