🔴 META: ATÉ R$ 334,17 POR NOITE – CONHEÇA A ESTRATÉGIA

Ana Carolina Neira
Ana Carolina Neira
Jornalista formada pela Faculdade Cásper Líbero com especialização em Macroeconomia e Finanças (FGV) e pós-graduação em Mercado Financeiro e de Capitais (PUC-Minas). Com passagens pelo portal R7, revista IstoÉ e os jornais DCI, Agora SP (Grupo Folha), Estadão e Valor Econômico, também trabalhou na comunicação estratégica de gestoras do mercado financeiro.
NÃO GOSTARAM DO BALANÇO?

Natura (NTCO3) sai de lucro para prejuízo milionário e ações caem mais de 10% — entenda o que está acontecendo

O 4T22 da Natura (NTCO3) foi marcado pelos desafios da crise econômica, com queda na receita e baixo desempenho em todas as marcas

Ana Carolina Neira
Ana Carolina Neira
14 de março de 2023
14:21 - atualizado às 22:25
Zoom em um frasco de perfume Natura (NTCO3), com o logo da empresa em destaque
Imagem: Shutterstock

A desconfiança dos investidores com a Natura (NTCO3) é algo que sempre parece encontrar espaço para se aprofundar. E não é por acaso: na segunda-feira (13), a companhia informou um prejuízo de R$ 890,4 milhões no quarto trimestre de 2022.

O resultado reverte um lucro de R$ 695,5 milhões visto no mesmo período do ano anterior. Para se ter dimensão do estrago, o consenso da Bloomberg apontava um lucro líquido de R$ 326 milhões.

No ano, o prejuízo da Natura foi de R$ 2,6 bilhões, também bastante acima das estimativas.

A reação dos investidores não poderia ser outra: desde o início do pregão de hoje, os papéis caem forte. Por volta das 13h48, NTCO3 recuava 16,75%, cotada a R$ 12,33.

"Acreditamos que as ações provavelmente reagirão negativamente aos resultados devido aos resultados operacionais piores do que o esperado na América Latina e atualizações limitadas sobre um movimento estratégico potencial envolvendo a Aesop, que acreditamos ser um gatilho transformacional se totalmente vendido", trouxe o relatório do JP Morgan.

Mas o que desagradou tanto os investidores no balanço na Natura (NTCO3)?

Além do óbvio, que é o prejuízo milionário, a Natura (NTCO3) foi fortemente castigada pela crise econômica, aponta o balanço. Diante da menor renda disponível, juros altos e endividamento das famílias, é natural que haja uma retração no consumo de itens de beleza. Assim, a receita caiu e as margens ficaram mais pressionadas.

Segundo a Natura, o fim do ano passado ainda foi marcado por despesas financeiras maiores, perdas nas operações descontinuadas e um Ebitda (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) menor, que totalizou R$ 1,1 bilhão — que elevou a alavancagem para 3,49 vezes, com uma dívida líquida de R$ 7,4 bilhões.

  • Já sabe como declarar seus investimentos no Imposto de Renda 2023? O Seu Dinheiro elaborou um guia exclusivo onde você confere as particularidades de cada ativo para não errar em nada na hora de se acertar com a Receita. Clique aqui para baixar o material gratuito.

Em relatório, o BTG Pactual aponta justamente o nível de alavancagem da companhia como um ponto de preocupação após um resultado "fraco". Os analistas afirmam, ainda, que Natura Brasil e Aesop tiveram resultados mais positivos, mas que foram ofuscados pelos demais problemas da companhia.

O BTG Pactual tem recomendação neutra para as ações, com preço-alvo de R$ 18 — potencial de alta de 21,5% se considerado o fechamento anterior.

"A tese de turnaround difícil nos deixa mais conservadores […] vemos dois desafios principais: a alta alavancagem em meio a taxas de juros altas e problemas na reformulação das operações da Avon e The Body Shop", escreveram os analistas do banco, que também reconhecem o esforço da companhia no processo de reestruturação do negócio.

Com vendas em baixa, a receita líquida consolidada da Natura somou R$ 10,4 bilhões, uma queda de 10,8% na comparação com o quarto trimestre de 2021.

Já as vendas da Natura no Brasil foram relativamente bem (+18% a.a.), com destaque também para os lucros da The Body Shop e a boa rentabilidade da Aesop entre os poucos pontos positivos.

Por outro lado, as vendas da Natura na América Latina deixaram a desejar, aponta o Itaú BBA em relatório, elencando esse como o ponto baixo do balanço.

E por falar na Aesop

Mais uma vez, a Aesop, marca de luxo da companhia, trouxe mais incertezas do que esclarecimentos aos investidores. O mercado todo já sabe que a Natura executa uma tarefa difícil de arrumar a casa e tornar sua operação como um todo mais eficiente.

E um ponto tido como essencial nessa empreitada é a venda da Aesop. O grande problema é que, além do resultado fraco, aparentemente não houve avanço nas negociações. Mais uma vez, a Natura fica na eterna promessa de venda da divisão e melhor integração com sua outra marca, a Avon.

“Nenhum anúncio quanto à venda da Aesop foi realizado, com a companhia dizendo que continua a analisar alternativas estratégicas para o ativo, o que acreditamos que possa desapontar o mercado”, escreveram os analistas da XP Investimentos.

A leitura é de que a partir de agora, a Natura ficará ainda mais pressionada a vender pelo menos uma parte da Aesop, o que ajuda a entender a baixa das ações na bolsa.

Na avaliação dos analistas do Santander, a venda de 100% da marca de luxo pode ser uma solução para o problema de alavancagem da Natura.

Compartilhe

SINAL VERDE

Acionistas da Zamp (ZAMP3) aprovam aumento de capital milionário; veja quanto a dona do Burger King quer levantar com a operação

26 de julho de 2024 - 17:59

Cada nova ação será emitida por R$ 3,42, cifra cerca de 2,3% inferior ao fechamento dos papéis hoje

POPULARIDADE EM QUEDA

Quem destronou o iPhone? Apple enfraquece ainda mais no mercado chinês e sai do top 5 de vendas de smartphones

26 de julho de 2024 - 15:35

A maçã teria sido prejudicada pela crescente popularidade de marcas locais

COMPRAR OU VENDER

Vale (VALE3): o que fazer com as ações após os dividendos bilionários e o balanço do segundo trimestre?

26 de julho de 2024 - 14:10

A maioria dos analistas considera que o desempenho financeiro da mineradora no segundo trimestre veio em linha com o esperado; as ações sobem mais de 1% na B3 nesta sexta-feira (26)

COM PROBLEMAS

Justiça aceita pedido de recuperação judicial da Coteminas (CTNM4), empresa ‘abandonada’ pela Shein

26 de julho de 2024 - 12:14

Após meses do anúncio do acordo entre Coteminas e Shein, os avanços foram mínimos e não se refletiram em uma melhora dos negócios de nenhuma das empresas

MAIOR OTIMISMO

Ação da JBS (JBSS3) sobe forte e lidera ganhos do Ibovespa hoje — e aqui estão os motivos para se tornar sócio da dona da Seara agora

26 de julho de 2024 - 11:51

JP Morgan fixou preço-alvo de R$ 37 para dezembro de 2025, implicando em um potencial de alta de 19% em relação ao último fechamento

MATARIPE EM FOCO

Petrobras (PETR4) avança em potencial oferta de recompra da refinaria do Mubadala — mas há obstáculos no caminho

26 de julho de 2024 - 10:15

Fontes citadas pela Reuters afirmam que a petroleira concluiu o processo de due diligence para uma oferta pela Refinaria Landulpho Alves

'SEARCHGPT'

É o fim do Google? Dona do ChatGPT anuncia nova ferramenta para competir com a gigante de buscas

25 de julho de 2024 - 20:00

O SearchGPT é integrado com a inteligência artificial de modelos GPT-4 e estará disponível em fase de testes para apenas 10 mil usuários

Errata

CORREÇÃO: Movida Locação de Veículos efetua integralização de capital, sem efeito na Movida Participações (MOVI3)

25 de julho de 2024 - 19:52

A Movida Locação de Veículos, subsidiária da Movida Participações (holding e empresa listada na B3 sob o código MOVI3) publicou nesta quinta-feira (25) na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) ata de Assembleia Geral Extraordinária (AGE) que trata de uma integralização de capital sem efeito na holding listada em bolsa. Anteriormente, o Seu Dinheiro havia informado, […]

BALANÇO

Vale (VALE3) anuncia quase R$ 9 bilhões em dividendos após lucro triplicar no 2T24; confira os números da mineradora

25 de julho de 2024 - 19:31

O resultado é reflexo do aumento das vendas de minério de ferro (+7% em base anual e +25% na comparação trimestral), impulsionadas por uma produção recorde para um segundo trimestre desde 2018

SINAL VERDE

Americanas (AMER3): Conselho aprova aumento de capital de R$ 24 bilhões; Lemann e sócios viram donos de quase metade da varejista

25 de julho de 2024 - 18:23

A operação, que faz parte do processo de recuperação judicial da varejista, vai emitir 18 bilhões de ações ao preço de R$ 1,30

Fechar
Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Continuar e fechar