🔴 UM SALÁRIO MÍNIMO DE RENDA TODO O MÊS COM DIVIDENDOS? – DESCUBRA COMO

Victor Aguiar

Victor Aguiar

Jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e com MBA em Informações Econômico-Financeiras e Mercado de Capitais pelo Instituto Educacional BM&FBovespa. Trabalhou nas principais redações de economia do país, como Bloomberg, Agência Estado/Broadcast e Valor Econômico. Em 2020, foi eleito pela Jornalistas & Cia como um dos 10 profissionais de imprensa mais admirados no segmento de economia, negócios e finanças.

SEM ALÍVIO

Ainda não: Copom mantém a Selic em 13,75% ao ano, resistindo às pressões externas — e não sinaliza corte já na próxima reunião

Mesmo em meio ao embate com o presidente Lula e às pressões da opinião pública, a Selic permanece nos atuais 13,75% pela 5ª vez seguida

Victor Aguiar
Victor Aguiar
22 de março de 2023
18:33 - atualizado às 19:33
Roberto Campos Neto, presidente do BC
Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central - Imagem: José Dias/PR

As últimas semanas foram pesadas para Roberto Campos Neto, o presidente do Banco Central do Brasil, com críticas vindas de todos os lados: do presidente Lula, do empresariado como um todo e de congressistas das mais diferentes bases. E tudo por causa dos juros elevados do país — a taxa Selic está em 13,75% ao ano desde setembro de 2022.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Os motivos são inúmeros: Lula diz que juros tão altos inibem o consumo e crescimento do país; empresários preocupam-se com os efeitos que a Selic elevada possa trazer para as companhias — vide os apuros financeiros enfrentados por inúmeros membros da B3; congressistas... bem, estes vão com a onda.

E se Campos Neto virou o inimigo número 1 do dia para a noite, sua cabeça continua a prêmio: o Copom manteve a taxa básica de juros da economia em 13,75%, numa decisão que, diga-se, era esperada pelo mercado. A inflação ainda persistente, somada às instabilidades macroeconômicas locais e externas, justificaram a postura cautelosa.

Esta foi a quinta vez seguida que o Banco Central manteve a Selic inalterada no patamar atual, para a frustração do presidente Lula e de outros entes — econômicos ou não — que desejavam um alívio nos juros. E o motivo para essa postura estável, a priori, é bastante simples de se entender; basta analisar o gráfico abaixo:

Por mais que a inflação acumulada em 12 meses tenha claramente passado por um alívio a partir do segundo semestre do ano passado, num movimento que ocorreu em paralelo à escalada na Selic, fato é que o índice ainda fechou fevereiro em 5,6%, acima do teto da meta, de 4,75% ao ano; o centro está definido em 3,25%.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Ou seja: ao menos por ora, o Brasil parece pender para um novo estouro da meta de inflação, o que, a priori, é bastante maléfico para o Banco Central, cuja função primordial é controlar o avanço dos preços na economia. E, considerando que ainda há bastante incerteza quanto ao futuro, o Copom mais uma vez optou pela cautela.

Leia Também

  • O Seu Dinheiro acaba de liberar um treinamento exclusivo e completamente gratuito para todos os leitores que buscam receber pagamentos recorrentes de empresas da Bolsa. [LIBERE SEU ACESSO AQUI]

Selic: Campos Neto não vai à guerra

Quem esperava uma espécie de "recadinho" do presidente do BC à classe política no comunicado da decisão de juros, saiu frustrado: o BC adotou um tom quase blasé, dando mais importância à deterioração da dinâmica externa e à crise dos bancos do que qualquer ruído político.

"Desde a reunião anterior do Comitê de Política Monetária (Copom), o ambiente externo se deteriorou", diz o BC, logo na primeira frase do comunicado. "Os episódios envolvendo bancos nos EUA e na Europa elevaram a incerteza e a volatilidade dos mercados e requerem monitoramento".

No lado doméstico, atenção aos indicadores econômicos que, segundo o BC, corroboram o cenário de desaceleração na atividade que já era vislumbrado, por mais que a inflação oficial siga acima do teto da meta definida para 2023 — e que as edições mais recentes do boletim Focus mostrem uma elevação para o IPCA em 2024 e 2025.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Mas e as declarações do presidente Lula, clamando por uma revisão para cima das metas de inflação — e uma consequente abertura de espaço para corte imediato nos juros? Bem, quanto a este tema, não há nenhuma menção direta; apenas uma citação protocolar quanto ao arcabouço fiscal.

"Entre os riscos de alta para o cenário inflacionário e as expectativas de inflação, destacam-se (i) uma maior persistência das pressões inflacionárias globais; (ii) a incerteza sobre o arcabouço fiscal e seus impactos sobre as expectativas para a trajetória da dívida pública; e (iii) uma desancoragem maior, ou mais duradoura, das expectativas de inflação para prazos mais longos", diz a autoridade monetária.

E agora, vem corte na Selic próxima reunião?

Se a manutenção dos juros em 13,75% ao ano na reunião desta quarta-feira (22) era dada como certa, uma dúvida pairava sobre a cabeça do mercado: será que, no comunicado, o BC vai deixar a porta aberta para eventuais cortes na Selic já em maio, data da próxima reunião do Copom?

Bem, ao que tudo indica, não há pressa alguma por parte de Campos Neto: o BC se diz focado na convergência da inflação para o redor da meta em 2023 e, em maior escala, 2024 — sem deixar espaços para o início de um eventual ciclo de alívio monetário já no primeiro semestre deste ano.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

O Comitê reforça que irá perseverar até que se consolide não apenas o processo de desinflação como também a ancoragem das expectativas em torno de suas metas, que mostrou deterioração adicional, especialmente em prazos mais longos

Comunicado de decisão de juros do Copom, referente à reunião dos dias 21 e 22 de março de 2022

São palavras protocolares e que, entre uma variação e outra, sempre estão presentes nesse tipo de comunicado. Mas, seja como for, o Copom diz também que os próximos passos poderão ser ajustados, e que "não hesitará em retomar o ciclo de ajuste" caso o processo de desinflação não transcorra como esperado.

Ou seja: há uma menção clara à possibilidade de novas altas na Selic, mas nada muito explícito quanto a um possível corte nos juros num horizonte próximo.

Copom: os cenários de referência

As decisões da Selic também sempre trazem maior clareza quanto ao cenário de referência que está sendo usado pelo Copom para balizar os seus passos. E, partindo das premissas de taxa de juros extraída do Focus, câmbio em R$ 5,25, petróleo em linha com a curva futura nos próximos seus meses e bandeira tarifária amarela, eis as premissas:

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
  • Projeções de inflação: 5,8% em 2023 e 3,6% em 2024
  • Inflação de preços administrados: 10,2% em 2023 e 5,3% em 2024
  • Horizonte de referência: seis trimestres a frente (até o 3T24), com projeção de IPCA 12 meses em 3,8%.

Há, ainda, o chamado 'cenário alternativo', em que a Selic é mantida estável durante todo o horizonte relevante. Nesse quadro, as projeções de inflação ficam em 5,7% em 2023, 3,3% para o terceiro trimestre de 2024 e 3% para o fim do ano que vem.

Ou seja: em algum momento de 2023, o Copom já vislumbra um corte na Selic, uma vez que o cenário alternativo — em que os juros são mantidos em 13,75% — tem uma premissa de inflação ligeiramente inferior ao cenário de referência.

O que mais está sendo considerado?

Por um lado, o Copom diz que a recente reoneração dos combustíveis reduziu a incerteza dos resultados fiscais do país no curto prazo; por outro, o BC ressalta que os mercados estão voláteis e que as expectativas de inflação estão desancoradas em horizontes mais longos, o que demanda atenção.

"O Comitê avalia que a desancoragem das expectativas de longo prazo eleva o custo da desinflação necessária para atingir as metas estabelecidas pelo Conselho Monetário Nacional. Nesse cenário, o Copom reafirma que conduzirá a política monetária necessária para o cumprimento das metas".

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Copom e Selic: o que o mercado achou?

Mirella Hirakawa, economista da AZ Quest

"Um ponto bastante hawkish foi a manutenção da frase que sinaliza uma possível retomada do ciclo de alta de juros se não houver um processo de desinflação como o esperado", diz ela, acrescentando que o comunicado de hoje não sinaliza cortes na Selic na próxima reunião, em maio.

José Márcio Camargo, economista-chefe da Genial Investimentos

"O Copom deu ênfase especial à questão da desancoragem das expectativas, chamou a atenção para o fato que, num horizonte mais longo, elas continuam se deteriorando e que isso pode afetar a trajetória da política monetária", disse Camargo, destacando que o comunicado tenta mostrar a dificuldade de um corte de juros já neste momento.

Gustavo Bertotti, economista-chefe da Messem Investimentos

"O cenário macroeconômico vem se deteriorando, as questões fiscais e políticas, somado ao cenário externo, pesaram na decisão do BC”, analisa Bertotti. “O risco político vem aumentando e afetando as expectativas econômicas para os próximos anos. Trabalhamos com um cenário em que juros continuarão altos por mais tempo, talvez com queda apenas no segundo semestre e em menor magnitude”.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
MORDIDA DO LEÃO

O que diz o projeto do devedor contumaz de impostos que tramita no Congresso? Entenda ponto a ponto

27 de novembro de 2025 - 14:30

O objetivo da Receita Federal é punir empresários que abrem empresas apenas com o intuito de não pagar impostos

MAIS DE 10 ANOS DE ESPERA

Concurso SEFAZ SP 2025: edital para Auditor Fiscal é publicado — 200 vagas e salário inicial de R$ 21,1 mil

27 de novembro de 2025 - 14:19

Concurso público Sefaz SP oferece 200 vagas para Auditor Fiscal, com salários iniciais de R$ 21,1 mil e provas marcadas para fevereiro e março de 2026

QUEM QUER MANSÃO?

Quanto vale hoje a mansão abandonada de Silvio Santos? Mais do que você imagina

27 de novembro de 2025 - 13:13

Antigo refúgio da família Abravanel em Mairiporã, imóvel com deck na Represa da Cantareira, piscina, spa e casa de hóspedes ressurge reformado após anos de abandono

MEGAOPERAÇÃO

Como funcionava o esquema do Grupo Refit, maior devedor de impostos do país, segundo a Receita Federal

27 de novembro de 2025 - 12:35

Antiga Refinaria de Manguinhos foi alvo da Operação Poço de Lobato, acusada de um sofisticado esquema de sonegação fiscal e lavagem de dinheiro no setor de combustíveis

CIDADE GIGANTE

Essa cidade brasileira é a terceira maior do mundo, supera Portugal e Israel e tem mais cabeças de gado do que gente

27 de novembro de 2025 - 9:52

Maior município do Brasil, Altamira supera o território de mais de 100 países e enfrenta desafios sociais, baixa densidade populacional e alta violência

SETOR DE COMBUSTÍVEIS

Grupo Refit é alvo de megaoperação, com mandados contra 190 suspeitos; prejuízo é de R$ 26 bilhões aos cofres públicos

27 de novembro de 2025 - 9:03

Os alvos da operação são suspeitos de integrarem uma organização criminosa e de praticarem crimes contra a ordem econômica e tributária e lavagem de dinheiro

MÁQUINA EMPERRADA

Até tu, Lotofácil? Loterias da Caixa acumulam no atacado e atenções se voltam para prêmio de R$ 53 milhões na Timemania

27 de novembro de 2025 - 6:52

É raro, mas até a Lotofácil encalhou na noite de quarta-feira (26); Quina, +Milionária, Lotomania, Dupla Sena e Super Sete também acumularam

GÁS DO POVO

Gás do Povo entra em operação: veja onde o botijão gratuito já está sendo liberado

27 de novembro de 2025 - 6:36

Primeiras recargas do Gás do Povo começaram nesta semana em dez capitais; programa deve alcançar 50 milhões de brasileiros até 2026

PROGRAMA SOCIAL

É dia de pagamento: Caixa libera Bolsa Família de novembro para NIS final 9

27 de novembro de 2025 - 5:48

O pagamento do benefício ocorre entre os dias 14 e 28 deste mês e segue ordem definida pelo último número do NIS

AO INFINITO E ALÉM!

Como é o foguete que o Brasil vai lançar em dezembro (se não atrasar de novo)

26 de novembro de 2025 - 16:39

Primeira operação comercial no país vai levar ao espaço satélites brasileiros e tecnologias inéditas desenvolvidas por universidades e startups

O VEREDICTO DA AUTARQUIA

Liquidação do Banco Master não traz risco sistêmico, avalia Comitê de Estabilidade Financeira do BC

26 de novembro de 2025 - 15:01

A instituição do banqueiro Daniel Vorcaro cresceu emitindo certificados com remunerações muito acima da média do mercado e vinha enfrentando dificuldades nos últimos meses

COMO FICA AGORA

Imposto de Renda: o que muda a partir de 2026 para quem ganha até R$ 5 mil e para a alta renda, a partir de R$ 50 mil por mês

26 de novembro de 2025 - 13:37

Além da isenção para as faixas mais baixas, há uma taxa de até 10% para quem recebe acima de R$ 50 mil por mês

NOVO ENDINHERADO NA ÁREA

A cidade brasileira que é a capital nacional do arroz, tem a maior figueira do mundo — e é o lar do mais novo milionário da Mega-Sena

26 de novembro de 2025 - 12:33

Cidade gaúcha une tradição agrícola, patrimônio histórico e curiosidades únicas — e agora entra no mapa das grandes premiações da Mega-Sena

APÓS A PRISÃO

Defesa de Vorcaro diz que venda do Banco Master e viagem a Dubai foram comunicadas ao BC

26 de novembro de 2025 - 10:34

O banqueiro foi preso na semana anterior devido à Operação Compliance Zero da Polícia Federal, que investiga um esquema de emissão de títulos de crédito falsos

REGRAS PARA PREVINIR

A proposta do FGC para impedir um novo caso ‘Banco Master’ sem precisar aumentar o colchão do fundo

26 de novembro de 2025 - 10:06

Com maior resgate da história do FGC, o caso Banco Master acelera discussões sobre mudanças nas regras do fundo e transparência na venda de CDBs

NIS FINAL 8

Pagamentos do Bolsa Família e Gás do Povo chegam a beneficiários com NIS final 8 nesta quarta (26)

26 de novembro de 2025 - 8:27

O pagamento do benefício ocorre entre os dias 14 e 28 deste mês e segue ordem definida pelo último número do NIS

QUANTO VAI SUBIR?

Quanto vai ser o salário mínimo de 2026 e o que ainda falta para ele entrar em vigor

26 de novembro de 2025 - 7:13

O novo piso salarial nacional para 2026 já foi proposto, mas ainda aguarda aprovação; saiba o que ainda falta

LOTERIAS

Mega-Sena paga prêmio de quase R$ 15 milhões na ‘capital nacional do arroz’; bola dividida deixa Lotofácil em segundo plano

26 de novembro de 2025 - 6:32

Enquanto a Mega-Sena saiu para uma aposta simples, a Lotofácil premiou um total de 11 apostadores; as demais loterias da Caixa acumularam ontem (25).

PERSPECTIVAS MACRO

2026 sem alívio: projeções do Itaú indicam juros altos, inflação resistente e dólar quase parado

26 de novembro de 2025 - 6:01

Cenário deve repetir 2025, apesar de R$ 200 bilhões em impulsos fiscais que turbinam o PIB, mas mantêm pressão nos preços

ENERGIA DEMAIS?

Um problema para o sistema elétrico? Por que a Aneel quer cortar o excedente de energia renovável

25 de novembro de 2025 - 16:11

Agência aprova plano emergencial para evitar instabilidade elétrica em a excesso de energia solar e eólica

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar