O ministro da Casa Civil, Rui Costa, afirmou nesta sexta-feira (6) que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva quer nos próximos dias começar sua agenda pelos Estados.
"Presidente Lula encerrou a reunião falando do seu otimismo, da vontade e da determinação de nos próximos dias já fazer agenda nos Estados, com entregas e ações concretas de cada pasta", disse Costa, à imprensa após o fim da primeira reunião ministerial do terceiro mandato de Lula.
Ele classificou o encontro como "extraordinário". "O presidente abriu a reunião falando das expectativas do povo brasileiro. Em seguida falou o vice-presidente e ministros que têm ações transversais, com orientações de fluxos e diretrizes. Praticamente todos os ministros fizeram uso da palavra, além dos três líderes do governo", relatou.
Promovido na manhã desta sexta-feira na Sala Suprema do Palácio do Planalto, o encontro reuniu Lula, os 37 ministros e os líderes do governo no Congresso, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), na Câmara, José Guimarães (PT-CE), e no Senado, Jaques Wagner (PT-BA).
Teve puxão de orelha de Lula?
Costa negou a ideia de que a primeira reunião ministerial de Lula teria servido para o presidente "puxar a orelha" de seus ministros, após declarações conflituosas dos auxiliares na primeira semana de governo.
Costa disse que a nova gestão está "arrumando a casa" e fará um esforço concentrado para até o fim do mês concluir as nomeações das equipes do primeiro escalão.
"Não foi em hipótese nenhuma fazer algum reparo, até porque estamos no quinto dia útil de governo, ainda estaremos até o fim do mês no fluxo de nomeação ainda do primeiro escalão das equipes dos ministérios", respondeu a jornalistas após o fim do encontro.
Costa comparou a agenda a um técnico que "que convoca seus atletas para montar uma seleção", exibir suas diretrizes e estratégias.
"De início ele não vai para o campo imediatamente. Primeiro lugar que ele leva o time para o auditório para conversar com a equipe e mostrar o estilo dele, a tática que gosta de utilizar, uniformização da equipe com o que ele está pensando de estratégia e de ritmo. Colocar os seus convocados juntos para definir diretrizes, prioridades, ritmo — e ele quer um ritmo muito acelerado de entregas porque a fome não pode esperar, há problemas graves na saúde", afirmou o ministro.
As viagens de Lula
Costa afirmou ainda que Lula vai fazer duas viagens a Estados brasileiros ainda neste mês, antes mesmo de ir à Argentina. As primeiras visitas, porém, ainda não foram definidas.
"A meta de mais curto prazo é, já em janeiro, antes de ir à Argentina, fazer duas viagens aos Estados, para inaugurar ou dar início a programas e compromissos seus, seja habitacionais, educacionais ou saúde", disse.
Lula viajará a Buenos Aires no dia 22 de janeiro para reunião bilateral com o presidente da Argentina, Alberto Fernández, e para participar da Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac).
Na coletiva de imprensa, Costa afirmou que entende a ansiedade pela definição de metas, mas ponderou que hoje é apenas o quinto dia útil do novo governo.
"Estamos arrumando a Casa e vamos fazer esforço concentrado para, até o fim do mês, ter as equipes de primeiro escalão concluídas as nomeações", declarou o ministro da Casa Civil.
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Rui Costa vai aos ministérios
O ministro da Casa Civil afirmou também que a partir da próxima terça-feira (10) começará a visita da pasta aos ministérios, agenda que tem prometido realizar.
Segundo ele, nos encontros, a Casa Civil ouvirá sugestões de prioridades de cada ministro e conversará sobre as ações que deverão ser tratadas com metas dos 100 primeiros dias de governo.
Minha Casa Minha Vida
Rui Costa reforçou ainda que o Executivo irá priorizar, por exemplo, a retomada do Minha Casa Minha Vida, com ações concretas de entrega também em outras áreas, como conclusão de escolas e creches que estão paralisadas, já no primeiro semestre.
"Vamos priorizar e dar sequência de atos concretos, com retomada do MCMV, ações concretas da educação com entrega no primeiro semestre de escolas e creches que estão paralisadas. Vamos hierarquizar pelo maior percentual de execução para o menor, para fazer entregas o mais rápido possível", afirmou.
*Com informações do Estadão Conteúdo