🔴 [NO AR] MERCADO TEME A FRAGMENTAÇÃO DA DIREITA? ENTENDA A REAÇÃO DOS ATIVOS – ASSISTA AGORA

Felipe Miranda: Oi, sumido! A morte e a ressurreição do financial deepening

Depois de um longo sumiço, a volta do financial deepening é muito bem-vinda. Mas, aprecie com moderação: se você me engana uma vez, essa é uma falha sua; se você me engana pela segunda vez, a culpa passa a ser minha.

19 de junho de 2023
18:55 - atualizado às 17:50
Montagem com um semáforo na luz amarela e a palavra "IPO" escrita nas três cores; ideia de dificuldade para as estreantes na bolsa e que fizeram seus IPOs desde 2020
Imagem: Montagem Andrei Morais / Shutterstock/ako photography

Rodolfo nos provocou com um debate sobre a morte no último Puro Malte. Talvez seja mesmo o grande tema: uniforme, indiscriminado e democrático. Cedo ou tarde, chega igual a todo mundo, pelo menos enquanto a turma da Singularity não encontra uma solução. A ciência da finitude muda toda a interpretação da vida.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Curioso também como o enfrentamento da questão, tão inexorável e homogênea, diverge entre extremos. Gosto da ironia de Woody Allen: "Não é que eu tenha medo de morrer. É que eu não quero estar lá na hora que isso acontecer”.

Mas tenho me aproximado mais da abordagem de Contardo Calligaris: “o ideal seria que alguém pudesse, sem dor, viver a sua morte. Porque, afinal de contas, é uma coisa que vai acontecer com você só uma vez na vida. E por que você seria privado desta experiência? Ninguém garante que seja uma experiência agradável nem desagradável, mas valorizar essa experiência única faz completo sentido para mim e anda junto com a ideia de ter uma vida interessante. Então eu preferiria, claro, se fosse possível, não apenas não sofrer (é meio ridículo dizer isso), mas estar vivo quando morrer.”

Tenho me inclinado mais a essa última ideia, meio naquela pegada “A morte é um dia que vale a pena viver”, da Ana Claudia Quintana Arantes. Mesmo se a morte for algo ruim (vai saber…), ela é algo a ser experienciado. Assim como várias outras experiências construtivas e constitutivas.

Como o sujeito que passou a tomar antidepressivo preventivamente pra evitar sofrer com a morte da mãe. Pô, cara, você tem que viver a morte da sua mãe, entendeu? Pobres daqueles privados de viver o luto. Há um pouco de amor fati nisso aqui, algo como “uma bela morte enobrece a vida toda”. 

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
  • R$ 4 mil em mais de R$ 1 milhão em apenas 10 meses: foi o que este grupo de investidores conseguiu em 2021. Agora, novas vagas estão abertas para pessoas interessadas em buscar mais de 100 mil dólares nos próximos meses com criptoativos. [SAIBA COMO ENTRAR AQUI]

A morte do financial deepening

Há alguns meses, talvez coisa de um ano, o mercado, como sempre muito temático, viveu a ideia da morte do financial deepening. Era um samba de uma nota só. Voltaríamos ao velho equilíbrio macro de sempre, com problema fiscal, juro alto e câmbio caminhando à apreciação. Era para comprar bancão e vender as fintechs, os neobanks, XP, BTG, Banco Inter, BR Partners, por aí vai…

Leia Também

Ainda que uns possam discordar, foi importante ter presenciado esse falecimento. Porque ele foi educativo, elucidativo até, necessário para corrigir excessos e devolver-nos às finanças elementares.

Precisamos olhar lucro e fluxo de caixa – não crescimento a qualquer custo, downloads no App ou curtidas no Instagram, pois nada disso paga conta ou gera valor ao acionista.

Vivemos com isso uma espécie de destruição criativa schumpeteriana, matando Adam Newmans mundo afora, para resgatar a representação darwinista do mercado (talvez por isso ele funcione tão bem, porque emula a natureza). Até os animais cobram juro positivo, como nos ensina o "Valor do Amanhã", do Giannetti.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Ocorre que, em país católico, as ressurreições são comemoradas a cada 12 meses. Dada a natureza cíclica das economias e dos mercados, suas mortes são não-definitivas e admitem retornos. Com a mesma intensidade anterior, mudamos de tema, agora iniciando um processo de ressurgimento do financial deepening.

Infelizmente, talvez ainda não esteja claro ao investidor de varejo, embriagado pelo sabor etílico das rentabilidades de 1% ao mês com liquidez diária e sem volatilidade. É possível que ele só perceba o problema quando for tarde demais.

O investidor estrangeiro já é bastante comprador neste mês, enquanto o institucional local virou a mão sobre nossos ativos de risco. Falta o varejo, que embora tenha diminuído, ainda continua sacando de multimercados e fundos de ações. 

Mais disposição ao risco

Parte do ressurgimento no terceiro dia não é exatamente mérito nosso. Em grande medida, retomamos uma maior disposição a risco lá fora e uma volta a mercados emergentes, que, inclusive, podem perfazer um grande megatrend, junto com a Inteligência Artificial, para os próximos dez anos, dado que foram alijados de boa parte do fluxo de capital internacional na última década, em que a Nasdaq e a tecnologia (emergente) dentro dos EUA acabaram ocupando o espaço anterior da periferia.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Seja como for, com sua típica tradição monotemática, o mercado agora parece só olhar para um Brasil que é barato, se beneficia da queda prospectiva dos juros e tem um governo se mostrando, ao menos frente às expectativas, um pouco mais racional e respeitoso à aritmética básica das contas públicas. Isso num momento em que há poucas alternativas minimamente razoáveis no mundo.

A América Latina virou um destino geograficamente seguro, produtor de commodities e, com uma exceção ou outra, alinhada aos princípios típicos das democracias liberais ocidentais, sendo que o México já ficou um tanto caro.

O playbook do que funcionou desde julho de 2021 é diametralmente oposto agora. Basta multiplicá-lo por -1. Reduzimos pós-fixados e paramos de apostar na abertura de juro; compramos Bs longas e bolsa. Saímos dos bancões e das commodities para comprar growth de qualidade e nomes ligados ao financial deepening. 

A ressurreição do financial deepening

Se havia dúvidas, a última sexta-feira emitiu um sinal importante, embora mais silencioso e tácito, pois longe das manchetes da ideologia política e pertencente à microestrutura do mercado.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Localiza anunciou uma oferta de R$ 4,5 bilhões e suas ações fecharam em baixa de menos de 3%. Bicho, R$ 4,5 bilhões é lote em qualquer lugar do mundo. Mostra uma janela reabrindo para ofertas de ações grandes. Começamos ganhando intensidade nos follow-ons de empresas de altíssima qualidade e logo voltaremos a debater os IPOs. Ganham os nomes do financial deepening, como B3, BTG (que, aliás, é coordenador da oferta), XP, Br Partners…

Agora, temos a notícia de que Copel quer fazer sua oferta de ações, entre R$ 3 bi e R$ 5 bi (BTG também é coordenador líder; já podemos esperar melhora destacada das receitas de IB no segundo semestre?). E se você abrir a edição de hoje do Valor Econômico, vai encontrar lá: “Oferta de ações ganha tração com expectativa de queda de juros”. 

Talvez esse seja o grande tema para o segundo semestre. Depois de um longo sumiço, a volta do financial deepening é muito bem-vinda. Mas, aprecie com moderação: se você me engana uma vez, essa é uma falha sua; se você me engana pela segunda vez, a culpa passa a ser minha.

Que o novo ciclo de IPOs não represente a mesma tragédia da última safra. A morte seria mais suave do que repetir a dose. 

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

VEJA TAMBÉM - ELETROBRAS (ELET3): UM ANO APÓS A PRIVATIZAÇÃO, A EMPRESA ENTREGOU O PROMETIDO?

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
O MELHOR DO SEU DINHEIRO

As vantagens da holding familiar para organizar a herança, a inflação nos EUA e o que mais afeta os mercados hoje

18 de dezembro de 2025 - 8:55

Pagar menos impostos e dividir os bens ainda em vida são algumas vantagens de organizar o patrimônio em uma holding. E não é só para os ricaços: veja os custos, as diferenças e se faz sentido para você

EXILE ON WALL STREET

Rodolfo Amstalden: De Flávio Day a Flávio Daily…

17 de dezembro de 2025 - 20:00

Mesmo com a rejeição elevada, muito maior que a dos pares eventuais, a candidatura de Flávio Bolsonaro tem chance concreta de seguir em frente; nem todas as candidaturas são feitas para ganhar as eleições

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Veja quanto o seu banco paga de imposto, que indicadores vão mexer com a bolsa e o que mais você precisa saber hoje

17 de dezembro de 2025 - 8:38

Assim como as pessoas físicas, os grandes bancos também têm mecanismos para diminuir a mordida do Leão. Confira na matéria

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

As lições do Chile para o Brasil, ata do Copom, dados dos EUA e o que mais movimenta a bolsa hoje

16 de dezembro de 2025 - 8:23

Chile, assim como a Argentina, vive mudanças políticas que podem servir de sinal para o que está por vir no Brasil. Mercado aguarda ata do Banco Central e dados de emprego nos EUA

INSIGHTS ASSIMÉTRICOS

Chile vira a página — o Brasil vai ler ou rasgar o livro?

16 de dezembro de 2025 - 7:13

Não por acaso, ganha força a leitura de que o Chile de 2025 antecipa, em diversos aspectos, o Brasil de 2026

EXILE ON WALL STREET

Felipe Miranda: Uma visão de Brasil, por Daniel Goldberg

15 de dezembro de 2025 - 19:55

O fundador da Lumina Capital participou de um dos episódios de ‘Hello, Brasil!’ e faz um diagnóstico da realidade brasileira

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Dividendos em 2026, empresas encrencadas e agenda da semana: veja tudo que mexe com seu bolso hoje

15 de dezembro de 2025 - 7:47

O Seu Dinheiro traz um levantamento do enorme volume de dividendos pagos pelas empresas neste ano e diz o que esperar para os proventos em 2026

VISÃO 360

Como enterrar um projeto: você já fez a lista do que vai abandonar em 2025?

14 de dezembro de 2025 - 8:00

Talvez você ou sua empresa já tenham sua lista de metas para 2026. Mas você já fez a lista do que vai abandonar em 2025?

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Flávio Day: veja dicas para proteger seu patrimônio com contratos de opções e escolhas de boas ações

12 de dezembro de 2025 - 8:26

Veja como proteger seu patrimônio com contratos de opções e com escolhas de boas empresas

SEXTOU COM O RUY

Flávio Day nos lembra a importância de ter proteção e investir em boas empresas

12 de dezembro de 2025 - 6:07

O evento mostra que ainda não chegou a hora de colocar qualquer ação na carteira. Por enquanto, vamos apenas com aquelas empresas boas, segundo a definição de André Esteves: que vão bem em qualquer cenário

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

A busca pelo rendimento alto sem risco, os juros no Brasil, e o que mais move os mercados hoje

11 de dezembro de 2025 - 8:23

A janela para buscar retornos de 1% ao mês na renda fixa está acabando; mercado vai reagir à manutenção da Selic e à falta de indicações do Copom sobre cortes futuros de juros

EXILE ON WALL STREET

Rodolfo Amstalden: E olha que ele nem estava lá, imagina se estivesse…

10 de dezembro de 2025 - 19:46

Entre choques externos e incertezas eleitorais, o pregão de 5 de dezembro revelou que os preços já carregavam mais política do que os investidores admitiam — e que a Bolsa pode reagir tanto a fatores invisíveis quanto a surpresas ainda por vir

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

A mensagem do Copom para a Selic, juros nos EUA, eleições no Brasil e o que mexe com seu bolso hoje

10 de dezembro de 2025 - 8:10

Investidores e analistas vão avaliar cada vírgula do comunicado do Banco Central para buscar pistas sobre o caminho da taxa básica de juros no ano que vem

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Os testes da família Bolsonaro, o sonho de consumo do Magalu (MGLU3), e o que move a bolsa hoje

9 de dezembro de 2025 - 8:17

Veja por que a pré-candidatura de Flávio Bolsonaro à presidência derrubou os mercados; Magazine Luiza inaugura megaloja para turbinar suas receitas

INSIGHTS ASSIMÉTRICOS

O suposto balão de ensaio do clã Bolsonaro que furou o mercado: como fica o cenário eleitoral agora?

9 de dezembro de 2025 - 7:25

Ainda que o processo eleitoral esteja longe de qualquer definição, a reação ao anúncio da candidatura de Flávio Bolsonaro deixou claro que o caminho até 2026 tende a ser marcado por tensão e volatilidade

RALI, RUÍDO E POLÍTICA

Felipe Miranda: Os últimos passos de um homem — ou, compre na fraqueza

8 de dezembro de 2025 - 19:58

A reação do mercado à possível candidatura de Flávio Bolsonaro reacende memórias do Joesley Day, mas há oportunidade

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Bolha nas ações de IA, app da B3, e definições de juros: veja o que você precisa saber para investir hoje

8 de dezembro de 2025 - 8:14

Veja o que especialista de gestora com mais de US$ 1,5 trilhão em ativos diz sobre a alta das ações de tecnologia e qual é o impacto para o mercado brasileiro. Acompanhe também a agenda da semana

TRILHAS DE CARREIRA

É o fim da pirâmide corporativa? Como a IA muda a base do trabalho, ameaça os cargos de entrada e reescreve a carreira

7 de dezembro de 2025 - 8:00

As ofertas de emprego para posições de entrada tiveram fortes quedas desde 2024 em razão da adoção da IA. Como os novos trabalhadores vão aprender?

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

As dicas para quem quer receber dividendos de Natal, e por que Gerdau (GGBR4) e Direcional (DIRR3) são boas apostas

5 de dezembro de 2025 - 8:05

O que o investidor deve olhar antes de investir em uma empresa de olho dos proventos, segundo o colunista do Seu Dinheiro

SEXTOU COM O RUY

Tsunami de dividendos extraordinários: como a taxação abre uma janela rara para os amantes de proventos

5 de dezembro de 2025 - 6:02

Ainda que a antecipação seja muito vantajosa em algumas circunstâncias, é preciso analisar caso a caso e não se animar com qualquer anúncio de dividendo extraordinário

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar