A Petrobras (PETR4) tem um novo presidente: Jean Paul Prates, um crítico da política de preços da estatal, do foco nas operações no pré-sal e da distribuição de dividendos bilionários — e que fez os investidores torcerem o nariz para a sua posse nesta quinta-feira (26).
Dias antes de ser chancelado pelo conselho de administração da empresa, Prates tentou acalmar os ânimos do mercado, garantindo antecipadamente que não haverá uma intervenção no preço dos combustíveis.
Ele, no entanto, ainda não retificou suas falas sobre os proventos da estatal, que é a maior pagadora de dividendos do mundo.
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“Uma empresa de longo prazo não pode só ficar tirando pré-sal do fundo do mar e distribuindo dividendos", afirmou Prates no início deste mês.
Com essas declarações a tiracolo e assistindo ao tombo das ações da Petrobras na B3, Prates se reuniu hoje com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no Palácio do Planalto.
Entre os temas sobre a mesa, segundo fontes, estavam os nomes que poderão ser indicados pela União ao Conselho de Administração da estatal.
Horas depois do encontro, Prates falou. Em um vídeo para funcionários da Petrobras, ele defende que a estatal seja a impulsionadora do crescimento do país, busque novas fronteiras, se supere na produção de petróleo e gás e comande a transição energética.
Sobre o encontro com Lula, nenhuma palavra. Os dois devem se reunir novamente na sexta (27) e segunda-feira (30).
Seja agora ou depois, em algum momento os dois devem tratar d política de preços da Petrobras — até porque, durante a campanha eleitoral, o petista repetiu diversas vezes que ia abolir o modelo de paridade de preços para reduzir o valor do combustível nas refinarias.
Na terça-feira (24), antes de Prates chegar à nova casa, a Petrobras anunciou um novo reajuste.