Mais derrotas para Lula: Confira 5 perdas do petista no Congresso
Governo Lula é a gestão com maior número de comissões parlamentares de inquérito em um tão pouco tempo de mandato
Com pouco mais de 150 dias de governo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) enfrentou inúmeras derrotas no Congresso — conquistando a coroa de gestão com maior número de comissões parlamentares de inquérito em um tão pouco tempo de mandato.
Em cinco meses, foram abertas as comissões do MST, do 8 de Janeiro, das Americanas e das Apostas. Deputados de oposição ainda se articulam pela CPI do Abuso de Autoridade, motivada na cassação do deputado Deltan Dallagnol (Podemos-PR), ex-procurador da Lava Jato.
Agora, a aprovação na Câmara do PL do Marco Temporal, que define a data de promulgação da Constituição de 1988 para a demarcação de terras indígenas, soma-se à lista de sucessivas derrotas de Lula.
Uma das formas usadas pelo governo para tentar lidar com a desarticulação no Congresso é a construção de uma "base" no Judiciário, e não no Legislativo, segundo o jornal Estadão.
Confira as 5 principais derrotas que Lula sofreu no Congresso:
1. CPMI do 8 de Janeiro
O Planalto sofreu uma derrota com a abertura da CPMI do 8 de Janeiro. Dez dias depois dos ataques às sedes dos três Poderes, Lula disse em uma entrevista à GloboNews que a abertura da comissão poderia "criar uma confusão tremenda". "Não precisamos disso agora", afirmou o petista.
O governo defendia a condução das apurações pela Polícia Federal e pela Procuradoria-Geral da República (PGR), avaliando que a CPMI poderia atrapalhar a articulação no Congresso.
Leia Também
De acordo com o jornal Estadão, o governo tentou até o último momento impedir a instalação da CPMI para preservar a votação do arcabouço fiscal.
O receio de Lula se concretizou: apenas nos três primeiros dias de trabalho, a CPMI do 8 de Janeiro recebeu 396 requerimentos.
O deputado Arthur Maia (União Brasil-BA) é o presidente do colegiado e a senadora Eliziane Gama (PSD-MA), a relatora. A comissão é composta de 16 deputados e 16 senadores.
Vale destacar que o ex-presidente Jair Bolsonaro é investigado no Supremo por causa dos ataques aos três Poderes em 8 de janeiro.
2. Marco do Saneamento e PL das Fake News
A primeira grande derrota a Lula no Congresso foi imposta no dia 3 de maio.
Na ocasião, 295 deputados derrubaram trechos de dois decretos editados pelo presidente, com regras vistas por parlamentares e pelo mercado como afronta ao Marco Legal do Saneamento, em vigor desde 2020, por dar sobrevida à operação de estatais.
O governo teve o apoio de 136 parlamentares da Câmara na análise da matéria. O movimento foi articulado por aliados do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), como o deputado Fernando Monteiro (PP-PE), e pela oposição.
A votação contra os decretos de Lula contou com o apoio de deputados de partidos com cadeira na Esplanada.
Um dos trechos derrubados liberava empresas públicas estaduais de saneamento para prestarem serviços a microrregiões ou regiões metropolitanas sem licitação. O marco obriga os municípios a abrirem concorrência.
Do outro decreto, caiu o artigo que possibilitava que estatais incluíssem no processo de comprovação da capacidade econômico-financeira operações que hoje estão irregulares.
Pela lei, os municípios que estão nessa situação teriam de promover uma nova licitação para contratar seu prestador de serviços.
Um dia antes, Lira adiou a votação do PL das Fake News, cuja redação, alterada pelo deputado Orlando Silva (PCdoB-SP), era de interesse do governo.
O texto foi fatiado para facilitar a tramitação, mas a votação foi mais uma vez adiada e o PL continua emperrado na pauta da Câmara.
3. Lula e o Marco Temporal
A votação do PL 490/2007, chamado de PL do Marco Temporal, foi mais uma derrota para o governo Lula.
Realizada na última terça-feira (30), o projeto de lei teve a adesão de 283 deputados, dos quais 98 compõem a base do governo.
O PL 490/2007 estabelece um critério interpretativo para o artigo 231 da Constituição. Com isso, as demarcações de terras indígenas podem ser deferidas apenas quando forem referentes a terras ocupadas por povos originários depois da promulgação da Magna Carta, em 5 de outubro de 1988 - o chamado "marco temporal".
Apesar de o Planalto afirmar o compromisso com a causa indigenista, que foi uma das bandeiras de campanha, não há unanimidade nos Ministérios sobre a proposta.
Enquanto Marina Silva (Meio Ambiente) e Sônia Guajajara (Povos Indígenas) se articularam contra o PL do Marco Temporal, o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, defendeu a proposta na segunda-feira, 22, durante entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura.
4. CPI do MST
A proximidade do governo com o Movimento Sem Terra (MST) é alvo de uma das investigações abertas no Congresso.
O objetivo da comissão, que tem como relator o deputado Ricardo Salles (PL-SP), ex-ministro do Meio Ambiente de Jair Bolsonaro, é apurar influência política e supostos financiamentos ao grupo.
A instalação da CPI é interpretada como uma resposta da bancada do agronegócio à postura do presidente atual.
Durante o chamado "Abril Vermelho", quando os sem-terra intensificaram as invasões de propriedades produtivas, o governo abriu margem de negociação com o movimento e prometeu o aumento de verbas para a reforma agrária.
Outro episódio que fragilizou a relação de Lula com o agronegócio foi a Agrishow, maior feira do setor no País. O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, foi "desconvidado" para a abertura por causa da presença de Bolsonaro.
O gesto teve vários desdobramentos.
Durante uma agenda na Bahia, Lula se referiu ao "desconvite" como iniciativa de "alguns fascistas" de São Paulo.
Dias depois, ministros e o vice-presidente Geraldo Alckmin compareceram à uma feira do MST no Parque da Água Branca, em São Paulo.
Por sua vez, o vice-presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) na Câmara, Evair de Melo (PP-ES), disse que "o governo arrancou a ponte com o agro e não tem mais diálogo".
5. Convocação de ministros
Outra derrota que o presidente acumula na Câmara é a convocação de ministros para deporem e prestarem esclarecimentos no Congresso.
As iniciativas, chefiadas por parlamentares de oposição, são uma tentativa de "emparedar" os chefes das pastas do Executivo.
Inicialmente, em março, a Comissão de Fiscalização Financeira e Controle (CFFC) aprovou um requerimento para oitiva de quatro ministros de Lula: Flávio Dino (Justiça), Marina Silva (Meio Ambiente), Carlos Lupi (Previdência) e Carlos Fávaro (Agricultura).
Um mês depois, Luiz Marinho (Trabalho), Renan Filho (Transportes), Camilo Santana (Educação), Nísia Trindade (Saúde) e Sônia Guajajara (Povos Indígenas), Silvio Almeida (Direitos Humanos) foram convocados por diversas comissões.
Flávio Dino foi convocado outra vez, mas para a Comissão de Segurança Pública. A sessão precisou ser encerrada às pressas por causa de um tumulto generalizado entre os parlamentares.
Na semana passada, mais sete ministros foram chamados pelas comissões - Marina, Almeida, Paulo Pimenta (Secretaria de Comunicação Social), Alexandre Silveira (Minas e Energia), Mauro Vieira (Relações Exteriores), general Marcos Antonio Amaro (Gabinete de Segurança Institucional) e Juscelino Filho (Comunicações).
De todos os colegas, Dino lidera a lista de requerimentos para depor no Congresso. Foi chamado 63 vezes e até agora já compareceu em três ocasiões na Câmara e uma no Senado.
Derrota para o governo: Câmara arquiva MP 1.303 e livra investimentos de aumento de imposto de renda — bets também saem ilesas
Deputados retiraram a votação do texto da pauta e, com isso, a medida provisória perde a validade nesta quarta-feira (8)
Pesquisa Genial/Quaest mostra popularidade de Lula no maior patamar do ano após crise com EUA
Aprovação sobe a 48%, impulsionada por percepção positiva da postura do governo diante de tarifas impostas por Trump
Imposto de renda sobre CDB, Tesouro Direto, JCP e fundos ficará em 18% após avaliação por comissão do Congresso Nacional
Medida provisória 1.303/25 é aprovada por comissão mista do Congresso e agora segue para ser votada nos plenários da Câmara e do Senado
Lula e Trump finalmente se falam: troca de afagos, pedidos e a promessa de um encontro; entenda o que está em jogo
Telefonema de 30 minutos nesta segunda-feira (6) é o primeiro contato direto entre os líderes depois do tarifaço e aumenta expectativa sobre negociações
Lula e Trump: a “química excelente” que pode mudar a relação entre o Brasil e os EUA
Alexandre Pires, professor de relações internacionais e economia do Ibmec, analisa os efeitos políticos e econômicos de um possível encontro entre os dois presidentes
Com Tarcísio de Freitas cotado para a corrida presidencial, uma outra figura surge na disputa pelo governo de SP
Cenário nacional dificulta a nomeação de candidatos para as eleições de 2026, com impasse de Bolsonaro ainda no radar
Comissão do Senado se antecipa e aprova projeto de isenção de IR até R$ 5 mil; texto agora depende dos deputados
Proposta de isenção de IR aprovada não é a do governo Lula, mas também cria imposto mínimo para altas rendas, programa de renegociação de dívidas e prevê compensação a estados e municípios
Senado vota regulamentação dos novos impostos sobre consumo, IBS e CBS, nesta quarta-feira (24)
Proposta define regras para o novo comitê gestor do IBS e da CBS, tributos que vão substituir impostos atuais a partir de 2027
O que Lula vai dizer na ONU? Soberania e um recado sutil a Trump estão no radar
A expectativa é que o discurso seja calibrado para o público global, evitando foco excessivo em disputas políticas internas
Câncer de Bolsonaro: o que é o carcinoma de pele encontrado em duas lesões removidas
Ex-presidente recebeu alta após internação por queda de pressão, vômitos e tontura; quadro exige acompanhamento médico periódico
LCI e LCA correm o risco de terem rendimentos tributados, mas debêntures incentivadas sairão ilesas após negociações no Congresso
Relator da MP que muda a tributação dos investimentos diz que ainda está em fase de negociação com líderes partidários
“Careca do INSS”: quem é o empresário preso pela PF por esquema que desviou bilhões
Empresário é apontado como “epicentro” de fraudes que desviaram bilhões de aposentadorias
STF condena Bolsonaro a mais de 27 anos de prisão; saiba quais opções restam ao ex-presidente
Placar final foi 4 a 1 para condenar o ex-presidente Jair Bolsonaro a 27 anos e três meses de prisão em regime fechado
Aprovação de Lula sobe para 33% e chega ao maior nível desde dezembro de 2024, diz Datafolha
O índice de reprovação do petista ainda é um dos maiores entre presidentes desde a redemocratização a esta altura do mandato, mas, na comparação direta, Bolsonaro sai perdendo
Debêntures incentivadas devem continuar isentas de IR, mas LCI e LCA seguem na mira da MP que muda a tributação dos investimentos, diz jornal
Texto deve manter mudanças na alíquota única de IR para ativos tributáveis e na compensação de créditos tributários, pontos que despertam preocupação no mercado
Governo Trump sobe o tom contra o Brasil, e Itamaraty condena ameaças dos EUA de usar “poder militar”
O documento do Itamaraty foi publicado após a porta-voz da Casa Branca ser questionada sobre a possibilidade de novas sanções ao Brasil por conta do julgamento de Jair Bolsonaro
Bolsonaro era líder de organização criminosa que tentou golpe de Estado, diz Moraes — Dino acompanha o relator e vota por condenação
Ministros destacaram provas de uma trama articulada desde 2021 e pediram condenação dos sete réus. Dino, entretanto, vê diferentes níveis de culpa
O julgamento de Bolsonaro e o xadrez eleitoral com Lula e Tarcísio: qual é o futuro do Brasil?
O cientista político Rafael Cortez, da Tendências Consultoria, analisa o impacto da condenação de Jair Bolsonaro, a estratégia de Tarcísio de Freitas e as dificuldades de Lula em chegar com força para as eleições de 2026
Pedimos para a inteligência artificial da Meta produzir imagens de Lula, Trump, Bolsonaro, Alexandre de Moraes e outros — e o resultado vai te surpreender (ou não)
A inteligência artificial da Meta entregou resultados corretos em apenas duas das seis consultas feitas pela redação do Seu Dinheiro
STF encerra primeira semana do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e aliados; confira os principais pontos do segundo dia
A sessão será retomada na próxima terça-feira (9), às 9 horas, com o voto do relator e ministro do STF, Alexandre de Moraes