Rodolfo Amstalden: I want to connect
Com 5 minutos guardados, aproveito para reconsiderar as escolhas que eu fiz e tenho feito — muitas delas, estúpidas

Não sei como funciona para vocês, mas estou cansado. Não aguento mais ouvir falar de meta de inflação, corte de juros, novo arcabouço fiscal…
Sempre que me sinto cansado, resolvo entrar no LinkedIn para me alienar; essa que é a única rede social que eu topo acessar — e o faço segundo a lei do mínimo esforço.
Gosto dos posts do Thiago Veras, deveria ter ficado ali, mas de repente quero ver as pessoas que pediram para se conectar comigo.
Não faço ideia de por que alguém gostaria de se conectar comigo, já que não sou uma pessoa muito conectável. Então, fico tentando imaginar os motivos.
Em breve, não preciso mais imaginar.
Ao contrário do que possa parecer, essas pessoas, em geral, não estão à procura de empregos. Em vez disso, elas querem me vender alguma coisa.
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Elas querem me vender capacitação para executivos de sucesso, vinhos personalizados com a minha marca para presentear clientes, soluções em software sob demanda para atender às necessidades únicas de minha empresa, vistos de residência permanente nos EUA e a oportunidade de evolução na sexualidade humana, através da expertise de mais de 15 anos em terapias tântricas.
Tenho saudades de quando o marketing da Empiricus era considerado agressivo.
Via de regra, eu não respondo a esse tipo de mensagem. Aí, depois de uns dias, vem outra mensagem, algo como:
"Só estou checando, não tenho certeza se você viu a minha última mensagem. Eu gostaria de falar 5 minutos com você".
Realmente não aprecio a ideia de ter 5 minutos para alguém. Ou você tem um mínimo de 30 minutos ou tem zero minutos. Ou se envolve, ou não se compromete.
Por favor, não me entenda como uma pessoa deseducada.
Eu poderia ter dedicado mais tempo a endereçar todas essas abordagens, e respeito — de verdade — a ética do (bom) vendedor. Mas minha atitude, no final das contas, é a de fechar a aba do LinkedIn.
Com 5 minutos guardados dentro de cada cigarro, aproveito para reconsiderar as escolhas que eu fiz e tenho feito — muitas delas, estúpidas.
Reconsiderei, por exemplo, a ideia de ter MLAS3 na carteira de Microcaps. Sou um burro com sorte, vendi em 5 de janeiro deste ano.
A dica para o investidor é: se você quer vender alguma coisa, não perca tempo mandando mensagens pelo LinkedIn.
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