🔴 AÇÕES PARA INVESTIR EM JULHO: CONFIRA CARTEIRA COM 10 RECOMENDAÇÕES – ACESSE GRATUITAMENTE

Lula ou Bolsonaro: o futuro de um perdedor será bem diferente do outro

Digamos que Jair Bolsonaro tenha perdido, o que é o mais provável. Nessa hipótese, pergunto, acabou o bolsonarismo? E o que acontece se Lula perder as eleições?

30 de outubro de 2022
7:12 - atualizado às 17:32
Luiz Inácio Lula da Silva veste terno cinza escuro e camisa azul jeans. Ele encara Bolsonaro, que veste terno e grata cinza em montagem.
O ex-presidente Jair Bolsonaro e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva - Imagem: Ricardo Stuckert-Flickr Lula Oficial / Alan Santos-PR / Montagem Brenda Silva

Quando esta coluna for publicada, no domingo dia 30 de outubro, a votação do segundo turno das eleições para escolha do presidente da República (mandato 2023/2027) estará em pleno andamento.

Só lá pelas 20 horas, ou quem sabe até mesmo um pouco antes disso, saberemos quem ganhou e, por conseguinte, quem perdeu.

As últimas pesquisas apontaram vitória de Lula. Mas, como no primeiro turno elas erraram por cinco pontos a diferença do petista para Bolsonaro, é melhor aguardar o resultado oficial.

Digamos que Jair Bolsonaro perca, o que é o mais provável. Nessa hipótese, pergunto, acabou o bolsonarismo?

“De jeito e maneira”, como se diz em Minas, eu mesmo faço questão de dar a primeira resposta.

Tal como aconteceu nos Estados Unidos, onde Donald Trump, após perder as eleições de 2020 para Joe Biden, continuou com prestígio por seus seguidores, seja nas duas casas do Capitólio, seja entre os republicanos ao longo do país.

Leia Também

Isso, apesar de ter incentivado, no dia 6 de janeiro de 2021, uma invasão do Congresso, invasão essa que resultou em cinco mortes, entre elas a de um agente do Legislativo.

Bolsonaro: um pedregulho no sapato de Lula

Bolsonaro, mesmo sem mandato, deverá ser um pedregulho mais do que incômodo no sapato de Lula. Ainda mais que conseguiu eleger, no dia 2 de outubro, uma grande bancada própria na Câmara e no Senado, inclusive seu vice-presidente, o “cunhado” Hamilton Mourão, e diversos ministros de seu governo.

O capitão paraquedista Jair Bolsonaro, que tinha o apelido de “Cavalão” entre os camaradas, sempre exerceu liderança e colecionou seguidores. Ainda na ativa do Exército, organizou manifestações contra o que julgava baixo soldo dos militares.

Numa passagem desonrosa para a reserva (se quisesse, o presidente José Sarney, comandante-em-chefe das Forças Armadas, poderia tê-lo expulsado da corporação), ao sair não foi promovido a um posto acima, como é de praxe nas FFAA.

Logo, Bolsonaro se tornou conhecido por participar de comícios, passeatas e manifestações as mais diversas de policiais militares e civis, bombeiros e agentes penitenciários.

Sendo assim, não foi nada difícil se eleger vereador pelo município do Rio de Janeiro, com votação expressiva, o que aliás seria comum em sua carreira política. O nome Bolsonaro se tornaria uma marca valiosa daí em diante.

Seu primeiro projeto de lei, na câmara de vereadores carioca, foi o da concessão de passagens gratuitas no transporte público para militares.

O caminho de Bolsonaro até a Presidência

Da Câmara municipal do Rio, para a Federal, em Brasília, foi um pulo. Nem precisou passar pela Assembleia Legislativa estadual, como é comum na carreira política.

Jair Bolsonaro exerceu sete mandatos consecutivos de deputado, sempre recebendo votação expressiva, defendendo interesses das classes militar e policial e louvando os 21 anos de ditadura (1964/1985).

Enalteceu gente como o torturador assumido coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, tal como aconteceu na sessão de autorização da abertura de processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff.

Seu prestígio cresceu muito entre os adeptos da direita e tornou-se nacional, principalmente durante o escândalo do Petrolão, quando era comum, nas redes sociais, ver pessoas defendendo a volta das Forças Armadas ao poder, assim como a decretação de novo AI-5 e outras medidas arbitrárias.

Nas manifestações populares contra Dilma, no Rio de Janeiro, Jair Bolsonaro estava sempre presente, discursando ou gritando palavras de ordem do alto de um carro de som.

Vieram as eleições presidenciais de 2018 e Bolsonaro logo surgiu como um dos favoritos.

A facada traiçoeira durante uma passeata de campanha na cidade mineira de Juiz de Fora, que por pouco não o matou, completou o quadro, o que não quer dizer que sem o atentado ele não teria vencido.

Isso nunca ninguém irá saber.

O certo é que ele não precisou participar de nenhum debate, além de se tornar figura central no noticiário da imprensa, em sua cama de hospital em São Paulo.

De polêmica em polêmica

Durante os últimos três anos e dez meses, foram raros os dias em que Jair Bolsonaro não se envolveu em polêmicas, ora desprezando a covid (gripezinha), ora se recusando a tomar vacina e se postando contra os lockdowns.

Pouca gente ficou neutra em relação a Bolsonaro. Ou se é violentamente contra ou entusiasticamente a favor.

Caso ele perca as eleições, mesmo estando fora do Congresso, deverá ser o nome de maior expressão da oposição, tal como acontece com Donald Trump nos Estados Unidos, inclusive agora que se descobriu que ele levou para sua casa na costa oeste da Flórida, o resort de Mar-a-Lago, documentos ultrassecretos do governo americano.

É bem possível que Jair Bolsonaro diga, sem apresentar nenhuma prova, que houve fraude nas urnas e que ele foi o vencedor do pleito.

E se Lula perder?

Se hoje Lula perder a Presidência da República, deverá encerrar sua carreira política.

Na verdade, o PT às vezes se assemelha a um saco de gatos, que só não se arranham o tempo todo porque os integrantes do partido respeitam a liderança de Luiz Inácio Lula da Silva. 

Lula tem um carisma tão intenso que, nas eleições de 2018, mesmo estando na cadeia da Polícia Federal em Curitiba, conseguiu pôr no segundo turno, contra Jair Bolsonaro, seu companheiro Fernando Haddad, que obtivera apenas 16,7% dos votos nas eleições de 2016 para a prefeitura do município de São Paulo, um vexame para quem já ocupava o cargo e tentava se reeleger. Seu adversário, João Doria, venceu no primeiro turno.

Nas eleições de 2026, Lula estará completando 81 anos de idade. Contando uma disputa para governador de São Paulo, em 1982, na qual perdeu para Franco Montoro, até agora Lula coleciona diversas derrotas para cargos majoritários. Uma para Fernando Collor e duas para Fernando Henrique Cardoso, sendo as de FHC no primeiro turno, fora essa para Montoro, na qual Lula chegou em um vexaminoso quarto lugar.

Boa parte da votação que Lula está tendo hoje se deve somente à rejeição a Jair Bolsonaro. O mesmo acontece com o capitão, que tem muitos votantes antipetistas radicais.

Só que os bolsonaristas são muito mais fanáticos do que os lulistas, tanto que esta segunda expressão quase não é usada. Petistas, esquerdistas, progressistas … Mas lulistas, raramente.

Em alguns ambientes, no meio artístico, por exemplo, o cara, ou a cara, pode até levar um “gelo” se não declarar voto a Lula. A exceção fica por conta dos cantores sertanejos.

Não se pode esquecer que Lula não foi totalmente absolvido nos processos em que foi réu. Os julgamentos foram apenas anulados. Agora diversos crimes prescreveram (prescrição em pessoas com mais de 70 anos conta pela metade) e outros processos retornaram à primeira instância, não havendo tempo para que ele, Lula, seja julgado e condenado definitivamente.

Concluindo: o futuro do perdedor Bolsonaro será melhor (ou menos sombrio) do que o futuro do perdedor Lula. Inclusive pela diferença de idades entre ambos.

Um ótimo domingo eleitoral para vocês.

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
SEXTOU COM O RUY

A história não se repete, mas rima: a estratégia que deu certo no passado e tem grandes chances de trazer bons retornos — de novo

4 de julho de 2025 - 7:08

Mesmo com um endividamento controlado, a empresa em questão voltou a “passar o chapéu”, o que para nós é um sinal claro de que ela está de olho em novas aquisições. E a julgar pelo seu histórico, podemos dizer que isso tende a ser bastante positivo para os acionistas.

SEU MENTOR DE INVESTIMENTOS

Ditados, superstições e preceitos da Rua

3 de julho de 2025 - 19:55

Aqueles que têm um modus operandi e se atêm a ele são vitoriosos. Por sua vez, os indecisos que ora obedecem a um critério, ora a outro, costumam ser alijados do mercado.

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Feijão com arroz: Ibovespa busca recuperação em dia de payroll com Wall Street nas máximas

3 de julho de 2025 - 8:28

Wall Street fecha mais cedo hoje e nem abre amanhã, o que tende a drenar a liquidez nos mercados financeiros internacionais

EXILE ON WALL STREET

Rodolfo Amstalden: Um estranho encontro com a verdade subterrânea

2 de julho de 2025 - 20:00

Em vez de entrar em disputas metodológicas na edição de hoje, proponho um outro tipo de exercício imaginativo, mais útil para fins didáticos

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Mantendo a tradição: Ibovespa tenta recuperar os 140 mil pontos em dia de produção industrial e dados sobre o mercado de trabalho nos EUA

2 de julho de 2025 - 8:29

Investidores também monitoram decisão do governo de recorrer ao STF para manter aumento do IOF

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Os fantasmas de Nelson Rodrigues: Ibovespa começa o semestre tentando sustentar posto de melhor investimento do ano

1 de julho de 2025 - 8:13

Melhor investimento do primeiro semestre, Ibovespa reage a trégua na guerra comercial, trade eleitoral e treta do IOF

Insights Assimétricos

Rumo a 2026 com a máquina enguiçada e o cofre furado

1 de julho de 2025 - 6:03

Com a aproximação do calendário eleitoral, cresce a percepção de que o pêndulo político está prestes a mudar de direção — e, com ele, toda a correlação de forças no país — o problema é o intervalo até lá

EXILE ON WALL STREET

Tony Volpon: Mercado sobrevive a mais um susto… e as bolsas americanas batem nas máximas do ano

30 de junho de 2025 - 19:50

O “sangue frio” coletivo também é uma evidência de força dos mercados acionários em geral, que depois do cessar-fogo, atingiram novas máximas no ano e novas máximas históricas

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Tudo sob controle: Ibovespa precisa de uma leve alta para fechar junho no azul, mas não depende só de si

30 de junho de 2025 - 8:03

Ibovespa vem de três altas mensais consecutivas, mas as turbulências de junho colocam a sequência em risco

TRILHAS DE CARREIRA

Ser CLT virou ofensa? O que há por trás do medo da geração Z pela carteira assinada

29 de junho de 2025 - 7:59

De símbolo de estabilidade a motivo de piada nas redes sociais: o que esse movimento diz sobre o mundo do trabalho — e sobre a forma como estamos lidando com ele?

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Atenção aos sinais: Bolsas internacionais sobem com notícia de acordo EUA-China; Ibovespa acompanha desemprego e PCE

27 de junho de 2025 - 8:09

Ibovespa tenta manter o bom momento enquanto governo busca meio de contornar derrubada do aumento do IOF

SEXTOU COM O RUY

Siga na bolsa mesmo com a Selic em 15%: os sinais dizem que chegou a hora de comprar ações

27 de junho de 2025 - 6:01

A elevação do juro no Brasil não significa que chegou a hora de abandonar a renda variável de vez e mergulhar na super renda fixa brasileira — e eu te explico os motivos

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Trocando as lentes: Ibovespa repercute derrubada de ajuste do IOF pelo Congresso, IPCA-15 de junho e PIB final dos EUA

26 de junho de 2025 - 8:20

Os investidores também monitoram entrevista coletiva de Galípolo após divulgação de Relatório de Política Monetária

EXILE ON WALL STREET

Rodolfo Amstalden: Não existem níveis seguros para a oferta de segurança

25 de junho de 2025 - 19:58

Em tese, o forward guidance é tanto mais necessário quanto menos crível for a atitude da autoridade monetária. Se o seu cônjuge precisa prometer que vai voltar cedo toda vez que sai sozinho de casa, provavelmente há um ou mais motivos para isso.

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

É melhor ter um plano: Ibovespa busca manter tom positivo em dia de agenda fraca e Powell no Senado dos EUA

25 de junho de 2025 - 8:11

Bolsas internacionais seguem no azul, ainda repercutindo a trégua na guerra entre Israel e o Irã

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Um longo caminho: Ibovespa monitora cessar-fogo enquanto investidores repercutem ata do Copom e testemunho de Powell

24 de junho de 2025 - 7:58

Trégua anunciada por Donald Trump impulsiona ativos de risco nos mercados internacionais e pode ajudar o Ibovespa

INSIGHTS ASSIMÉTRICOS

Um frágil cessar-fogo antes do tiro no pé que o Irã não vai querer dar

24 de junho de 2025 - 6:15

Cessar-fogo em guerra contra o Irã traz alívio, mas não resolve impasse estrutural. Trégua será duradoura ou apenas mais uma pausa antes do próximo ato?

EXILE ON WALL STREET

Felipe Miranda: Precisamos (re)conversar sobre Méliuz (CASH3)

23 de junho de 2025 - 14:30

Depois de ter queimado a largada quase literalmente, Méliuz pode vir a ser uma opção, sobretudo àqueles interessados em uma alternativa para se expor a criptomoedas

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Nem todo mundo em pânico: Ibovespa busca recuperação em meio a reação morna dos investidores a ataque dos EUA ao Irã

23 de junho de 2025 - 8:18

Por ordem de Trump, EUA bombardearam instalações nucleares do Irã na passagem do sábado para o domingo

DÉCIMO ANDAR

É tempo de festa junina para os FIIs

22 de junho de 2025 - 8:00

Alguns elementos clássicos das festas juninas se encaixam perfeitamente na dinâmica dos FIIs, com paralelos divertidos (e úteis) entre as brincadeiras e a realidade do mercado

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar