Ibovespa recua mais de 2% com novos sinais preocupantes em Brasília; dólar vai a R$ 5,45
As últimas declarações vistas em Brasília seguiram criando uma panela de pressão na bolsa, levando o Ibovespa a mais um dia de forte queda

Um frio na espinha causa incômodo nos agentes do mercado financeiro.
É aquela sensação de se estar vivendo um déjà vu — a impressão de já ter vivido o terceiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva, ainda que ele tenha começado há apenas dois dias.
Normalmente é difícil dizer ao certo a raiz de um sentimento de déjà vu, mas dessa vez os agentes do mercado sabem muito bem o que o clima no ar lembra — a fracassada política econômica do segundo mandato de Dilma Rousseff.
Como é comum nos primeiros dias de um novo governo, os últimos dias foram marcados por muitos discursos e poucas medidas efetivas. O suficiente para seguir aumentando as incertezas em torno da política econômica, fiscal e o futuro substituto do teto de gastos — ainda que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e seu braço direito, Gabriel Galípolo, insistam em repetir que a sustentabilidade das contas públicas deve acompanhar todos os planos traçados.
“O mercado não está dando o benefício da dúvida. O bate cabeça com a desoneração dos combustíveis, quando não prevaleceu a decisão do ministro, indicou que haverá muita pressão para acomodação do parecer da ala política do partido”, apontou Camila Abdelmalack, economista-chefe da Veedha Investimentos.
A forte queda do petróleo já seria má notícia o suficiente para o principal índice da bolsa brasileira, mas o flerte de Carlos Lupi, novo ministro da Previdência Social, com uma reversão da reforma da Previdência parece ter sido a gota d’água para os investidores hoje. O Ibovespa encerrou a sessão em forte queda de 2,08%, aos 104.165 pontos — recuo superior ao visto nas bolsas de Nova York.
Leia Também
No câmbio, o dia foi de pressão — somando dólar forte no exterior com o conturbado cenário político. O real teve um dia de forte desvalorização — 1,72%, a R$ 5,4521, maior patamar desde julho de 2022.
Pressão na curva de juros
Entre a preocupação com a deterioração do cenário fiscal e o aguardo das primeiras medidas oficiais do novo governo, a curva de juros teve mais um dia de forte pressão.
Entre diversas falas dos novos ministros de Estado, Gabriel Galípolo, número dois da Fazenda, disse que as decisões sobre o preço dos combustíveis estarão nas mãos da nova gestão da Petrobras (PETR4) e que não há como dissociar a política fiscal da política monetária. Além disso, o secretário afirmou que é preciso que o novo arcabouço fiscal olhe para arrecadação e gastos públicos, mas sem um gatilho automático, e que se olhe para a trajetória da dívida.
Carlos Lupi, ministro da Previdência Social, gerou desconforto ao afirmar que é preciso uma "antirreforma da Previdência".
Para Camila Abdelmalack, da Veedha Investimentos, apesar das falas destacadas, o sentimento negativo generalizado é mais pelo conjunto da obra — ainda repercutindo o discurso de posse de Lula, marcado pela imagem de uma maior participação do estado na política econômica e a utilização de bancos públicos para impulsionar o desenvolvimento —, resgatando os fantasmas do passado.
Para Marcel Andrade, head de renda variável da Empiricus Investimentos, a bolsa poderia ter caído ainda mais se não fossem os patamares atuais descontados.
Confira o fechamento dos principais vencimentos da curva de juros:
CÓDIGO | NOME | ULT | FEC |
DI1F24 | DI Jan/24 | 13,79% | 13,53% |
DI1F25 | DI Jan/25 | 13,30% | 12,93% |
DI1F26 | DI Jan/26 | 13,26% | 12,89% |
DI1F27 | DI Jan/27 | 13,28% | 12,92% |
Sobe e desce do Ibovespa
Apesar do forte clima de cautela que tomou conta do mercado, as ações da Qualicorp (QUAL3) conseguiram se destacar — ainda que tenham encerrado a sessão muito longe das máximas do dia.
O movimento de alta foi impulsionado por mudanças feitas na gestão da companhia, uma solução para o impasse que envolvia a fatia da Rede D’Or na operadora.
O caráter mais cauteloso dos negócios, com forte alta do dólar, levou as empresas de papel e celulose a terem um dia positivo. Confira as maiores altas do dia:
CÓDIGO | NOME | ULT | VAR |
QUAL3 | Qualicorp ON | R$ 5,94 | 7,61% |
EMBR3 | Embraer ON | R$ 14,57 | 1,89% |
SUZB3 | Suzano ON | R$ 49,85 | 1,78% |
KLBN11 | Klabin units | R$ 20,12 | 0,35% |
GGBR4 | Gerdau PN | R$ 29,52 | 0,20% |
O avanço dos juros futuros e a forte queda do petróleo ficaram responsáveis por influenciar negativamente a ponta contrária da tabela. Confira também as maiores quedas da sessão:
CÓDIGO | NOME | ULT | VAR |
CASH3 | Meliuz ON | R$ 1,08 | -11,48% |
LWSA3 | Locaweb ON | R$ 5,98 | -6,85% |
PRIO3 | PetroRio ON | R$ 34,30 | -6,69% |
ALPA4 | Alpargatas PN | R$ 13,40 | -6,49% |
CVCB3 | CVC ON | R$ 3,98 | -6,35% |
Um novo segmento para os fundos imobiliários? Com avanço da inteligência artificial, data centers entram na mira dos FIIs — e cotistas podem lucrar com isso
Com a possibilidade de o país se tornar um hub de centros de processamento de dados, esses imóveis deixam de ser apenas “investimentos diferentões”
O pior está por vir? As ações que mais apanham com as tarifas de Trump ao Brasil — e as três sobreviventes no pós-mercado da B3
O Ibovespa futuro passou a cair mais de 2,5% assim que a taxa de 50% foi anunciada pelo presidente norte-americano, enquanto o dólar para agosto renovou máxima, subindo mais de 2%
A bolsa brasileira vai negociar ouro a partir deste mês; entenda como funcionará o novo contrato
A negociação começará em 21 de julho, sob o ticker GLD, e foi projetada para ser mais acessível, inspirada no modelo dos minicontratos de dólar
Ibovespa tropeça em Galípolo e na taxação de Trump ao Brasil e cai 1,31%; dólar sobe a R$ 5,5024
Além da sinalização do presidente do BC de que a Selic deve ficar alta por mais tempo do que o esperado, houve uma piora generalizada no mercado local depois que Trump mirou nos importados brasileiros
FII PATL11 dispara na bolsa e não está sozinho; saiba o que motiva o bom humor dos cotistas com fundos do Patria
Após encher o carrinho com novos ativos, o Patria está apostando na reorganização da casa e dois FIIs entram na mira
O Ibovespa está barato? Este gestor discorda e prevê um 2025 morno; conheça as 6 ações em que ele aposta na bolsa brasileira agora
Ao Seu Dinheiro, o gestor de ações da Neo Investimentos, Matheus Tarzia, revelou as perspectivas para a bolsa brasileira e abriu as principais apostas em ações
A bolsa perdeu o medo de Trump? O que explica o comportamento dos mercados na nova onda de tarifas do republicano
O presidente norte-americano vem anunciando uma série de tarifas contra uma dezena de países e setores, mas as bolsas ao redor do mundo não reagem como em abril, quando entraram em colapso; entenda por que isso está acontecendo agora
Fundo Verde, de Stuhlberger, volta a ter posição em ações do Brasil
Em carta mensal, a gestora revelou ganhos impulsionados por posições em euro, real, criptomoedas e crédito local, enquanto sofreu perdas com petróleo
Ibovespa em disparada: estrangeiros tiveram retorno de 34,5% em 2025, no melhor desempenho desde 2016
Parte relevante da valorização em dólares da bolsa brasileira no primeiro semestre está associada à desvalorização global da moeda norte-americana
Brasil, China e Rússia respondem a Trump; Ibovespa fecha em queda de 1,26% e dólar sobe a R$ 5,4778
Presidente norte-americano voltou a falar nesta segunda-feira (7) e acusou o Brasil de promover uma caça às bruxas; entenda essa história em detalhes
Em meio ao imbróglio com o FII TRBL11, Correios firmam acordo de locação com o Bresco Logística (BRCO11); entenda como fica a operação da agência
Enquanto os Correios ganham um novo endereço, a agência ainda lida com uma queda de braço com o TRBL11, que vem se arrastando desde outubro do ano passado
De volta ao trono: Fundo imobiliário de papel é o mais recomendado de julho para surfar a alta da Selic; confira o ranking
Apesar do fim da alta dos juros já estar entrando no radar do mercado, a Selic a 15% abre espaço para o retorno de um dos maiores FIIs de papel ao pódio da série do Seu Dinheiro
Ataque hacker e criptomoedas: por que boa parte do dinheiro levado no “roubo do século” pode ter se perdido para sempre
Especialistas consultados pelo Seu Dinheiro alertam: há uma boa chance de que a maior parte do dinheiro roubado nunca mais seja recuperada — e tudo por causa do lado obscuro dos ativos digitais
Eve, subsidiária da Embraer (EMBR3), lança programa de BDRs na B3; saiba como vai funcionar
Os certificados serão negociados na bolsa brasileira com o ticker EVEB31 e equivalerão a uma ação ordinária da empresa na Bolsa de Nova York
Quem tem medo da taxação? Entenda por que especialistas seguem confiantes com fundos imobiliários mesmo com fim da isenção no radar
Durante o evento Onde Investir no Segundo Semestre de 2025, especialistas da Empiricus Research, da Kinea e da TRX debateram o que esperar para o setor imobiliário se o imposto for aprovado no Congresso
FIIs na mira: as melhores oportunidades em fundos imobiliários para investir no segundo semestre
Durante o evento Onde Investir no Segundo Semestre de 2025, do Seu Dinheiro, especialistas da Empiricus Research, Kinea e TRX revelam ao que o investidor precisa estar atento no setor imobiliário com a Selic a 15% e risco fiscal no radar
Ibovespa sobe 0,24% e bate novo recorde; dólar avança e termina dia cotado em R$ 5,4248
As bolsas norte-americanas não funcionaram nesta sexta-feira (4) por conta de um feriado, mas o exterior seguiu no radar dos investidores por conta das negociações tarifárias de Trump
Smart Fit (SMFT3) falha na série: B3 questiona queda brusca das ações; papéis se recuperam com alta de 1,73%
Na quarta-feira (2), os ativos chegaram a cair 7% e a operadora da bolsa brasileira quis entender os gatilhos para a queda; descubra também o que aconteceu
Ibovespa vale a pena, mas vá com calma: por que o UBS recomenda aumento de posição gradual em ações brasileiras
Banco suíço acredita que a bolsa brasileira tem espaço para mais valorização, mas cita um risco como limitante para alta e adota cautela
Da B3 para as telinhas: Globo fecha o capital da Eletromidia (ELMD3) e companhia deixa a bolsa brasileira
Para investidores que ainda possuem ações da companhia, ainda é possível se desfazer delas antes que seja tarde; saiba como