🔴 NOVA META: RENDA EXTRA DE ATÉ R$ 2.000,00 POR DIA – VEJA COMO

Danielle Fonseca
MERCADO RESTRITO NO BRASIL

Taurus (TASA4) vê lucro cair 75% no terceiro trimestre após mudanças na lei de armas no primeiro ano do governo Lula

Além do lucro, a receita e o ebitda da Taurus também caíram no terceiro trimestre e a empresa sentiu também impacto na inflação nos EUA

Danielle Fonseca
7 de novembro de 2023
20:12 - atualizado às 20:13
Salésio Nuhs, CEO da Taurus, em frente a prédio sede da empresa
Salésio Nuhs, CEO da Taurus, em frente a prédio sede da empresa - Imagem: Felipe Nogs/ Agência Preview

Após ver crescimento nas vendas nos anos anteriores, a fabricante de armas Taurus (TASA4) sentiu a mudança de cenário nos países onde atua e as alterações na legislação feitas pelo governo Lula no Brasil.

Os efeitos podem ser vistos nas principais linhas do balanço do terceiro trimestre. O lucro líquido, por exemplo, foi de R$ 26 milhões, o que representa uma queda de 75% frente ao lucro visto no terceiro trimestre do ano passado.

Já a receita líquida da empresa caiu 31,4% na mesma comparação, para R$ 439,3 milhões entre julho e setembro.

O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, na sigla em inglês) ajustado também caiu, registrando um recuo de 61%, para R$ 70,7 milhões.

Segundo a empresa os resultados refletem principalmente três fatores:

  • Mudança do cenário político no mercado nacional, com a edição do Decreto 11.366/23, porém sem sua regulamentação até o momento; 
  • Alterações no mercado norte-americano, como a alta da inflação, adequação de mix de produtos e ajustes dos estoques dos distribuidores para níveis mais baixos, visando reduzir seus custos financeiros;
  • Mudanças no mercado mundial, com as licitações internacionais em processos mais morosos, principalmente, após o início da guerra da Ucrânia. 

No entanto, o CEO da Taurus, Salésio Nuhs, disse, em mensagem no balanço, que os resultados vieram dentro das expectativas da companhia e com margens brutas superiores à média de empresas estrangeiras do setor.

Para se adaptar às mudanças, a companhia buscou reduzir custos de produção e aumentar a eficiência. 

Taurus vê mercado extremamente restrito no Brasil e ano atípico

Na avaliação da Taurus, o mercado doméstico segue “extremamente restrito” por conta de questões jurídicas, o que faz o ano ser bastante atípico. 

A companhia lembra que em 1º de janeiro deste ano foi publicado o Decreto 11.366, que estabelecia restrições para o setor e deveria ser regulamentado no prazo de três meses, o que não ocorreu. 

“A incerteza paralisou o mercado, com consumidores e lojistas interrompendo suas compras até que a questão fosse definida. Apenas em 21 de julho foi publicado o novo Decreto. No entanto, permanecem algumas incertezas a serem esclarecidas pelos órgãos reguladores”, disse o CEO.

Essas incertezas se referem ao limite máximo de energia em joules autorizado para as armas a serem vendidas no mercado brasileiro, que foi estabelecido sem a apresentação de uma tabela de calibres. 

Segundo a Taurus, até o momento, novas aquisições de armas por parte de CACs (colecionador, atirador desportivo e caçador) estão basicamente interrompidas. 

No terceiro trimestre, a companhia vendeu 18 mil unidades no mercado doméstico, totalizando 66 mil armas no acumulado do ano, o que representa redução de 82,4% e 77,1% ante iguais períodos de 2022, respectivamente.

A previsão da fabricante é que até o início de 2024 ocorra a regulamentação do Decreto 11.366.

Guerra em Israel aumentará a demanda da Taurus?

A Taurus ainda citou que está atenta à recente situação de conflito no Oriente Médio, com a guerra entre Israel e o Hamas, que poderá “gerar aumento natural da demanda para o setor”. 

As exportações da empresa, no entanto, devem ser previamente autorizadas pelos Ministérios das Relações Exteriores e da Defesa do Brasil. 

Taurus: mudança no mix nos EUA com maior consumo de revólveres

Outra mudança destacada pelo CEO foi a alteração do mix de produção para acompanhar o comportamento do consumidor. 

Como a demanda nos EUA atualmente está mais voltada para o segmento de revólveres, a Taurus ampliou a fabricação desses produtos na linha de produção na unidade brasileira no decorrer deste ano. 

A produção de revólveres foi responsável por cerca de 45% do volume total de armas produzidas pela Taurus no terceiro trimestre, ante aproximadamente 30% no terceiro trimestre de 2022, ganhando espaço em relação à produção de pistolas, que passou de 69% para 55%. 

A avaliação da companhia é ainda que o mercado norte-americano de armas, principal destino dos seus produtos, vem se consolidando em um novo patamar após o período de euforia visto durante os anos de pandemia. 

Dessa forma, o consumo nos EUA está voltando aos níveis observados no período pré-pandemia. 

No mercado norte-americano, foram vendidas 263 mil unidades no terceiro trimestre, somando o total de 871 mil armas no acumulado do ano, uma queda de 26,5% e de 22,7% respectivamente, na comparação com os mesmos períodos de 2022. 

Onde investir em novembro: ações, dividendos, FIIs, BDRs, criptomoedas - Veja indicações gratuitas

Inflação nos EUA mudou dinâmica de estoques de armas, diz Taurus

Outra alteração destacada pela Taurus nos EUA foi a tendência de mudança no padrão de estoque de produtos mantido pela cadeia de vendas.

Isso porque os distribuidores estão buscando aumentar o giro de seus estoques, para se proteger do custo financeiro gerado pelo aumento da inflação norte-americana. 

Com isso, novas encomendas são postergadas com a intenção de redução dos estoques para níveis capazes de atender as vendas pelo período próximo de um mês, ante um padrão anterior de estoques suficiente para cobrir três a cinco meses de vendas. 

No entanto, a expectativa é de um aumento da demanda, considerando também a sazonalidade tradicional do fim do ano. 

Em 2024, por ser um ano de eleições presidenciais nos EUA, também há possibilidade de maior movimentação no mercado de armas, explicada pela insegurança com relação à política.

Compartilhe

LUCHA LIBRE DAS FINTECHS

Como o Mercado Livre (MELI34) pretende enfrentar o Nubank em disputa pelo mercado do México

21 de maio de 2024 - 17:26

O Mercado Pago está em busca de uma licença bancária para se estabelecer como “o maior banco digital do México”, em uma briga direta com o Nu

FICOU BARATA?

Ação da Suzano não para de cair na B3 — e esse bancão vê dois futuros possíveis para SUZB3. É hora de abocanhar os papéis?

21 de maio de 2024 - 12:28

O BTG Pactual acredita que a intensa desvalorização recente abriu uma oportunidade de se tornar sócio da companhia a preços muito baixos — mas há riscos no radar

NADANDO COM TUBARÕES

Adeus, Shark Tank? Justiça acata recuperação judicial da Polishop, de João Appolinário

21 de maio de 2024 - 12:16

Em meio a cobranças e ações de despejo, recuperação judicial protege a Polishop de seus credores por 180 dias

TENTATIVA DE RECUPERAÇÃO

Unigel obtém acordo com credores para reestruturar dívida de mais de R$ 4 bilhões

21 de maio de 2024 - 9:40

A empresa de químicos começou a romper compromissos com alguns credores em setembro de 2023, antes de entrar com a proposta de recuperação

REPORTAGEM ESPECIAL

Pão de Açúcar (PCAR3) volta às origens e tenta se reinventar após “desmanche” no fim da era Casino

21 de maio de 2024 - 6:19

Situação do Pão de Açúcar pode mudar à medida que a atual administração consiga trazer a operação de volta à rentabilidade; saiba o que esperar das ações da rede de supermercados

AVAL DOS MUNICÍPIOS

Sinal verde para privatização: Municípios de SP aprovam “último passo” para desestatizar a Sabesp (SBSP3)

20 de maio de 2024 - 18:47

No passo final do processo de desestatização, centenas de prefeitos de São Paulo assinaram um contrato unificado com a companhia de saneamento

DE OLHO NAS REDES

Interferência na Petrobras ainda vai longe? Os planos de Lula para a empresa não agradam nem um pouco o mercado — e agora? 

20 de maio de 2024 - 18:11

Os ruídos dentro na Petrobras (PETR4) não são de agora e a principal preocupação do investidor de PETR4 é a influência do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na estatal.  Enquanto o governo quer que a estatal faça cada vez mais investimentos, o mercado enxerga que isso pode ser um perigo, dado o risco de […]

ENTENDA O IMBRÓGLIO

Vibra (VBBR3) compra seu edifício-sede no Rio, mas transação causa impasse para investidores de CRI e fundos imobiliários

20 de maio de 2024 - 17:02

Não se trata de um calote como os vistos no mercado de CRI no ano passado, mas sim de uma situação muito mais complexa do ponto de vista jurídico

MAIOR CAUTELA

Fusão entre Petz (PETZ3) e Cobasi anima analistas — mas esse bancão ainda vê potencial de alta limitado para ações

20 de maio de 2024 - 16:02

Bank of America elevou o preço-alvo dos papéis da Petz nesta segunda-feira (20), mas manteve recomendação neutra; entenda

DE OLHO NO AGRO

Como ficam as ações das empresas do agronegócio na B3 que atuam no RS após a tragédia climática no Estado?

20 de maio de 2024 - 6:22

Para analistas, empresas como Camil (CAML3) e 3tentos (TTEN3) podem compensar eventuais perdas com a alta dos preços em razão da restrição da oferta

Fechar
Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Continuar e fechar