BTG Pactual consegue liminar para bloquear R$ 1,2 bilhão da Americanas
A decisão é a primeira vitória do BTG contra a Americanas desde a revelação do rombo contábil de R$ 20 bilhões, na semana passada
A Justiça do Rio de Janeiro atendeu a um pedido do BTG Pactual (BPAC11) e determinou o bloqueio de aproximadamente R$ 1,2 bilhão em recursos da Americanas (AMER3). A decisão, de caráter liminar, é a primeira vitória do BTG contra a varejista desde a revelação do rombo contábil de R$ 20 bilhões na semana passada.
Ela atende a um mandado de segurança que o BTG protocolou ontem (17) no qual pede a suspensão da tutela cautelar preparatória de recuperação judicial obtida pela Americanas na sexta-feira (13).
Na decisão, à qual o Seu Dinheiro teve acesso, o desembargador Flávio Marcelo de Azevedo Horta Fernandes escreve sobre a necessidade de se investigar a medida para que ela não seja utilizada como "meio de fraude a credores".
"Há, portanto, além do cuidado inerente à espécie, necessidade de se realizar prévio diagnóstico da empresa, a fim de aferir a real situação econômico-financeira e jurídica antes de optar por alguma ferramenta de resguardo e soerguimento, sobretudo medidas que podem tornar-se irreversíveis", escreveu o desembargador.
Vale destacar que o mérito do mandado de segurança pedido pelo banco ainda não foi analisado.
Leia mais:
- Americanas (AMER3) avalia ‘diversas oportunidades’ para venda de ativos; quais empresas podem ser usadas para tapar o rombo bilionário?
- Americanas: quem é Camille Faria, a mulher que ajudou a Oi (OIBR3) a sair da recuperação judicial e agora assume as finanças da AMER3
No mandado de segurança, o BTG alega que a tutela cautelar concedida à Americanas na semana passada confunde-se com a aprovação de um pedido de recuperação judicial, algo que ainda não foi feito.
Leia Também
ChatGPT vs. Gemini vs. Llama: qual IA vale mais a pena no seu dia a dia?
A tutela suspende as obrigações financeiras da varejista por 30 dias. Encerrado esse prazo, a empresa pode decidir prorrogar as suspensões por mais 180 dias ou então formalizar o pedido de recuperação judicial.
"Caso não seja conferido efeito suspensivo ao agravo interno, é certo que o impetrante perderá mais de R$ 1,2 bilhão, vez que o valor será evaporado por meio da gestão fraudulenta do Grupo Americanas ou, na melhor das hipóteses, será incorporado a um longo processo de recuperação judicial", afirmaram os advogados do BTG no mandado de segurança.
O escritório que atende a Americanas, por sua vez, disse que o mandado é uma tentativa "acintosa e descabida" de modificar a tutela cautelar obtida pela empresa, que "impediu um ataque açodado de ávidos credores nos ativos do Grupo Americanas".
A defesa da Americanas também acusa o BTG de tirar proveito da situação de "fragilidade momentânea" da empresa.
Goldman Sachs também entrou com recurso
Além do BTG Pactual, o Goldman Sachs também entrou com recurso contra a tutela cautelar da Americanas nesta quarta-feira (18).
No pedido, ao qual o Seu Dinheiro também teve acesso, o banco solicita uma modificação na decisão da tutela para que ele consiga exercer o vencimento antecipado e a liquidação de todos os valores dos contratos de derivativos que ele tem com a Americanas.
Está estabelecido nos termos dos contratos de derivativos que o rebaixamento das notas de crédito (rating) da Americanas desencadearia seus vencimentos de maneira antecipada.
De acordo com o Goldman Sachs, o vencimento dos contratos não afetará o fluxo de caixa da Americanas, mas a manutenção das operações pode afetar o valor total do crédito do banco que entrará no futuro processo de recuperação da varejista.
Bradesco se junta aos processos
O Bradesco também entrou com processo contra a Americanas, segundo apuração do Broadcast, serviço de tempo real da Agência Estado.
Na petição, o Bradesco acusa a Americanas vem pedindo centenas de milhões depositados e pede que a varejista só possa sacar recursos com autorização da Justiça.
Relembre o caso
A revelação do rombo contábil da Americanas (AMER3) aconteceu há apenas uma semana e, a cada dia que passa, a história ganha um novo desdobramento.
Começando do início, na quarta-feira da semana passada (11), depois do fechamento do mercado, a Americanas publicou um fato relevante na CVM informando sobre uma "inconsistência contábil" da ordem de R$ 20 bilhões.
O documento informava, ainda, que os recém-empossados CEO, Sergio Rial, e o diretor financeiro, André Covre, haviam renunciado aos cargos com apenas 10 dias de casa.
Na manhã seguinte, em uma teleconferência restrita promovida pelo banco BTG Pactual, Rial detalhou os problemas encontrados nas operações de risco sacado.
O risco sacado é uma modalidade de crédito feita entre empresas, instituições financeiras e fornecedores e funciona como uma antecipação de recebíveis. O problema é que ela tem um jeito de ser lançada nas demonstrações financeiras que não foi seguido pela Americanas durante anos, gerando uma distorção bilionária da saúde financeira da varejista.
A varejista montou um comitê independente para investigar o buraco. E enquanto ainda se discute se o ocorrido foi fraude deliberada ou apenas erro honesto, o mercado refletiu a quebra de confiança com uma queda de 77% das ações na quinta-feira (12).
Não parou por aí
E se a história já estava ruim, conseguiu ficar pior. Os sócios bilionários da Americanas Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira se dispuseram a fazer uma injeção de capital de R$ 6 bilhões para mitigar os efeitos da inconsistência contábil.
A proposta, de acordo com a agência Bloomberg, foi apresentada durante negociações que aconteceram na sexta-feira (13) com o ex-presidente da Americanas, Sergio Rial, e alguns dos maiores bancos do Brasil. Mas os bancos julgaram o montante insuficiente.
O imbróglio ganhou contornos de disputa judicial ainda naquela sexta-feira, quando a Americanas obteve uma decisão no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) que suspendia qualquer vencimento antecipado de dívidas e bloqueio de bens da companhia.
No seu pedido à Justiça, a Americanas disse que alguns credores já a estavam notificando para declarar o vencimento antecipado das obrigações, citando justamente uma dívida junto ao BTG Pactual no valor de R$ 1,2 bilhão. O documento trouxe, ainda, uma explicação na qual a dívida total da varejista chegada a R$ 40 bilhões.
Porém, o BTG entrou com recurso no plantão da Justiça fluminense contra essa decisão. O banco argumentou que, tão logo foi divulgado o fato relevante de 11 de janeiro, foi acelerado o vencimento de todas as operações de crédito entre as Americanas e o BTG, com compensação do saldo devedor em aberto com recursos mantidos pela empresa junto à instituição financeira.
Mas o juiz de plantão não considerou que o caso era urgente para ser julgado no domingo. Na segunda, o BTG fez nova tentativa e incluiu um pedido de transferência da arbitragem para São Paulo, mas o recurso foi negado.
Foi aí que o BTG decidiu entrar com mandado de segurança com pedido de liminar na terça-feira (17).
A história do banco que patrocinou o boné azul de Ayrton Senna e protagonizou uma das maiores fraudes do mercado financeiro
Banco Nacional: a ascensão, a fraude contábil e a liquidação do banco que virou sinônimo de solidez nos anos 80 e que acabou exposto como protagonista de uma das maiores fraudes da história bancária do país
Oncoclínicas (ONCO3) confirma vencimento antecipado de R$ 433 milhões em CDBs do Banco Master
Ações caem forte no pregão desta terça após liquidação extrajudicial do banco, ao qual o caixa da empresa está exposto
Por que Vorcaro foi preso: PF investiga fraude de R$ 12 bilhões do Banco Master para tentar driblar o BC e emplacar venda ao BRB
De acordo com informações da Polícia Federal, o fundador do Master vendeu mais de R$ 12 bilhões em carteiras de crédito inexistentes ao BRB e entregou documentos falsos ao Banco Central para tentar justificar o negócio com o banco estatal de Brasília
Banco Central nomeia liquidante do Banco Master e bloqueia bens de executivos, inclusive do dono, Daniel Vorcaro
O BC também determinou a liquidação extrajudicial de outras empresas do grupo, como a corretora, o Letsbank e o Banco Master de Investimento
Cloudflare cai e arrasta X, ChatGPT e outros serviços nesta terça-feira (18)
Falha em um dos principais provedores de infraestrutura digital deixou diversos sites instáveis e fora do ar
Liquidado: de crescimento acelerado à crise e prisão do dono, relembre como o Banco Master chegou até aqui
A Polícia Federal prendeu o dono da empresa, Daniel Vorcaro, em operação para apurar suspeitas de crimes envolvendo a venda do banco para o BRB, Banco de Brasília.
BTG Pactual (BPAC11) quer transformar o Banco Pan (BPAN4) em sua subsidiária; confira proposta
Segundo fato relevante publicado, cada acionista do Pan receberá 0,2128 unit do BTG para cada ação, exceto o Banco Sistema, que já integra a estrutura de controle. A troca representa um prêmio de 30% sobre o preço das ações preferenciais do Pan no fechamento de 13 de outubro de 2025
Polícia Federal prende Daniel Vorcaro, dono do Banco Master; BC decreta liquidação extrajudicial da instituição
O Banco Central (BC) decretou a liquidação extrajudicial do Master, que vinha enfrentando dificuldades nos últimos meses
Azzas 2154 (AZZA3) e Marcopolo (POMO4) anunciam mais de R$ 300 milhões em dividendos e juros sobre capital próprio (JCP)
Dona da Arezzo pagará R$ 180 milhões, e fabricante de ônibus, R$ 169 milhões, fora os JCP; veja quem tem direito aos proventos
XP (XPBR31) anuncia R$ 500 milhões em dividendos e recompra de até R$ 1 bilhão em ações após lucro recorde no 3T25
Companhia reportou lucro líquido de R$ 1,33 bilhão, avanço de 12% na comparação anual; veja os destaques do balanço
Banco do Brasil (BBAS3) lança cartão para a altíssima renda de olho nos milionários; veja os benefícios
O cartão BB Visa Altus Liv será exclusivo para clientes com mais de R$ 1 milhão investido, gastos médios acima de R$ 20 mil e/ou renda mínima de R$ 30 mil
A ação que pode virar ‘terror’ dos vendidos: veja o alerta do Itaú BBA sobre papel ‘odiado’ na B3
Apesar da pressão dos vendidos, o banco vê gatilhos de melhora para 2026 e 2027 e diz que shortear a ação agora pode ser um erro
JBS (JBSS32): BofA ‘perdoa’ motivo que fez mercado torcer o nariz para a empresa e eleva preço-alvo para as ações
Após balanço do terceiro trimestre e revisão do guidance, o BofA elevou o preço-alvo e manteve recomendação de compra para a JBS
Grupo Toky (TOKY3), da Mobly e Tok&Stok, aprova aumento de capital e diminui prejuízo, mas briga entre sócios custou até R$ 42 milhões
Empresa amargou dificuldades com fornecedores, que levaram a perdas de vendas, faltas de produtos e atraso nas entregas
Petrobras (PETR4) descobre ‘petróleo excelente’ no Rio de Janeiro: veja detalhes sobre o achado
A estatal identificou petróleo no bloco Sudoeste de Tartaruga Verde e segue com análises para medir o potencial da nova área
Gigantes de frango e ovos: JBS e Mantiqueira compram empresa familiar nos EUA para acelerar expansão internacional
A maior produtora de frangos do mundo e a maior produtora de ovos da América do Sul ampliam sua presença global
Cosan (CSAN3) e Raízen (RAIZ4) têm perdas bilionárias no trimestre; confira os números dos balanços
Os resultados são uma fotografia dos desafios financeiros que as duas companhias enfrentam nos últimos meses; mudanças na alta cúpula também são anunciadas
Nubank (ROXO34): o que fazer com a ação após maior lucro da história? O BTG responde
Na bolsa de Nova York, a ação NU renovava máximas, negociada a US$ 16,06, alta de 3,11% no pregão. No acumulado de 2025, o papel sobe mais de 50%.
IRB (IRBR3) lidera quedas do Ibovespa hoje após tombo de quase 15% no lucro líquido, mas Genial ainda vê potencial
Apesar dos resultados fracos no terceiro trimestre, a gestora manteve a recomendação de compra para os papéis da empresa
Não aprendi dizer adeus: falência da Oi (OIBR3) é revertida. Tribunal vê recuperação possível e culpa gestão pela ruína
A desembargadora Mônica Maria Costa, da Primeira Câmara do Direito Privado do TJ-RJ, decidiu suspender os efeitos da decretação de falência, concedendo à companhia uma nova chance de seguir com a recuperação judicial
