Posse: Lula parte para o ataque em primeiro discurso como presidente empossado e faz críticas ao teto de gastos e ao governo Bolsonaro
Em cerimônia marcada por simboliismos e diversas quebras de protocolo, Lula criticou o teto de gastos e deu um panorama do que será o seu terceiro mandato

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o vice-presidente Geraldo Alckmin estão oficialmente empossados e prontos para iniciar os trabalhos do novo governo após uma cerimônia de posse marcada pela forte participação popular e simbolismo cheio de emoção.
Na ausência de Jair Bolsonaro, que se recusou a fazer a tradicional transferência da faixa presidencial, o item simbólico foi entregue ao novo presidente por membros da sociedade civil, representantes de minorias e pautas importantes para o governo do petista — em um sinal de que o "povo" reconduziu Lula ao Planalto.
Embora o ex-presidente não tenha sido citado nominalmente nenhuma vez, Bolsonaro não foi esquecido — e nem deve ser tão cedo.
Em seu primeiro discurso após a assinatura do termo de posse, Lula optou por um tom duro em suas críticas ao governo de Bolsonaro, sem poupar sinalizações de que irregularidades na condução da crise do coronavírus serão investigadas e julgadas.
Isso sem falar nas críticas com relação ao abandono de diversos setores de grande importância social e ao orçamento — sem que essas questões fossem tratadas como prioridades, o que levou o governo eleito a costurar a PEC da transição para adequar recursos para suas promessas de campanha.
O presidente eleito fez dois discursos muito semelhantes em conteúdo, mas em sua fala ao Congresso, no primeiro pronunciamento, aproveitou para desenhar o panorama geral do que espera que seja o seu governo — dando grande destaque para a recuperação do poder de compra do brasileiro e na defesa de minorias como mulheres, negros e povos originários.
Leia Também
Lula defende redução da jornada 6x1 em discurso do Dia do Trabalhador
Além de prometer derrubar as normas que facilitam o acesso à munições e armas, Lula também se comprometeu a reverter os sigilos impostos por seu antecessor, assim como reinstalar as ferramentas de transparência do governo.
Ao longo de sua fala, que teve duração de cerca de 30 minutos, o presidente passou por diversos temas — defesa da democracia e do sistema eleitoral brasileiro, agradecimento à frente ampla que o ajudou a ser eleito e a sua luta para que o seu novo mandato seja marcado pelas mesmas conquistas sociais das duas primeiras vezes em que ocupou o Planalto.
O discurso denso também abarcou alguns temas de grande importância para o mercado financeiro e que devem repercutir nos próximos dias nos corredores da Faria Lima.
Ao falar sobre medidas econômicas tomadas nos últimos quatro anos, Lula acusou o governo Bolsonaro de ter utilizado as empresas públicas apenas para agradar os acionistas privados, deixando de lado o seu caráter social e o papel no desenvolvimento da economia.
O presidente recém-empossado também voltou a ser crítico ao teto de gastos — chamando-o de “estupidez” e afirmando que a regra será revogada. Sobre as estatais, o discurso deixou claro que o objetivo da nova gestão será utilizá-las como apoio para estimular o crescimento da economia.
Lula, no entanto, tentou responder algumas críticas também. Ao falar sobre a preocupação dos economistas com os gastos públicos, ele reforçou que os seus primeiros mandatos foram marcados pela responsabilidade fiscal e que será preciso construir um orçamento com equilíbrio para suprir todas as demandas sociais e de crescimento sem comprometer as contas públicas.
Confira alguns trechos sobre os principais temas abordados por Lula em seu discurso de posse:
Economia
“O diagnóstico que recebemos do Gabinete de Transição é estarrecedor. Esvaziaram os recursos da Saúde. Desmontaram a Educação, a Cultura, a Ciência e a Tecnologia. Destruíram a proteção ao Meio Ambiente. Não deixaram recursos para a merenda escolar, a vacinação, a segurança pública”.
“Vamos recompor os orçamentos da Saúde para garantir a assistência básica, a Farmácia Popular, promover o acesso à medicina especializada. Vamos recompor os orçamentos da Educação, investir em mais universidades, no ensino técnico, na universalização do acesso à internet, na ampliação das creches e no ensino público em tempo integral”.
“O modelo que propomos, aprovado nas urnas, exige, sim, compromisso com a responsabilidade, a credibilidade e a previsibilidade; e disso não vamos abrir mão. Foi com realismo orçamentário, fiscal e monetário, buscando a estabilidade, controlando a inflação e respeitando contratos que governamos este país”.
“Dilapidaram estatais e bancos públicos, os recursos foram raptados para saciar rentistas”.
Meio ambiente
"Incentivaremos, sim, a prosperidade na terra. Liberdade e oportunidade de criar, plantar e colher continuará sendo nosso objetivo. O que não podemos admitir é que seja uma terra sem lei. Não vamos tolerar a violência contra os pequenos, o desmatamento e a degradação do ambiente, que tanto mal já fizeram ao País”.
"Nossa meta é alcançar desmatamento zero na Amazônia e emissão zero de gases do efeito estufa na matriz elétrica, além de estimular o reaproveitamento de pastagens degradadas. O Brasil não precisa desmatar para manter e ampliar sua estratégica fronteira agrícola"
Pós-eleições
“Não carregamos nenhum ânimo de revanche contra os que tentaram subjugar a Nação a seus desígnios pessoais e ideológicos, mas vamos garantir o primado da lei. Quem errou responderá por seus erros, com amplo direito de defesa, dentro do devido processo legal".
"Ao ódio, responderemos com amor. À mentira, com verdade. Ao terror e à violência, responderemos com a Lei e suas mais duras consequências”.
Direitos humanos
“É inaceitável que continuamos a conviver com preconceito, discriminação e racismo. Ninguém será cidadão ou cidadã de segunda classe. Ninguém terá mais ou menos amparo do Estado, ninguém será obrigado a enfrentar mais obstáculos pela cor de sua pele".
Quando o plano é não ter plano: Ibovespa parte dos 135 mil pontos pela primeira vez em 2025 em dia de novos dados sobre mercado de trabalho dos EUA
Investidores também se preparam para o relatório de produção e vendas da Petrobras e monitoram entrevista coletiva de Galípolo
Desaprovação a Lula cai para 50,1%, mas é o suficiente para vencer Bolsonaro ou Tarcísio? Atlas Intel responde
Os dados de abril são os primeiros da série temporal que mostra uma reversão na tendência de alta na desaprovação e queda na aprovação que vinha sendo registrada desde abril de 2024
Planos pré-feriado: Ibovespa se prepara para semana mais curta, mas cheia de indicadores e balanços
Dados sobre o mercado de trabalho no Brasil e nos EUA, balanços e 100 dias de Trump são os destaques da semana
Vale (VALE3) sem dividendos extraordinários e de olho na China: o que pode acontecer com a mineradora agora; ações caem 2%
Executivos da companhia, incluindo o CEO Gustavo Pimenta, explicam o resultado financeiro do primeiro trimestre e alertam sobre os riscos da guerra comercial entre China e EUA nos negócios da empresa
Fernando Collor torna-se o terceiro ex-presidente brasileiro a ser preso — mas o motivo não tem nada a ver com o que levou ao seu impeachment
Apesar de Collor ter entrado para a história com a sua saída da presidência nos anos 90, a prisão está relacionada a um outro julgamento histórico no Brasil, que também colocou outros dois ex-presidentes atrás das grades
Deixa a bolsa me levar: Ibovespa volta a flertar com máxima histórica em dia de IPCA-15 e repercussão de balanço da Vale
Apesar das incertezas da guerra comercial de Donald Trump, Ibovespa está a cerca de 2% de seu recorde nominal
Dona do Google vai pagar mais dividendos e recomprar US$ 70 bilhões em ações após superar projeção de receita e lucro no trimestre
A reação dos investidores aos números da Alphabet foi imediata: as ações chegaram a subir mais de 4% no after market em Nova York nesta quinta-feira (24)
Subir é o melhor remédio: ação da Hypera (HYPE3) dispara 12% e lidera o Ibovespa mesmo após prejuízo
Entenda a razão para o desempenho negativo da companhia entre janeiro e março não ter assustado os investidores e saiba se é o momento de colocar os papéis na carteira ou se desfazer deles
A culpa é da Gucci? Grupo Kering entrega queda de resultados após baixa de 25% na receita da principal marca
Crise generalizada do mercado de luxo afeta conglomerado francês; desaceleração já era esperada pelo CEO, François Pinault
Tudo tem um preço: Ibovespa tenta manter o bom momento, mas resposta da China aos EUA pode atrapalhar
China nega que esteja negociando tarifas com os Estados Unidos e mercados internacionais patinam
Ação da Neoenergia (NEOE3) sobe 5,5% após acordo com fundo canadense e chega ao maior valor em cinco anos. Comprar ou vender agora?
Bancos que avaliaram o negócio não tem uma posição unânime sobre o efeito da venda no caixa da empresa, mas são unânimes sobre a recomendação para o papel
Bolsa nas alturas: Ibovespa sobe 1,34% colado na disparada de Wall Street; dólar cai a R$ 5,7190 na mínima do dia
A boa notícia que apoiou a alta dos mercados tanto aqui como lá fora veio da Casa Branca e também ajudou as big techs nesta quarta-feira (23)
Agora 2025 começou: Ibovespa se prepara para seguir nos embalos da festa do estica e puxa de Trump — enquanto ele não muda de ideia
Bolsas internacionais amanheceram em alta nesta quarta-feira diante dos recuos de Trump em relação à guerra comercial e ao destino de Powell
Ibovespa pega carona nos fortes ganhos da bolsa de Nova York e sobe 0,63%; dólar cai a R$ 5,7284
Sinalização do governo Trump de que a guerra tarifária entre EUA e China pode estar perto de uma trégua ajudou na retomada do apetite por ativos mais arriscados
Orgulho e preconceito na bolsa: Ibovespa volta do feriado após sangria em Wall Street com pressão de Trump sobre Powell
Investidores temem que ações de Trump resultem e interferência no trabalho do Fed, o banco central norte-americano
Trump x Powell: uma briga muito além do corte de juros
O presidente norte-americano seguiu na campanha de pressão sobre Jerome Powell e o Federal Reserve e voltou a derrubar os mercados norte-americanos nesta segunda-feira (21)
É recorde: preço do ouro ultrapassa US$ 3.400 e já acumula alta de 30% no ano
Os contratos futuros do ouro chegaram a atingir US$ 3.433,10 a onça na manhã desta segunda-feira (21), um novo recorde, enquanto o dólar ia às mínimas em três anos
A última ameaça: dólar vai ao menor nível desde 2022 e a culpa é de Donald Trump
Na contramão, várias das moedas fortes sobem. O euro, por exemplo, se valoriza 1,3% em relação ao dólar na manhã desta segunda-feira (21)
Lula é reprovado por 59% e aprovado por 37% dos paulistas, aponta pesquisa Futura Inteligência
A condição econômica do país é vista como péssima para a maioria dos eleitores de São Paulo (65,1%), com destaque pouco satisfatório para o combate à alta dos preços e a criação de empregos
Com ou sem feriado, Trump continua sendo o ‘maestro’ dos mercados: veja como ficaram o Ibovespa, o dólar e as bolsas de NY durante a semana
Possível negociação com a China pode trazer alívio para o mercado; recuperação das commodities, especialmente do petróleo, ajudaram a bolsa brasileira, mas VALE3 decepcionou