🔴 +30 RECOMENDAÇÕES DE ONDE INVESTIR EM DEZEMBRO – VEJA AQUI

Herança maldita: o Brasil que Bolsonaro entrega para Lula

O título acima parece o de um filme antigo de faroeste, mas na verdade são as contas do governo que Bolsonaro está deixando para o sucessor

1 de janeiro de 2023
7:21 - atualizado às 12:24
Luiz Inácio Lula da Silva veste terno cinza escuro e camisa azul jeans. Ele encara Bolsonaro, que veste terno e grata cinza em montagem.
O ex-presidente Jair Bolsonaro e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva - Imagem: Ricardo Stuckert-Flickr Lula Oficial / Alan Santos-PR / Montagem Brenda Silva

O título acima parece o de um filme antigo de faroeste, mas na verdade ele nada tem a ver com cinema, séries de TV ou qualquer outro tipo de ficção. Herança maldita, no caso, são as contas do governo que o presidente Jair Bolsonaro, ao sair, está deixando para seu sucessor, Luiz Inácio Lula da Silva.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

O mais irônico é que, em nenhum momento, Bolsonaro pensou em legar essas contas para um inimigo político.

Isso porque o capitão-presidente sempre achou que seria o sucessor de si mesmo, se mantendo no poder. Tal como aconteceu, aliás, com todos os presidentes da República após a aprovação da Emenda Constitucional nº 97, da reeleição, aprovada, de maneira não muito ética, diga-se a bem da verdade, durante a gestão de Fernando Henrique Cardoso.

A reeleição é logo ali

Ao longo da campanha eleitoral de 2018, Jair Bolsonaro disse que, se fosse eleito, não se candidataria a um novo mandato, mas se desdisse logo após tomar posse.

Lula acaba de declarar a mesma coisa:

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Em 2026, estou fora. Afinal de contas, estarei com 81 anos.”

Leia Também

E desde quando, agora sou eu que comento, os políticos cumprem esse tipo de promessa? Nessa idade, um presidente, ainda mais se tiver boas chances de se reeleger, se considera não mais do que um estadista sênior e experiente.

Oitenta e um anos tinha Ronald Reagan quando visitou o Brasil em 1982. Nessa ocasião, fazendo um discurso em Brasília, saudou o povo da “Bolívia” e deu uma segunda mancada ao tentar corrigir o erro.

Não”, ele afirmou. “Bolívia é para onde estou indo agora.” Não era. A próxima etapa de sua viagem era a Colômbia.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Só mais tarde é que se constatou que, naquela ocasião, Reagan estava sofrendo dos primeiros sintomas do mal de Alzheimer.

O mesmo que acontece com Lula se repetiu com Joe Biden nos Estados Unidos. Ao ser eleito em 2020, disse que não se lançaria em 2024, quando terá os mesmos 81 anos do Lula futuro.

Só que, quando chegar a época, os democratas partidários de Biden estarão gritando:

Four more years!”; “Four more years!”

Isso sempre acontece na política americana.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Bolsonaro: histórico de brigas diplomáticas

Bem, já tergiversei muito. O assunto desta crônica é a herança que Bolsonaro deixará para Lula.

Existe um ponto ótimo que o petista, esperto como é, deverá aproveitar.

Jair Bolsonaro brigou com meio mundo, não raro pelos motivos mais fúteis.

Por exemplo, ele apoiou a candidatura de Donald Trump em 2020, coisa que jamais um presidente, principalmente de um anão diplomático (a classificação não é minha, mas sim de um porta-voz israelense durante o governo Dilma Rousseff) como o Brasil se tornou nos últimos tempos, deve fazer.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Indiretamente, curtindo um post de um adepto, Bolsonaro insinuou que a mulher de Emmanuel Macron, presidente da França, não era dotada de grande beleza.

O capitão-presidente arreganhou os dentes para Xi Jinping, estadista que dispensa apresentações.

Fez também um pequeno comício eleitoral para apoiadores da sacada da embaixada brasileira em Londres, justamente no dia em que prestou condolências ao rei Charles III, pela morte de sua mãe, a rainha Elizabeth II.

Elogiou Augusto Pinochet em Santiago e, em Buenos Aires, exaltou as juntas militares cujos integrantes haviam sido condenados à prisão perpétua.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Como escrevi acima, essa parte da herança é boa, já que basta fazer as pazes. Não é por acaso que as primeiras viagens de Lula ao exterior serão para Washington, Pequim e Buenos Aires.

Estrago no meio ambiente

Outro legado (se é que podemos chamá-lo assim) é o estrago, proclamado como virtude, que Jair Bolsonaro fez ao meio ambiente.

Basta que Lula reverta o procedimento, combata o desmatamento ilegal e já será considerado um herói por ambientalistas de todo o mundo.

A herança que Lula não vai aproveitar

Falemos agora da parte da herança que, ao que tudo indica, Luiz Inácio Lula da Silva irá lidar de maneira errada.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Em seu primeiro ano de governo, deveria adotar medidas de austeridade, sempre culpando o legado que recebeu do antecessor.

Ele fez isso em seu primeiro mandato, quando não reajustou o salário do funcionalismo e aumentou a meta de superávit primário.

Naquela ocasião, como agrado aos eleitores, principalmente do Nordeste, criou o Fome Zero, programa de baixo custo e alto retorno político.

Nos anos que seguiram, em parte devido à alta das commodities favorecida pelo forte crescimento chinês (percebam como não se pode melindrar o gigante asiático), pôde expandir a economia.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

O PIB chegou a crescer 7,5% no ano de 2010.

De Campos Salles a Castello Branco

O primeiro presidente brasileiro a se preocupar com austeridade foi o paulista Campos Salles, cujo governo (1898/1902), herdou de seu antecessor, Prudente de Morais, uma grande dívida com a Inglaterra.

Salles conseguiu renegociá-la dando como garantia, entre outras coisas, a receita da Alfândega do porto do Rio de Janeiro, então capital da República.

Seis décadas mais tarde, o marechal Humberto de Alencar Castello Branco, primeiro presidente do período militar, que governou entre abril de 1964 e março de 1967, fez questão de sanear as finanças do país, arruinadas por seu antecessor, João (Jango) Goulart, que tinha a mania de dobrar o salário mínimo e que “alavancou” substancialmente a inflação iniciada nos anos JK.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Naquela ocasião, através de seus ministros da Fazenda, Otávio Gouveia de Bulhões, e do Planejamento, Roberto Campos, o Brasil assinou um acordo draconiano com o Fundo Monetário Internacional. Acordo esse que permitiu ao Brasil, derrubar a inflação anual de 92% (1964) para 35% em 1966.

A política extremamente hawkish de Campos/Bulhões provocou grande quebradeira no comércio e na indústria brasileiras. Mas permitiu que, mais adiante, durante o governo Médici, o país vivesse o proclamado milagre, com crescimento anual de dois dígitos do PIB (14%) e inflação de 15%, um número baixíssimo para os padrões da época.

Fernando Henrique Cardoso não pôde deixar bons números na economia para Lula em 2003, justamente por culpa do próprio Lula.

Antes que o caro amigo leitor pense que estou delirando, informo que a alta do dólar, dos juros e da inflação em 2002, último ano do governo FHC, foi causada pelo juízo negativo que o mercado fazia do favorito para a sucessão, Luiz Inácio, sindicalista e político que passara anos e anos defendendo a estatização dos bancos e moratória das dívidas interna e externa, “promessas” essas que felizmente não cumpriu.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Lula vai repetir Bolsonaro?

Examinemos agora, com lupa, no primeiro ano de mandato de Lula, como se comportará seu ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que nos últimos dias anda falando algumas coisas sensatas, no quesito responsabilidade fiscal.

Se o presidente e seu ministro não fizerem o dever de casa, dificilmente o governo Luiz Inácio Lula da Silva chegará ao fim ou, se chegar, o presidente estará vivendo em reclusão no palácio da Alvorada, tal como está acontecendo com Jair Messias Bolsonaro nos estertores de seu mandato.

A todos os meus amigos leitores, um Feliz 2023.

Ivan Sant'Anna 

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Flávio Day: veja dicas para proteger seu patrimônio com contratos de opções e escolhas de boas ações

12 de dezembro de 2025 - 8:26

Veja como proteger seu patrimônio com contratos de opções e com escolhas de boas empresas

SEXTOU COM O RUY

Flávio Day nos lembra a importância de ter proteção e investir em boas empresas

12 de dezembro de 2025 - 6:07

O evento mostra que ainda não chegou a hora de colocar qualquer ação na carteira. Por enquanto, vamos apenas com aquelas empresas boas, segundo a definição de André Esteves: que vão bem em qualquer cenário

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

A busca pelo rendimento alto sem risco, os juros no Brasil, e o que mais move os mercados hoje

11 de dezembro de 2025 - 8:23

A janela para buscar retornos de 1% ao mês na renda fixa está acabando; mercado vai reagir à manutenção da Selic e à falta de indicações do Copom sobre cortes futuros de juros

EXILE ON WALL STREET

Rodolfo Amstalden: E olha que ele nem estava lá, imagina se estivesse…

10 de dezembro de 2025 - 19:46

Entre choques externos e incertezas eleitorais, o pregão de 5 de dezembro revelou que os preços já carregavam mais política do que os investidores admitiam — e que a Bolsa pode reagir tanto a fatores invisíveis quanto a surpresas ainda por vir

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

A mensagem do Copom para a Selic, juros nos EUA, eleições no Brasil e o que mexe com seu bolso hoje

10 de dezembro de 2025 - 8:10

Investidores e analistas vão avaliar cada vírgula do comunicado do Banco Central para buscar pistas sobre o caminho da taxa básica de juros no ano que vem

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Os testes da família Bolsonaro, o sonho de consumo do Magalu (MGLU3), e o que move a bolsa hoje

9 de dezembro de 2025 - 8:17

Veja por que a pré-candidatura de Flávio Bolsonaro à presidência derrubou os mercados; Magazine Luiza inaugura megaloja para turbinar suas receitas

INSIGHTS ASSIMÉTRICOS

O suposto balão de ensaio do clã Bolsonaro que furou o mercado: como fica o cenário eleitoral agora?

9 de dezembro de 2025 - 7:25

Ainda que o processo eleitoral esteja longe de qualquer definição, a reação ao anúncio da candidatura de Flávio Bolsonaro deixou claro que o caminho até 2026 tende a ser marcado por tensão e volatilidade

RALI, RUÍDO E POLÍTICA

Felipe Miranda: Os últimos passos de um homem — ou, compre na fraqueza

8 de dezembro de 2025 - 19:58

A reação do mercado à possível candidatura de Flávio Bolsonaro reacende memórias do Joesley Day, mas há oportunidade

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Bolha nas ações de IA, app da B3, e definições de juros: veja o que você precisa saber para investir hoje

8 de dezembro de 2025 - 8:14

Veja o que especialista de gestora com mais de US$ 1,5 trilhão em ativos diz sobre a alta das ações de tecnologia e qual é o impacto para o mercado brasileiro. Acompanhe também a agenda da semana

TRILHAS DE CARREIRA

É o fim da pirâmide corporativa? Como a IA muda a base do trabalho, ameaça os cargos de entrada e reescreve a carreira

7 de dezembro de 2025 - 8:00

As ofertas de emprego para posições de entrada tiveram fortes quedas desde 2024 em razão da adoção da IA. Como os novos trabalhadores vão aprender?

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

As dicas para quem quer receber dividendos de Natal, e por que Gerdau (GGBR4) e Direcional (DIRR3) são boas apostas

5 de dezembro de 2025 - 8:05

O que o investidor deve olhar antes de investir em uma empresa de olho dos proventos, segundo o colunista do Seu Dinheiro

SEXTOU COM O RUY

Tsunami de dividendos extraordinários: como a taxação abre uma janela rara para os amantes de proventos

5 de dezembro de 2025 - 6:02

Ainda que a antecipação seja muito vantajosa em algumas circunstâncias, é preciso analisar caso a caso e não se animar com qualquer anúncio de dividendo extraordinário

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Quais são os FIIs campeões de dezembro, divulgação do PIB e da balança comercial e o que mais o mercado espera para hoje

4 de dezembro de 2025 - 8:29

Sete FIIs disputam a liderança no mês de dezembro; veja o que mais você precisa saber hoje antes de investir

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Copel (CPLE3) é a ação do mês, Ibovespa bate novo recorde, e o que mais movimenta os mercados hoje

3 de dezembro de 2025 - 8:24

Empresa de geração, transmissão e distribuição de energia elétrica, a Copel é a favorita para investir em dezembro. Veja o que mais você precisa saber sobre os mercados hoje

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Mais empresas no nó do Master e Vorcaro, a escolha do Fed e o que move as bolsas hoje

2 de dezembro de 2025 - 8:16

Titan Capital surge como peça-chave no emaranhado de negócios de Daniel Vorcaro, envolvendo mais de 30 empresas; qual o risco da perda da independência do Fed, e o que mais o investidor precisa saber hoje

INSIGHTS ASSIMÉTRICOS

A sucessão no Fed: o risco silencioso por trás da queda dos juros

2 de dezembro de 2025 - 7:08

A simples possibilidade de mudança no comando do BC dos EUA já começou a mexer na curva de juros, refletindo a percepção de que o “jogo” da política monetária em 2026 será bem diferente do atual

EXILE ON WALL STREET

Tony Volpon: Bolhas não acabam assim

1 de dezembro de 2025 - 19:55

Wall Street vivencia hoje uma bolha especulativa no mercado de ações? Entenda o que está acontecendo nas bolsas norte-americanas, e o que a inteligência artificial tem a ver com isso

DÉCIMO ANDAR

As lições da Black Friday para o universo dos fundos imobiliários e uma indicação de FII que realmente vale a pena agora

30 de novembro de 2025 - 8:00

Descontos na bolsa, retorno com dividendos elevados, movimentos de consolidação: que tipo de investimento realmente compensa na Black Friday dos FIIs?

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Os futuros dividendos da Estapar (ALPK3), o plano da Petrobras (PETR3), as falas de Galípolo e o que mais move o mercado

28 de novembro de 2025 - 8:25

Com mudanças contábeis, Estapar antecipa pagamentos de dividendos. Petrobras divulga seu plano estratégico, e presidente do BC se mantém duro em sua política de juros

SEXTOU COM O RUY

Jogada de mestre: proposta da Estapar (ALPK3) reduz a espera por dividendos em até 8 anos, ações disparam e esse pode ser só o começo

28 de novembro de 2025 - 6:01

A companhia possui um prejuízo acumulado bilionário e precisaria de mais 8 anos para conseguir zerar esse saldo para distribuir dividendos. Essa espera, porém, pode cair drasticamente se duas propostas forem aprovadas na AGE de dezembro.

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar