Lucro da Taesa (TAEE11) supera expectativas no 1T23, mas cadê os dividendos? Entenda por que eles podem estar com os dias contados
Durante teleconferência com analistas, o CFO da Taesa (TAEE11) confirmou que reduzir o pagamento de dividendos está no radar

A Transmissora Aliança de Energia Elétrica SA (Taesa/TAEE11) se tornou uma das empresas preferidas dos investidores na bolsa graças ao pagamento de dividendos gordos, daqueles que fazem os olhos brilharem. Mas, conforme já era sinalizado por alguns analistas, esse período de bonança pode ter acabado — ou estar bem perto do fim.
Isso porque, além dos resultados trimestrais divulgados na noite de quarta-feira (3), a empresa informou que pagará as "sobras" de dividendos correspondentes a 2022, num total de R$ 26 milhões.
O valor dos proventos será de R$ 0,07 por ação, que serão pagos até o dia 31 de dezembro deste ano para quem tivesse comprado papéis da Taesa até ontem. Mas não houve nenhuma palavra sobre os dividendos de 2023.
Esse anúncio fez muitos investidores se questionarem se a fonte de dividendos gordos secou e não faltaram perguntas sobre o assunto durante a teleconferência com analistas realizada na manhã desta quinta-feira (5).
- Ainda tem dúvidas sobre como fazer a declaração do Imposto de Renda 2023? O Seu Dinheiro preparou um guia completo e exclusivo com o passo a passo para que você “se livre” logo dessa obrigação – e sem passar estresse. [BAIXE GRATUITAMENTE AQUI]
Só para dar um exemplo e dimensionar as razões que deixaram muita gente de cabelo em pé: entre abril do ano passado e abril deste ano, a Taesa pagou 17,8% em dividendos, algo como um pouco mais de R$ 6 por ação.
Segundo Leonardo Bonorino, CFO da Taesa — que, aliás, está de saída do cargo assumido interinamente — o pagamento de dividendos tão fartos pode estar de fato com os dias contados caso a empresa julgue necessário para a redução do endividamento.
Leia Também
Hoje, o nível de alavancagem da Taesa é razoável, mas é preciso consirar que ele pode aumentar ainda mais diante dos planos ambiciosos da companhia para os próximos leilões de transmissão previstos para esse ano.
A empresa encerrou o trimestre com uma alavancagem de 3,9 vezes a relação dívida líquida/Ebitda.
"Não é um absurdo para uma empresa com resultados tão previsíveis como no segmento de transmissão, mas pode acabar dificultando a participação da companhia nos novos leilões", escreve Ruy Hungria, analista da Empiricus Research.
O CFO da empresa não foi muito específico ao esclarecer tais pontos durante o bate-papo com analistas mais cedo.
"Sempre discutimos qual a melhor maneira de gerar valor para o acionista e a redução de dividendos é um caminho, mas também temos outras alternativas", afirmou.
Bonorino ressaltou que algumas opções além dessa são avaliadas com frequência pela Taesa em busca de um nível de alavancagem saudável, seja com uma oferta subsequente de ações ou dívida, mas sem confirmar nada.
No início deste mês, o Brazil Journal informou que a companhia busca levantar entre R$ 1,5 bilhão e R$ 2 bilhões numa oferta de ações, já que precisa levantar dinheiro para participar dos leilões previstos para este ano e o próximo. Calcula-se que serão necessários R$ 50 bilhões para investimentos.
O próximo leilão já está agendado para julho deste ano, ou seja, quem quiser participar precisa ter dinheiro na mão dentro de praticamente dois meses.
O balanço da Taesa (TAEE11)
Em seu balanço do primeiro trimestre deste ano, a Taesa (TAEE11) apresentou um lucro líquido regulatório de R$ 215 milhões, 47,3% a mais do que o dado observado um ano antes.
O resultado ficou acima do esperado pelo consenso da Bloomberg, que indicava um lucro de R$ 184 milhões.
De acordo com a Taesa, isso é reflexo do reajuste inflacionário do ciclo da receita anual permitida (RAP) e também do início de novas operações.
O lucro líquido IFRS, usado como base para o pagamento de dividendos, foi de R$ 386,8 milhões, queda de 30,9% ante os três primeiros meses de 2022.
Já a receita regulatória da companhia foi de R$ 598 milhões, uma alta de 13,7%. O Ebitda, que mede o resultado operacional, teve crescimento de 14,8% e chegou aos R$ 521,9 milhões.
VEJA TAMBÉM - Adeus, Serasa: “se eu deixar de pagar minhas dívidas por 5 anos, elas simplesmente somem e meu nome volta a ficar limpo?”
Descubra a resposta para este e outros problemas envolvendo dinheiro no novo episódio de A Dinheirista, que resolve suas aflições financeiras com bom humor:
Na avaliação do analista Ruy Hungria, da Empiricus Research, ainda que a Taesa tenha sido capaz de entregar crescimento em receita, lucro e Ebitda, os papéis "já estão bem precificadas e guardam potencial muito limitado". Assim, ele acredita que as concorrentes possam ser mais atraentes.
O analista ainda elogia o bom controle de custos e despesas feitos entre os meses de janeiro e março, já que eles cresceram em ritmo menor que a receita e, assim, garantira ganhos de margem operacional.
Para a XP, o lucro líquido veio abaixo das estimativas, principalmente por conta das maiores despesas financeiras com novas emissões de dívida e da situação macroeconômica do Brasil.
A XP mantém sua recomendação neutra para o ativo, com preço-alvo de R$37 — potencial de alta de 2,7% se considerado o fechamento anterio.
Também em relatório, o Credit Suisse aponta que os resultados vieram razoáveis e levemente acima do esperado pelo banco, principalmente por conta do melhor desempenho dos custos gerenciáveis.
Já o Itaú BBA aponta que não viu "nada de novo" no balanço trimestral e ressalta que a alavancagem da empresa segue pressionada. Para a equipe, a Taesa tende a demorar para se desalavancar, tendo em vista que precisará fazer grandes investimentos nos próximos meses.
Nos cálculos dos analistas, a relação dívida líquida/Ebitda deve permanecer acima de 4 vezes nos próximos anos.
O Itaú BBA tem recomendação de venda para o ativo, com preço-alvo para o fim de 2023 de R$ 35,95 — potencial de alta de apenas 0,16%.
A reação dos papéis
Após a divulgação dos resultados e da frustração dos investidores com a distribuição dos dividendos da Taesa, o papel recuava 1,43%, cotado a R$ 35,50 por volta das 13h49.

De acordo com dados compilados pela plataforma TradeMap, das 13 recomendações para o ativo, duas são de compra, oito são de manutenção e três são de venda.
CPFL (CPFE3), Taesa (TAEE11), Embraer (EMBR3) e SLC Agrícola (SLCE3) vão distribuir quase R$ 4 bilhões em dividendos
A maior fatia é da CPFL, que pagará R$ 3,2 bilhões em proventos adicionais ainda sem data definida para pingar na conta dos acionistas
Petrobras (PETR4): produção de petróleo fica estável em trimestre marcado pela queda de preços
A produção de petróleo da estatal foi de 2,214 milhões de barris por dia (bpd) entre janeiro e março, 0,1% menor do que no mesmo período do ano anterior, mas 5,5% maior na comparação trimestral
Azul (AZUL4) volta a tombar na bolsa; afinal, o que está acontecendo com a companhia aérea?
Empresa enfrenta situação crítica desde a pandemia, e resultado do follow-on, anunciado na semana passada, veio bem abaixo do esperado pelo mercado
Prio (PRIO3): banco reitera recomendação de compra e eleva preço-alvo; ações chegam a subir 6% na bolsa
Citi atualizou preço-alvo com base nos resultados projetados para o primeiro trimestre; BTG também vê ação com bons olhos
Santander (SANB11), Weg (WEGE3), Kepler Weber (KEPL3) e mais 6 empresas divulgam resultados do 1T25 nesta semana – veja o que esperar, segundo o BTG Pactual
De olho na temporada de balanços do 1º trimestre, o BTG Pactual preparou um guia com suas expectativas para mais de 125 empresas listadas na bolsa; confira
Tupy (TUPY3): Com 95% dos votos a distância, minoritários devem emplacar Mauro Cunha no conselho
Acionistas se movimentam para indicar Cunha ao conselho da Tupy após polêmica troca do CEO da metalúrgica
Quando o plano é não ter plano: Ibovespa parte dos 135 mil pontos pela primeira vez em 2025 em dia de novos dados sobre mercado de trabalho dos EUA
Investidores também se preparam para o relatório de produção e vendas da Petrobras e monitoram entrevista coletiva de Galípolo
Weg (WEGE3), Azul (AZUL4) e Embraer (EMBR3): quem “bombou” e quem “moscou” no primeiro trimestre do ano? BTG responde
Com base em dados das prévias operacionais, analistas indicam o que esperam dos setores de transporte e bens de capital
Planos pré-feriado: Ibovespa se prepara para semana mais curta, mas cheia de indicadores e balanços
Dados sobre o mercado de trabalho no Brasil e nos EUA, balanços e 100 dias de Trump são os destaques da semana
Agenda econômica: Balanços, PIB, inflação e emprego estão no radar em semana cheia no Brasil e no exterior
Semana traz IGP-M, payroll, PIB norte-americano e Zona do Euro, além dos últimos balanços antes das decisões de juros no Brasil e nos Estados Unidos de maio
Nova temporada de balanços vem aí; saiba o que esperar do resultado dos bancos
Quem abre as divulgações é o Santander Brasil (SANB11), nesta quarta-feira (30); analistas esperam desaceleração nos resultados ante o quarto trimestre de 2024, com impactos de um trimestre sazonalmente mais fraco e de uma nova regulamentação contábil do Banco Central
Agenda intensa: semana tem balanços de gigantes, indicadores quentes e feriado
Agenda da semana tem Gerdau, Santander e outras gigantes abrindo temporada de balanços e dados do IGP-M no Brasil e do PIB nos EUA
Smart Fit (SMFT3) entra na dieta dos investidores institucionais e é a ação preferida do varejo, diz a XP
Lojas Renner e C&A também tiveram destaque entre as escolhas, com vestuário de baixa e média renda registrando algum otimismo em relação ao primeiro trimestre
OPA do Carrefour (CRFB3): de ‘virada’, acionistas aprovam saída da empresa da bolsa brasileira
Parecia que ia dar ruim para o Carrefour (CRFB3), mas o jogo virou. Os acionistas presentes na assembleia desta sexta-feira (25) aprovaram a conversão da empresa brasileira em subsidiária integral da matriz francesa, com a consequente saída da B3
Vale (VALE3) sem dividendos extraordinários e de olho na China: o que pode acontecer com a mineradora agora; ações caem 2%
Executivos da companhia, incluindo o CEO Gustavo Pimenta, explicam o resultado financeiro do primeiro trimestre e alertam sobre os riscos da guerra comercial entre China e EUA nos negócios da empresa
JBS (JBSS3) avança rumo à dupla listagem, na B3 e em NY; isso é bom para as ações? Saiba o que significa para a empresa e os acionistas
Próximo passo é votação da dupla listagem em assembleia marcada para 23 de maio; segundo especialistas, dividendos podem ser afetados
Deixa a bolsa me levar: Ibovespa volta a flertar com máxima histórica em dia de IPCA-15 e repercussão de balanço da Vale
Apesar das incertezas da guerra comercial de Donald Trump, Ibovespa está a cerca de 2% de seu recorde nominal
Hypera (HYPE3): quando a incerteza joga a favor e rende um lucro de mais de 200% — e esse não é o único caso
A parte boa de trabalhar com opções é que não precisamos esperar maior clareza dos resultados para investir. Na verdade, quanto mais incerteza melhor, porque é justamente nesses casos em que podemos ter surpresas agradáveis.
Vale (VALE3) volta ao azul no primeiro trimestre de 2025, mas tem lucro 17% menor na comparação anual; confira os números da mineradora
A mineradora explica que os maiores volumes de vendas e custos menores, combinados com o melhor desempenho da Vale Base Metals, compensaram parcialmente o impacto dos preços mais baixos de minério e níquel
Dona do Google vai pagar mais dividendos e recomprar US$ 70 bilhões em ações após superar projeção de receita e lucro no trimestre
A reação dos investidores aos números da Alphabet foi imediata: as ações chegaram a subir mais de 4% no after market em Nova York nesta quinta-feira (24)