🔴 SD EXPLICA: COMO GARANTIR 1% AO MÊS NA RENDA FIXA ANTES QUE A SELIC CAIA – VEJA AQUI

Vale a pena investir sob as orientações de um prêmio Nobel?

O que o mais aclamado e tradicional modelo de alocação de carteiras, do prêmio Nobel Harry Markowitz, indicaria como investimento hoje?

31 de julho de 2023
10:02 - atualizado às 10:03
Harry Markowitz, economista e vencedor do Prêmio Nobel
Harry Markowitz, economista e vencedor do Prêmio Nobel - Imagem: Reprodução YouTube

Minha querida amiga e companheira de equipe Rafaela Ribas, neste Linha D’Água recente, excepcionalmente fez uma homenagem póstuma a uma das maiores mentes do mundo das finanças: o economista e Nobel Harry Markowitz.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Como detalhado em sua coluna, Markowitz foi responsável pelo primeiro modelo matemático de alocação de carteiras. Antes dele, investidores e gestores de fundos gerenciavam carteiras com base somente no instinto e na experiência passada.

Não me leve a mal, esses são dois fatores importantes para a construção de uma tese de investimentos — e muitas vezes é isso que faz um profissional ser acima da média. Mas o processo todo não pode ser definido apenas por fatores subjetivos.

O rigor de um modelo sistemático é indispensável para essas tomadas de decisões. E nisso Harry Markowitz foi pioneiro quando, em 1952, propôs um modelo que considerasse três fatores na construção de portfólio: retorno esperado, volatilidade esperada e covariância entre pares de ativos.

Markowitz descobriu que, ao combinar ativos descorrelacionados entre si – ou seja, que ganham dinheiro de formas e em mercados diferentes — era possível minimizar o risco do portfólio, mantendo ainda um bom nível de retorno.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

O modelo resultava em um gráfico chamado de “fronteira eficiente”, representando um conjunto de possibilidades de carteiras eficientes, aquelas com o menor risco (volatilidade) possível para cada nível de retorno — ou maior retorno para cada nível de risco.

Leia Também

Mas isso você já aprendeu na coluna da Rafa. Meu objetivo hoje é responder a seguinte pergunta: aplicando o processo de Markowitz para o mercado brasileiro, qual seria sua carteira recomendada hoje?

Classes de ativos

O processo de construção de um portfólio geralmente possui três etapas:

  • Definição da alocação estratégia: as proporções estruturais (neutras) do portfólio dedicadas às classes de ativos, como ações, renda fixa e multimercados;
  • Alocação tática: alterações direcionais nas proporções das classes do portfólio, com o objetivo de capturar ganhos de curto e médio prazo;
  • Seleção de ativos: após determinada as proporções das classes, resta definir os ativos e veículos por meio dos quais o investimento será feito na prática.

O modelo de Markowitz se concentra no primeiro estágio, de alocação estratégica. Para o estudo, foram selecionadas oito classes de ativos:

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
  • Inflação: representado pelo IMA-B, índice que replica títulos públicos atrelados ao IPCA;
  • Prefixados: representado pelo IRF-M, índice que replica títulos públicos prefixados;
  • Multimercados: representado pelo IFMM (Índice Fundos Multimercados);
  • Bolsa brasileira: representado pelo IBX (Índice Bolsa Brasil);
  • Mercado imobiliário: representado pelo IFIX (Índice de Fundos de Investimentos Imobiliários);
  • Dólar: parcela dolarizada do portfólio;
  • Ouro: representado pelo Gold Comex (sem variação cambial);
  • Bolsa americana: representada pelo S&P 500 (sem variação cambial).

Mão na massa: a simulação e seus resultados

Calculamos a expectativa de retorno, volatilidade esperada e a matriz de covariância para as classes com base em mais de 12 anos de histórico.

Com essas informações, foi possível chegar ao gráfico de fronteira eficiente:

A linha vermelha representa as carteiras com a menor volatilidade possível para cada nível de retorno do eixo vertical. A linha tracejada escura, por outro lado, representa o conjunto de carteiras possíveis com expectativas de retorno inferiores, porém com o menor nível de volatilidade para cada faixa de retorno.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

A principal mensagem é que a distribuição de sua carteira é importantíssima para se ter uma boa relação entre o risco e o retorno.

Na tabela e gráfico abaixo você encontra exatamente quais foram as carteiras recomendadas pelo modelo para cada nível de retorno:

A primeira carteira é o portfólio com a menor volatilidade possível, enquanto a segunda, destacada pela cor verde, é a carteira com a melhor relação entre risco e retorno (alcançada a partir da maximização do índice Sharpe).

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Algumas conclusões importantes podem ser tiradas desses portfólios:

  • O modelo advoga contra a exposição direta aos índices passivos em Bolsa brasileira (IBX), ao mercado imobiliário (IFIX) e em Bolsa americana (S&P 500) – entretanto nada pode ser concluído para o investimento em gestão ativa para cada classe;
  • O modelo mantém dólar em todas as carteiras, mostrando como o ativo é um ótimo diversificador;
  • O ouro não entra em nenhum dos portfólios, indicando não ser uma classe boa para agregar ao retorno ou para redução de risco;
  • O IFMM, índice de multimercados, aparece nas carteiras com menor volatilidade, indicando o bom potencial de diversificação da classe;
  • Os índices IMA-B e IRF-M são as classes mais relevantes nas carteiras.

Devo replicar a carteira recomendada pelo modelo?

As contribuições de Harry Markowitz foram essenciais na época em que foram feitas. Entretanto, a ciência de alocação de carteiras evoluiu muito com o passar das décadas.

Há dois motivos principais pelo quais não utilizamos o modelo de Markowitz para a construção de nossas carteiras recomendadas, na equipe de research de fundos da Empiricus:

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
  1. Volatilidade como medida de risco: a medida de volatilidade, apesar de muito utilizada por grande parte do mercado até hoje, não é a mais adequada para mensurar o risco de um ativo – deixo aqui meu compromisso de fazer uma coluna especialmente sobre esse tema no futuro;
  2. Alta sensibilidade do modelo: o modelo é extremamente sensível a mudanças marginais na base analisada. Ao retirar, por exemplo, os seis últimos meses da base, a carteira indicada já seria absurdamente diferente. Essas mudanças bruscas, na prática, resultariam em altos custos de rebalanceamento para o investidor.

Para corroborar a baixa utilização prática do modelo, fizemos a simulação de uma carteira otimizada por Markowitz, com rebalanceamento anual, comparando com outras duas estratégias tradicionais de alocação: a “60-40”, cuja alocação é estruturalmente 60% alocada em Bolsa e 40% em ativos de renda fixa brasileiros; e o portfólio “Pesos Iguais”, onde a alocação das classes possuem exatamente a mesma proporção.

O gráfico abaixo, que compara o desempenho das carteiras com o CDI no mesmo período, fala por si só:

Os assinantes da série Os Melhores Fundos de Investimento receberão na publicação de amanhã (1/8), com mais detalhes, os resultados do estudo realizado.

Você é meu convidado para discutir conosco suas aplicações e alternativas para sua alocação de longo prazo.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
O MELHOR DO SEU DINHEIRO

As lições do Chile para o Brasil, ata do Copom, dados dos EUA e o que mais movimenta a bolsa hoje

16 de dezembro de 2025 - 8:23

Chile, assim como a Argentina, vive mudanças políticas que podem servir de sinal para o que está por vir no Brasil. Mercado aguarda ata do Banco Central e dados de emprego nos EUA

INSIGHTS ASSIMÉTRICOS

Chile vira a página — o Brasil vai ler ou rasgar o livro?

16 de dezembro de 2025 - 7:13

Não por acaso, ganha força a leitura de que o Chile de 2025 antecipa, em diversos aspectos, o Brasil de 2026

EXILE ON WALL STREET

Felipe Miranda: Uma visão de Brasil, por Daniel Goldberg

15 de dezembro de 2025 - 19:55

O fundador da Lumina Capital participou de um dos episódios de ‘Hello, Brasil!’ e faz um diagnóstico da realidade brasileira

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Dividendos em 2026, empresas encrencadas e agenda da semana: veja tudo que mexe com seu bolso hoje

15 de dezembro de 2025 - 7:47

O Seu Dinheiro traz um levantamento do enorme volume de dividendos pagos pelas empresas neste ano e diz o que esperar para os proventos em 2026

VISÃO 360

Como enterrar um projeto: você já fez a lista do que vai abandonar em 2025?

14 de dezembro de 2025 - 8:00

Talvez você ou sua empresa já tenham sua lista de metas para 2026. Mas você já fez a lista do que vai abandonar em 2025?

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Flávio Day: veja dicas para proteger seu patrimônio com contratos de opções e escolhas de boas ações

12 de dezembro de 2025 - 8:26

Veja como proteger seu patrimônio com contratos de opções e com escolhas de boas empresas

SEXTOU COM O RUY

Flávio Day nos lembra a importância de ter proteção e investir em boas empresas

12 de dezembro de 2025 - 6:07

O evento mostra que ainda não chegou a hora de colocar qualquer ação na carteira. Por enquanto, vamos apenas com aquelas empresas boas, segundo a definição de André Esteves: que vão bem em qualquer cenário

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

A busca pelo rendimento alto sem risco, os juros no Brasil, e o que mais move os mercados hoje

11 de dezembro de 2025 - 8:23

A janela para buscar retornos de 1% ao mês na renda fixa está acabando; mercado vai reagir à manutenção da Selic e à falta de indicações do Copom sobre cortes futuros de juros

EXILE ON WALL STREET

Rodolfo Amstalden: E olha que ele nem estava lá, imagina se estivesse…

10 de dezembro de 2025 - 19:46

Entre choques externos e incertezas eleitorais, o pregão de 5 de dezembro revelou que os preços já carregavam mais política do que os investidores admitiam — e que a Bolsa pode reagir tanto a fatores invisíveis quanto a surpresas ainda por vir

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

A mensagem do Copom para a Selic, juros nos EUA, eleições no Brasil e o que mexe com seu bolso hoje

10 de dezembro de 2025 - 8:10

Investidores e analistas vão avaliar cada vírgula do comunicado do Banco Central para buscar pistas sobre o caminho da taxa básica de juros no ano que vem

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Os testes da família Bolsonaro, o sonho de consumo do Magalu (MGLU3), e o que move a bolsa hoje

9 de dezembro de 2025 - 8:17

Veja por que a pré-candidatura de Flávio Bolsonaro à presidência derrubou os mercados; Magazine Luiza inaugura megaloja para turbinar suas receitas

INSIGHTS ASSIMÉTRICOS

O suposto balão de ensaio do clã Bolsonaro que furou o mercado: como fica o cenário eleitoral agora?

9 de dezembro de 2025 - 7:25

Ainda que o processo eleitoral esteja longe de qualquer definição, a reação ao anúncio da candidatura de Flávio Bolsonaro deixou claro que o caminho até 2026 tende a ser marcado por tensão e volatilidade

RALI, RUÍDO E POLÍTICA

Felipe Miranda: Os últimos passos de um homem — ou, compre na fraqueza

8 de dezembro de 2025 - 19:58

A reação do mercado à possível candidatura de Flávio Bolsonaro reacende memórias do Joesley Day, mas há oportunidade

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Bolha nas ações de IA, app da B3, e definições de juros: veja o que você precisa saber para investir hoje

8 de dezembro de 2025 - 8:14

Veja o que especialista de gestora com mais de US$ 1,5 trilhão em ativos diz sobre a alta das ações de tecnologia e qual é o impacto para o mercado brasileiro. Acompanhe também a agenda da semana

TRILHAS DE CARREIRA

É o fim da pirâmide corporativa? Como a IA muda a base do trabalho, ameaça os cargos de entrada e reescreve a carreira

7 de dezembro de 2025 - 8:00

As ofertas de emprego para posições de entrada tiveram fortes quedas desde 2024 em razão da adoção da IA. Como os novos trabalhadores vão aprender?

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

As dicas para quem quer receber dividendos de Natal, e por que Gerdau (GGBR4) e Direcional (DIRR3) são boas apostas

5 de dezembro de 2025 - 8:05

O que o investidor deve olhar antes de investir em uma empresa de olho dos proventos, segundo o colunista do Seu Dinheiro

SEXTOU COM O RUY

Tsunami de dividendos extraordinários: como a taxação abre uma janela rara para os amantes de proventos

5 de dezembro de 2025 - 6:02

Ainda que a antecipação seja muito vantajosa em algumas circunstâncias, é preciso analisar caso a caso e não se animar com qualquer anúncio de dividendo extraordinário

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Quais são os FIIs campeões de dezembro, divulgação do PIB e da balança comercial e o que mais o mercado espera para hoje

4 de dezembro de 2025 - 8:29

Sete FIIs disputam a liderança no mês de dezembro; veja o que mais você precisa saber hoje antes de investir

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Copel (CPLE3) é a ação do mês, Ibovespa bate novo recorde, e o que mais movimenta os mercados hoje

3 de dezembro de 2025 - 8:24

Empresa de geração, transmissão e distribuição de energia elétrica, a Copel é a favorita para investir em dezembro. Veja o que mais você precisa saber sobre os mercados hoje

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Mais empresas no nó do Master e Vorcaro, a escolha do Fed e o que move as bolsas hoje

2 de dezembro de 2025 - 8:16

Titan Capital surge como peça-chave no emaranhado de negócios de Daniel Vorcaro, envolvendo mais de 30 empresas; qual o risco da perda da independência do Fed, e o que mais o investidor precisa saber hoje

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar