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Flavia Alemi
Flavia Alemi
Jornalista formada pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e com MBA em Informações Econômico-Financeiras e Mercado de Capitais pela FIA. Trabalhou na Agência Estado/Broadcast e na S&P Global Platts.
Mercado verde

Membros da ‘Faria Lima ESG’ fazem parceria para financiar soluções que combatam mudanças climáticas

Movimento Clima 2030 quer deslocar capital dos ‘ofensores do clima’ para soluções sustentáveis

Flavia Alemi
Flavia Alemi
20 de abril de 2023
10:10
Imagem mostrando pilhas de moedas sobre o solo, com pequenas mudas brotando do topo. Uma ilustração para temas ESG e ligados à sustentabilidade
Imagem: Shutterstock

Dois membros do mercado financeiro brasileiro que se destacam por buscar investimentos ESG decidiram se juntar para financiar soluções que ajudem a combater as mudanças climáticas. 

A FAMA Investimentos, de Fábio Alperowitch, e o Grupo Gaia, de João Paulo Pacífico, lançaram nesta quinta-feira (20) o Movimento Clima 2030 com a meta de conectar investidores a projetos de impacto que o mercado financeiro tradicional tem dificuldade em alcançar.

Pacífico, inclusive, tem experiência nesta área, já que a Gaia foi responsável por estruturar certificados de recebíveis do agronegócio (CRAs) para o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) em 2021.

De acordo com Alperowitch, a parceria com a Gaia surgiu da necessidade de pensar em iniciativas em diferentes vertentes que unam a expertise das duas empresas.

“A Gaia está no mercado de crédito na parte de originação, eu estou no mercado de ações e na parte de gestão. Existe complementaridade”, disse o cofundador da FAMA.

O objetivo do Movimento Clima 2030 é criar uma mobilização que desloque progressivamente o capital dos chamados “ofensores do clima” para soluções que promovam a sustentabilidade, como agricultura regenerativa e economia circular.

Por enquanto, nenhum produto ou fundo foi lançado, mas os gestores estão trabalhando intensamente nesse sentido.

Mudanças na FAMA

A parceria com a Gaia marca uma mudança dentro da FAMA, que completa 30 anos de vida em 2023. Na semana passada, Alperowitch escreveu uma carta informando que a gestora passaria a ser uma plataforma de “investimentos responsáveis”.

Em entrevista ao Seu Dinheiro, o gestor disse que o aniversário da empresa estimulou uma provocação intelectual.

“A gente transita tão bem no mundo do terceiro setor, de empresas responsáveis, mas nosso escopo de atuação é tão limitante, com poucas empresas listadas”, disse Alperowitch.

O único fundo da casa, o FAMA FIC FIA, opera alocado em empresas conhecidas por boas práticas no âmbito ESG. As principais posições do produto são Localiza (RENT3), com 9,72% do patrimônio líquido do fundo, e Lojas Renner (LREN3), com 9,44%. 

O resultado, no entanto, não está vindo. O fundo acumula queda de 27,53% em 12 meses e de 44,63% em 24 meses.

Novas iniciativas ESG

A intenção de Alperowitch agora é criar uma iniciativa para atuar em parceria com as empresas “sujas” e suas cadeias de fornecimento, de modo a torná-las mais ESG.

“Queremos pegar o que existe de solução científica e traduzir em argumento financeiro para provar para as empresas que é bom que ela faça mudanças”, afirmou o gestor da FAMA.

Um exemplo que ele dá é o da cadeia de alimentos, na qual uma rede de supermercados pode ter uma política de compras que leve em consideração, por exemplo, se o fornecedor é responsável por desmatar o meio ambiente. Mas as oportunidades se estendem também a setores como siderurgia, óleo e gás, termelétricas, etc.

Novo governo é “alinhamento dos astros”

Questionado sobre se a troca do governo de Jair Bolsonaro para o de Luiz Inácio Lula da Silva criava um ambiente mais favorável para projetos ESG, Alperowitch disse que tudo tem mais a ver com os 30 anos da gestora. 

“Mas às vezes os astros se alinham (risos)”, disse.

Alperowitch sempre fez críticas às políticas ambientais e sociais do governo passado, além de reprovar a condução da pandemia. 

Agora sob Lula, Alperowitch considera que a agenda do clima tomou um espaço transversal entre os vários ministérios, indo do Meio Ambiente até o da Indústria e Comércio, o que ele vê como um enorme avanço. 

Mais do que isso, as pastas são encabeçadas por “pessoas extremamente qualificadas”, afirmou o gestor, citando nominalmente as ministras Marina Silva (Meio Ambiente), Sônia Guajajara (Povos Indígenas) e Anielle Franco (Igualdade Racial), além do ministro Silvio Almeida (Direitos Humanos).

Mas seus colegas da Faria Lima não passam muito tempo olhando por esse prisma.

“Os investidores pessoa física e institucionais formam suas percepções sobre o que eles temem. É de se esperar que essa comunidade esteja pessimista. As expectativas ainda estão muito ancoradas para o lado negativo sobre o crescimento do PIB, da renda…”, aponta.

Assim, ele avalia que qualquer encaminhamento da gestão do país que não for um caos total já é boa notícia para o mercado.

Tropeços na comunicação

A avaliação de Alperowitch sobre o governo como um todo até o momento é de que não dá para esperar muita coisa em tão pouco tempo. Ele frisa o caos desde o começo do ano, que se iniciou com a invasão das sedes dos Três Poderes, com o massacre Yanomami, a crise na Americanas e o desastre no litoral norte de São Paulo. 

“Independentemente se goste ou não goste do governo, é preciso reconhecer que houve dificuldade de gestão de impacto que não estava previsto”, disse.

Ele destaca, ainda, que o governo deveria cuidar melhor da comunicação, uma vez que com as redes sociais e a polarização política, os adversários ficam esperando ou criando uma casca de banana.

“E o governo às vezes cai, de uma forma quase infantil. Isso acaba acirrando bastante os ânimos”.

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