Morre Rita Lee — e nem sentimos nossos pés no chão
A rainha do rock brasileiro conseguiu ser vanguardista e eterna ao mesmo tempo

"Um belo dia resolvi mudar
E fazer tudo o que eu queria fazer
Me libertei daquela vida vulgar
Que eu levava estando junto a você"
Rita Lee levava uma vida sossegada quando deixou o Brasil mais careta na noite de segunda-feira (8), partindo após 75 anos de luta por um país mais livre.
Irreverente, sarcástica, forte e apaixonante são alguns dos adjetivos que a rainha do rock brasileiro merece, mas estão longe de definir sua importância para a música e as gerações que a ouviram cantar. Rita conquistou a façanha de ser vanguardista e eterna ao mesmo tempo; até hoje, é a artista de rock que mais vendeu discos no Brasil.
Nascida em 31 de dezembro de 1947, Rita Lee rompeu com padrões desde cedo em sua intensa vida, marcada por sexo, drogas e 'roquenrou'. Transgressora, ela atribuía essa faceta a um episódio trágico de estupro ocorrido aos seis anos de idade que fez com que as mulheres da família, na sua visão, relevassem seus "desajustes comportamentais".
"Me tratavam como uma espécie de aleijadinha psicológica", escreveu, em sua autobiografia. "E essa proteção extra se seguiu inclusive na minha vida adulta. As saias justas pelas quais passei com drogas, prisão, críticas e boatos foram entendidas como 'a dor que ela carrega na alma por causa daquilo, tadinha'".
Ovelha Negra
"Baby, baby
Não adianta chamar
Quando alguém está perdido
Procurando se encontrar"
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Filha caçula, Rita Lee teve contato com a música pelo rádio de casa, que tocava dos sambas de Emilinha Borba às interpretações jazzísticas de Fred Astaire. Mais tarde, essas referências se mostraram cruciais para as composições da banda que formou com seu então marido, Arnaldo Baptista: Os Mutantes, um dos grandes expoentes da Tropicália.
O casamento conturbado durou de 1968 a 1972, enquanto Rita já dava seus primeiros passos na carreira solo com o álbum Build Up, de 1970. Naquela década, lançou alguns dos seus principais sucessos, como Ovelha Negra e Jardins da Babilônia.
Como quase todo músico brasileiro que se prezasse, Rita foi presa pela ditadura militar em 1976, acusada de porte ilegal de maconha.
Já separada de Arnaldo Baptista e grávida de seu primeiro filho com Roberto de Carvalho — seu parceiro até o último suspiro —, Rita passou quase dois meses encarcerada e chegou a ter um sangramento que colocou a gestação em risco.
Só conseguiu assistência médica por intervenção de Elis Regina, que a visitou na prisão e ameaçou convocar uma coletiva de imprensa para denunciar o que se passava. Ela também contou com a ajuda de João Araújo, fundador da Som Livre e pai de Cazuza, para apressar os trâmites legais que a levaram a um julgamento.
Foi condenada a um ano de prisão domiciliar; quando anunciou a volta aos palcos, os ingressos para vê-la se esgotaram e os poucos que estavam nas mãos de cambistas custavam pequenas fortunas.
Rita Lee foi a artista feminina mais censurada pela ditadura militar brasileira.
Jardins da Babilônia
"Minha saúde não é de ferro, não
Mas meus nervos são de aço
Pra pedir silêncio, eu berro
Pra fazer barulho eu mesma faço"
Mania de Você, lançada em 1979, revolucionou ao trazer uma letra sobre sexo cantada sob a ótica feminina. Segundo Rita, foi composta em cinco minutos, "com o inspiradíssimo script de uma recém-trepada perfeita". Até hoje, permanece como uma das músicas mais tocadas da rainha.
Àquela altura, a parceria com Roberto de Carvalho rendia frutos tanto na música quanto no casamento. Depois do primogênito, Beto, nascido em 1977, o casal teve João, em 1979, e Antônio, em 1981 — no ano de nascimento de seu terceiro filho, Rita alcançou uma marca que apenas Roberto Carlos detinha até então: um milhão de discos vendidos.
Os anos 1980 foram conturbados para Rita Lee, tendo de conciliar a vida de mãe com a de uma estrela do rock e lidando, ao mesmo tempo, com a partida de familiares queridos. De turnês internacionais a clínicas psiquiátricas, de sucessos retumbantes a críticas ferrenhas, ela experimentou de tudo um pouco.
Encontrou apoio nas drogas e no álcool, com quem teve uma relação de idas e vindas ao longo dos anos 1990. O vício afetou, inclusive, seu casamento com Roberto, que já havia parado com o abuso de substâncias há algum tempo.
Em sua autobiografia, Rita revela que, em algum momento, houve uma inversão de papéis com seus filhos, que se viram algumas vezes tendo de dar banho e colocá-la na cama desacordada.
Baila Comigo
"Baila comigo
Como se baila na tribo
Baila comigo
Lá no meu esconderijo"
A produção musical, contudo, não ficou parada e Rita Lee lançou seis álbuns. Um deles foi o Acústico MTV, que trouxe convidados especiais, como Milton Nascimento, Paula Toller, Cássia Eller e Titãs.
A carreira de sucesso se refletiu também nas novelas da Globo. Ela foi a cantora com maior número de músicas para trilhas sonoras, com mais de 70 faixas em discos de novelas.
Com o nascimento de sua primeira neta, Ziza, em 2005, Rita prometeu ficar limpa em definitivo. Em 2012, teve sua "primeira última apresentação" da carreira no Festival de Verão Sergipe. Na ocasião, saiu em defesa de membros de seu fã-clube que estavam sendo revistados com truculência por policiais.
"Esse show é meu, não é de vocês. Esse show é a minha despedida do palco e vocês continuam tendo que guardar as pessoas, não tendo que agredir, seus cachorros!", esbravejou Rita. Quando o show terminou, ela foi intimada a prestar depoimento.
Como não foi a despedida que planejava nem merecia, Rita fez sua última apresentação de fato em 25 de janeiro de 2013, no aniversário de 459 anos da cidade de São Paulo.
Desculpe o Auê
"Da próxima vez eu me mando
Que se dane meu jeito inseguro
Nosso amor vale tanto
Por você vou roubar os anéis de Saturno"
Rita Lee passou a última década numa casa de campo com Roberto de Carvalho e seus animais de estimação. Há dois anos, foi diagnosticada com câncer de pulmão, anunciando publicamente sua cura em abril do ano passado.
A última aparição foi há poucas semanas, quando Roberto publicou um vídeo dos dois assistindo ao programa Altas Horas, que teve uma edição especial totalmente dedicada à carreira de Rita.
Inspiração para homens e, principalmente, mulheres, Rita mostrou que é possível ser perfeita dentro de toda sua imperfeição.
Obrigada, Rita. De você, não esqueço jamais.
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