Viagem ao centro da meta: IPCA de maio desacelera tanto que surpreende até os mais otimistas
Inflação oficial medida pelo IPCA cai para +0,23% na leitura mensal e vem abaixo de 4% em 12 meses pela primeira vez desde outubro de 2020

Se Júlio Verne saísse da ficção científica para a crônica da política monetária de hoje, talvez o professor Otto Lidenbrock desse lugar a Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central (BC). E a mensagem deixada pelo alquimista Arne Saknussemm em Viagem ao Centro da Terra talvez citasse o IPCA:
“Suba a face mais íngreme do Monte Selic, ó ousado alpinista, e chegará ao centro da meta. Eu fiz isso.”
À frente do Comitê de Política Monetária (Copom) do BC, Roberto Campos Neto iniciou a escalada do Monte Selic em março de 2021, pouco depois de ser concedida autonomia à autoridade monetária.
Ao longo dos últimos anos, porém, a inflação no Brasil ficou consistentemente acima dos parâmetros estabelecidos pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).
Em 2023, com a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, as críticas a Roberto Campos Neto e sua equipe de alpinismo monetário subiram de tom.
Mas as vicissitudes da aventura talvez não tenham sido em vão. Dez meses depois de o Copom ter alcançado o cume do Monte Selic, o almejado centro da meta finalmente começa a ser avistado.
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É o que sugere a mais recente leitura do IPCA.
O índice de preços medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostrou uma alta mensal de 0,23% em maio, de +0,61% em abril.
No acumulado em 12 meses, a inflação também desacelerou — de 4,18% no mês passado para 3,94% em maio.
Em ambos os parâmetros de comparação, o IPCA de maio veio abaixo das estimativas dos analistas. A mediana das projeções indicava altas de 0,33% na base mensal e de 4,03% na leitura anual.
O resultado superou até mesmo as estimativas mais otimistas dos analistas, que eram de 0,24% e 3,95%, segundo projeções coletadas pelo serviço de notícias em tempo real Broadcast.
Esta é a primeira vez que a inflação oficial medida pelo IPCA fica abaixo de 4% desde outubro de 2020.
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Inflação se aproxima da meta
A alta dos preços ainda avança num ritmo superior ao centro da meta de 2023 — 3,25% na leitura anual —, mas já se encontra dentro da banda aceita pelo CMN, que vai de 1,75% a 4,75%.
O que mais chamou a atenção dos analistas foi a oscilação do “núcleo da inflação”, medida que desconsidera o efeito de choques temporários sobre o IPCA.
Os números de maio são atribuídos a uma desaceleração mais forte dos preços da gasolina, de produtos farmacêuticos e de alimentos.
“Isso confirma uma desinflação não só do índice cheio, mas também da parte mais sensível ao ciclo econômico”, afirma Mirella Hirakawa, economista sênior da AZ Quest.
Ela — assim como quase todo o restante do mercado — esperava uma leitura anual do IPCA abaixo dos 4% somente a partir de junho. “Essa antecipação é um efeito benigno da política monetária”, disse Mirella.
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O que o IPCA sinaliza em relação à Selic
O fato é que a inflação de maio é uma boa notícia para o BC, para o governo, para o mercado e também para a população depois de um momento de deterioração acentuada do poder de compra.
Entretanto, por melhor que seja a notícia, é improvável que o Copom deflagre um ciclo de alívio monetário já nas reuniões marcadas para 20 e 21 de junho.
“Existe pouco espaço, uma vez que as expectativas ainda estão desancoradas”, disse Mirella.
Para Lucas Farina, economista da Genial Investimentos, "a experiência passada desaconselha fortemente cortes precoces na taxa de juros quando o processo de desinflação ainda não está bem sedimentado".
No momento, a expectativa dos analistas é de que o Copom mantenha a Selic em 13,75% ao ano, mas finalmente suavize a comunicação e sinalize que a hora de baixar os juros está próxima — muito provavelmente a partir da reunião de agosto.
Até lá, a viagem ao centro da meta continua.
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