Um erro de R$ 12,6 bilhões: essa é a quantia que a Caixa terá que pagar por depósitos judiciais não realizados; entenda a história
O valor será pago ao Tesouro e chega em boa hora para o governo, mas em um péssimo momento para o banco

*CORREÇÃO: Por um erro da redação, a matéria original informava de forma incorreta no título o valor em dólares. O correto é R$ 12,6 bilhões. Segue a íntegra da nota com o título corrigido:
Um erro de R$ 12,6 bilhões — essa é a quantia que a Caixa precisará pagar ao Tesouro Nacional em virtude da identificação de depósitos judiciais que já deveriam ter sido repassados aos cofres da União.
O valor consta do Relatório de Avaliação de Receitas e Despesas do terceiro bimestre, divulgado no fim de julho e que foi revelado inicialmente pelo jornal Folha de S.Paulo.
No documento, a diferença de R$ 12,592 bilhões da projeção para este ano de outras receitas administradas pela Receita Federal ante o relatório anterior é explicada pela expectativa de transferência pela Caixa de depósitos judiciais para a Conta Única do Tesouro em 2023.
"Informa-se que há tratativas para que a Caixa Econômica Federal transfira recursos de depósitos judiciais para a Conta Única do Tesouro Nacional, em 2023. Tais valores foram incorporados, na presente estimativa, em Outras Receitas Administradas", explica o documento.
Em nota, o Ministério da Fazenda disse que se trata de levantamento feito junto à Caixa de depósitos judiciais não transferidos anteriormente "por erros nos registros" e que serão regularizados neste exercício.
Leia Também
- [Guia gratuito] Veja onde investir no 2º semestre, segundo os especialistas consultados pelo Seu Dinheiro. Baixe o material completo aqui.
Caixa: a origem do erro
A Caixa informou que identificou um erro nas informações prestadas pelos depositantes ao abrir as contas de depósito judicial, e que por isso os recursos não foram pagos da maneira devida.
O banco ainda disse que, assim que identificou o erro, informou ao Tesouro os valores relativos a esses depósitos.
"A Caixa está providenciando o repasse dos valores ao órgão", disse a instituição.
"Para apurar os motivos pelos quais os valores não foram transferidos anteriormente, a direção determinou a abertura de uma auditoria", prossegue a Caixa.
Conforme a lei, os depósitos judiciais e extrajudiciais, em dinheiro, de valores referentes a tributos e contribuições federais administrados pela Receita devem ser efetuados na Caixa, mediante Documento de Arrecadação de Receitas Federais (DARF), específico para esse fim. Depois, o banco tem de repassar à Conta Única do Tesouro "no mesmo prazo fixado para recolhimento dos tributos e das contribuições federais".
Há também determinação legal para que depósitos judiciais e extrajudiciais não tributários relativos à União e os tributários e não tributários relativos a fundos públicos, autarquias, fundações públicas e demais entidades federais integrantes dos orçamentos fiscal e da seguridade social devem ser pagos à Caixa e depois transferidos ao Tesouro.
O Ministério da Fazenda agradece
O montante de R$ 12,6 bilhões vem em boa hora para o Ministério da Fazenda, que pretende fechar o ano com déficit primário de 1% do Produto Interno Bruto (PIB) ou menos.
Hoje, o déficit previsto é de R$ 145,4 bilhões, ou 1,4% do PIB, e poderia ser maior não fosse a previsão já incorporado do repasse do banco.
Para a Caixa, por outro lado, o pagamento é uma notícia negativa. O banco público quer acelerar o crédito neste ano, em especial em segmentos como o de habitação, em linha com políticas anticíclicas desenhadas pelo governo Lula (PT).
A presidente Rita Serrano, que pode perder o cargo em meio à reforma ministerial ensaiada por Lula, inclusive defende que a Caixa ganhe prazo maior para devolver ao Tesouro os recursos dos Instrumentos Híbridos de Capital e Dívida (IHCDs) que recebeu entre 2007 e 2013.
O banco público tem capitalização acima do exigido pelo Banco Central: o índice de Basileia, que mede a folga de um banco para emprestar dinheiro, estava em 17,6% em março, acima dos 11,5% exigidos pelo BC e dos índices vistos nos bancos privados.
O patrimônio de referência, utilizado pela Caixa para calcular o índice, era de R$ 128,9 bilhões.
No fim do ano passado, a Caixa chegou a ficar com índices de capital próximos de pisos definidos internamente, após acelerar as concessões de crédito antes das eleições em que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi derrotado.
Para equacionar o problema, o banco público colocou o pé no freio em todas as principais linhas de crédito, e fez um amplo esforço para captar recursos no mercado.
Parte desse esforço se deu na rede de agências, com a mudança de incentivos para que os gerentes obtivessem mais depósitos em contas correntes ou poupança. Entretanto, o banco também fez um "giro" pela Faria Lima para distribuir em diferentes plataformas papéis como Letras de Crédito Imobiliário (LCIs).
Internamente, o sucesso da iniciativa é visto como um sinal de que o banco público conseguiu consolidar uma via importante de captação, a do mercado financeiro.
O esforço deu um respiro à Caixa, que chegou a março com liquidez de curto prazo de 191,3%, 20 pontos porcentuais a mais que no fim do ano passado.
IPO de ouro: Aura Minerals (AURA33) quer brilhar em Wall Street com oferta de ações milionária. O que isso significa para os acionistas?
A partir dessa listagem, as ações ordinárias da Aura Minerals passarão a ser negociadas na Nasdaq, sob o ticker AUGO. Entenda a estratégia da mineradora
Tesla (TSLA34) paga o preço pela língua de Elon Musk e perde mais de US$ 60 bilhões em valor de mercado
O tombo acontece após bilionário afirmar no último sábado (5) que criaria um novo partido sob sua tutela: o America Party
Carrefour (CAFR31): saiba quem é o argentino que assumirá o comando da rede no Brasil
Stéphane Maquaire, atual CEO, deixa o cargo após seis anos à frente das operações e do processo de incorporação da empresa pela matriz francesa
Assaí (ASAI3): segundo trimestre deve ser mais fraco, mas estes são os 5 motivos para ainda acreditar na ação
Em relatório, o Itaú BBA revisou para baixo as estimativas para o Assaí. O banco projeta um segundo trimestre mais fraco, mas ainda acredita nas ações — e um dos motivos é a potencial aprovação da venda de medicamentos nos supermercados
Embraer (EMBR3): CEO confirma negociações sigilosas com até dez países interessados no cargueiro militar KC-390; veja o que se sabe até o momento
A Lituânia foi o comprador mais recente, juntando-se a Portugal, Hungria, Áustria e Coreia do Sul na lista de clientes do modelo
Ações do Banco do Brasil (BBAS3) somam R$ 5 bi em posições vendidas e XP projeta menos lucros e dividendos a partir de agora
Analistas da XP sinalizam problemas persistentes na qualidade de crédito do setor agrícola do banco estatal e mantém cautela para os próximos trimestres
Ataque hacker: como a Polícia conseguiu prender o suspeito de facilitar o ‘roubo do século’ na C&M?
Para descobrir os responsáveis, as autoridades recorreram a imagens registradas pelas câmeras internas da C&M; entenda o que aconteceu
Gafisa (GFSA3) lança follow-on de até R$ 107 milhões para engordar caixa — com direito a “presente” aos acionistas que participarem da oferta
Considerando apenas a distribuição do lote inicial, a companhia pode captar pelo menos R$ 26,9 milhões com a oferta. Veja os detalhes da operação
Eletrobras (ELET3): UBS aumenta preço-alvo e vê dividendos altos no longo prazo
Privatização resolveu disputas políticas e otimizou o balanço da Eletrobras, segundo o banco, tornando os papéis um investimento de risco-retorno mais atrativo
Musk bate o pé e Tesla paga a conta: ação cai forte com intenção do bilionário de criar novo partido político nos EUA
No sábado, o bilionário anunciou que pretende criar o Partido América com foco nas eleições de meio de mandato nos EUA
Nelson Tanure pede aval do Cade para abocanhar o controle da Braskem (BRKM5) — e não quer saber de tag along ou OPA
Tanure formalizou pedido ao Cade para obter a autorização necessária e seguir com a transação junto à NSP Investimentos, holding que detém a participação da Novonor na petroquímica
Após fala de CEO, Magazine Luiza (MGLU3) faz esclarecimento sobre as projeções de faturamento para 2025
Em evento do BNDES, Fred Trajano afirmou que o Magalu tinha projeções de faturar R$ 70 bilhões em 2025
Consignado privado: Banco do Brasil (BBAS3) supera a marca de R$ 4,5 bi em contratações na modalidade de crédito para o trabalhador
O programa tem como público-alvo os trabalhadores com carteira assinada da iniciativa privada, com juros mais baixos
Prio (PRIO3) não empolga com dados de produção, mas mercado está de olho no futuro; saiba quanto às ações podem subir
Licenciamento de Wahoo e incorporação de Peregrino são gatilhos no curto prazo — mas a hora de comprar é agora
Decisão de corte internacional pode ampliar o número de processos judiciais ligados à crise climática, inclusive contra empresas
Em 2024, foram judicializados 226 casos relacionados à mudança do clima no mundo, sendo 20% contra empresas, segundo estudo da London School of Economics
Nvidia (NVDC34) já é a empresa mais valiosa de todos os tempos; agora a queridinha das IAs está próxima de atingir outra marca histórica
Devido ao feriado de Dia da Independência dos EUA, o mercado terá de esperar até a próxima segunda-feira (7) para ver se a fabricante de chips chegará aos US$ 4 trilhões
Dados de clientes da Centauro são expostos, em mais um caso de falha em sistemas de cibersegurança
Nos últimos 10 meses, foram reportados ao menos 5 grandes vazamentos de dados de clientes de empresas de varejo e de instituições financeiras
Ataque hacker: Prisão de suspeito confirma o que se imaginava; entenda como foi orquestrado o maior roubo da história do Brasil
Apesar de em muito se assemelhar a uma história de filme, o ataque — potencialmente o maior roubo já visto no país — não teve nada de tão sofisticado ou excepcional
CVM facilita registro e ofertas públicas para PMEs; conheça o novo regime para empresas de menor porte
A iniciativa reduz entraves regulatórios e cria regras proporcionais para registro e ofertas públicas, especialmente para companhias com receita bruta anual de até R$ 500 milhões
Cinco ações empatam entre as mais recomendadas para o mês de julho; confira quais são
Os cinco papéis receberam duas recomendações cada entre as 12 corretoras consultadas pelo Seu Dinheiro