Felipe Miranda: Lula e Campos Neto, um caso de amor?
Se RCN sair do BC com inflação abaixo de 4%, Selic de 9% e Ibovespa a 160 mil pontos, de quem será o mérito?
“Primeiro era vertigem… como em qualquer paixão…" Já quase posso ouvir o som do Lulu ao fundo. Começa com aquela coisa meio estranha, entre tapas e beijos. Logo, logo, a proximidade do ódio ao amor vai ficando mais clara e, de repente, pulamos para as conclusões: foram felizes para sempre…
Deixe-me dar um passo atrás. Poucas coisas me incomodam mais do que a fuga da liberdade. E olhando hoje as análises econômico-financeiras, sejam de profissionais supostamente rigorosos ou de influencers preenchidos de platitudes clichês (cada país tem o economista mais influente do LinkedIn que merece), todos parecem fugir da liberdade, no caso de pensamento.
Essa história de fugir da liberdade intelectual ou psíquica não é propriamente nova. Faz tempo que recorremos a algum tipo de transcendência, utopia ou groupthinking para castrar a falta de limites da imanência. A ideia de que você pode fazer ou pensar o que quiser e não será julgado por isso é libertadora e, ao mesmo tempo, aterrorizante. Você joga um jogo cujas regras você mesmo define, sem pote de ouro no final do arco-íris.
"Por favor: alguém me dê logo algum limite para que eu possa segui-lo.” A liberdade é normalmente vista como um grande valor (de fato, é), mas a verdade é que muitos morrem de medo dela. Por isso, imagética e mitologicamente, a liberdade por vezes aparece associada a um homem sozinho no alto da montanha.
Com medo da liberdade, além de amputarmos a individualidade e incorrermos no clássico “prefiro errar com todo mundo do que acertar sozinho”, estamos, assim, a um passo da boçalidade. O que é exatamente um boçal? É justamente aquele sujeito que não tolera a própria liberdade, não admite suas vontades mais íntimas, seu lado mais escuro, suas contradições e precisa, assim, castrar a liberdade do outro. Em “Beleza Americana”, Kevin Spacey é um boçal típico.
- Quer receber recomendações de trading de graça? Entre para o grupo gratuito da Empiricus Investimentos e veja como você pode buscar ganhos médios de R$ 71 por dia fazendo as operações certas na bolsa. [PARTICIPE CLICANDO AQUI]
Direita, esquerda e o denominador comum
Na vida real, os exemplos também são abundantes. O bolsonarista taxa qualquer crítica a Jair de comunista. O lulista chama de facista e/ou genocida o sujeito que defende manter as regras do jogo e não re-estatizar a Eletrobras.
Leia Também
Os planos e dividendos da Petrobras (PETR3), a guerra entre Rússia e Ucrânia, acordo entre Mercosul e UE e o que mais move o mercado
Felipe Miranda: O paradoxo do banqueiro central
Ah, sim, há consequências dramáticas da boçalidade sobre investimentos: muita gente, alguns calçados de coturno e outros mesmo na direita caviar (não escrevi errado!), foi comprar dólar a R$ 5,50 porque o Brasil viraria a Argentina, para depois se tornar a Venezuela.
O bolsonarista raiz vendeu Bolsa porque nem sequer haveria mais direitos de propriedade no Brasil – e ele assistiu à valorização das ações nesse primeiro semestre, com destaque, quem diria, para as estatais! Curioso como, assim, ele vai encontrar o mesmo posicionamento dos esquerdistas mais radicais, que também não compram Bolsa!
As ideologias e as utopias mais radicais, à esquerda e à direita, acabam se encontrando, tendo o populismo como denominador comum.
Lula e Campos Neto
“Este cidadão joga contra a economia brasileira”, sendo esse cidadão, claro, Roberto Campos Neto.
Essa talvez seja a boçalidade atual mais histriônica. Representantes do governo petista não toleram a liberdade de si mesmos (a última vez em que seguiram fidedignamente seu caminho livre, deu no que deu) e querem, portanto, reprimir a liberdade (a autonomia e a independência) do Banco Central.
Essa é uma questão particularmente importante nesta semana, quando temos ata do Copom, quando poderemos ter um pouco mais de cor sobre as intenções da autoridade monetária, e reunião do CMN, que debate a nova meta de inflação.
Veja só que curioso: o relatório Focus acaba de atualizar suas estimativas para nossa inflação oficial. A mediana das novas projeções aponta para uma variação de 5,06% do IPCA em 2023 e de 3,98% em 2024.
Há duas informações talvez ainda mais relevantes:
- i) quatro semanas atrás, a mediana esperada para este ano era de 5,71% (ou seja, em um mês, a estimativa foi revisada em 65 pontos-base)
- ii) quem está revisando agora seus modelos tem encontrado uma inflação oficial projetada em cerca de 4,9% para este ano.
Em outras palavras, o “cidadão que joga contra a economia brasileira”, que, na verdade, junto a seu colegiado apenas persegue uma meta definida pelo Conselho Monetário Nacional, está, segundo essas novas estimativas, a apenas 15 pontos-base de cumprir a meta de inflação deste ano!
Lula terá o que Bolsonaro não teve?
A inflação e as expectativas de inflação estão colapsando, em ritmo muito mais intenso do que muitos esperavam no começo do ano.
Claro que parte disso se deve a um choque exógeno com forte impacto sobre os preços no atacado. Claro também que outra parte deriva dos bons esforços do ministro da Economia, Fernando Haddad, no sentido de construir um arcabouço fiscal que impeça o país de explodir.
E ainda é claro que o papel do conservador do Congresso tem seu peso. Mas é inegável também que a política monetária cumpre papel importante no processo.
Então, surpreendentemente, poderíamos ter o cumprimento das metas de inflação neste ano, o primeiro do governo Lula, algo que não foi conquistado nos últimos dois anos do governo Bolsonaro.
Ainda que ajudado pela conjuntura favorável (eu prefiro um sortudo ganhador de dinheiro do que um azarado perdedor), teremos um governo tido como heterodoxo com um feito não obtido nos últimos dois anos de um governo supostamente ortodoxo.
Ao final, o controle da inflação, em grande medida derivado das decisões “deste cidadão”, ajudará na popularidade do governo Lula.
A inflação mais baixa e a parcimônia na condução prospectiva da Selic possivelmente nos permitirá ir mais longe no ciclo de queda do juro, com uma construção mais estrutural e apoiada em fundamentos mais sólidos. Juntando ao desemprego baixo, a inflação bem comportada tem em Lula um de seus grandes beneficiados.
Imagine a manchete: “Brasil cumpre meta de inflação em primeiro ano do governo Lula”. Aquele cidadão logo, logo estará sendo aclamado por vozes anteriormente dissonantes. Se ele sair do BC com inflação abaixo de 4%, Selic de 9% e Ibovespa a 160 mil pontos, de quem será o mérito?
VEJA TAMBÉM - VIVARA (VIVA3) DISPARANDO 40%: "É SÓ O COMEÇO" — HORA DE COMPRAR
Planejamento, pé no chão e consciência de que a realidade pode ser dura são alguns dos requisitos mais importantes de quem quer ser dono da própria empresa
Milhões de brasileiros sonham em abrir um negócio, mas especialistas alertam que a realidade envolve insegurança financeira, mais trabalho e falta de planejamento
Rodolfo Amstalden: Será que o Fed já pode usar AI para cortar juros?
Chegamos à situação contemporânea nos EUA em que o mercado de trabalho começa a dar sinais em prol de cortes nos juros, enquanto a inflação (acima da meta) sugere insistência no aperto
A nova estratégia dos FIIs para crescer, a espera pelo balanço da Nvidia e o que mais mexe com seu bolso hoje
Para continuarem entregando bons retornos, os Fundos de Investimento Imobiliários adaptaram sua estratégia; veja se há riscos para o investidor comum. Balanço da Nvidia e dados de emprego dos EUA também movem os mercados hoje
O recado das eleições chilenas para o Brasil, prisão de dono e liquidação do Banco Master e o que mais move os mercados hoje
Resultado do primeiro turno mostra que o Chile segue tendência de virada à direita já vista em outros países da América do Sul; BC decide liquidar o Banco Master, poucas horas depois que o banco recebeu uma proposta de compra da holding Fictor
Eleição no Chile confirma a guinada política da América do Sul para a direita; o Brasil será o próximo?
Após a vitória de Javier Milei na Argentina em 2023 e o avanço da direita na Bolívia em 2025, o Chile agora caminha para um segundo turno amplamente favorável ao campo conservador
Os CDBs que pagam acima da média, dados dos EUA e o que mais movimenta a bolsa hoje
Quando o retorno é maior que a média, é hora de desconfiar dos riscos; investidores aguardam dados dos EUA para tentar entender qual será o caminho dos juros norte-americanos
Direita ou esquerda? No mundo dos negócios, escolha quem faz ‘jogo duplo’
Apostar no negócio maduro ou investir em inovação? Entenda como resolver esse dilema dos negócios
Esse número pode indicar se é hora de investir na bolsa; Log corta dividendos e o que mais afeta seu bolso hoje
Relação entre preço das ações e lucro está longe do histórico e indica que ainda há espaço para subir mais; veja o que analistas dizem sobre o momento atual da bolsa de valores brasileira
Investir com emoção pode custar caro: o que os recordes do Ibovespa ensinam
Se você quer saber se o Ibovespa tem espaço para continuar subindo mesmo perto das máximas, eu não apenas acredito nisso como entendo que podemos estar diante de uma grande janela de valorização da bolsa brasileira — mas isso não livra o investidor de armadilhas
Seca dos IPOs ainda vai continuar, fim do shutdown e o que mais movimenta a bolsa hoje
Mesmo com Regime Fácil, empresas ainda podem demorar a listar ações na bolsa e devem optar por lançar dívidas corporativas; mercado deve reagir ao fim do maior shutdown da história dos EUA, à espera da divulgação de novos dados
Rodolfo Amstalden: Podemos resumir uma vida em uma imagem?
Poucos dias atrás me deparei com um gráfico absolutamente pavoroso, e quase imediatamente meu cérebro fez a estranha conexão: “ora, mas essa imagem que você julga horripilante à primeira vista nada mais é do que a história da vida da Empiricus”
Shutdown nos EUA e bolsa brasileira estão quebrando recordes diariamente, mas só um pode estar prestes a acabar; veja o que mais mexe com o seu bolso hoje
Temporada de balanços, movimentos internacionais e eleições do ano que vem podem impulsionar ainda mais a bolsa brasileira, que está em rali histórico de valorizações; Isa Energia (ISAE4) quer melhorar eficiência antes de aumentar dividendos
Ibovespa imparável: até onde vai o rali da bolsa brasileira?
No acumulado de 2025, o índice avança quase 30% em moeda local — e cerca de 50% em dólar. Esse desempenho é sustentado por três pilares centrais
Felipe Miranda: Como era verde meu vale do silício
Na semana passada, o mitológico investidor Howard Marks escreveu um de seus icônicos memorandos com o título “Baratas na mina de carvão” — uma referência ao alerta recente de Jamie Dimon, CEO do JP Morgan, sobre o mercado de crédito
Banco do Brasil (BBAS3) precisará provar que superou crise do agro, mercado está otimista com fim do shutdown nos EUA no horizonte, e o que mais você precisa saber sobre a bolsa hoje
Analistas acreditam que o BB não conseguirá retomar a rentabilidade do passado, e que ROE de 20% ficou para trás; ata do Copom e dados de inflação também mexem com os mercados
Promovido, e agora? Por que ser bom no que faz não te prepara para liderar pessoas
Por que seguimos promovendo técnicos brilhantes e esperando que, por mágica, eles virem líderes preparados? Liderar é um ofício — e como todo ofício, exige aprendizado, preparo e prática
Novo nome da Eletrobras em nada lembra mercado de energia; shutdown nos EUA e balanço da Petrobras também movem os mercados hoje
Depois de rebranding, Axia Energia anuncia R$ 4 bilhões em dividendos; veja o que mais mexe com a bolsa, que bate recorde depois de recorde
Eletrobras agora é Axia: nome questionável, dividendos indiscutíveis
Mesmo com os gastos de rebranding, a empresa entregou bons resultados no 3T25 — e há espaço tanto para valorização das ações como para mais uma bolada em proventos até o fim do ano
FII escondido no seu dia a dia é campeão entre os mais recomendados e pode pagar dividendos; mercado também reflete decisão do Copom e aprovação da isenção de IR
BTGLG11 é campeão no ranking de fundos imobiliários mais recomendados, Copom manteve Selic em 15% ao ano, e Senado aprovou isenção de Imposto de Renda para quem recebe até R$ 5 mil
É bicampeão! FII BTLG11 volta ao topo do ranking dos fundos mais recomendados em novembro — e tem dividendos extraordinários no radar
Pelo segundo mês consecutivo, o BTLG11 garantiu a vitória ao levar quatro recomendações das dez corretoras, casas de análise e bancos consultados pelo Seu Dinheiro