🔴 AÇÕES, FIIs, BDRs E CRIPTO – ONDE INVESTIR EM SETEMBRO? CONFIRA AQUI

Você prefere arrecadar mais ou ter menos inflação? Entenda a faca de dois gumes que se impõe à economia em tempos de clima extremo

Eventos climáticos extremos no Brasil geram preocupações sobre a arrecadação, a inflação e a trajetória da taxa de juros

28 de novembro de 2023
6:37 - atualizado às 9:06
mudança climática
De Norte a Sul, Brasil têm atravessado eventos climáticos extremos. Imagem: Shutterstock

Após uma sequência de dias quentes, diversos leitores têm me procurado para discutir o possível impacto desses eventos climáticos extremos ocorrendo no Brasil, especialmente no que se refere à inflação e, eventualmente, à trajetória de redução da taxa Selic.

Essa preocupação é justificada, uma vez que os especialistas preveem condições ainda mais adversas em dezembro, com calor intenso no Sudeste e no Centro-Oeste, seca na Amazônia e Nordeste, e enchentes no Sul.

A questão central seria se esses eventos teriam um impacto significativo nos preços dos alimentos e da energia.

Entendo que, mesmo que haja alguma influência, pessoalmente, não acredito que isso se torne um game changer.

Embora os alimentos tenham registrado aumentos nos últimos meses, já se observa uma desaceleração nesse movimento. 

Quanto à energia, a mudança notável diz respeito à questão do ICMS em seis estados, para os quais o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, propôs alterações visando reverter o incentivo de aumento de impostos no próximo ano. Além disso, foi confirmada a bandeira verde para dezembro, evitando perturbações significativas.

A possibilidade de uma aceleração nos preços dos alimentos em caso de safra prejudicada não pode ser descartada.

Leia Também

Contudo, o impacto iminente no IPCA para os próximos quatro a seis meses deve refletir principalmente o que já está sendo observado no atacado atualmente.

Perspectiva para a inflação é de queda

Na Empiricus, mantemos nossa projeção de 4,3% para este ano e 3,6% para 2024.

Em termos gerais, a perspectiva para a inflação parece ser de queda, com os potenciais aumentos sendo impulsionados principalmente pela questão relacionada ao ICMS.

Em relação a este ponto, alguns estados do Sul e Sudeste anunciaram aumento da alíquota de ICMS, em linha com a divulgação do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz) sobre o aumento do ICMS em combustíveis a partir de fevereiro de 2024.

A tese subjacente é que estados do Nordeste elevaram a alíquota e outros estados seguem a mesma estratégia para evitar prejuízos na distribuição de impostos no novo sistema de repartição que deverá ser aprovado na reforma tributária.

Ajuste fiscal concentra-se em aumento da receita

Infelizmente, o ajuste fiscal está se concentrando no aumento da receita, sendo que a elevação do ICMS está contribuindo para uma projeção de inflação mais alta no próximo ano, possivelmente em torno de 5%, de acordo com algumas análises.

Talvez seja essa perspectiva que tenha retardado a redução no preço da gasolina até agora.

Parece que o governo está adiando o anúncio do corte devido ao aumento que está previsto para o próximo ano.

Em termos simples, estão tentando sincronizar o aumento com o corte para mitigar a volatilidade nos preços.

Mesmo assim, enxergo espaço para uma queda nos combustíveis.

Às vésperas da COP28 e de uma reunião da OPEP+, que provavelmente confirmará mais cortes na oferta de petróleo, o mercado do petróleo, após avanços de junho a setembro, está experimentando uma queda novamente.

Demanda por gasolina está em queda

Nos bastidores, observamos uma redução nas projeções da demanda por gasolina, que deverá atingir o menor nível per capita em 20 anos em 2024, além de um aumento nas exportações russas, atingindo o maior patamar em 4 meses.

Adicionalmente, há indícios de um expressivo aumento nos estoques. Dados mais fracos de atividade na China, Europa e EUA também não contribuem para uma perspectiva positiva, já que a contração na indústria global sugere uma redução no consumo de petróleo.

É crucial monitorar o volume dos estoques globais, que permanecem elevados devido aos recordes de armazenamento na China e à estabilidade nos estoques da União Europeia.

Dentro desse contexto, o preço da gasolina está em declínio, em grande parte devido à forte redução no crack spread, o valor que as refinarias cobram para transformar o petróleo em derivados, como a gasolina.

No caso da gasolina, o spread está na média histórica e provavelmente não diminuirá ainda mais. Talvez seja apropriado começar a considerar uma saída das mínimas, levando em conta os padrões observados em anos anteriores.

Historicamente, o petróleo apresenta queda entre novembro e abril, o que deve compensar qualquer aumento potencial no crack spread da gasolina.

Adicionalmente, o aumento da frota de carros elétricos está reduzindo a demanda por gasolina.

Considerando os últimos três reajustes de preços (corte ou aumento) no Brasil, parece que a defasagem média é em torno de 10%, tornando viável para a Petrobras vender gasolina e diesel a um preço 10% mais baixo no país.

Leia também

Segundo a Abicom, a gasolina está atualmente 3% mais cara no Brasil do que no cenário global, indicando a possibilidade de uma redução nos preços.

Não seria irracional antecipar um novo ajuste nos valores dos combustíveis, potencialmente resultando em uma defasagem de cerca de 10%.

No entanto,  vejo uma redução mais moderada, considerando a volatilidade do mercado e as mudanças iminentes, como a já citada recomposição dos impostos federais no diesel em janeiro de 2024 e o aumento do ICMS na gasolina em fevereiro (um corte significativo exigiria coragem para lidar com possíveis revisões futuras).

No que diz respeito ao IPCA-15, cujos resultados são esperados hoje, uma performance abaixo das expectativas seria positiva.

Em outubro, o IPCA registrou 0,24% de variação mensal, ficando abaixo da mediana das estimativas, 0,29%. Além da surpresa positiva, a composição do indicador também se mostrou favorável.

A contribuição significativa dos preços dos itens administrados, especialmente da gasolina, foi um fator relevante para a surpresa baixista do indicador.

No acumulado do ano, o indicador de preços recuou para 4,82%, ligeiramente acima do teto da meta do Banco Central, que é de 4,75% ao ano.

Inflação anual mais perto dos 4% ou dos 5%?

No entanto, conforme argumentamos anteriormente na Empiricus, é provável que a inflação deste ano se aproxime mais de 4% do que dos 5%, como apontado pelas estimativas do relatório Focus.

Entre os principais fatores que nos levam a acreditar na continuidade da queda do IPCA nos próximos meses estão os fatores sazonais, a persistência na redução dos preços da gasolina para o consumidor, conforme indicado pela ANP (Agência Nacional do Petróleo), bem como a tendência de queda nos preços internacionais dessa commodity.

Uma redução nos preços da gasolina seria benéfica para a inflação, contribuindo para a diminuição das taxas de juros mais curtas, aliviando a pressão sobre o Banco Central e permitindo a continuidade do ciclo de cortes.

Ao mesmo tempo, a queda nos preços das commodities apresenta desafios para o Brasil.

Atualmente, somos grandes exportadores de petróleo, sendo que existe uma correlação entre a receita tributária e as variações nos preços dessas commodities. 

Portanto, um petróleo abaixo de $75 não é favorável para o país, especialmente neste momento em que há uma necessidade premente de arrecadação.

O enfraquecimento das commodities significa menor arrecadação, PIB reduzido, queda nas ações de commodities, exportações em declínio e um dólar ligeiramente mais forte.

Sem dúvida, é uma situação complexa e de difícil equilíbrio.

Uma verdadeira faca de dois gumes: você prefere arrecadação ou desinflação?

  • Mantenha sua carteira atualizada: acesse relatório GRATUITO da Empiricus Research com a lista de 10 ações recomendadas para buscar proteção aliada a acúmulo de capital por meio da valorização dos papéis. Clique aqui e receba no seu e-mail. 

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Recorde atrás de recorde na bolsa brasileira, e o que move os mercados nesta sexta-feira (5)

5 de setembro de 2025 - 8:04

Investidores aguardam dados de emprego nos EUA e continuam de olho no tarifaço de Trump

SEXTOU COM O RUY

Ibovespa renova máxima histórica, segue muito barato e a próxima parada pode ser nos 200 mil pontos. Por que você não deve ficar fora dessa?

5 de setembro de 2025 - 6:01

Juros e dólar baixos e a renovação de poder na eleição de 2026 podem levar a uma das maiores reprecificações da bolsa brasileira. Os riscos existem, mas pode fazer sentido migrar parte da carteira para ações de empresas brasileiras agora.

DESTAQUE NO PORTFÓLIO

BRCR11 conquista novos locatários para edifício em São Paulo e reduz vacância; confira os detalhes da operação

4 de setembro de 2025 - 11:07

As novas locações colocam o empreendimento como um dos destaques do portfólio do fundo imobiliário

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

O que fazer quando o rio não está para peixe, e o que esperar dos mercados hoje

4 de setembro de 2025 - 8:11

Investidores estarão de olho no julgamento da legalidade das tarifas aplicadas por Donald Trump e em dados de emprego nos EUA

EXILE ON WALL STREET

Rodolfo Amstalden: Se setembro der errado, pode até dar certo

3 de setembro de 2025 - 20:00

Agosto acabou rendendo uma grata surpresa aos tomadores de risco. Para este mês, porém, as apostas são de retomada de algum nível de estresse

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

A  ação do mês na gangorra do mundo dos negócios, e o que mexe com os mercados hoje

3 de setembro de 2025 - 7:58

Investidores acompanham o segundo dia do julgamento de Bolsonaro no STF, além de desdobramentos da taxação dos EUA

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Hoje é dia de rock, bebê! Em dia cheio de grandes acontecimentos, saiba o que esperar dos mercados

2 de setembro de 2025 - 7:51

Terça-feira terá dados do PIB e início do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, além de olhos voltados para o tarifaço de Trump

Insights Assimétricos

Entre o rali eleitoral e o malabarismo fiscal: o que já está nos preços?

2 de setembro de 2025 - 6:01

Diante de uma âncora fiscal frágil e de gastos em expansão contínua, a percepção de risco segue elevada. Ainda assim, fatores externos combinados ao rali eleitoral e às apostas de mudança de rumo em 2026, oferecem algum suporte de curto prazo aos ativos brasileiros.

EXILE ON WALL STREET

Tony Volpon: Powell Pivot 3.0

1 de setembro de 2025 - 20:00

Federal Reserve encara pressão do presidente dos EUA, Donald Trump, por cortes nos juros, enquanto lida com dominância fiscal sobre a política monetária norte-americana

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Seu cachorrinho tem plano de saúde? A nova empreitada da Petz (PETZ3), os melhores investimentos do mês e a semana dos mercados

1 de setembro de 2025 - 7:36

Entrevistamos a diretora financeira da rede de pet shops para entender a estratégia por trás da entrada no segmento de plano de saúde animal; após recorde do Ibovespa na sexta-feira (29), mercados aguardam julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, que começa na terça (2)

DÉCIMO ANDAR

O importante é aprender a levantar: uma seleção de fundos imobiliários (FIIs) para capturar a retomada do mercado

31 de agosto de 2025 - 8:00

Com a perspectiva de queda de juros à frente, a Empiricus indica cinco FIIs para investir; confira

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Uma ação que pode valorizar com a megaoperação de ontem, e o que deve mover os mercados hoje

29 de agosto de 2025 - 8:06

Fortes emoções voltam a circular no mercado após o presidente Lula autorizar o uso da Lei da Reciprocidade contra os EUA

SEXTOU COM O RUY

Operação Carbono Oculto fortalece distribuidoras — e abre espaço para uma aposta menos óbvia entre as ações

29 de agosto de 2025 - 6:01

Essa empresa negocia atualmente com um desconto de holding superior a 40%, bem acima da média e do que consideramos justo

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

A (nova) mordida do Leão na sua aposentadoria, e o que esperar dos mercados hoje

28 de agosto de 2025 - 7:52

Mercado internacional reage ao balanço da Nvidia, divulgado na noite de ontem e que frustrou as expectativas dos investidores

EXILE ON WALL STREET

Rodolfo Amstalden: O Dinizismo tem posição no mercado financeiro?

27 de agosto de 2025 - 20:00

Na bolsa, assim como em campo, devemos ficar particularmente atentos às posições em que cada ação pode atuar diante das mudanças do mercado

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

O lixo que vale dinheiro: o sonho grande da Orizon (ORVR3), e o que esperar dos mercados hoje

27 de agosto de 2025 - 7:58

Investidores ainda repercutem demissão de diretora do Fed por Trump e aguardam balanço da Nvidia; aqui no Brasil, expectativa pelos dados do Caged e falas de Haddad

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Promessas a serem cumpridas: o andamento do plano 60-30-30 do Inter, e o que move os mercados hoje

26 de agosto de 2025 - 7:54

Com demissão no Fed e ameaça de novas tarifas, Trump volta ao centro das atenções do mercado; por aqui, investidores acompanham também a prévia da inflação

EXILE ON WALL STREET

Lady Tempestade e a era do absurdo 

25 de agosto de 2025 - 19:58

Os chineses passam a ser referência de respeito à propriedade privada e aos contratos, enquanto os EUA expropriam 10% da Intel — e não há razões para ficarmos enciumados: temos os absurdos para chamar de nossos

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Quem quer ser um milionário? Como viver de renda em 2025, e o que move os mercados hoje

25 de agosto de 2025 - 7:43

Investidores acompanham discursos de dirigentes do Fed e voltam a colocar a guerra na Ucrânia sob os holofotes

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Da fila do telefone fixo à expansão do 5G: uma ação para ficar de olho, e o que esperar do mercado hoje

22 de agosto de 2025 - 8:17

Investidores aguardam o discurso do presidente do Fed, Jerome Powell, no Simpósio de Jackson Hole

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar