Destaque de alta na B3 no ano, Moura Dubeux (MDNE3) ignora Minha Casa Minha Vida e foca em mercado com fome bilionária de lançamentos
Dados levantados pela empresa apontaram um segmento de maior potencial para o mercado residencial quando considerada a capacidade financeira dos consumidores
Os estímulos e melhorias no Minha Casa Minha Vida animaram as construtoras de baixa renda e levaram até mesmo empresas focadas em outros segmentos a voltarem a planejar lançamentos para o programa habitacional.
Mas, na contramão desse movimento, a Moura Dubeux (MDNE3), maior incorporadora do Nordeste, seguirá fora do segmento. O que não impediu as ações da companhia de praticamente dobrarem de valor neste ano na B3.
Os analistas acreditam que devem vir mais altas por aí. A XP iniciou na semana passada a cobertura dos papéis MDNE3 com recomendação de compra e prevê uma alta de mais de 50% em 2024, com preço-alvo de R$ 16,50.
E a corretora não é a única que aposta em um novo rali para os papéis. O Santander também elevou o preço-alvo para a mesma cifra, enquanto o Itaú BBA subiu a projeção para R$ 16 por papel — o potencial de upside é de 47%.
A Moura Dubeux até tem planos de concentrar os esforços de novos negócios além da alta renda — seu nicho tradicional de atuação. Mas o foco será em um público que hoje não é atendido por políticas governamentais e também conta com uma enorme demanda por imóveis: a classe média.
“Não que no Nordeste não haja um grande número de famílias desejando um imóvel Minha Casa Minha Vida, mas sim porque elas não têm o recurso necessário para adquiri-lo. Já a classe média, posto condições de capacidade de absorção, é o maior segmento endereçável”, afirma Diogo Villar, CEO da Moura Dubeux, em entrevista ao Seu Dinheiro.
Leia Também
Dados levantados pela empresa em seus mercados — que incluem sete dos nove estados do Nordeste — mostram que o segmento é o de maior potencial para o mercado residencial quando considerada a capacidade financeira dos consumidores.
Qual é o ‘Mood’ da classe média?
Acostumada a lançar produtos para públicos de maior renda, a Moura Dubeux precisou adaptar seus sistemas construtivos para atender a esse mercado, que, segundo Villar, ficou desassistido nos últimos anos. E até criou uma marca própria para a nova frente: a Mood.
Uma das causas para o escanteamento do segmento foi a elevação dos custos de construção, especialmente durante a pandemia de covid-19. A alta dos preços inviabilizou projetos na maioria das grandes incorporadoras brasileiras.
“O próprio poder aquisitivo da classe média também foi afetado por esse momento inflacionário: o preço do metro quadrado subiu e a renda não acompanhou. Tivemos ainda um agravante que foi a alta da taxa de juros, o que exige maior comprometimento de renda”, aponta o CEO.
Considerando esse cenário — e para oferecer um imóvel que caiba no bolso da classe — Villar afirma que foi necessário uma inversão na lógica de projetos antes de arriscar um lançamento.
Em vez de começar o desenvolvimento do produto pela solução de engenharia, a Moura Dubeux buscou estudar por meio de pesquisas quais são os atributos que o cliente reconhece como um diferencial e por quais ele pode pagar.
Um mercado de R$ 1,5 bilhão para a Moura Dubeux
Com os resultados do levantamento em mãos, a incorporadora lançou um empreendimento ainda sob a bandeira da Moura Dubeux e em uma região já consolidada para sentir o mercado. O projeto foi um sucesso de vendas e levou a um segundo teste de mercado igualmente bem-sucedido.
Finalizados os testes, a companhia decidiu escalar regionalmente os empreendimentos por meio da Mood. Para Villar, a iniciativa abre uma avenida de crescimento para produtos de classe média e classe média baixa, considerando famílias que ganham de R$ 12 mil a R$ 16 mil mensais.
“Essa é a renda de quem quer um imóvel novo com os atributos de qualidade e que ele realmente reconhece como algo de valor. Esse público não se vê dentro de um produto MCMV e precisava ser atendido, então a Mood nasceu dessa premissa.”
O CEO indica que, ainda com base nas pesquisas, hoje existem 100 mil famílias no Nordeste que se enquadram na faixa de renda alvo. Retirando da conta quem já tem casa ou está com a renda comprometida e não comprará imóveis nos próximos 24 meses, a empresa estima que esse mercado comporta de R$ 1 bilhão a R$ 1,5 bilhão anual em lançamentos.
A DINHEIRISTA - Ajudei minha namorada a abrir um negócio e ela me deixou! Quero a grana de volta, o que fazer?
Alavancagem e dividendos da Moura Dubeux
A nova empreitada exige investimentos, assim como as outras marcas dentro da Moura Dubeux que seguirão lançando projetos — como a operação e a Beach Class, voltada para o mercado de segunda residência.
Nesse sentido, a empresa deve ir novamente na contramão do setor, que foi inundado por uma série de ofertas de ações nos últimos três meses.
“Sempre estamos de olho no mercado e somos abordados com as possibilidades de levantar recursos, mas o que percebemos hoje é que a nossa estrutura de capital é adequada para os planos”, destaca Villar.
O CEO afirma ainda que, considerando o cenário de taxa de juros e riscos, a Moura Dubeux não pretende elevar muito os níveis de endividamento e quer manter a alavancagem entre 10% a 20% do patrimônio líquido mesmo em meio à expansão.
Se a dívida mantiver-se controlada, outro evento importante no horizonte da empresa é iniciar o pagamento de dividendos aos acionistas nos próximos dois anos. Para isso, também é preciso que a empresa zere o prejuízo que acumulava até a abertura de capital, três anos atrás.
“Se todos os planos que desenhamos permanecerem encaminhados, essa virada se dará entre setembro e outubro do ano que vem. Isso abrirá espaço para o ciclo de pagamento de dividendos no início de 2025.”
A guerra entre Nubank e Febraban esquenta. Com juros e impostos no centro da briga, quais os argumentos de cada um?
Juros, inadimplência, tributação e independência regulatória dividem fintechs e grandes instituições financeiras. Veja o que dizem
Depois de escândalo com Banco Master, Moody’s retira ratings do BRB por risco de crédito
O rebaixamento dos ratings do BRB reflete preocupações significativas com seus processos e controles internos, atualmente sob investigação devido a operações suspeitas envolvendo a aquisição de carteiras de crédito, diz a agência
Cyrela (CYRE3) e SLC (SLCE3) pagam R$ 1,3 bilhão em dividendos; Eztec (EZTC3) aumentará capital em R$ 1,4 bilhão com bonificação em ações
A maior fatia da distribuição de proventos foi anunciada pela Cyrela, já o aumento de capital da Eztec com bonificação em ações terá custo de R$ 23,53 por papel e fará jus a dividendos
Gol (GOLL54) é notificada pelo Idec por prática de greenwashing a viajantes; indenização é de R$ 5 milhões
No programa “Meu Voo Compensa”, os próprios viajantes pagavam a taxa de compensação das emissões. Gol também dizia ter rotas neutras em carbono
Se todo mundo acha que é uma bolha, não é: veja motivos pelos quais o BTG acredita que a escalada da IA é real
Banco aponta fundamentos sólidos e ganhos de produtividade para justificar alta das empresas de tecnologia, afastando o risco de uma nova bolha
Produção de cerveja no Brasil cai, principalmente para Ambev (ABEV3) e Heineken (HEIA34); preço das bebidas subiu demais, diz BTG
A Ambev aumentou os preços de suas marcas no segundo trimestre do ano, seguida pela Heineken, em julho — justamente quando as vendas começaram a encolher
Vale (VALE3) desafia a ordem de pagar R$ 730 milhões à União; mercado gosta e ações sobem mais de 1%
Em comunicado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a mineradora alega que a referida decisão foi proferida em primeira instância, “portanto, seu teor será objeto de recursos cabíveis”
De seguro pet a novas regiões: as apostas da Bradesco Seguros para destravar o próximo ciclo de crescimento num mercado que engatinha
Executivos da seguradora revelaram as metas para 2026 e descartam possibilidade de IPO
Itaú com problema? Usuários relatam falhas no app e faturas pagas aparecendo como atrasadas
Usuários dizem que o app do Itaú está mostrando faturas pagas como atrasadas; banco admite instabilidade e tenta normalizar o sistema
Limpando o nome: Bombril (BOBR4) tem plano de recuperação judicial aprovado pela Justiça de SP
Além da famosa lã de aço, ela também é dona das marcas Mon Bijou, Limpol, Sapólio, Pinho Bril, Kalipto e outras
Vale (VALE3) fecha acima de R$ 70 pela primeira vez em mais de 2 anos e ganha R$ 10 bilhões a mais em valor de mercado
Os papéis VALE3 subiram 3,23% nesta quarta-feira (3), cotados a R$ 70,69. No ano, os ativos acumulam ganho de 38,64% — saiba o que fazer com eles agora
O que faz a empresa que tornou brasileira em bilionária mais jovem do mundo
A ascensão de Luana Lopes Lara revela como a Kalshi criou um novo modelo de mercado e impulsionou a brasileira ao posto de bilionária mais jovem do mundo
Área técnica da CVM acusa Ambipar (AMBP3) de violar regras de recompra e pede revisão de voto polêmico de diretor
O termo de acusação foi assinado pelos técnicos cerca de uma semana depois da polêmica decisão do atual presidente interino da autarquia que dispensou o controlador de fazer uma OPA pela totalidade da companhia
Nubank (ROXO34) agora busca licença bancária para não mudar de nome, depois de regra do Banco Central
Fintech busca licença bancária para manter o nome após norma que restringe uso do termo “banco” por instituições sem autorização
Vapza, Wittel: as companhias que podem abrir capital na BEE4, a bolsa das PMEs, em 2026
A BEE4, que se denomina “a bolsa das PMEs”, tem um pipeline de, pelo menos, 10 empresas que irão abrir capital em 2026
Ambipar (AMBP3) perde avaliação de crédito da S&P após calote e pedidos de proteção judicial
A medida foi tomada após a empresa dar calote e pedir proteção contra credores no Brasil e nos Estados Unidos, alegando que foram descobertas “irregularidades” em operações financeiras
A fortuna de Silvio Santos: perícia revela um patrimônio muito maior do que se imaginava
Inventário do apresentador expõe o tamanho real do império construído ao longo de seis décadas
UBS BB rebaixa Raízen (RAIZ4) para venda e São Martinho (SMTO3) para neutro — o que está acontecendo no setor de commodities?
O cenário para açúcar e etanol na safra de 2026/27 é bastante apertado, o que levou o banco a rever as recomendações e preços-alvos de cobertura
Vale (VALE3): as principais projeções da mineradora para os próximos anos — e o que fazer com a ação agora
A companhia deve investir entre US$ 5,4 bilhões e US$ 5,7 bilhões em 2026 e cerca de US$ 6 bilhões em 2027. Até o fim deste ano, os aportes devem chegar a US$ 5,5 bilhões; confira os detalhes.
Mesmo em crise e com um rombo bilionário, Correios mantêm campanha de Natal com cartinhas para o Papai Noel
Enquanto a estatal discute um empréstimo de R$ 20 bilhões que pode não resolver seus problemas estruturais, o Papai Noel dos Correios resiste
