Para além dos ruídos do mercado financeiro: Confira 6 motivos para ficar otimista com ações
Estamos entrando num novo ciclo do mercado que intensificou-se em março e que provavelmente culminará em uma recessão global

Às vezes, é preciso ver de longe para enxergar melhor. Estou de volta após duas semanas de férias. Seria legal dizer que nesse período me desliguei completamente do trabalho e não acompanhei nada do mercado, mas estaria mentindo.
Longe de me orgulhar, mas esse monitoramento distante me fez muito bem.
Acompanhar a dinâmica dos mercados em outro fuso horário e num ritmo mais leve me trouxe uma nova percepção do cenário atual.
Estar longe te faz acompanhar com menos profundidade alguns eventos, mas ao mesmo tempo te afasta dos ruídos que costumam nos contaminar convivendo na Faria Lima.
- Leia também: A economia da China está em apuros — e a culpa não é dos EUA, segundo gestor com R$ 75 bilhões em ativos
Os ruídos do mercado financeiro
A infinidade de ruídos produzidos nestes 6 meses de governo Lula assusta até o mais otimista dos brasileiros: Volta do “poder” ao BNDES, discussão política sobre o rumo da taxa de juros, reestatização da Eletrobras, fim da paridade internacional de preços da Petrobras, mudança do marco do saneamento, autonomia do Banco Central…
Enquanto puxo o ar depois de citar tantos eventos, vejo que nosso Ibovespa sobe 6% só em maio e virou para o positivo no ano, o dólar opera abaixo de R$ 5,00 há um bom tempo e os juros futuros operam abaixo de 12% nos vencimentos intermediários e longos da curva.
Longe de achar que o mercado brasileiro não quer enxergar a realidade. E longe também de achar que devemos ignorar esses ruídos do mercado. Mas parece haver fatores com um maior poder de “fazer preço” do que os ruídos citados acima.
O otimismo do brasileiro
Para não deixar a leitura desta CompoundLetter tão longa, vou citar somente 6 destes fatores:
- Poucos meses atrás, discutíamos num dos episódios do Market Makers se o juro americano subiria para além de 6%. Mas uma quebradeira de bancos regionais no meio de caminho fez com que a taxa por lá parasse no intervalo atual de 5% a 5,25% ao ano, com o próprio presidente do Fed falando cada vez mais sobre uma política monetária “menos apertada” por conta do enxugamento de crédito no sistema.
- A China reabriu sua economia no final de 2022 e a esperada grande porrada de crescimento (que poderia gerar mais inflação no mundo) parece que não virá. Má notícia? Bem, se isso ajudar o Fed a não subir mais os juros nos EUA e talvez até voltar a falar de queda de juros no final de 2023, então eu diria que a notícia tende a ser boa.
- No Brasil, diante de tantos e tantos ruídos, não podemos esquecer de uma notícia que já está ficando antiga - e por isso vale sempre lembrar: o arcabouço fiscal, embora longe do ideal, tirou o Brasil do caminho do desastre. Ou como definiu numa entrevista recente o gestor Alexandre Muller, da JGP, “pelo menos é uma regra que tira o prêmio de ‘argentinização’ do Brasil”.
- Outro bode que saiu da sala do Brasil foi a mudança na política de preços da Petrobras. Assim como no arcabouço fiscal, não dá pra dizer que o fim da paridade internacional é bom, mas sabendo que nossas expectativas para ambos eventos eram as piores possíveis, o que foi anunciado ficou de bom tamanho. O famoso não foi bom, mas podia ser pior.
Temos um ambiente de juros parando de subir nos EUA seguido de um evento desinflacionário global (China mais fraca) e dois nacionais (dólar em queda e combustíveis reajustados para baixo). O resultado desta equação é Selic deve começar a cair.
Mas não para por aí: - Fundos de ações e multimercados acumulam resgates bilionários nos últimos meses, pressionando muitas empresas na bolsa, mesmo aquelas de qualidade. Embora essa tendência ainda não tenha se revertido, os fluxos de saída estão cada vez menores.
- Em várias métricas de análise, é possível perceber que a bolsa brasileira está barata em níveis que poucas vezes visto. E olhando pro histórico do nosso mercado, estes níveis de desconto anteciparam grandes viradas. No episódio do MMakers que vai ao ar nesta quinta-feira, o gestor José Rocha, da Dahlia Capital, trouxe alguns exemplos de indicadores que evidenciam como nossa bolsa está barata.
Daria para citar mais fatores, mas prefiro apenas dizer que o cenário mostra-se muito favorável para ações no longo prazo. No entanto, seguimos com uma parcela em caixa na Carteira Market Makers: o CDI ainda paga um bom dinheiro para esperarmos novas oportunidades que podem surgir - e elas sempre surgem.
Leia Também
Antes do fim: a importância de estar bem acompanhado
Dedico este último parágrafo aos meus três sócios no Market Makers: não há nada mais estimulante no trabalho do que estar rodeado de grandes talentos.
É impecável o trabalho que o Matheus vem fazendo com a montagem da Carteira Market Makers (e os resultados começam a aparecer), o Renato conduziu com maestria os episódios sem minha presença e o Josué está se tornando um verdadeiro contador de histórias com suas newsletters.
Sou apaixonado pelo meu trabalho, mas ter a companhia destes três torna isso tudo ainda mais prazeroso e desafiador.
Um forte abraço,
Thiago Salomão
É recorde: preço do ouro ultrapassa US$ 3.400 e já acumula alta de 30% no ano
Os contratos futuros do ouro chegaram a atingir US$ 3.433,10 a onça na manhã desta segunda-feira (21), um novo recorde, enquanto o dólar ia às mínimas em três anos
A última ameaça: dólar vai ao menor nível desde 2022 e a culpa é de Donald Trump
Na contramão, várias das moedas fortes sobem. O euro, por exemplo, se valoriza 1,3% em relação ao dólar na manhã desta segunda-feira (21)
Como declarar fiagros e fundos imobiliários (FIIs) no imposto de renda 2025
Fundos imobiliários e fiagros têm cotas negociadas em bolsa, sendo tributados e declarados de formas bem parecidas
Ainda há espaço no rali das incorporadoras? Esta ação de construtora tem sido subestimada e deve pagar bons dividendos em 2025
Esta empresa beneficiada pelo Minha Casa Minha Vida deve ter um dividend yield de 13% em 2025, podendo chegar a 20%
Hypera (HYPE3): empresário Lírio Parisotto muda de ideia (de novo) e desiste de concorrer a vaga no conselho da farmacêutica
O acionista Geração L. PAR – fundo de investimento do próprio empresário – já havia comunicado que o executivo não iria mais concorrer ao posto no início de abril
Os cinco bilionários que mais perderam dinheiro neste ano em meio ao novo governo Trump – e o que mais aumentou sua fortuna
O ano não tem sido fácil nem para os ricaços; a oscilação do mercado tem sido fortemente influenciada pelas decisões do novo governo Trump, em especial o tarifaço global proposto por ele
Ações x títulos da Petrobras, follow-on da Azul e 25 ações para comprar após o caos: o que bombou no Seu Dinheiro esta semana
Outra forma de investir em Petrobras além das ações em bolsa e oferta subsequente de ações da Azul estão entre as matérias mais lidas da última semana em SD
Com ou sem feriado, Trump continua sendo o ‘maestro’ dos mercados: veja como ficaram o Ibovespa, o dólar e as bolsas de NY durante a semana
Possível negociação com a China pode trazer alívio para o mercado; recuperação das commodities, especialmente do petróleo, ajudaram a bolsa brasileira, mas VALE3 decepcionou
‘Indústria de entretenimento sempre foi resiliente’: Netflix não está preocupada com o impacto das tarifas de Trump; empresa reporta 1T25 forte
Plataforma de streaming quer apostar cada vez mais na publicidade para mitigar os efeitos do crescimento mais lento de assinantes
Lições da Páscoa: a ação que se valorizou mais de 100% e tem bons motivos para seguir subindo
O caso que diferencia a compra de uma ação baseada apenas em uma euforia de curto prazo das teses realmente fundamentadas em valuation e qualidade das empresas
Como declarar opções de ações no imposto de renda 2025
O jeito de declarar opções é bem parecido com o de declarar ações em diversos pontos; as diferenças maiores recaem na forma de calcular o custo de aquisição e os ganhos e prejuízos
Mobly (MBLY3) expõe gasto ‘oculto’ da Tok&Stok: R$ 5,2 milhões para bancar plano de saúde da família fundadora — que agora tem cinco dias para devolver o dinheiro
Em comunicado, a Mobly destaca que os pagamentos representam mau uso de recursos da companhia, conflito de interesses e violação da governança corporativa
Que telefone vai tocar primeiro: de Xi ou de Trump? Expectativa mexe com os mercados globais; veja o que esperar desta quinta
Depois do toma lá dá cá tarifário entre EUA e China, começam a crescer as expectativas de que Xi Jinping e Donald Trump possam iniciar negociações. Resta saber qual telefone irá tocar primeiro.
Como fica a bolsa no feriado? Confira o que abre e fecha na Sexta-feira Santa e no Dia de Tiradentes
Fim de semana se une à data religiosa e ao feriado em homenagem ao herói da Inconfidência Mineira para desacelerar o ritmo intenso que tem marcado o mercado financeiro nos últimos dias
Como declarar ETF no imposto de renda 2025, seja de ações, criptomoedas ou renda fixa
Os fundos de índice, conhecidos como ETFs, têm cotas negociadas em bolsa, e podem ser de renda fixa ou renda variável. Veja como informá-los na declaração em cada caso
É hora de aproveitar a sangria dos mercados para investir na China? Guerra tarifária contra os EUA é um risco, mas torneira de estímulos de Xi pode ir longe
Parceria entre a B3 e bolsas da China pode estreitar o laço entre os investidores do dois países e permitir uma exposição direta às empresas chinesas que nem os EUA conseguem oferecer; veja quais são as opções para os investidores brasileiros investirem hoje no Gigante Asiático
Fim da linha para a Vale (VALE3)? Por que o BB BI deixou de recomendar a compra das ações e cortou o preço-alvo
O braço de investimentos do Banco do Brasil vai na contramão da maioria das indicações para o papel da mineradora
Rodolfo Amstalden: Escute as feras
As arbitrariedades tarifárias de Peter “Sack of Bricks” Navarro jogaram a Bolsa americana em um dos drawdowns mais bizarros de sua longa e virtuosa história
Nas entrelinhas: por que a tarifa de 245% dos EUA sobre a China não assustou o mercado dessa vez
Ainda assim, as bolsas tanto em Nova York como por aqui operaram em baixa — com destaque para o Nasdaq, que recuou mais de 3% pressionado pela Nvidia
EUA aprovam bolsa de valores focada em sustentabilidade, que pode começar a operar em 2026
A Green Impact Exchange pretende operar em um mercado estimado em US$ 35 trilhões