🔴TRÊS ROBÔS CRIADOS A PARTIR DE IA “TRABALHANDO” EM BUSCA DE GANHOS DIÁRIOS – ENTENDA AQUI

Cinco ideias para os próximos cinco anos do mercado imobiliário — e uma incorporadora da B3 para investir

Tenho confiança que as ideias são bem fundamentadas e, quem sabe, irão proporcionar lucros para os investidores

1 de outubro de 2023
7:47 - atualizado às 8:43
Prédios vistos de cima | Fundo imobiliário
Imagem: Shutterstock

Em homenagem aos cinco anos do Seu Dinheiro, a coluna de hoje tem uma proposta especial: cinco ideias para os próximos cinco anos do mercado imobiliário. 

A composição inclui tendências de mercado, ideias de investimento e mudanças de panorama. 

Tradicionalmente, o mercado imobiliário tem um caráter cíclico e é sensível a alterações na conjuntura macroeconômica. Isso inviabiliza grandes previsões em períodos dilatados de tempo. Ainda assim, tenho confiança que as ideias são bem fundamentadas e, quem sabe, irão proporcionar lucros para os investidores. Vamos a elas.

1. Valorização do mercado imobiliário

De início, é imprescindível citar a perspectiva de retomada do mercado imobiliário como um todo, fundamentada na performance operacional das empresas e fundos imobiliários do setor e na tendência de queda dos juros.

Com o longo período de restrições imposto pela pandemia, o setor imobiliário foi um dos mais afetados, tanto pela paralisação das operações presenciais quanto pelas distorções causadas no mercado. Apesar da volatilidade recente, estamos acompanhando o início da recuperação do ciclo.

O setor de shopping centers, por exemplo, que foi totalmente interrompido durante o período, já recuperou grande parte do fluxo de pessoas e reduziu consideravelmente os descontos concedidos aos lojistas.

Leia Também

No caso das incorporadoras, suas margens foram duramente impactadas com o aumento dos custos de construção em 2021/2022 e, com a nova leva de lançamentos sendo contabilizada nos resultados, já notamos um princípio de estabilização. 

Além do operacional entrando nos eixos, o ambiente macro também tende a ajudar o setor. Historicamente, ciclos de quedas dos juros são favoráveis para a cotação das empresas e fundos do mercado imobiliário.

Índice IMOB vs DI 2025 (Base 100) nos últimos dez anos. Fonte: Empiricus e Bloomberg

Entre os motivos, destaco a eventual queda da taxa de financiamento imobiliário (acompanhando o declínio da Taxa Selic), o maior apetite a risco dos investidores e as menores despesas com endividamento das empresas e fundos. 

Além disso, o atual governo tem promovido uma agenda favorável ao setor imobiliário, com destaque para as alterações no Minha Casa Minha Vida. Toda essa conjuntura tende a favorecer a categoria e, consequentemente, já notamos uma reação nos preços das ações e FIIs em 2023.

2. O aumento da representatividade dos Fiagros

A indústria de Fundos de Investimento em Cadeias Agroindustriais (Fiagros) caiu nas graças dos investidores. Desde que foram oficializados, em 2021, os fundos foram destaques na captação de recursos, com quase R$ 15 bilhões captados via emissão de cotas – apenas para ter uma noção, a indústria de FIIs demorou quase 20 anos para alcançar este montante.

Histórico de volume de emissões e da quantidade de Fiagros. Fonte: Anbima

A forte representatividade do agronegócio na economia brasileira e a alta remuneração das carteiras – majoritariamente crédito indexado ao CDI – são fatores determinantes para este resultado.

Apesar da visão cética de curto prazo, minha impressão é que a categoria continuará registrando crescimento acima da média, com a entrada de novos players (de maior qualidade) e novas estratégias. A exposição em terras agrícolas, por exemplo, é um desejo de investidores e pode se tornar uma alternativa de diversificação interessante.

3. O fim do IGP-M

O Índice Geral de Preços - Mercado é uma das métricas mais tradicionais do Brasil, sendo utilizada como referência para correção de contratos de locação imobiliária, planos de saúde, seguros, entre outros.

Chamado de "inflação do aluguel" por alguns, o índice foi criado na década de 40 ("IGP") e abrange diversas camadas da economia, com maior peso para o atacado. 

Diante de sua composição e da distorção de preços causada no período da pandemia, o IGP-M registrou alta volatilidade, com variação de quase 40% entre 2020 e 2021. Nos últimos 12 meses, o índice acumula queda de 6%.

Devido a menor previsibilidade, a visão do mercado imobiliário sobre o índice mudou consideravelmente.

Desde 2021, boa parte dos novos contratos de locação corporativos e residenciais são corrigidos pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Novas operações de crédito imobiliário indexadas ao IGP-M são raríssimas. Uma nova medida de correção de aluguéis foi criada pela FGV, o Índice de Variação de Aluguéis Residenciais (IVAR), e me parece mais apropriada para aplicação nos contratos.

Ao que parece, a influência do IGP-M no mercado imobiliário caminha para extinção, com exceção de alguns segmentos, como shopping centers, que ainda utilizam o índice para reajuste dos contratos com lojistas. 

4. Equilíbrio no mercado imobiliário de escritórios

Está mais do que claro que o mercado de lajes corporativas não vive o melhor momento. A indústria ainda absorvia a entrega de empreendimentos da década passada quando a chegada do home office interrompeu o ritmo de ocupação. Atualmente, a taxa de vacância dos edifícios em São Paulo está próximo do valor máximo, na casa de 21,2%.

Dados de ocupação da cidade de São Paulo. Fonte: Buildings

Embora a velocidade de absorção esteja abaixo do esperado, é quase unanimidade na indústria que o pior já passou. Já são sete trimestres consecutivos de absorção líquida positiva para os empreendimentos corporativos. Alguns fundos conhecidos no setor, tal como Tellus Properties (TEPP11) e Rio Bravo Renda Corporativa (RCRB11), aumentaram significativamente suas taxas de ocupação nos últimos dois anos.

Contudo, o nível de estoque em algumas praças da capital ainda interfere na recuperação do mercado e, principalmente, na evolução dos preços de aluguel. 

Com o volume de novos empreendimentos caindo para os próximos anos (reflexo da lenta absorção e do alto custo de financiamento), espera-se uma continuidade do aumento da ocupação, alinhado à perspectiva de crescimento doméstico.

De acordo com estudos, considerando o nível de oferta e a tendência dos últimos dez anos do setor corporativo, há possibilidade de aproximação da taxa de ocupação de edifícios AA/AAA para a média histórica (em torno de 14%) a partir de meados de 2024. Neste cenário, os aluguéis não devem retornar para a máxima histórica (2012) tão cedo, mas provavelmente veremos um movimento de preços mais "sustentáveis" após 2025. 

Particularmente, acredito na retomada deste mercado, mas iremos conviver com taxas de vacância mais elevadas por um bom tempo. Mesmo com a perspectiva de recuperação, há uma heterogeneidade entre praças e portfólios que não promove uma oportunidade evidente de investimento em lajes corporativas. Continuo com uma estratégia seletiva para alocação na categoria, fundamentada em qualidade dos ativos e, principalmente, localização.

Tijolo de qualidade na Faria Lima: analista indica FII com cota barata e dividendos de até IPCA + 6%; conheça a recomendação agora.

5. Uma ação para os próximos cinco anos: Cyrela (CYRE3)

O setor de construção civil é um dos mais cíclicos de toda a nossa economia. Isso porque, para a compra de um imóvel, normalmente é preciso um alinhamento de vários fatores: boa poupança, salário, estabilidade no emprego e juros baixos para um financiamento acessível. 

Conforme resumido no início, tenho boas perspectivas sobre este mercado ao longo dos próximos anos, após um longo período de dificuldades.

Mesmo diante de um cenário extremamente negativo, a Cyrela (CYRE3) ainda conseguiu entregar vendas, com margens minimamente interessantes, bem como recordes de lançamentos. Os produtos diferenciados, um desempenho operacional acima da média, enorme disciplina financeira e de custos, além da manutenção do foco nas praças onde a companhia tinha maior expertise fazem a Cyrela se destacar da maioria. 

Observando as melhorias estruturais no setor nos últimos anos, a estrutura de capital defensiva da Cyrela, os múltiplos a que a companhia negocia em comparação com o histórico e levando em consideração toda a disciplina financeira, vejo a empresa bem preparada para capturar um novo ciclo de crescimento, caso ele venha a acontecer.

Os resultados do segundo semestre ainda possuem alguns pontos de monitoramento (e possivelmente uma queima de caixa), mas já devem capturar parte deste novo cenário favorável, visto que a empresa largou na frente no ritmo de lançamentos. 

Apesar da alta de quase 60% no ano, as ações da Cyrela negociam a um múltiplo P/B de 1 vez e um P/E de 7,4 vezes para 2024, o que consideramos atrativo. Ademais, com a estimativa de melhora na rentabilidade e na geração de caixa da companhia (a partir do próximo ano, principalmente), a Cyrela CYRE3) tem capacidade de elevar sua distribuição de dividendos ao longo do tempo.

Um abraço,

Caio

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
EXILE ON WALL STREET

Rodolfo Amstalden: Qual é seu espaço de tempo preferido para investir?

20 de agosto de 2025 - 20:00

No mercado financeiro, os momentos estatísticos de 3ª ou 4ª ordem exercem influência muito grande, mas ficam ocultos durante a maior parte do jogo, esperando o técnico chamar do banco de reservas para decidir o placar

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Aquele fatídico 9 de julho que mudou os rumos da bolsa brasileira, e o que esperar dos mercados hoje

20 de agosto de 2025 - 8:16

Tarifa de 50% dos EUA sobre o Brasil vem impactando a bolsa por aqui desde seu anúncio; no cenário global, investidores aguardam negociações sobre guerra na Ucrânia

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

O salvador da pátria para a Raízen, e o que esperar dos mercados hoje

19 de agosto de 2025 - 8:11

Em dia de agenda esvaziada, mercados aguardam negociações para a paz na Ucrânia

EXILE ON WALL STREET

Felipe Miranda: Um conto de duas cidades

18 de agosto de 2025 - 20:00

Na pujança da indústria de inteligência artificial e de seu entorno, raramente encontraremos na História uma excepcionalidade tão grande

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Investidores na encruzilhada: Ibovespa repercute balanço do Banco do Brasil antes de cúpula Trump-Putin

15 de agosto de 2025 - 8:26

Além da temporada de balanços, o mercado monitora dados de emprego e reunião de diretores do BC com economistas

SEXTOU COM O RUY

A Petrobras (PETR4) despencou — oportunidade ou armadilha?

15 de agosto de 2025 - 6:01

A forte queda das ações tem menos relação com resultados e dividendos do segundo trimestre, e mais a ver com perspectivas de entrada em segmentos menos rentáveis no futuro, além de possíveis interferências políticas

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Tamanho não é documento na bolsa: Ibovespa digere pacote enquanto aguarda balanço do Banco do Brasil

14 de agosto de 2025 - 8:27

Além do balanço do Banco do Brasil, investidores também estão de olho no resultado do Nubank

EXILE ON WALL STREET

Rodolfo Amstalden: Só um momento, por favor

13 de agosto de 2025 - 20:00

Qualquer aposta que fizermos na direção de um trade eleitoral deverá ser permeada e contida pela indefinição em relação ao futuro

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Cada um tem seu momento: Ibovespa tenta manter o bom momento em dia de pacote de Lula contra o tarifaço

13 de agosto de 2025 - 8:52

Expectativa de corte de juros nos Estados Unidos mantém aberto o apetite por risco nos mercados financeiros internacionais

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

De olho nos preços: Ibovespa aguarda dados de inflação nos Brasil e nos EUA com impasse comercial como pano de fundo

12 de agosto de 2025 - 8:13

Projeções indicam que IPCA de julho deve acelerar em relação a junho e perder força no acumulado em 12 meses

INSIGHTS ASSIMÉTRICOS

As projeções para a inflação caem há 11 semanas; o que ainda segura o Banco Central de cortar juros?

12 de agosto de 2025 - 6:18

Dados de inflação no Brasil e nos EUA podem redefinir apostas em cortes de juros, caso o impacto tarifário seja limitado e os preços continuem cedendo

EXILE ON WALL STREET

Felipe Miranda: Parada súbita ou razões para uma Selic bem mais baixa à frente

11 de agosto de 2025 - 19:58

Uma Selic abaixo de 12% ainda seria bastante alta, mas já muito diferente dos níveis atuais. Estamos amortecidos, anestesiados pelas doses homeopáticas de sofrimento e pelo barulho da polarização política, intensificada com o tarifaço

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Ninguém segura: Ibovespa tenta manter bom momento em semana de balanços e dados de inflação, mas tarifaço segue no radar

11 de agosto de 2025 - 8:08

Enquanto Brasil trabalha em plano de contingência para o tarifaço, trégua entre EUA e China se aproxima do fim

VISÃO 360

O que Donald Trump e o tarifaço nos ensinam sobre negociação com pessoas difíceis?

10 de agosto de 2025 - 8:00

Somos todos negociadores. Você negocia com seu filho, com seu chefe, com o vendedor ambulante. A diferença é que alguns negociam sem preparo, enquanto outros usam estratégias. 

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Efeito Trumpoleta: Ibovespa repercute balanços em dia de agenda fraca; resultado da Petrobras (PETR4) é destaque

8 de agosto de 2025 - 8:22

Investidores reagem a balanços enquanto monitoram possível reunião entre Donald Trump e Vladimir Putin

SEXTOU COM O RUY

Ainda dá tempo de investir na Eletrobras (ELET3)? A resposta é sim — mas não demore muito

8 de agosto de 2025 - 7:01

Pelo histórico mais curto (como empresa privada) e um dividendo até pouco tempo escasso, a Eletrobras ainda negocia com um múltiplo de cinco vezes, mas o potencial de crescimento é significativo

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

De olho no fluxo: Ibovespa reage a balanços em dia de alívio momentâneo com a guerra comercial e expectativa com Petrobras

7 de agosto de 2025 - 8:21

Ibovespa vem de três altas seguidas; decisão brasileira de não retaliar os EUA desfaz parte da tensão no mercado

EXILE ON WALL STREET

Rodolfo Amstalden: Como lucrar com o pegapacapá entre Hume e Descartes?

6 de agosto de 2025 - 19:59

A ocasião faz o ladrão, e também faz o filósofo. Há momentos convidativos para adotarmos uma ou outra visão de mundo e de mercado.

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Complicar para depois descomplicar: Ibovespa repercute balanços e início do tarifaço enquanto monitora Brasília

6 de agosto de 2025 - 8:22

Ibovespa vem de duas leves altas consecutivas; balança comercial de julho é destaque entre indicadores

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Anjos e demônios na bolsa: Ibovespa reage a balanços, ata do Copom e possível impacto de prisão de Bolsonaro sobre tarifaço de Trump

5 de agosto de 2025 - 8:31

Investidores estão em compasso de espera quanto à reação da Trump à prisão domiciliar de Bolsonaro

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar