OPORTUNIDADE DE GANHAR EM DÓLAR SEM SAIR DE CASA: CONHEÇA AQUI

Cotações por TradingView
2022-10-29T17:32:59-03:00

Lula ou Bolsonaro: o futuro de um perdedor será bem diferente do outro

Digamos que Jair Bolsonaro tenha perdido, o que é o mais provável. Nessa hipótese, pergunto, acabou o bolsonarismo? E o que acontece se Lula perder as eleições?

30 de outubro de 2022
7:12 - atualizado às 17:32
Luiz Inácio Lula da Silva veste terno cinza escuro e camisa azul jeans. Ele encara Bolsonaro, que veste terno e grata cinza em montagem.
O ex-presidente Jair Bolsonaro e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva - Imagem: Ricardo Stuckert-Flickr Lula Oficial / Alan Santos-PR / Montagem Brenda Silva

Quando esta coluna for publicada, no domingo dia 30 de outubro, a votação do segundo turno das eleições para escolha do presidente da República (mandato 2023/2027) estará em pleno andamento.

Só lá pelas 20 horas, ou quem sabe até mesmo um pouco antes disso, saberemos quem ganhou e, por conseguinte, quem perdeu.

As últimas pesquisas apontaram vitória de Lula. Mas, como no primeiro turno elas erraram por cinco pontos a diferença do petista para Bolsonaro, é melhor aguardar o resultado oficial.

Digamos que Jair Bolsonaro perca, o que é o mais provável. Nessa hipótese, pergunto, acabou o bolsonarismo?

“De jeito e maneira”, como se diz em Minas, eu mesmo faço questão de dar a primeira resposta.

Tal como aconteceu nos Estados Unidos, onde Donald Trump, após perder as eleições de 2020 para Joe Biden, continuou com prestígio por seus seguidores, seja nas duas casas do Capitólio, seja entre os republicanos ao longo do país.

Isso, apesar de ter incentivado, no dia 6 de janeiro de 2021, uma invasão do Congresso, invasão essa que resultou em cinco mortes, entre elas a de um agente do Legislativo.

Bolsonaro: um pedregulho no sapato de Lula

Bolsonaro, mesmo sem mandato, deverá ser um pedregulho mais do que incômodo no sapato de Lula. Ainda mais que conseguiu eleger, no dia 2 de outubro, uma grande bancada própria na Câmara e no Senado, inclusive seu vice-presidente, o “cunhado” Hamilton Mourão, e diversos ministros de seu governo.

O capitão paraquedista Jair Bolsonaro, que tinha o apelido de “Cavalão” entre os camaradas, sempre exerceu liderança e colecionou seguidores. Ainda na ativa do Exército, organizou manifestações contra o que julgava baixo soldo dos militares.

Numa passagem desonrosa para a reserva (se quisesse, o presidente José Sarney, comandante-em-chefe das Forças Armadas, poderia tê-lo expulsado da corporação), ao sair não foi promovido a um posto acima, como é de praxe nas FFAA.

Logo, Bolsonaro se tornou conhecido por participar de comícios, passeatas e manifestações as mais diversas de policiais militares e civis, bombeiros e agentes penitenciários.

Sendo assim, não foi nada difícil se eleger vereador pelo município do Rio de Janeiro, com votação expressiva, o que aliás seria comum em sua carreira política. O nome Bolsonaro se tornaria uma marca valiosa daí em diante.

Seu primeiro projeto de lei, na câmara de vereadores carioca, foi o da concessão de passagens gratuitas no transporte público para militares.

O caminho de Bolsonaro até a Presidência

Da Câmara municipal do Rio, para a Federal, em Brasília, foi um pulo. Nem precisou passar pela Assembleia Legislativa estadual, como é comum na carreira política.

Jair Bolsonaro exerceu sete mandatos consecutivos de deputado, sempre recebendo votação expressiva, defendendo interesses das classes militar e policial e louvando os 21 anos de ditadura (1964/1985).

Enalteceu gente como o torturador assumido coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, tal como aconteceu na sessão de autorização da abertura de processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff.

Seu prestígio cresceu muito entre os adeptos da direita e tornou-se nacional, principalmente durante o escândalo do Petrolão, quando era comum, nas redes sociais, ver pessoas defendendo a volta das Forças Armadas ao poder, assim como a decretação de novo AI-5 e outras medidas arbitrárias.

Nas manifestações populares contra Dilma, no Rio de Janeiro, Jair Bolsonaro estava sempre presente, discursando ou gritando palavras de ordem do alto de um carro de som.

Vieram as eleições presidenciais de 2018 e Bolsonaro logo surgiu como um dos favoritos.

A facada traiçoeira durante uma passeata de campanha na cidade mineira de Juiz de Fora, que por pouco não o matou, completou o quadro, o que não quer dizer que sem o atentado ele não teria vencido.

Isso nunca ninguém irá saber.

O certo é que ele não precisou participar de nenhum debate, além de se tornar figura central no noticiário da imprensa, em sua cama de hospital em São Paulo.

De polêmica em polêmica

Durante os últimos três anos e dez meses, foram raros os dias em que Jair Bolsonaro não se envolveu em polêmicas, ora desprezando a covid (gripezinha), ora se recusando a tomar vacina e se postando contra os lockdowns.

Pouca gente ficou neutra em relação a Bolsonaro. Ou se é violentamente contra ou entusiasticamente a favor.

Caso ele perca as eleições, mesmo estando fora do Congresso, deverá ser o nome de maior expressão da oposição, tal como acontece com Donald Trump nos Estados Unidos, inclusive agora que se descobriu que ele levou para sua casa na costa oeste da Flórida, o resort de Mar-a-Lago, documentos ultrassecretos do governo americano.

É bem possível que Jair Bolsonaro diga, sem apresentar nenhuma prova, que houve fraude nas urnas e que ele foi o vencedor do pleito.

E se Lula perder?

Se hoje Lula perder a Presidência da República, deverá encerrar sua carreira política.

Na verdade, o PT às vezes se assemelha a um saco de gatos, que só não se arranham o tempo todo porque os integrantes do partido respeitam a liderança de Luiz Inácio Lula da Silva. 

Lula tem um carisma tão intenso que, nas eleições de 2018, mesmo estando na cadeia da Polícia Federal em Curitiba, conseguiu pôr no segundo turno, contra Jair Bolsonaro, seu companheiro Fernando Haddad, que obtivera apenas 16,7% dos votos nas eleições de 2016 para a prefeitura do município de São Paulo, um vexame para quem já ocupava o cargo e tentava se reeleger. Seu adversário, João Doria, venceu no primeiro turno.

Nas eleições de 2026, Lula estará completando 81 anos de idade. Contando uma disputa para governador de São Paulo, em 1982, na qual perdeu para Franco Montoro, até agora Lula coleciona diversas derrotas para cargos majoritários. Uma para Fernando Collor e duas para Fernando Henrique Cardoso, sendo as de FHC no primeiro turno, fora essa para Montoro, na qual Lula chegou em um vexaminoso quarto lugar.

Boa parte da votação que Lula está tendo hoje se deve somente à rejeição a Jair Bolsonaro. O mesmo acontece com o capitão, que tem muitos votantes antipetistas radicais.

Só que os bolsonaristas são muito mais fanáticos do que os lulistas, tanto que esta segunda expressão quase não é usada. Petistas, esquerdistas, progressistas … Mas lulistas, raramente.

Em alguns ambientes, no meio artístico, por exemplo, o cara, ou a cara, pode até levar um “gelo” se não declarar voto a Lula. A exceção fica por conta dos cantores sertanejos.

Não se pode esquecer que Lula não foi totalmente absolvido nos processos em que foi réu. Os julgamentos foram apenas anulados. Agora diversos crimes prescreveram (prescrição em pessoas com mais de 70 anos conta pela metade) e outros processos retornaram à primeira instância, não havendo tempo para que ele, Lula, seja julgado e condenado definitivamente.

Concluindo: o futuro do perdedor Bolsonaro será melhor (ou menos sombrio) do que o futuro do perdedor Lula. Inclusive pela diferença de idades entre ambos.

Um ótimo domingo eleitoral para vocês.

Compartilhe

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Bolsa passa por montanha-russa, Multi (ex-Multilaser; MLAS3) derrete e bitcoin sobe; confira os destaques do dia

29 de março de 2023 - 18:47

A sessão desta quarta-feira (29) na B3 terminou sem que uma nova âncora fiscal tenha sido apresentada, mas a confiança de que o texto será divulgado antes do fim de semana permitiu que outros temas ganhassem protagonismo. Fora do Ibovespa, a temporada de balanços falou mais alto — com a Multi (ex-Multilaser) (MLAS3), Mobly (MBLY3) e […]

EXILE ON WALL STREET

Rodolfo Amstalden: I want to connect

29 de março de 2023 - 18:24

Com 5 minutos guardados, aproveito para reconsiderar as escolhas que eu fiz e tenho feito — muitas delas, estúpidas

CAÇADOR DE TENDÊNCIAS

Day trade na B3: Oportunidade de lucro de 7% com ações da Arezzo (ARZZ3); confira a recomendação

29 de março de 2023 - 7:51

Identifiquei uma oportunidade de swing trade baseada na análise quant – compra dos papéis da Arezzo (ARZZ3). Veja os detalhes

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

O recado de Haddad e do BC, a salvação da Hapvida (HAPV3) e a RJ da Petrópolis; confira os destaques do dia

28 de março de 2023 - 19:16

Após semanas de troca de cutucadas e apertões entre o governo federal e o Banco Central brasileiro, a terça-feira (28) escreveu uma nova página na relação entre as duas importantes instituições — mas isso não significa que houve uma bandeira branca tremulando no ar. Muito pelo contrário. Tanto o BC quanto membros do alto escalão […]

MARKET MAKERS

A tartaruga e os quatro elefantes: Entenda se é hora de comprar ações com a possibilidade de queda dos juros

28 de março de 2023 - 10:17

Nenhuma outra força é tão importante quanto os juros. Além de afetar a economia, as taxas afetam diretamente o preço dos ativos

CAÇADOR DE TENDÊNCIAS

Day trade na B3: Oportunidade de lucro de 6% com ações da Energisa (ENGI11); confira a recomendação

28 de março de 2023 - 7:51

Identifiquei uma oportunidade de swing trade baseada na análise quant – compra dos papéis da Energisa (ENGI11). Veja os detalhes

INSIGHTS ASSIMÉTRICOS

Em busca de um porto seguro: Como o ouro pode proteger seus investimentos em meio a uma crise bancária global

28 de março de 2023 - 6:44

Medo de recessão, expectativa pelo fim do aperto monetário nos EUA e crise bancária induzem novo movimento de compra do metal precioso

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Ibovespa sobe com resgate ao SVB, a compra milionária de bitcoins da Microstrategy e os problemas da Binance; confira os destaques do dia

27 de março de 2023 - 18:34

É um pássaro, um avião ou o Superman sobrevoando Wall Street? Na verdade, nenhuma das três hipóteses estão corretas — trata-se de mais um pacote de ajuda a um banco médio, na tentativa de evitar que a crise no setor siga contaminando a economia em um efeito cascata.  Dessa vez, o First Citizens Bank irá […]

Fechar
Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies