🔴 A TEMPORADA DE BALANÇOS DO 1T25 JÁ COMEÇOU – CONFIRA AS NOTÍCIAS, ANÁLISES E RECOMENDAÇÕES

Ana Carolina Neira

Ana Carolina Neira

Jornalista formada pela Faculdade Cásper Líbero com especialização em Macroeconomia e Finanças (FGV) e pós-graduação em Mercado Financeiro e de Capitais (PUC-Minas). Com passagens pelo portal R7, revista IstoÉ e os jornais DCI, Agora SP (Grupo Folha), Estadão e Valor Econômico, também trabalhou na comunicação estratégica de gestoras do mercado financeiro.

ENERGIA PARA ATACADO E VAREJO

Após IPO que emperrou com a piora do mercado, 2W Ecobank mira no varejo e explora universo dos serviços financeiros

Nos próximos anos, a 2W Ecobank quer oferecer energia para empresas e também pessoas físicas, oferecendo ainda soluções para os clientes de olho nos temas ESG

Ana Carolina Neira
Ana Carolina Neira
1 de maio de 2023
6:36 - atualizado às 12:00
Cláudio Ribeiro, CEO da 2W
Cláudio Ribeiro, CEO da 2W Ecobank. - Imagem: Divulgação

A lista de empresas que cogitaram um IPO nos últimos anos mas decidiram esperar um momento melhor do mercado não é pequena. Enquanto a maré não melhora — ou melhor, os juros não abaixam — o jeito é buscar novos caminhos, tanto de negócios quanto para de financiar. Foi assim que a antiga 2W Energia virou 2W Ecobank, enquanto acompanha o humor dos investidores para uma capitalização futura.

Desde 2020 a 2W concentra boa parte de seus esforços no chamado "varejo" do setor de energia. Ou seja, consumidores de pequeno ou médio porte, quase sempre representados por comércios e fábricas menores. Esse tipo de consumidor gasta, em média, R$ 30 mil por mês de conta de energia, conta Cláudio Ribeiro, CEO da companhia.

Estamos falando da padaria do seu bairro ou daquela farmácia que fica logo ali na esquina. É nesse tipo de consumidor que a 2W está mirando não somente na hora de fornecer energia, mas também serviços financeiros — daí a mudança para 2W Ecobank.

  • Ainda tem dúvidas sobre como fazer a declaração do Imposto de Renda 2023? O Seu Dinheiro preparou um guia completo e exclusivo com o passo a passo para que você “se livre” logo dessa obrigação – e sem passar estresse. [BAIXE GRATUITAMENTE AQUI]

É o modelo de banco como serviço (banking as a service na tradução para o inglês), que aconteceu graças a uma parceria com o Itaú, que faz a mágica acontecer e tudo funcionar.

Além da energia

De olho em pessoas físicas e microempresários, a empresa oferece acompanhamento do consumo de energia desse cliente, faz comparações com o consumo e economia observados no mercado restrito — ou mercado cativo, no jargão do setor, quando um cliente é obrigado a fechar contrato com a Enel, por exemplo — e telemetria.

Outras ideias também foram sendo incorporadas, como a instalação de totens para carregamento de carros elétricos e elaboração de inventário de carbono, para aquele cliente que quer certificar seus consumidores de que possui práticas ecológicas — ou ESG, como falam — no dia a dia de seu negócio.

Leia Também

Para ter presença no Brasil inteiro, a solução foi contar com consultores próprios e também parceiros, em busca de atrair mais clientes para o que o mercado chama de "mercado livre de energia", ainda bastante desconhecido no Brasil.

Afinal, o mais comum é que uma pessoa feche automaticamente seu contrato de fornecimento com a empresa que atende sua região, sem saber que para empresários é possível acessar outras empresas em busca de melhores preços.

"Para falar com a gráfica lá no interior de São Paulo, eu tinha de oferecer uma plataforma que falasse além do assunto ‘energia’. O consumidor tem medo, então queríamos explicar tudo para ele e ainda trazer conveniência e conforto", afirma Ribeiro.

Hoje, a 2W deseja atender tanto o seu tanto essa gráfica pequena quanto as companhias do "mercado de atacado", as grandonas de seus setores. E, assim que a legislação permitir, ela quer atender você. Sim, você mesmo. 

2W na tomada da sua casa

Imagine que você acabou de mudar de apartamento e precisa escolher a internet que vai instalar na sua nova casa. Você pesquisa quais empresas atendem o seu bairro, lembra de uma experiência meio ruim com uma antiga operadora, recebe um folheto de uma outra que nunca ouviu falar, compara os serviços e escolhe aquele que melhor te atende, conforme o preço e suas necessidades.

A próxima onda que a 2W quer surfar é essa, mas com o mercado de energia. Tudo ainda depende do andamento do o Projeto de Lei 414/21, que vai abrir o mercado de energia brasileiro alterando o marco regulatório do setor. A ideia é oferecer mais opções e garantir maior competitividade entre as empresas.

No modelo atual, apenas quem ultrapassa uma demanda mínima de consumo é que pode acessar o mercado e contratar a 2W, por exemplo, ou alguma concorrente sua. Ou seja, apenas empresas acabam tendo acesso e, por consequência, a possibilidade de pagar o preço que for melhor e também trocar o serviço quando não estiver mais feliz com ele.

Em breve, qualquer consumidor pessoa física vai poder comprar energia da empresa que quiser, incluindo a 2W. Também vai ser possível escolher fontes mais limpas de energia, como a solar ou a eólica.

A ideia é que esses planos sejam possíveis a partir de 2024 para os consumidores de alta tensão e em 2026 para o restante da população. Trata-se de um mercado represado de quase 90 milhões de consumidores, que podem movimentar R$ 400 bilhões por ano.

Hoje, a empresa já conta com 3 mil clientes, sendo 700 deles no perfil de "atacado".

"São pelo menos 200 mil empresas que vão poder acessar o mercado livre já em janeiro do ano que vem, endereçando todo um novo mercado. Isso impulsionou o nosso plano de negócios", diz Cláudio Ribeiro.

Geração de energia

Nascida como comercializadora, outra área que a 2W decidiu explorar é a de geração de energia, saindo do básico das comercializadoras que apenas compram e vendem. Olhando para as atividades que já executavam e as capacidades do time, a empresa percebeu  que era possível entrar neste tipo de negócio também.

O movimento já havia sido dado também por outras companhias do setor em busca de diversificar sua receita, como a Delta, a Safira e a Capitale, num modelo que permite contratos de mais longo prazo e competitividade entre si.

Assim, a 2W investiu mais de R$ 750 milhões no parque eólico Anemus, localizado em Currais Novos e São Vicente, no Rio Grande do Norte. O complexo conta com 33 geradores e capacidade instalada de 138,6 MW, capazes de produzir mais de 60 milhões de kWh por mês.

Um outro investimento foi feito na construção do complexo eólico Kaipós, localizado em Icapuí, no Ceará. Com capacidade instalada de 261 MW, exigiu um investimento de R$ 1,5 bilhão.

Para financiar tudo isso, o caminho foi acessar o mercado de dívida e utilizar debêntures, além de contar com R$ 275 milhões do Banco do Nordeste (BNB), que serão pagos em 24 anos.

Anteriormente, a empresa já havia captado R$ 147 milhões com o banco para o complexo Kairós. Também foram necessários mais R$ 228 milhões, que vieram via equity.

Vem IPO por aí?

A 2W encaminhou seu IPO (oferta pública inicial de ações na sigla em inglês) em 2020, mas não concluiu o projeto por conta das dificuldades trazidas pela pandemia e que atingiram o mercado e a confiança dos investidores.

De lá para cá, a pandemia deixou de assombrar, mas outras questões como eleições, crise econômica e risco fiscal fizeram o mercado de capitais emperrar e simplesmente nenhuma oferta parece estar nem perto de ser feita.

A possibilidade de um IPO continua no radar, diz o executivo, mas ele prefere ainda ir sentindo a temperatura antes de tomar esse passo. Hoje, a 2W considera essa oferta tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos, além de não descartar um aporte privado de capital. No total, o CEO estima que seria necessário levantar entre R$ 1 bilhão e R$ 1,3 bilhão.

"O IPO vem por conveniência ou necessidade e a necessidade nós não temos. Olhamos o mercado aqui e lá fora, mas no exterior as ofertas são maiores, o que nos traz preocupação com a liquidez do papel. Mas estudamos todos os cenários", afirma o CEO.

A dificuldade mesmo parece ser enxergar uma luz no fim do túnel do mercado de capitais, que seja capaz de abrir espaço para novas ofertas.

VEJA TAMBÉM - A Dinheirista: Fugi do país para escapar de uma montanha de dívidas, meus credores podem me perseguir?

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Quando o plano é não ter plano: Ibovespa parte dos 135 mil pontos pela primeira vez em 2025 em dia de novos dados sobre mercado de trabalho dos EUA

29 de abril de 2025 - 8:25

Investidores também se preparam para o relatório de produção e vendas da Petrobras e monitoram entrevista coletiva de Galípolo

CHINA NO VOLANTE

Salão de Xangai 2025: BYD, elétricos e a onda chinesa que pode transformar o mercado brasileiro

29 de abril de 2025 - 8:16

O mundo observa o que as marcas chinesas trazem de novidades, enquanto o Brasil espera novas marcas

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Planos pré-feriado: Ibovespa se prepara para semana mais curta, mas cheia de indicadores e balanços

28 de abril de 2025 - 8:06

Dados sobre o mercado de trabalho no Brasil e nos EUA, balanços e 100 dias de Trump são os destaques da semana

ABRINDO OS TRABALHOS

Nova temporada de balanços vem aí; saiba o que esperar do resultado dos bancos

28 de abril de 2025 - 6:05

Quem abre as divulgações é o Santander Brasil (SANB11), nesta quarta-feira (30); analistas esperam desaceleração nos resultados ante o quarto trimestre de 2024, com impactos de um trimestre sazonalmente mais fraco e de uma nova regulamentação contábil do Banco Central 

DEPOIS DO BALANÇO DO 1T25

Vale (VALE3) sem dividendos extraordinários e de olho na China: o que pode acontecer com a mineradora agora; ações caem 2%

25 de abril de 2025 - 13:14

Executivos da companhia, incluindo o CEO Gustavo Pimenta, explicam o resultado financeiro do primeiro trimestre e alertam sobre os riscos da guerra comercial entre China e EUA nos negócios da empresa

RUMO AOS EUA

JBS (JBSS3) avança rumo à dupla listagem, na B3 e em NY; isso é bom para as ações? Saiba o que significa para a empresa e os acionistas

25 de abril de 2025 - 10:54

Próximo passo é votação da dupla listagem em assembleia marcada para 23 de maio; segundo especialistas, dividendos podem ser afetados

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Deixa a bolsa me levar: Ibovespa volta a flertar com máxima histórica em dia de IPCA-15 e repercussão de balanço da Vale

25 de abril de 2025 - 8:23

Apesar das incertezas da guerra comercial de Donald Trump, Ibovespa está a cerca de 2% de seu recorde nominal

VIVENDO O HYGGE

O turismo de luxo na Escandinávia é diferente; hotéis cinco-estrelas e ostentação saem do roteiro

25 de abril de 2025 - 8:02

O verdadeiro luxo em uma viagem para a região escandinava está em praticar o slow travel

A TECH É BIG

Dona do Google vai pagar mais dividendos e recomprar US$ 70 bilhões em ações após superar projeção de receita e lucro no trimestre

24 de abril de 2025 - 17:59

A reação dos investidores aos números da Alphabet foi imediata: as ações chegaram a subir mais de 4% no after market em Nova York nesta quinta-feira (24)

COMPRAR OU VENDER

Subir é o melhor remédio: ação da Hypera (HYPE3) dispara 12% e lidera o Ibovespa mesmo após prejuízo

24 de abril de 2025 - 16:06

Entenda a razão para o desempenho negativo da companhia entre janeiro e março não ter assustado os investidores e saiba se é o momento de colocar os papéis na carteira ou se desfazer deles

NÚMEROS DECEPCIONANTES

A culpa é da Gucci? Grupo Kering entrega queda de resultados após baixa de 25% na receita da principal marca

24 de abril de 2025 - 11:26

Crise generalizada do mercado de luxo afeta conglomerado francês; desaceleração já era esperada pelo CEO, François Pinault

TÁ CHEGANDO

OPA do Carrefour (CRFB3): com saída de Península e GIC do negócio, o que fazer com as ações? 

24 de abril de 2025 - 10:45

Analistas ouvidos pelo Seu Dinheiro indicam qual a melhor estratégia para os pequenos acionistas — e até uma ação alternativa para comprar com os recursos

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Tudo tem um preço: Ibovespa tenta manter o bom momento, mas resposta da China aos EUA pode atrapalhar

24 de abril de 2025 - 8:11

China nega que esteja negociando tarifas com os Estados Unidos e mercados internacionais patinam

ILUMINADA

Ação da Neoenergia (NEOE3) sobe 5,5% após acordo com fundo canadense e chega ao maior valor em cinco anos. Comprar ou vender agora?

23 de abril de 2025 - 16:22

Bancos que avaliaram o negócio não tem uma posição unânime sobre o efeito da venda no caixa da empresa, mas são unânimes sobre a recomendação para o papel

MERCADOS HOJE

Bolsa nas alturas: Ibovespa sobe 1,34% colado na disparada de Wall Street; dólar cai a R$ 5,7190 na mínima do dia

23 de abril de 2025 - 12:44

A boa notícia que apoiou a alta dos mercados tanto aqui como lá fora veio da Casa Branca e também ajudou as big techs nesta quarta-feira (23)

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Agora 2025 começou: Ibovespa se prepara para seguir nos embalos da festa do estica e puxa de Trump — enquanto ele não muda de ideia

23 de abril de 2025 - 8:06

Bolsas internacionais amanheceram em alta nesta quarta-feira diante dos recuos de Trump em relação à guerra comercial e ao destino de Powell

MERCADOS

Ibovespa pega carona nos fortes ganhos da bolsa de Nova York e sobe 0,63%; dólar cai a R$ 5,7284

22 de abril de 2025 - 17:20

Sinalização do governo Trump de que a guerra tarifária entre EUA e China pode estar perto de uma trégua ajudou na retomada do apetite por ativos mais arriscados

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Orgulho e preconceito na bolsa: Ibovespa volta do feriado após sangria em Wall Street com pressão de Trump sobre Powell

22 de abril de 2025 - 8:11

Investidores temem que ações de Trump resultem e interferência no trabalho do Fed, o banco central norte-americano

ENTREVISTA COM O CHEF

Como o melhor chef confeiteiro do mundo quer conquistar o brasileiro, croissant por croissant 

22 de abril de 2025 - 8:11

Como o Mata Café, chef porto-riquenho Antonio Bachour já deu a São Paulo um tira-gosto de sua confeitaria premiada; agora ele está pronto para servir seu prato principal por aqui

LANTERNINHA

Tenda (TEND3) sem milagres: por que a incorporadora ficou (mais uma vez) para trás no rali das ações do setor?

22 de abril de 2025 - 6:00

O que explica o desempenho menor de TEND3 em relação a concorrentes como Cury (CURY3), Direcional (DIRR3) e Plano & Plano (PLPL3) e por que há ‘má vontade’ dos gestores

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar