Nova crise bancária nos EUA, balanços do dia e outros destaques; confira

A newsletter desta noite não trata de um vale a pena ver de novo. Pode até parecer, mas não é.
Eu sei. Ainda no começo da semana você leu por aqui que mais um banco americano havia sido resgatado e que o risco de uma crise sistêmica, pelo menos para alguns investidores, estava mitigado. Era a quarta vez que algo semelhante estampava esse espaço.
Ontem mesmo escrevi que o Federal Reserve sinalizou que não deve cortar juros em 2023 e que confia no sistema bancário americano, mas as coisas mudam rápido no mercado financeiro. O dia amanheceu com a notícia de que mais três bancos dos Estados Unidos podem estar em apuros.
Os protagonistas do novo capítulo dessa saga podem ser o Pacwest, Western Alliance e o First Horizon. A pressão dos bancos regionais levou Wall Street a encerrar o dia em baixa, ainda que os investidores tenham voltado a sonhar com uma queda dos juros ainda neste ano.
E não é só a parte internacional desta newsletter que pode te dar uma sensação de dèja-vu. Em Brasília, o disco arranhado também voltou a tocar.
Pois é, a decisão do Banco Central brasileiro de manter a taxa Selic em 13,75% ao ano e o recado mais forte ao governo de que o arcabouço fiscal não é suficiente para um acordo de paz fez com que o alto escalão do governo Lula voltasse a se mostrar irritado com a situação.
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As pressões de Nova York e de Brasília até poderiam ser suficientes para derrubar o humor dos investidores, mas a temporada de balanços tirou os holofotes das narrativas que já começam a ficar desgastadas — por mais atuais que continuem sendo.
Com a repercussão positiva dos dados operacionais da Petrobras (PETR4) e alguns outros bons resultados, o Ibovespa driblou Wall Street e fechou em alta de 0,37%, aos 102.174 pontos. Já o dólar à vista ficou praticamente estável, encerrando a sessão com leve avanço de 0,02%, a R$ 4,9928.
Veja tudo o que movimentou os mercados nesta quinta-feira, incluindo os principais destaques do noticiário corporativo e as ações com o melhor e o pior desempenho do Ibovespa.
Confira outras notícias que mexem com o seu dinheiro
SEM CHORO
Por que as bolsas internacionais caem e o bitcoin (BTC) sobe após decisão do Fed — e como isso está relacionado à crise dos bancos nos EUA. Os juros altos e a expectativa de manutenção dessas taxas elevadas impulsiona o comportamento bullish das criptomoedas.
DESTAQUE NEGATIVO
Embraer (EMBR3) decepciona com entregas abaixo do esperado e ações caem forte, mas analistas seguem otimistas com o papel. Especialistas do Goldman Sachs lembram que o resultado apresentado pela companhia foi semelhante ao visto nos primeiros trimestres dos anos anteriores.
RESULTADOS
Mesmo com balanço fraco, ação da Renner (LREN3) sobe na bolsa em meio à apresentação de planos para o futuro. Varejista promete reduzir custo logístico das vendas digitais e aumentá-las nos próximos anos.
MONEY TIMES
Petrobras (PETR4) pode cortar dividendos no próximo dia 11, diz Itaú BBA; veja 3 possíveis cenários. A política de dividendos da estatal deve ser alterada apenas no segundo semestre de 2023, mas isso não impede que a estatal reduza os proventos do primeiro trimestre.
IR 2023
É investimento no Brasil ou no exterior? Veja como declarar BDR no imposto de renda 2023. A forma é similar à das ações, mas há algumas diferenças, às quais é preciso ficar atento.
Felipe Miranda: Um conto de duas cidades
Na pujança da indústria de inteligência artificial e de seu entorno, raramente encontraremos na História uma excepcionalidade tão grande
Investidores na encruzilhada: Ibovespa repercute balanço do Banco do Brasil antes de cúpula Trump-Putin
Além da temporada de balanços, o mercado monitora dados de emprego e reunião de diretores do BC com economistas
A Petrobras (PETR4) despencou — oportunidade ou armadilha?
A forte queda das ações tem menos relação com resultados e dividendos do segundo trimestre, e mais a ver com perspectivas de entrada em segmentos menos rentáveis no futuro, além de possíveis interferências políticas
Tamanho não é documento na bolsa: Ibovespa digere pacote enquanto aguarda balanço do Banco do Brasil
Além do balanço do Banco do Brasil, investidores também estão de olho no resultado do Nubank
Rodolfo Amstalden: Só um momento, por favor
Qualquer aposta que fizermos na direção de um trade eleitoral deverá ser permeada e contida pela indefinição em relação ao futuro
Cada um tem seu momento: Ibovespa tenta manter o bom momento em dia de pacote de Lula contra o tarifaço
Expectativa de corte de juros nos Estados Unidos mantém aberto o apetite por risco nos mercados financeiros internacionais
De olho nos preços: Ibovespa aguarda dados de inflação nos Brasil e nos EUA com impasse comercial como pano de fundo
Projeções indicam que IPCA de julho deve acelerar em relação a junho e perder força no acumulado em 12 meses
As projeções para a inflação caem há 11 semanas; o que ainda segura o Banco Central de cortar juros?
Dados de inflação no Brasil e nos EUA podem redefinir apostas em cortes de juros, caso o impacto tarifário seja limitado e os preços continuem cedendo
Felipe Miranda: Parada súbita ou razões para uma Selic bem mais baixa à frente
Uma Selic abaixo de 12% ainda seria bastante alta, mas já muito diferente dos níveis atuais. Estamos amortecidos, anestesiados pelas doses homeopáticas de sofrimento e pelo barulho da polarização política, intensificada com o tarifaço
Ninguém segura: Ibovespa tenta manter bom momento em semana de balanços e dados de inflação, mas tarifaço segue no radar
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O que Donald Trump e o tarifaço nos ensinam sobre negociação com pessoas difíceis?
Somos todos negociadores. Você negocia com seu filho, com seu chefe, com o vendedor ambulante. A diferença é que alguns negociam sem preparo, enquanto outros usam estratégias.
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