UBS faz oferta de até US$ 1 bilhão para compra do Credit Suisse, diz jornal; transação pode ser fechada ainda hoje
Segundo o Financial Times, o acordo é costurado pelo BC da Suíça e pode resultar na maior combinação bancária da Europa desde a crise de 2008
Depois de ser ameaçado pela possível entrada de um forte concorrente na disputa pelo Credit Suisse, o UBS decidiu acelerar as negociações e fez uma oferta de até US$ 1 bilhão pelo rival na manhã deste domingo (19), segundo informações do Financial Times.
Já circulavam pela imprensa desde ontem rumores de que o UBS estaria cada vez mais próximo de fechar um acordo para ficar com os ativos do Credit.
Agora, ainda segundo o FT, a instituição financeira decidiu precificar a oferta em 0,25 francos suíços por ação a serem pagos em papéis do UBS. Vale destacar que as ações do Credit Suisse fecharam em 1,86 francos suíços na última sexta-feira (17).
Apesar da diferença entre a cotação e o preço oferecido pelo banco — que representaria um desconto de 86,56% nas ações —, fontes ouvidas pela Dow Jones Newswires indicam que o negócio pode ser fechado ainda hoje.
BC do país costura acordo
A transação é costurada pelo próprio Banco Central da Suíça (SNB) e pela Autoridade Supervisora do Mercado Financeiro Suíço (FINMA).
O objetivo com a união das duas maiores financeiras do país — no que seria a maior combinação bancária da Europa desde a crise de 2008 — é evitar que as dificuldades enfrentada pelo Credit contaminem todo o setor.
Para isso, as autoridades monetária estão dispostas a alterar as leis suíças que exigem a aprovação dos acionistas em transações do tipo.
Procurados pelo Financial Times, o SNB, a FINMA, o Credit Suisse e o UBS optaram por não comentar o tema.
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Qual é a situação atual do Credit Suisse?
Vale relembrar que o Credit Suisse conseguiu um fôlego adicional com o anúncio de que o Banco Central do país forneceu uma linha de crédito de US$ 54 bilhões (R$ 285 bilhões).
Em comunicado conjunto, o BC e o órgão regulador do país afirmam que o Credit possui capital e liquidez para honrar o empréstimo.
O “PIX” emergencial veio depois que o principal acionista do Credit Suisse, o Saudi National Bank (SNB), se negou a ampliar a ajuda ao banco. O grupo saudita alega que não pode aumentar a participação na instituição, que já beira o limite estabelecido pelo regulador de 10%.
A notícia fez as ações do banco suíço recuperarem parte das perdas registradas nos últimos dias.. Porém, a alegria do Credit Suisse pode não durar muito.
Isso porque o Banco Central Europeu (BCE) elevou os juros em 0,50 ponto percentual na última quinta-feira (16), frustrando as expectativas de que BCs pelo mundo poderiam reduzir o ritmo do aperto monetário ganhou ainda mais força com a quebra do Silicon Valley Bank (SVB), no final de semana.
Além disso, há temores de que o Federal Reserve (Fed, o Banco Central norte-americano) também suba os juros em meio ponto percentual na reunião da semana que vem.
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