Por que os acionistas da EDP Brasil (ENBR3) receberam uma oferta que não devem recusar
O controlador da companhia fez a seguinte proposta: comprar todas as ações ENBR3 por preços 20% maiores que os atuais
Você acorda num belo domingo e, inspirado por um lindo céu azul, resolve tirar a sua bicicleta empoeirada da garagem para dar uma volta.
Para falar a verdade, você tinha parado de andar de bicicleta porque ela estava velha, desalinhada e te deixava na mão algumas vezes.
Por sorte, naquele dia, tudo correu bem. Quer dizer, corria bem. Porque depois de um passeio relaxante e revigorante, o dia estava prestes a mudar radicalmente.
Faltando cerca de vinte metros para chegar em casa, você é abordado por um sujeito que nunca viu na vida.
"Hey!", ele grita, tentando chamar a sua atenção.
Com medo, você desvia o olhar, inutilmente. Ele insiste, dessa vez segurando a bicicleta pelo guidão. Agora você não tem como fugir. Então ele diz:
Leia Também
"Hey, olha pra mim! Eu vou levar a sua bicicleta velha pelo preço de uma bicicleta novinha, e você não ouse reclamar".
O sujeito quer pagar o preço de uma bicicleta nova na sua bicicleta velha e já um pouco desalinhada. Você vai reclamar da oferta?
Isso realmente acontece
Essa situação pode parecer meio maluca, mas acontece com alguma frequência no mundo dos investimentos, e é chamada de Oferta Pública de Aquisição (OPA), quando um acionista relevante faz uma oferta pública para comprar todas as ações em circulação.
Você deve ter visto que a maior alta de ontem (2) no Ibovespa foi a da ENBR3, ação da Energias do Brasil (EDP Brasil), empresa do setor elétrico que tem ativos de distribuição, geração e transmissão. A ação fechou o pregão com valorização de +15% em um único dia.
O motivo? O controlador da companhia fez a seguinte proposta para todos os outros acionistas: "eu vou comprar as suas ações por preços 20% maiores do que os atuais, e vocês não vão reclamar."
É claro que não é bem assim, os acionistas têm o direito de recusar, mas, às vezes, a oferta é tão boa, tão boa, que faz todo o sentido aceitá-la. Foi exatamente o caso de ENBR3, e sabe quem ganhou um bom dinheiro com isso?
Os assinantes do Vacas Leiteiras, que tinham as ações em sua carteira e puderam vendê-las ontem com um ótimo lucro de mais de 100% desde a recomendação.
Proposta irrecusável
Não me entenda mal, nós gostamos de ENBR3.
A EDP Brasil tem um modelo de negócios pouco cíclico e paga bons dividendos aos acionistas. E, nos últimos anos, ela surfou uma combinação de fatores positivos que ajudaram os resultados: melhora operacional no segmento de distribuição, reajustes de tarifas por IGP-M (que explodiu durante a pandemia), entrada em operações de transmissão e venda de ativos de geração por preços muito atrativos, o que ajudou bastante no aumento dos lucros, Fluxo de Caixa Livre e na valorização dos papéis.
O problema é que, depois de tantos fatores jogando a favor, entendemos que os preços já refletem um cenário bem otimista pela frente também.
Por gostar do prêmio de 20% oferecido pelo controlador em um momento em que já vemos as ações muito bem precificadas, preferimos aceitar a oferta e partir para uma outra oportunidade.
Mas nem sempre será assim.
Poderia ser diferente
Obviamente, este nos pareceu um caso em que fazia sentido vender a nossa bicicleta usada pelo preço de uma novinha em folha.
Mas nem sempre a oferta será por preços assim tão interessantes. Aliás, existem casos em que a oferta poderá parecer mais um assalto do que uma OPA.
"Tome aqui 5 reais pela sua bicicleta e não reclame!"
Mas, nesses casos, os acionistas podem "reclamar", sim. Para que a OPA aconteça nos preços propostos pelo controlador, é preciso que a maioria dos acionistas aceite a oferta.
Se o controlador resolver oferecer um preço muito baixo, os acionistas simplesmente não aceitam a oferta e a OPA não acontece.
Nesse caso, a bicicleta continuará sendo sua, e você seguirá curtindo os passeios nos domingos de céu azul.
Prefira as companhias geradoras de caixa neste momento
Enquanto o mercado continua turbulento, a série Vacas Leiteiras segue se aproveitando do fato de carregar ações de empresas sólidas, geradoras de caixa, pagadoras de dividendos e que são tão interessantes que, de vez em quando, até podem ser alvo de eventos muito positivos para os acionistas, como o que vimos com ENBR3.
Ajudada por esses fatores, a carteira da série já acumula um desempenho 5 pontos percentuais acima do Ibovespa desde o início do ano, e tem as características necessárias para continuar performando bem mesmo se a situação continuar adversa.
Se quiser conferir o portfólio completo, deixo aqui o convite.
Um grande abraço e até a semana que vem!
Ruy
Ibovespa imparável: até onde vai o rali da bolsa brasileira?
No acumulado de 2025, o índice avança quase 30% em moeda local — e cerca de 50% em dólar. Esse desempenho é sustentado por três pilares centrais
Felipe Miranda: Como era verde meu vale do silício
Na semana passada, o mitológico investidor Howard Marks escreveu um de seus icônicos memorandos com o título “Baratas na mina de carvão” — uma referência ao alerta recente de Jamie Dimon, CEO do JP Morgan, sobre o mercado de crédito
Banco do Brasil (BBAS3) precisará provar que superou crise do agro, mercado está otimista com fim do shutdown nos EUA no horizonte, e o que mais você precisa saber sobre a bolsa hoje
Analistas acreditam que o BB não conseguirá retomar a rentabilidade do passado, e que ROE de 20% ficou para trás; ata do Copom e dados de inflação também mexem com os mercados
Promovido, e agora? Por que ser bom no que faz não te prepara para liderar pessoas
Por que seguimos promovendo técnicos brilhantes e esperando que, por mágica, eles virem líderes preparados? Liderar é um ofício — e como todo ofício, exige aprendizado, preparo e prática
Novo nome da Eletrobras em nada lembra mercado de energia; shutdown nos EUA e balanço da Petrobras também movem os mercados hoje
Depois de rebranding, Axia Energia anuncia R$ 4 bilhões em dividendos; veja o que mais mexe com a bolsa, que bate recorde depois de recorde
Eletrobras agora é Axia: nome questionável, dividendos indiscutíveis
Mesmo com os gastos de rebranding, a empresa entregou bons resultados no 3T25 — e há espaço tanto para valorização das ações como para mais uma bolada em proventos até o fim do ano
FII escondido no seu dia a dia é campeão entre os mais recomendados e pode pagar dividendos; mercado também reflete decisão do Copom e aprovação da isenção de IR
BTGLG11 é campeão no ranking de fundos imobiliários mais recomendados, Copom manteve Selic em 15% ao ano, e Senado aprovou isenção de Imposto de Renda para quem recebe até R$ 5 mil
É bicampeão! FII BTLG11 volta ao topo do ranking dos fundos mais recomendados em novembro — e tem dividendos extraordinários no radar
Pelo segundo mês consecutivo, o BTLG11 garantiu a vitória ao levar quatro recomendações das dez corretoras, casas de análise e bancos consultados pelo Seu Dinheiro
Economista revela o que espera para a Selic em 2025, e ações ligadas à inteligência artificial sofrem lá fora; veja o que mais mexe com o mercado hoje
Ibovespa renovou recorde antes de decisão do Copom, que deve manter a taxa básica de juros em 15% ao ano, e economista da Galapagos acredita que há espaço para cortes em dezembro; investidores acompanham ações de empresas de tecnologia e temporada de balanços
O segredo do Copom, o reinado do Itaú e o que mais movimenta o seu bolso hoje
O mercado acredita que o Banco Central irá manter a taxa Selic em 15% ao ano, mas estará atento à comunicação do banco sobre o início do ciclo de cortes; o Itaú irá divulgar seus resultados depois do fechamento e é uma das ações campeãs para o mês de novembro
Política monetária não cede, e fiscal não ajuda: o que resta ao Copom é a comunicação
Mesmo com a inflação em desaceleração, o mercado segue conservador em relação aos juros. Essa preferência traz um recado claro: o problema deriva da falta de credibilidade fiscal
Tony Volpon: Inteligência artificial — Party like it’s 1998
Estamos vivendo uma bolha tecnológica. Muitos investimentos serão mais direcionados, mas isso acontece em qualquer revolução tecnológica.
Manter o carro na pista: a lição do rebalanceamento de carteira, mesmo para os fundos imobiliários
Assim como um carro precisa de alinhamento, sua carteira também precisa de ajustes para seguir firme na estrada dos investimentos
Petrobras (PETR4) pode surpreender com até R$ 10 bilhões em dividendos, Vale divulgou resultados, e o que mais mexe com seu bolso hoje
A petroleira divulgou bons números de produção do 3° trimestre, e há espaço para dividendos bilionários; a Vale também divulgou lucro acima do projetado, e mercado ainda digere encontro de Trump e Xi
Dividendos na casa de R$ 10 bilhões? Mesmo depois de uma ótima prévia, a Petrobras (PETR4) pode surpreender o mercado
A visão positiva não vem apenas da prévia do terceiro trimestre — na verdade, o mercado pode estar subestimando o potencial de produção da companhia nos próximos anos, e olha que eu nem estou considerando a Margem Equatorial
Vale puxa ferro, Trump se reúne com Xi, e bolsa bateu recordes: veja o que esperar do mercado hoje
A mineradora divulga seus resultados hoje depois do fechamento do mercado; analistas também digerem encontro entre os presidentes dos EUA e da China, fala do presidente do Fed sobre juros e recordes na bolsa brasileira
Rodolfo Amstalden: O silêncio entre as notas
Vácuos acumulados funcionaram de maneira exemplar para apaziguar o ambiente doméstico, reforçando o contexto para um ciclo confiável de queda de juros a partir de 2026
A corrida para investir em ouro, o resultado surpreendente do Santander, e o que mais mexe com os mercados hoje
Especialistas avaliam os investimentos em ouro depois do apetite dos bancos centrais por aumentar suas reservas no metal, e resultado do Santander Brasil veio acima das expectativas; veja o que mais vai afetar a bolsa hoje
O que a motosserra de Milei significa para a América Latina, e o que mais mexe com seu bolso hoje
A Argentina surpreendeu nesta semana ao dar vitória ao partido do presidente Milei nas eleições legislativas; resultado pode ser sinal de uma mudança política em rumo na América Latina, mais liberal e pró-mercado
A maré liberal avança: Milei consolida poder e reacende o espírito pró-mercado na América do Sul
Mais do que um evento isolado, o avanço de Milei se insere em um movimento mais amplo de realinhamento político na região