Taurus (TASA4) vê lucro cair 75% no terceiro trimestre após mudanças na lei de armas no primeiro ano do governo Lula
Além do lucro, a receita e o ebitda da Taurus também caíram no terceiro trimestre e a empresa sentiu também impacto na inflação nos EUA

Após ver crescimento nas vendas nos anos anteriores, a fabricante de armas Taurus (TASA4) sentiu a mudança de cenário nos países onde atua e as alterações na legislação feitas pelo governo Lula no Brasil.
Os efeitos podem ser vistos nas principais linhas do balanço do terceiro trimestre. O lucro líquido, por exemplo, foi de R$ 26 milhões, o que representa uma queda de 75% frente ao lucro visto no terceiro trimestre do ano passado.
Já a receita líquida da empresa caiu 31,4% na mesma comparação, para R$ 439,3 milhões entre julho e setembro.
O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, na sigla em inglês) ajustado também caiu, registrando um recuo de 61%, para R$ 70,7 milhões.
Segundo a empresa os resultados refletem principalmente três fatores:
- Mudança do cenário político no mercado nacional, com a edição do Decreto 11.366/23, porém sem sua regulamentação até o momento;
- Alterações no mercado norte-americano, como a alta da inflação, adequação de mix de produtos e ajustes dos estoques dos distribuidores para níveis mais baixos, visando reduzir seus custos financeiros;
- Mudanças no mercado mundial, com as licitações internacionais em processos mais morosos, principalmente, após o início da guerra da Ucrânia.
No entanto, o CEO da Taurus, Salésio Nuhs, disse, em mensagem no balanço, que os resultados vieram dentro das expectativas da companhia e com margens brutas superiores à média de empresas estrangeiras do setor.
Leia Também
Para se adaptar às mudanças, a companhia buscou reduzir custos de produção e aumentar a eficiência.
Taurus vê mercado extremamente restrito no Brasil e ano atípico
Na avaliação da Taurus, o mercado doméstico segue “extremamente restrito” por conta de questões jurídicas, o que faz o ano ser bastante atípico.
A companhia lembra que em 1º de janeiro deste ano foi publicado o Decreto 11.366, que estabelecia restrições para o setor e deveria ser regulamentado no prazo de três meses, o que não ocorreu.
“A incerteza paralisou o mercado, com consumidores e lojistas interrompendo suas compras até que a questão fosse definida. Apenas em 21 de julho foi publicado o novo Decreto. No entanto, permanecem algumas incertezas a serem esclarecidas pelos órgãos reguladores”, disse o CEO.
Essas incertezas se referem ao limite máximo de energia em joules autorizado para as armas a serem vendidas no mercado brasileiro, que foi estabelecido sem a apresentação de uma tabela de calibres.
Segundo a Taurus, até o momento, novas aquisições de armas por parte de CACs (colecionador, atirador desportivo e caçador) estão basicamente interrompidas.
No terceiro trimestre, a companhia vendeu 18 mil unidades no mercado doméstico, totalizando 66 mil armas no acumulado do ano, o que representa redução de 82,4% e 77,1% ante iguais períodos de 2022, respectivamente.
A previsão da fabricante é que até o início de 2024 ocorra a regulamentação do Decreto 11.366.
Guerra em Israel aumentará a demanda da Taurus?
A Taurus ainda citou que está atenta à recente situação de conflito no Oriente Médio, com a guerra entre Israel e o Hamas, que poderá “gerar aumento natural da demanda para o setor”.
As exportações da empresa, no entanto, devem ser previamente autorizadas pelos Ministérios das Relações Exteriores e da Defesa do Brasil.
Taurus: mudança no mix nos EUA com maior consumo de revólveres
Outra mudança destacada pelo CEO foi a alteração do mix de produção para acompanhar o comportamento do consumidor.
Como a demanda nos EUA atualmente está mais voltada para o segmento de revólveres, a Taurus ampliou a fabricação desses produtos na linha de produção na unidade brasileira no decorrer deste ano.
A produção de revólveres foi responsável por cerca de 45% do volume total de armas produzidas pela Taurus no terceiro trimestre, ante aproximadamente 30% no terceiro trimestre de 2022, ganhando espaço em relação à produção de pistolas, que passou de 69% para 55%.
A avaliação da companhia é ainda que o mercado norte-americano de armas, principal destino dos seus produtos, vem se consolidando em um novo patamar após o período de euforia visto durante os anos de pandemia.
Dessa forma, o consumo nos EUA está voltando aos níveis observados no período pré-pandemia.
No mercado norte-americano, foram vendidas 263 mil unidades no terceiro trimestre, somando o total de 871 mil armas no acumulado do ano, uma queda de 26,5% e de 22,7% respectivamente, na comparação com os mesmos períodos de 2022.
Onde investir em novembro: ações, dividendos, FIIs, BDRs, criptomoedas - Veja indicações gratuitas
Inflação nos EUA mudou dinâmica de estoques de armas, diz Taurus
Outra alteração destacada pela Taurus nos EUA foi a tendência de mudança no padrão de estoque de produtos mantido pela cadeia de vendas.
Isso porque os distribuidores estão buscando aumentar o giro de seus estoques, para se proteger do custo financeiro gerado pelo aumento da inflação norte-americana.
Com isso, novas encomendas são postergadas com a intenção de redução dos estoques para níveis capazes de atender as vendas pelo período próximo de um mês, ante um padrão anterior de estoques suficiente para cobrir três a cinco meses de vendas.
No entanto, a expectativa é de um aumento da demanda, considerando também a sazonalidade tradicional do fim do ano.
Em 2024, por ser um ano de eleições presidenciais nos EUA, também há possibilidade de maior movimentação no mercado de armas, explicada pela insegurança com relação à política.
Guerra comercial de Trump está prejudicando a economia do Brasil? Metade dos brasileiros acredita que sim, diz pesquisa
A pesquisa também identificou a percepção dos brasileiros sobre a atuação do governo dos Estados Unidos no geral, não apenas em relação às políticas comerciais
Hotel de Minas Gerais é o único do Brasil na lista de melhores novos resorts de 2025; conheça e veja preços das diárias
Seleção da Travel + Leisure contempla 26 hotéis de alto padrão ao redor do mundo
IPCA de março é o mais alto para o mês desde 2023, mas esse ativo pode render acima da inflação; conheça
Com o maior IPCA registrado para o mês de março desde 2023, essa estratégia livre de IR pode ser ainda mais rentável que a inflação, aponta EQI
Com ou sem feriado, Trump continua sendo o ‘maestro’ dos mercados: veja como ficaram o Ibovespa, o dólar e as bolsas de NY durante a semana
Possível negociação com a China pode trazer alívio para o mercado; recuperação das commodities, especialmente do petróleo, ajudaram a bolsa brasileira, mas VALE3 decepcionou
‘Indústria de entretenimento sempre foi resiliente’: Netflix não está preocupada com o impacto das tarifas de Trump; empresa reporta 1T25 forte
Plataforma de streaming quer apostar cada vez mais na publicidade para mitigar os efeitos do crescimento mais lento de assinantes
Show de ofensas: a pressão total de Donald Trump sobre o Fed e Jerome Powell
“Terrível”, “devagar” e “muito político” foram algumas das críticas que o presidente norte-americano fez ao chefe do banco central, que ele mesmo escolheu, em defesa do corte de juros imediato
Mirou no que viu e acertou no que não viu: como as tarifas de Trump aceleram o plano do Putin de uma nova ordem mundial
A Rússia não está na lista de países que foram alvo das tarifas recíprocas de governo norte-americano e, embora não passe ilesa pela efeitos da guerra comercial, pode se dar bem com ela
Sobrevivendo a Trump: gestores estão mais otimistas com a Brasil e enxergam Ibovespa em 140 mil pontos no fim do ano
Em pesquisa realizada pelo BTG, gestores aparecem mais animados com o país, mesmo em cenário “perde-perde” com guerra comercial
Ações da Hertz dobram de valor em dois dias após bilionário Bill Ackman revelar que assumiu 20% de participação na locadora de carros
A gestora Pershing Square começou a montar posição na Hertz no fim de 2024, mas teve o aval da SEC para adiar o comunicado ao mercado enquanto quintuplicava a aposta
Mudou de lado? CEO da Nvidia (NVDC34), queridinha da IA, faz visita rara à China após restrições dos EUA a chips
A mensagem do executivo é simples: a China, maior potência asiática, é um mercado “muito importante” para a empresa, mesmo sob crescente pressão norte-americana
Dólar volta a recuar com guerra comercial entre Estados Unidos e China, mas ainda é possível buscar lucros com a moeda americana; veja como
Uma oportunidade ‘garimpada’ pela EQI Investimentos pode ser caminho para diversificar o patrimônio em meio ao cenário desafiador e buscar lucros de até dólar +10% ao ano
Que telefone vai tocar primeiro: de Xi ou de Trump? Expectativa mexe com os mercados globais; veja o que esperar desta quinta
Depois do toma lá dá cá tarifário entre EUA e China, começam a crescer as expectativas de que Xi Jinping e Donald Trump possam iniciar negociações. Resta saber qual telefone irá tocar primeiro.
Como fica a bolsa no feriado? Confira o que abre e fecha na Sexta-feira Santa e no Dia de Tiradentes
Fim de semana se une à data religiosa e ao feriado em homenagem ao herói da Inconfidência Mineira para desacelerar o ritmo intenso que tem marcado o mercado financeiro nos últimos dias
Fim da linha para a Vale (VALE3)? Por que o BB BI deixou de recomendar a compra das ações e cortou o preço-alvo
O braço de investimentos do Banco do Brasil vai na contramão da maioria das indicações para o papel da mineradora
Rodolfo Amstalden: Escute as feras
As arbitrariedades tarifárias de Peter “Sack of Bricks” Navarro jogaram a Bolsa americana em um dos drawdowns mais bizarros de sua longa e virtuosa história
Status: em um relacionamento tóxico com Donald Trump
Governador da Califórnia entra com ação contra as tarifas do republicano, mas essa disputa vai muito além do comércio
Taxa das blusinhas versão Trump: Shein e Temu vão subir preços ainda este mês para compensar tarifaço
Por enquanto, apenas os consumidores norte-americanos devem sentir no bolso os efeitos da guerra comercial com a China já na próxima semana — Shein e Temu batem recordes de vendas, impulsionadas mais pelo medo do aumento do que por otimismo
Por essa nem o Fed esperava: Powell diz pela primeira vez o que pode acontecer com os EUA após tarifas de Trump
O presidente do banco central norte-americano reconheceu que foi pego de surpresa com o tarifaço do republicano e admitiu que ninguém sabe lidar com uma guerra comercial desse calibre
O frio voltou? Coinbase acende alerta de ‘bear market’ no setor de criptomoedas
Com queda nos investimentos de risco, enfraquecimento dos indicadores e ativos abaixo da média de 200 dias, a Coinbase aponta sinais de queda no mercado
Guerra comercial EUA e China: BTG aponta agro brasileiro como potencial vencedor da disputa e tem uma ação preferida; saiba qual é
A troca de socos entre China e EUA força o país asiático, um dos principais importadores agrícolas, a correr atrás de um fornecedor alternativo, e o Brasil é o substituto mais capacitado