🔴 SELECIONAMOS AS MELHORES RECOMENDAÇÕES DO BTG PACTUAL PARA VOCÊ – ACESSE GRATUITAMENTE

Então é… aniversário! Mas o que é a Linha d’Água e como ela afeta as taxas que você paga ao investir em fundos?

Em sua 27ª edição, a coluna de hoje marca um ano de Linha d’Água. Afinal, como funciona na prática o fenômeno que deu origem a esse nome?

18 de dezembro de 2023
15:41 - atualizado às 15:38
Bolo de aniversário
Bolo de aniversário - Imagem: Shutterstock

Há um ano – e dois dias, especificamente –, Alexandre Alvarenga inaugurava nossa coluna com sua primeira edição, sobre natal e previdência privada.

O projeto, inicialmente tocado por ele e Rafaela Ribas, contava com minha participação apenas nos bastidores — sim, ainda que você não soubesse eu sempre estive ali —, e apenas quatro meses depois eu também fiz minha estreia por aqui. 

Lembro que um dos temas mais importantes discutidos antes do início da coluna foi seu nome.

Após alguns títulos bastante clichês, finalmente acordamos em “Linha D’Água”, homenagem ao maior objetivo dos gestores de fundos com gestão ativa.

E devo dizer que, um ano depois, estou muito mais feliz em comemorar o aniversário da coluna “Linha D’Água” do que da “Fundo a Fundo”, uma das sugestões levantadas — pois é, Alê, não foi dessa vez.

Nesta edição especial, explicarei de forma detalhada — e, espero, didática — o significado do termo e sua importância para a indústria, com exemplos práticos de casos em que esse conceito foi importante na gestão de um fundo.

Leia Também

A remuneração de um gestor de fundos

Existem dois custos principais arcados pelo investidor de fundos.

O primeiro é a taxa de administração, percentual fixo provisionado diariamente e pago mensalmente.

Essa taxa é importante para custear os principais gastos de uma gestora, como a remuneração dos seus analistas, administrador do fundo e demais custos comuns a empresas.

O segundo é a taxa de performance — a mais importante no contexto desta coluna.

Essa taxa representa uma porcentagem do excesso de retorno (alfa) do fundo sobre um índice de referência (benchmark).

Por exemplo, em fundos multimercados e de renda fixa com gestão ativa, é comum a cobrança de performance de 20% sobre o excesso do CDI. Assim, na primeira vez que o fundo superar esse índice, 20% do excesso de retorno será convertido em receita para a gestora.

É importante ressaltar que isso não é algo ruim, muito pelo contrário. A taxa de performance é um incentivo para o gestor constantemente superar o benchmark.

Além disso, se essa taxa está sendo cobrada, significa que o gestor fez o trabalho dele: ganhar dinheiro e gerar valor para seus cotistas.

Normalmente, a taxa de performance é cobrada semestralmente. Porém, nem sempre isso acontecerá. Ela só ocorre se duas coisas acontecerem ao mesmo tempo:

  1. o retorno do fundo estiver acima do retorno benchmark; e
  2. o retorno do fundo estiver acima da linha d’água.

Essa é a minha deixa para te explicar melhor sobre esse processo.

Como funciona a linha d’água?

A imagem abaixo ilustra a cobrança de performance de um fundo hipotético:

Gráfico, Gráfico de linhas

Descrição gerada automaticamente

A linha vermelha representa o retorno acumulado do fundo, enquanto a preta, de seu benchmark.

Imagine que um investidor compre uma cota em janeiro.  A princípio, o único requisito para a cobrança de performance é que o seu retorno supere o do benchmark.

Como em junho esse requisito é alcançado, há a cobrança da taxa normalmente.

A partir daí surge uma linha d’água que delimita uma marca a ser superada para viabilizar uma nova cobrança de performance – além, claro, de o fundo ter que superar o benchmark.

Ou seja, em dezembro, ainda que o retorno acumulado do fundo seja melhor que o índice de referência, ele ainda está abaixo da linha d’água e, portanto, não há a incidência da taxa de performance.

Se a performance incentiva um gestor a superar o benchmark, a linha d’água o faz superar a si mesmo.

Protegendo os cotistas

A taxa de performance é apurada individualmente por cotista, mas é deduzida do patrimônio líquido do fundo, afetando a cota de todos os investidores.

Em certos momentos, isso pode se tornar um problema.

Imagine o seguinte cenário: o mercado de ações tem uma queda repentina, como em 2020, com a pandemia da covid-19.

Como geralmente essas situações são seguidas de uma correção, mesmo que parcial, é comum investidores desejarem entrar no mercado de ações nesses períodos.

O problema é que os novos cotistas de um fundo de ações, por exemplo, teriam um desempenho bastante superior ao benchmark durante essa retomada e, consequentemente, haveria uma apuração de performance muito elevada.

Essa cobrança, afetaria o investimento de todos os cotistas igualmente, mesmo aqueles que estavam na estratégia antes da queda, pagando duas vezes por uma mesma performance.

Por isso, alguns gestores optam pelo fechamento para captação de uma estratégia em momentos de drawdowns (períodos de perda) elevados.

Essa decisão em um momento importante para captação, por mais que seja um desafio, costuma ser a mais justa com os fiéis cotistas de uma estratégia e é valorizada em nossa análise qualitativa.

Foi exatamente isso que aconteceu com o XP Long Biased em 2020.

Após fortes quedas na estratégia motivadas pelo temor do mercado diante da pandemia, os gestores decidiram fechar o veículo principal e abrir um novo exatamente igual.

Assim, com a retomada do mercado acionário, os cotistas antigos não foram penalizados pela divisão da performance a ser paga pela entrada de novos investidores.

Algo semelhante também aconteceu com o Neo Future em maio deste ano. 

O fundo estava passando por seu maior drawdown e, diante da expectativa de valorização da cota do fundo, de forma transparente, a equipe optou por fechar a estratégia – que permanece assim até hoje.

Uma imagem contendo Diagrama

Descrição gerada automaticamente

Vale citar também o fechamento dos fundos de crédito da Augme, após a marcação dos títulos privados de seus fundos em decorrência do evento Americanas.

Esses foram alguns dos exemplos de gestão profissional do passivo de uma gestora.

Quem sabe, em uma próxima edição, não falamos sobre exemplos negativos? Mas, por ora, ficamos por aqui.

Espero que essa coluna tenha te ajudado a entender o que é a linha d’água e sua importância neste nosso projeto e na rotina da indústria de fundos.

E, como não poderia faltar, desejo boas festas e um fim de ano lucrativo para sua carteira, caro leitor!

Nos vemos ano que vem.

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Construtoras avançam com nova faixa do Minha Casa, e guerra comercial entre China e EUA esfria

11 de junho de 2025 - 8:20

Seu Dinheiro entrevistou o CEO da Direcional (DIRR3), que falou sobre os planos da empresa; e mercados globais aguardam detalhes do acordo entre as duas maiores potências

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Pesou o clima: medidas que substituem alta do IOF serão apresentadas a Lula nesta terça (10); mercados repercutem IPCA e negociação EUA-China

10 de junho de 2025 - 8:40

Entre as propostas do governo figuram o fim da isenção de IR dos investimentos incentivados, a unificação das alíquotas de tributação de aplicações financeiras e a elevação do imposto sobre JCP

EXILE ON WALL STREET

Felipe Miranda: Para quem não sabe para onde ir, qualquer caminho serve

9 de junho de 2025 - 20:00

O anúncio do pacote alternativo ao IOF é mais um reforço à máxima de que somos o país que não perde uma oportunidade de perder uma oportunidade. Insistimos num ajuste fiscal centrado na receita, sem anúncios de corte de gastos.

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Celebrando a colheita do milho nas festas juninas e na SLC Agrícola, e o que esperar dos mercados hoje

9 de junho de 2025 - 8:19

No cenário global, investidores aguardam as negociações entre EUA e China; por aqui, estão de olho no pacote alternativo ao aumento do IOF

VISÃO 360

Azul (AZUL4) no vermelho: por que o negócio da aérea não deu samba?

8 de junho de 2025 - 8:00

A Azul executou seu plano com excelência. Alcançou 150 destinos no Brasil e opera sozinha em 80% das rotas. Conseguiu entrar em Congonhas. Chegou até a cair nas graças da Faria Lima por um tempo. Mesmo assim, não escapou da crise financeira.

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

A seleção com Ancelotti, e uma empresa em baixa para ficar de olho na bolsa; veja também o que esperar para os mercados hoje

6 de junho de 2025 - 8:20

Assim como a seleção brasileira, a Gerdau não passa pela sua melhor fase, mas sua ação pode trazer um bom retorno, destaca o colunista Ruy Hungria

SEXTOU COM O RUY

A ação que disparou e deixa claro que mesmo empresas em mau momento podem ser ótimos investimentos

6 de junho de 2025 - 6:05

Às vezes o valuation fica tão barato que vale a pena comprar a ação mesmo que a empresa não esteja em seus melhores dias — mas é preciso critério

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Apesar da Selic, Tenda celebra MCMV, e FII do mês é de tijolo. E mais: mercado aguarda juros na Europa e comentários do Fed nos EUA

5 de junho de 2025 - 8:26

Nas reportagens desta quinta, mostramos que, apesar dos juros nas alturas, construtoras disparam na bolsa, e tem fundo imobiliário de galpões como sugestão para junho

EXILE ON WALL STREET

Rodolfo Amstalden: Aprofundando os casos de anomalia polimórfica

4 de junho de 2025 - 20:00

Na janela de cinco anos podemos dizer que existe uma proporcionalidade razoável entre o IFIX e o Ibovespa. Para todas as outras, o retorno ajustado ao risco oferecido pelo IFIX se mostra vantajoso

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Vanessa Rangel e Frank Sinatra embalam a ação do mês; veja também o que embala os mercados hoje

4 de junho de 2025 - 8:13

Guerra comercial de Trump, dados dos EUA e expectativa em relação ao IOF no Brasil estão na mira dos investidores nesta quarta-feira

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

O Brasil precisa seguir as ‘recomendações médicas’: o diagnóstico da Moody’s e o que esperar dos mercados hoje

3 de junho de 2025 - 8:15

Tarifas de Trump seguem no radar internacional; no cenário local, mercado aguarda negociações de Haddad com líderes do Congresso sobre alternativas ao IOF

Insights Assimétricos

Crônica de uma ruína anunciada: a Moody’s apenas confirmou o que já era evidente

3 de junho de 2025 - 6:05

Três reformas estruturais se impõem como inevitáveis — e cada dia de atraso só agrava o diagnóstico

EXILE ON WALL STREET

Tony Volpon: O “Taco Trade” salva o mercado

2 de junho de 2025 - 20:00

A percepção, de que a reação de Trump a qualquer mexida no mercado o leva a recuar, é uma das principais razões pelas quais estamos basicamente no zero a zero no S&P 500 neste ano, com uma pequena alta no Nasdaq

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

O copo meio… cheio: a visão da Bradesco Asset para a bolsa brasileira e o que esperar dos mercados hoje

2 de junho de 2025 - 8:23

Com feriado na China e fala de Powell nos EUA, mercados reagem a tarifas de Trump (de novo!) e ofensiva russa contra Ucrânia

TRILHAS DE CARREIRA

Você já ouviu falar em boreout? Quando o trabalho é pouco demais: o outro lado do burnout

1 de junho de 2025 - 8:07

O boreout pode ser traiçoeiro justamente por não parecer um problema “grave”, mas há uma armadilha emocional em estar confortável demais

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

De hoje não passa: Ibovespa tenta recuperação em dia de PIB no Brasil e índice favorito do Fed nos EUA

30 de maio de 2025 - 8:07

Resultado do PIB brasileiro no primeiro trimestre será conhecido hoje; Wall Street reage ao PCE (inflação de gastos com consumo)

SEXTOU COM O RUY

A Petrobras (PETR4) está bem mais próxima de perfurar a Margem Equatorial. Mas o que isso significa?

30 de maio de 2025 - 6:01

Estimativas apontam para uma reserva de 30 bilhões de barris, o que é comparável ao campo de Búzios, o maior do mundo em águas ultraprofundas — não à toa a região é chamada de o “novo pré-sal”

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Prevenir é melhor que remediar: Ibovespa repercute decisão judicial contra tarifaço, PIB dos EUA e desemprego no Brasil

29 de maio de 2025 - 8:17

Um tribunal norte-americano suspendeu o tarifaço de Donald Trump contra o resto do mundo; decisão anima as bolsas

EXILE ON WALL STREET

Rodolfo Amstalden: A parábola dos talentos financeiros é uma anomalia de volatilidade

28 de maio de 2025 - 20:00

As anomalias de volatilidade não são necessariamente comuns e nem eternas, pois o mercado é (quase) eficiente; mas existem em janelas temporais relevantes, e podem fazer você ganhar uma boa grana

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Época de provas na bolsa: Ibovespa tenta renovar máximas em dia de Caged, ata do Fed e recuperação judicial da Azul

28 de maio de 2025 - 8:09

No noticiário corporativo, o BTG Pactual anunciou a compra de R$ 1,5 bilhão em ativos de Daniel Vorcaro; dinheiro será usado para capitalizar o Banco Master

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar