Entenda a polêmica que “rebaixou” os carros elétricos no ranking de consumo do Inmetro
Desde fevereiro o Inmetro passou a divulgar novos dados de autonomia dos veículos 100% elétricos por um critério diferente do usado pelas montadoras
Um levantamento da Brain Inteligência Estratégica, divulgado em janeiro, apontou que 65% dos entrevistados tinham a intenção de dirigir carros elétricos em um futuro próximo. O estudo ouviu 1.200 pessoas em todo o país.
Se a preocupação para muitos é a escassez de pontos de recarga, 56% disseram acreditar que em breve será mais fácil recarregar um veículo elétrico do que abastecer com gasolina em um posto. Ainda assim, apenas 26% admitiram que a infraestrutura em suas cidades é adequada para atender à nova tecnologia.
Enquanto a preocupação pelo meio ambiente é o que importa para 81% dos consultados pela Brain, o preço dos carros elétricos e a falta de previsibilidade na recarga das baterias durante viagens são os principais obstáculos para esse mercado.
Mas agora um novo dado de medição de consumo desses veículos joga água no chope da indústria dos eletrificados, que cresce, mas muito mais em função dos híbridos (HEV e PHEV) dos que os 100% elétricos (BEV).
- O Seu Dinheiro acaba de liberar um treinamento exclusivo e completamente gratuito para todos os leitores que buscam receber pagamentos recorrentes de empresas da Bolsa. [LIBERE SEU ACESSO AQUI]
Por trás dos números dos carros elétricos
Antes de entrar na polêmica, é importante mostrar e explicar alguns dados que estão por trás da ascensão dos eletrificados no Brasil.
No ano passado, as vendas das três categorias dos chamados eletrificados (híbridos, híbridos plug-in e elétricos) somaram 49.245 unidades, entre os veículos leves, alta de quase 41% sobre o ano anterior.
Leia Também
CDBs do Will Bank e do Banco Master de Investimento também serão pagos pelo FGC?
Qual o tamanho da conta do Banco Master que o FGC terá que pagar
Ainda assim, os carros elétricos, em suas diferentes variações, representam apenas 2,5% do market share dos automóveis e comerciais leves vendidos em território nacional.
A Associação Brasileira de Veículos Elétricos (ABVE) aposta na consolidação desse mercado, após a chegada de mais montadoras. Antes de 2022, apenas a Toyota fabricava veículos eletrificados (híbridos) no país.
Desde meados do ano passado, a Caoa Chery passou a montar híbridos em sua planta de Anápolis (GO) e a GWM anunciou investimentos na ordem de R$ 10 bilhões na importação e produção de híbridos e elétricos em sua planta em Iracemápolis (SP), até 2025.
A BYD, que lançou no país três carros elétricos e um híbrido em 2022, deve anunciar em breve sua futura fábrica no Brasil – já há protocolos de intenções da maior marca chinesa em eletrificados para se instalar na Bahia e no Paraná.
A oferta de modelos eletrificados leves cresceu acentuadamente no ano passado. De acordo com a ABVE, em maio havia 70 opções, saltando para 114 em outubro e 122 em novembro. O ano de 2022 terminou com 128 eletrificados disponíveis para a venda, de diferentes configurações e faixas de preço.
Híbridos são responsáveis pelo salto
Mas por trás dessa decolagem fenomenal dos eletrificados, o Brasil tem suas idiossincrasias. No mundo, incluindo o Brasil, foram vendidos 7,1 milhões de veículos eletrificados, sendo 5,2 milhões de 100% elétricos e 1,9 milhão de híbridos plug-in (dados do portal Statista) – não há números de híbridos convencionais.
Das 49.245 unidades de eletrificados emplacadas no Brasil em 2022, 18.806 (ou 38%) correspondem a carros elétricos e híbridos plug-in, ou seja, carros que carregam suas baterias na tomada.
Os demais 62% (30,4 mil unidades) foram de híbridos sem tomada, liderados pelos híbridos flex da Toyota (Corolla Cross e Corolla).
A ABVE chama a atenção para o crescimento exponencial dos BEVs: entre 2020 e 2022, esse segmento saltou 956%: foi de 801 unidades para 8.458 no ano passado. O número é expressivo, mas apenas 0,43% do mercado total de leves.
A polêmica da autonomia dos carros elétricos
Enquanto indústria e entidades buscam por incentivos fiscais para a produção dos carros elétricos no Brasil, o Inmetro trouxe uma polêmica ao segmento. A autarquia do governo federal é responsável por coordenar o Programa Brasileiro de Etiquetagem (PBE) e divulgar os consumos dos veículos.
Os alcances em quilômetros dos carros elétricos vendidos no Brasil eram, até então, divulgados pelas próprias fabricantes, baseadas em diferentes padrões internacionais: NEDC (europeu), WLTP (europeu) e EPA (norte-americano).
Mas desde fevereiro o Inmetro passou a divulgar novos dados de autonomia dos veículos 100% elétricos, o que não era disponível anteriormente.
O órgão decidiu então se basear pelo padrão americano da Environmental Protection Agency (EPA). Assim, a nova norma reduz os valores divulgados pelas fabricantes.
“O Programa Brasileiro de Etiquetagem Veicular (PBE Veicular) segue as diretrizes do programa Rota 2030 para ensaios de carros elétricos, baseadas na metodologia norte-americana da SAE (Society of Automotive American Engineers). A declaração dos dados de eficiência energética segue, portanto, a metodologia definida pela EPA, que utiliza a mesma norma. A redução em 30% aproxima os valores obtidos das condições de uso”, informou o Inmetro.
“Não há mudança no método de ensaio, mas sim uma novidade na apresentação da informação para o consumidor, que passa a ver, na tabela, a autonomia do veículo em distância percorrida, e não a conversão em km/litro, como era feito anteriormente”, comenta Hércules Souza, chefe da Divisão de Verificação e Estudos Técnicos (Divet) do Inmetro.
Esse formato acompanha a evolução do mercado de carros elétricos e vem sendo discutido com toda a indústria há alguns anos, tendo passado inclusive por processo de consulta pública em 2020, ainda de acordo com o técnico do Inmetro.
Indústria diz estar a favor do consumo “real”
A ABVE não retornou aos pedidos da reportagem para comentar a nova norma do Inmetro. Já a Anfavea, que representa a indústria, disse ser favorável a toda ação que permita ao consumidor exercer seu direito de escolha de forma mais esclarecida.
“Neste caso, não se trata nem de uma mudança, uma vez que o procedimento a ser adotado pelo Inmetro, para a divulgação da autonomia dos veículos elétricos e híbridos, já é aplicado de forma similar, há vários anos, para os veículos convencionais também”, disse Henry Joseph Jr., diretor técnico da Anfavea.
“O consumidor tem um poderoso meio de poder comparar os produtos e, também, tem uma ferramenta que lhe mostra qual a autonomia que efetivamente ele terá com aquele veículo”, acrescentou.
Caso não houvesse uma padronização na metodologia para a medição da autonomia, isto permitiria que cada comerciante divulgasse valores como bem entendesse, de acordo com o diretor da Anfavea.
- LEIA TAMBÉM: Carro manual ou automático? A diferença de preços diminuiu e pode te surpreender; veja quando vale a pena comprar
Valores dos carros elétricos mais próximos da realidade
Enquanto a medida não agrada a fabricantes que viram a autonomia de seus veículos despencar, o Inmetro corrige um dado crucial e coloca a expectativa do consumo dos carros elétricos mais próxima da realidade.
Ou seja, entrega aos consumidores mais transparência e menos marketing, até porque o que o Inmetro divulgava mais confundia do que esclarecia.
Por exemplo, um carro elétrico como o Renault e-Kwid tinha o bizarro consumo de 52,7 km/litro na cidade, sendo que não consome uma gota de gasolina, agora passa a ser divulgado pelo Inmetro com autonomia de 186 km. A Renault, por sua vez, anuncia alcance de 298 km.
Os novos dados de autonomia no Brasil podem não agradar as empresas que buscam e investem massivamente em tecnologias e inovações com fabricantes de baterias e soluções dentro da própria indústria para melhorar o alcance dos veículos elétricos e o tempo de recarga.
Ao mesmo tempo, divulgar a autonomia desta forma é uma vitória do consumidor, proprietário ou não (ainda) de um BEV, que tem o direito à informação mais próxima da realidade e padronizada.
Expectativa x realidade
Marcas europeias que usavam o padrão WLTP foram as que mais tiveram a autonomia “reduzida” pela divulgação dos novos números do Inmetro.
Embora a entidade tenha dito que houve uma diminuição em torno de 30%, essa diferença foi maior para muitas fabricantes.
Exemplo da Porsche, que teve uma redução de 47% de alcance para seu Taycan 4S (de 454 km para 241 km).
A Volvo também teve modelos bastante impactados pelos novos dados do PBE: enquanto o XC40 P6 viu sua autonomia despencar 45% (de 420 km para 231 km), a do C40 foi de 44% (444 km para 247 km).
Por fim, entre os modelos que tiveram menos reduções na divulgação de suas autonomias estão o Chevrolet Bolt (-15%, foi de 459 km para 390 km), o BMW iX50 (-16%, de 630 km para 528 km) e o BMW iX3 (-17%, de 460 km para 381 km).
Confira abaixo como ficaram as autonomias dos carros elétricos vendidos no Brasil
| Modelos 100% elétricos (BEV) | Autonomia (km) divulgada pela fabricante | Autonomia (km) Inmetro - fevereiro de 2023 |
| JAC E-JS1 | 302 | 161 |
| Mini Cooper SE | 234 | 161 |
| Renault E-Kwid | 298 | 186 |
| Nissan Leaf | 272 | 192 |
| Caoa Chery iCar | 282 | 197 |
| Dongfeng Seres 3 | 300 | 206 |
| Peugeot e-208 | 362 | 220 |
| Fiat 500e | 321 | 227 |
| Volvo XC40 P6 | 420 | 231 |
| Peugeot e-2008 | 340 | 234 |
| Porsche Taycan 4S | 454 | 241 |
| Audi e-tron Sportback | 446 | 246 |
| Volvo C40 | 444 | 247 |
| Audi e-tron | 436 | 249 |
| JAC E-J7 | 402 | 249 |
| Audi e-tron S Sportback | 380 | 252 |
| Renault Zoe | 385 | 254 |
| JAC E-JS4 | 420 | 256 |
| Mercedes-Benz EQC 400 | 440 | 271 |
| Porsche Taycan 4 Cross Turismo | 490 | 272 |
| Porsche Taycan Turbo S | 468 | 278 |
| Porsche Taycan Turbo | 507 | 281 |
| Porsche Taycan | 444 | 286 |
| Mercedes-Benz EQB 250 | 474 | 291 |
| BYD Yuan | 458 | 294 |
| Porsche Taycan 4S Cross Turismo | 490 | 300 |
| Mercedes-Benz EQA 250 | 496 | 304 |
| Volvo XC40 P8 | 418 | 305 |
| BYD Tan | 437 | 309 |
| Audi RS e-tron GT | 472 | 313 |
| Porsche Taycan GTS | 504 | 318 |
| BMW iX40 | 426 | 327 |
| BMW i4 M50 | 510 | 335 |
| Jaguar i-Pace | 446 | 362 |
| Mercedes-Benz EQE 300 | 645 | 369 |
| Mercedes-Benz EQS 53 | 580 | 373 |
| BMW iX3 | 460 | 381 |
| Chevrolet Bolt | 459 | 390 |
| BMW i4 40 | 590 | 422 |
| BMW iX50 | 630 | 528 |
Loterias turbinadas: Bolas divididas na Lotofácil e na Lotomania acabam em 10 novos milionários
Prêmio principal da Lotofácil será dividido entre 14 apostadores, mas só 7 ficaram milionários; Lotomania teve 3 ganhadores, que ainda se deram ao luxo de deixar dinheiro na mesa
Banco Master recebe nova proposta de compra, desta vez de consórcio integrado por investidores dos Emirados Árabes Unidos
Transação está sujeita à aprovação do Banco Central e do Cade e envolveria a compra da totalidade das ações do fundador do Master, Daniel Vorcaro
Disparada do Ibovespa não é mérito do Brasil, mas tropeção dos EUA, diz Mansueto Almeida, do BTG
Economista-chefe do BTG acredita que o Brasil continua empacado com os mesmos problemas e potencial verdadeiro do Ibovespa só será destravado após melhora fiscal
Ibovespa sem freio: Morgan Stanley projeta índice aos 200 mil pontos no fim de 2026, mas há riscos no radar
Apesar da avaliação positiva, o Morgan Stanley vê o aumento das preocupações com o cenário fiscal no país como maior risco para o desempenho do Ibovespa
Black Friday da Samsung: celulares, TVs e eletrodomésticos com até 55% de desconto; veja os destaques
Ar-condicionado, TV, robô aspirador e celulares Galaxy entram na Black Friday da Samsung com descontos e condições especiais de pagamento
Quanto Pelé valeria hoje? A projeção do ChatGPT que supera Mbappé, Haaland e Neymar no mercado global
Simulação mostra o óbvio: o Rei do Futebol teria o maior valor de mercado da história — e poderia quebrar todos os tetos de transferência do futebol moderno.
Lotofácil ‘final zero’ promete R$ 12 milhões em premiações hoje
Além do concurso com ‘final zero’, a Lotofácil acumulou na última rodada. Enquanto isso, de todos as loterias com sorteios programados para a noite de hoje (17), somente uma promete prêmio inferior a R$ 1 milhão.
Feriado no Brasil, mas sem descanso para o mercado: Payroll, ata do Fomc, IBC-Br e balanço da Nvidia estão na agenda econômica
O calendário dos próximos dias ainda conta com discursos de dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), do Banco da Inglaterra (BoE) e do Banco Central Europeu (BCE)
Com Pix, empresas e consumidores brasileiros economizaram R$ 117 bilhões em cinco anos
Levantamento elaborado pelo Movimento Brasil Competitivo mostrou que somente entre janeiro e setembro de 2025, foram R$ 38,3 bilhões economizados
Isenção de 10% para café e carne é um alívio, mas sobretaxa de 40% continua a ser entrave com EUA
A medida beneficia diretamente 80 itens que o Brasil vende aos EUA, mas a sobretaxa continua a afetar a maior parte dos produtos brasileiros
Banco do Brasil (BBAS3) e mais um balanço ‘para se esquecer’, dificuldades da Cosan (CSAN3) e histórias da Praia do Cassino
Investidores estiveram atentos aos números do Banco do Brasil e também acompanharam a situação da Cosan nas mais lidas da última semana
COP30: Marcha Mundial pelo Clima reúne 70 mil pessoas nas ruas de Belém
Ativistas reivindicam acordos e soluções efetivas de governos na COP30
‘Pet 2.0’: clonagem animal vira serviço de R$ 263 mil; ricos e famosos já duplicam seus pets
Clonagem de animais começou nos anos 1990 com a ovelha Dolly e agora é usada para reproduzir pets falecidos, preservação de espécies e melhoramento de rebanho
Negociações na COP30 entre avanços e impasses: um balanço da cúpula do clima até agora
Em Belém, negociadores tentam conciliar a exigência de reduzir as emissões de gases de efeito estufa, com o impasse no financiamento climático e o risco de adiar as metas de adaptação para 2027
Brasil x Senegal: veja onde assistir ao amistoso e saiba o horário da partida
Confira onde e quando assistir ao amistoso entre Brasil x Senegal, que faz parte da preparação da Seleção Brasileira para a Copa do Mundo de 2026
Essa praia brasileira vai ser uma das mais visitadas do país em 2026
Juquehy se destaca como um destino turístico em ascensão, combinando mar calmo, ondas para surfistas e uma infraestrutura em constante crescimento, atraindo turistas para 2026
Mega-Sena 2940 faz um multimilionário em Porto Alegre – quanto rende o prêmio de R$ 99 milhões na renda fixa?
Vencedor de Porto Alegre embolsou R$ 99 milhões e agora pode viver de renda
Explosão de fogos no Tatuapé: quem paga a conta? Entenda a responsabilidade de locatário, proprietário e vizinhos
Com danos a casas, comércios e patrimônio público, advogados apontam quem responde civilmente pela explosão no bairro da zona leste
RIP, penny: Por que Donald Trump acabou com a moeda de um centavo de dólar nos EUA?
Mais de 250 bilhões de moedas de um centavo continuam em circulação, mas governo decidiu extinguir a fabricação do penny
Lotofácil 3538 tem 8 ganhadores, mas apenas 2 ficam milionários; Mega-Sena adiada corre hoje valendo R$ 100 milhões
Basta acumular por um sorteio para que a Lotofácil se transforme em uma “máquina de milionários”; Mega-Sena promete o maior prêmio da noite