Alta das Treasurys e Ibovespa ao redor de 115 mil pontos deixam retomada de aberturas de capital mais distante e a seca de IPOs na B3 já dura mais de dois anos
O ano de 2023 pode terminar sem IPOs, assim como 2022, enquanto os follow-ons se mantêm, de acordo com a Anbima
Mais de dois anos se passaram e nada de novas empresas entrarem na bolsa de valores brasileira, a B3, já que a última oferta inicial de ações (IPO) ocorreu em agosto de 2021.
E com a recente piora do cenário externo e a subida nas taxas das Treasurys (títulos públicos norte-americanos), o fim da seca de IPOs ficou ainda mais distante.
Até meados de 2023, havia quem esperasse que uma retomada pudesse ocorrer ainda este ano, mas na avaliação da Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais), o mercado de capitais segue vivendo um momento difícil para emissões de ativos, principalmente na bolsa.
“Os fatores que afetam a perspectiva de IPOs são as taxas de juros local e externa e o nível da bolsa. Nesse preço de 115 mil pontos [do Ibovespa] é mais desafiador. Além disso, as Treasurys voltaram a abrir no mercado internacional”, reiterou José Eduardo Laloni, vice-presidente da Anbima a jornalistas nesta quarta-feira (11).
A volta de uma piora do mercado financeiro global dificulta até a previsão de quando será possível ter uma nova janela para IPOs por aqui.
Porém, para Laloni, diferentemente de outros momentos complicados em que até as conversas pararam, desta vez os bancos de investimento seguem conversando com empresas e se preparando para uma melhora, mas que ainda não se sabe quando vai ocorrer.
Vale lembrar que as Treasurys de prazos mais longos voltaram a subir no início de outubro refletindo um cenário de taxa básica de juros ainda alta nos EUA e de mais riscos fiscais.
Esse movimento levou a alta de mercados de juros futuros de vários países, refletindo ainda no avanço do dólar e na queda de bolsas de valores. Quanto mais alto os juros nos EUA maior a chance de investidores retirarem dinheiro de ativos de maior risco, como ações, para apostar em mercados mais seguros, com na renda fixa-norte-americana.
Ainda por cima, o estouro da guerra entre Israel e o Hamas no último final de semana adicionou riscos e incertezas aos mercados.
Número de follow-ons deve se manter igual ao de 2022
Apesar de os IPOs não saírem do zero este ano até setembro, as ofertas subsequentes de ações (follow-on) podem encerrar no mesmo número do ano passado.
De janeiro a setembro, foram 17 follow-ons, que movimentaram R$ 29,3 bilhões, contra também 17 ofertas subsequentes no mesmo período de 2022. No ano passado, porém, foram levantados R$ 54,3 bilhões, grande parte por causa de uma oferta da Eletrobras.
No entanto, para o vice-presidente da Anbima, muitas dessas ofertas foram feitas para as empresas se capitalizarem após consequência de tempos difíceis trazidos por uma alta taxa de juros no Brasil.
Cenário favorável para emissões de renda fixa
A taxa de juros ainda elevada por aqui, embora já tenha começado a cair, é um dos fatores que segue favorecendo mais as emissões de renda fixa no mercado de capitais, em detrimento das emissões em renda variável, como IPOs e follow-ons.
As emissões de fundos imobiliários, por exemplo, somaram R$ 16,4 bilhões de janeiro a setembro deste ano, uma alta de 23,3% frente ao valor visto no mesmo período do ano passado.
Já as emissões de CRIs totalizaram R$ 31,7 bilhões no acumulado de 2023, avanço de 3,5% frente ao ano anterior.
“A renda fixa segue sendo uma das principais indicações de casas de investimento aqui e lá fora com esse patamar de taxa de juros”, afirmou Laloni.
ONDE INVESTIR EM OUTUBRO? Analistas da Empiricus Research revelam suas principais recomendações para o mês em entrevista completa para o Youtube do Seu Dinheiro. Assista agora:
Emissão de debêntures para projetos de longo prazo pode crescer
Dentro da renda fixa, a Anbima também tem uma perspectiva positiva para as emissões de debêntures pelas empresas.
Embora o segmento ainda mostre um volume em queda, a associação destacou que o prazo das 292 emissões de debêntures feitas até setembro está mais longo, com média de 8,3 anos.
Além disso, setores como o de saneamento estão passando a fazer mais emissões, ao lado dos já tradicionais setores de infraestrutura e transportes.
Isso está sendo visto como um sinal de que as empresas têm buscado o mercado de capitais para financiar projetos mais longos com sucesso.
“É um sinal de desenvolvimento do mercado, mais um passo. Também é interessante ver que mais de 40 emissões tiveram com volume superior a R$ 1 bilhão. Há cinco anos, por exemplo, se tinha duas ofertas desse tamanho já se questionava se o mercado iria aguentar”, afirmou Cristiano Cury, coordenador da Comissão de Renda Fixa da entidade.
Brasil no caminho certo? Como a crise dos carros elétricos pode ter ajudado a tirar o País da contramão da descarbonização dos transportes
Há quem diga que o Brasil não perde a oportunidade de perder uma oportunidade, mas decisão sobre carros elétricos pode provar o contrário
Bancos doam R$ 6 milhões e suspendem dívidas de vítimas no Rio Grande do Sul; empresas gaúchas na bolsa são afetadas pelas enchentes
As instituições também possuem parcerias com entidades civis locais e estão mobilizando clientes e funcionários para doações às vítimas
Campos Neto ‘esnoba’ dólar, o futuro dos juros no Brasil e fundos imobiliários com desconto na bolsa: os destaques do Seu Dinheiro na semana
A avaliação do presidente do BC sobre quem vence a disputa como moeda da vez no mundo foi a matéria mais lida da semana
‘Se eu quisesse investir em golpes, esta seria a próxima grande indústria’: o alerta de Warren Buffett sobre a inteligência artificial
A cautela do “Oráculo de Omaha” com a IA vem da capacidade da tecnologia de criar conteúdos falsos ou enganosos em texto, áudio e vídeo de forma realista
Apostador mineiro leva prêmio da Lotofácil sozinho e é o mais novo milionário do Brasil; dois sortudos faturam mais de R$ 3 milhões com a Quina
Já na Mega-Sena, ninguém acertou as seis dezenas do concurso número 2.720 e o prêmio para o próximo sorteio subiu para R$ 37 milhões
Show da Madonna: Saiba onde assistir e a provável lista de hits que a artista deve cantar em Copacabana
Ainda não há informações sobre quais músicas Madonna deve tocar nesta noite — mas aqui está uma das possíveis setlists do show
Caixa libera saque do FGTS e suspensão de financiamentos habitacionais para afetados por enchentes no Rio Grande do Sul
O Saque Calamidade está disponível aos moradores de municípios que tiverem decretado estado de calamidade pública ou situação de emergência
Lotofácil inicia maio com 3 ganhadores, Quina acumula e Mega-Sena volta amanhã
Lotofácil justifica fama de loteria menos difícil da Caixa Econômica Federal e sai para três apostas de diferentes partes do Brasil
Ouro e dólar foram os melhores investimentos de abril, que viu queda nas bolsas e títulos públicos; bitcoin recuou no mês do halving
Tensões geopolíticas e alta dos juros futuros, motivada por temores com a política monetária americana, derrubaram maior parte dos ativos de risco
Tomorrowland 2024 abre amanhã a venda de ingressos; saiba como comprar e o veja o line-up completo
O festival de música eletrônica acontecerá nos dias 11, 12 e 13 de outubro, em Itu, no interior de São Paulo; veja o que você precisa saber antes de comprar os tickets
Leia Também
-
Itaú (ITUB4) deu show? Lucro sobe 15,8% no 1T24 e atinge R$ 9,771 bilhões; veja os números do balanço
-
Minerva (BEEF3): Ação cai forte na B3 após rebaixamento por bancão e desvalorização chega a 20% em 2024. É hora de vender os papéis?
-
Magazine Luiza (MGLU3): antigos donos do KaBuM! pedem assembleia para responsabilizar Fred Trajano por erro no balanço da varejista
Mais lidas
-
1
'Se eu quisesse investir em golpes, esta seria a próxima grande indústria': o alerta de Warren Buffett sobre a inteligência artificial
-
2
Campos Neto 'esnoba' dólar, o futuro dos juros no Brasil e fundos imobiliários com desconto na bolsa: os destaques do na semana
-
3
Dividendos e ação barata: mais um bancão diz que é hora de aproveitar a oportunidade e comprar as ações da Gerdau (GGBR4)