O lucro da Petrobras (PETR4) está em risco? Entenda por que o mercado não reagiu bem à proposta de mudança no estatuto da estatal
A redução dos lucros da Petrobras afeta mais do que os dividendos dos investidores e governo também é prejudicado

As ações da Petrobras tomaram um tombo nesta segunda-feira depois que o mercado tomou conhecimento de um conjunto de deliberações de seu conselho de administração.
Entre as decisões estão a retirada do estatuto da companhia de uma parte do texto da Lei das Estatais suspensa pelo STF (Supremo Tribunal Federal) e a criação de um fundo com lucros da empresa.
A leitura do mercado foi a de que essas decisões abrem a porteira para indicações políticas na companhia e podem fazer com que a distribuição de dividendos seja reduzida.
Além disso, pode aumentar a chance de má alocação de capital, uma vez que o dividendo não distribuído pode se tornar um investimento ruim.
O resultado na bolsa foi trágico: as ações da Petrobras caíram 6,61% na segunda-feira (23), de R$ 36,59 para R$ 35,35.
No mesmo dia, o Ibovespa teve queda de apenas 0,14%. Ontem e anteontem o papel recuperou uma pequena parte do que havia perdido, fechando a R$ 36,00.
Leia Também
Sexta-feira, 13: Israel ataca Irã e, no Brasil, mercado digere o pacote do governo federal
Labubu x Vale (VALE3): quem sai de moda primeiro?
- VEJA TAMBÉM: Melhor que Petrobras (PETR4): ação pode subir até 70% com alta do petróleo na guerra Israel-Hamas
A dependência do petróleo
Desde que o Sandro Sobral, head da tesouraria do Santander, esteve aqui no Market Makers, eu não canso de ficar surpreso toda vez que ouço alguma ideia genial do governo que coloque em risco o lucro da Petrobras.
Isso porque foi naquele programa que eu descobri o quanto o Brasil (leia-se o Estado brasileiro) depende do petróleo.
Naquele programa o Sobral mostrou que, entre 2015 e 2021, as receitas do Brasil com a commodity multiplicaram 4,7 vezes, de US$ 6,2 bilhões para US$ 30 bilhões (em valores de hoje).
Ele também revelou que há estados, como o Rio de Janeiro, no qual as receitas estão umbilicalmente ligadas ao que acontece com a commodity.
No episódio, ele alertou também que se o preço do petróleo cair substancialmente, o país pode ficar sem dinheiro para honrar seus compromissos e ter problemas fiscais graves.
Mas o dado mais impressionante sobre a importância do petróleo para a economia brasileira está na tabela abaixo, elaborada pelo Santander.
O gráfico mostra a porcentagem do PIB arrecadada pelo governo com cada preço do barril do petróleo.
No patamar de hoje, de US$ 90, o governo brasileiro arrecada entre 2,4% e 2,8% do PIB com royalties, impostos e dividendos da Petrobras.
Isso é cerca de 10% da arrecadação total do governo.

Riscos à lucratividade da Petrobras
É claro que o governo brasileiro não tem poder sobre a cotação global do petróleo.
Mas o que esse gráfico e os números mostram fundamentalmente é a importância que a commodity tem hoje para as contas públicas do país.
Notícias como a de segunda-feira, portanto, revelam que o governo pode estar atentando contra a própria lucratividade da Petrobras e sua saúde financeira ao abrir as portas para má alocação de capital e para um conselho e diretoria de competência duvidosa.
Isso tudo sem falar da retenção de dividendos, fundamentais para o governo fechar suas contas e fazer superávit nos próximos anos, conforme sua própria meta.
Ontem o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates tentou justificar as medidas como formalidades, mas, como visto, o mercado não devolveu à empresa sua cotação da semana passada.
Ainda que uma queda de 6,61% esteja sendo vista como exagero por alguns, cabe ao investidor alguma cautela, afinal, gato escaldado tem medo de água fria.
Um abraço,
Renato Santiago
Construtoras avançam com nova faixa do Minha Casa, e guerra comercial entre China e EUA esfria
Seu Dinheiro entrevistou o CEO da Direcional (DIRR3), que falou sobre os planos da empresa; e mercados globais aguardam detalhes do acordo entre as duas maiores potências
Pesou o clima: medidas que substituem alta do IOF serão apresentadas a Lula nesta terça (10); mercados repercutem IPCA e negociação EUA-China
Entre as propostas do governo figuram o fim da isenção de IR dos investimentos incentivados, a unificação das alíquotas de tributação de aplicações financeiras e a elevação do imposto sobre JCP
Felipe Miranda: Para quem não sabe para onde ir, qualquer caminho serve
O anúncio do pacote alternativo ao IOF é mais um reforço à máxima de que somos o país que não perde uma oportunidade de perder uma oportunidade. Insistimos num ajuste fiscal centrado na receita, sem anúncios de corte de gastos.
Celebrando a colheita do milho nas festas juninas e na SLC Agrícola, e o que esperar dos mercados hoje
No cenário global, investidores aguardam as negociações entre EUA e China; por aqui, estão de olho no pacote alternativo ao aumento do IOF
Azul (AZUL4) no vermelho: por que o negócio da aérea não deu samba?
A Azul executou seu plano com excelência. Alcançou 150 destinos no Brasil e opera sozinha em 80% das rotas. Conseguiu entrar em Congonhas. Chegou até a cair nas graças da Faria Lima por um tempo. Mesmo assim, não escapou da crise financeira.
A seleção com Ancelotti, e uma empresa em baixa para ficar de olho na bolsa; veja também o que esperar para os mercados hoje
Assim como a seleção brasileira, a Gerdau não passa pela sua melhor fase, mas sua ação pode trazer um bom retorno, destaca o colunista Ruy Hungria
A ação que disparou e deixa claro que mesmo empresas em mau momento podem ser ótimos investimentos
Às vezes o valuation fica tão barato que vale a pena comprar a ação mesmo que a empresa não esteja em seus melhores dias — mas é preciso critério
Apesar da Selic, Tenda celebra MCMV, e FII do mês é de tijolo. E mais: mercado aguarda juros na Europa e comentários do Fed nos EUA
Nas reportagens desta quinta, mostramos que, apesar dos juros nas alturas, construtoras disparam na bolsa, e tem fundo imobiliário de galpões como sugestão para junho
Rodolfo Amstalden: Aprofundando os casos de anomalia polimórfica
Na janela de cinco anos podemos dizer que existe uma proporcionalidade razoável entre o IFIX e o Ibovespa. Para todas as outras, o retorno ajustado ao risco oferecido pelo IFIX se mostra vantajoso
Vanessa Rangel e Frank Sinatra embalam a ação do mês; veja também o que embala os mercados hoje
Guerra comercial de Trump, dados dos EUA e expectativa em relação ao IOF no Brasil estão na mira dos investidores nesta quarta-feira
O Brasil precisa seguir as ‘recomendações médicas’: o diagnóstico da Moody’s e o que esperar dos mercados hoje
Tarifas de Trump seguem no radar internacional; no cenário local, mercado aguarda negociações de Haddad com líderes do Congresso sobre alternativas ao IOF
Crônica de uma ruína anunciada: a Moody’s apenas confirmou o que já era evidente
Três reformas estruturais se impõem como inevitáveis — e cada dia de atraso só agrava o diagnóstico
Tony Volpon: O “Taco Trade” salva o mercado
A percepção, de que a reação de Trump a qualquer mexida no mercado o leva a recuar, é uma das principais razões pelas quais estamos basicamente no zero a zero no S&P 500 neste ano, com uma pequena alta no Nasdaq
O copo meio… cheio: a visão da Bradesco Asset para a bolsa brasileira e o que esperar dos mercados hoje
Com feriado na China e fala de Powell nos EUA, mercados reagem a tarifas de Trump (de novo!) e ofensiva russa contra Ucrânia
Você já ouviu falar em boreout? Quando o trabalho é pouco demais: o outro lado do burnout
O boreout pode ser traiçoeiro justamente por não parecer um problema “grave”, mas há uma armadilha emocional em estar confortável demais
De hoje não passa: Ibovespa tenta recuperação em dia de PIB no Brasil e índice favorito do Fed nos EUA
Resultado do PIB brasileiro no primeiro trimestre será conhecido hoje; Wall Street reage ao PCE (inflação de gastos com consumo)
A Petrobras (PETR4) está bem mais próxima de perfurar a Margem Equatorial. Mas o que isso significa?
Estimativas apontam para uma reserva de 30 bilhões de barris, o que é comparável ao campo de Búzios, o maior do mundo em águas ultraprofundas — não à toa a região é chamada de o “novo pré-sal”
Prevenir é melhor que remediar: Ibovespa repercute decisão judicial contra tarifaço, PIB dos EUA e desemprego no Brasil
Um tribunal norte-americano suspendeu o tarifaço de Donald Trump contra o resto do mundo; decisão anima as bolsas
Rodolfo Amstalden: A parábola dos talentos financeiros é uma anomalia de volatilidade
As anomalias de volatilidade não são necessariamente comuns e nem eternas, pois o mercado é (quase) eficiente; mas existem em janelas temporais relevantes, e podem fazer você ganhar uma boa grana
Época de provas na bolsa: Ibovespa tenta renovar máximas em dia de Caged, ata do Fed e recuperação judicial da Azul
No noticiário corporativo, o BTG Pactual anunciou a compra de R$ 1,5 bilhão em ativos de Daniel Vorcaro; dinheiro será usado para capitalizar o Banco Master