Faria Lima e Leblon se rendem e agora “fazem o L”: gestores aumentam posições na bolsa e vendidas em dólar nos fundos
Gestores de fundos apostam em um cenário de melhora da economia, ainda que as medidas do governo Lula passem longe do desejado pelo mercado

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva está longe de ser uma das figuras mais populares nas regiões da Faria Lima e do Leblon, onde se concentra o mercado financeiro em São Paulo e no Rio. Mas, pelo menos quando o assunto é a posição dos fundos de investimento, alguns dos principais gestores do mercado resolveram “fazer o L”.
Em outras palavras, vários fundos ampliaram as posições compradas na bolsa — ou zeraram a exposição vendida — e passaram a apostar na queda do dólar contra o real.
Isso significa que os gestores estão colocando dinheiro em um cenário de melhora da economia no curto prazo, ainda que as medidas do governo Lula passem longe do desejado por boa parte do mercado.
A mudança de hábito dos gestores veio em boa hora, já que o Ibovespa acumula uma alta de quase 20% desde as mínimas de março.
Ao mesmo tempo, os juros futuros tiveram forte queda no período, com a visão de que o Banco Central terá mais espaço para cortar a Selic. Por fim, o câmbio seguiu a tendência de melhora dos ativos locais e voltou a cair abaixo do patamar de R$ 5,00.
Em resumo, os fundos que apostaram na “carteira Lula” estão ganhando dinheiro.
Leia Também
- O bull market da bolsa brasileira vem aí? Para o estrategista-chefe da Empiricus Research, sim – e é possível lucrar até R$ 500 mil nos próximos 36 meses se as ações certas forem compradas AGORA. [SAIBA QUAIS AQUI]
Virada de mão
Um levantamento da Empiricus com 41 gestoras de fundos multimercados no início deste mês capta bem esse movimento.
A pesquisa mostrou uma “virada de mão” nas posições em bolsa, além de uma melhora na perspectiva para perto dos maiores níveis desde o início da série histórica. Você pode acessar o estudo completo aqui.
Outra amostra dessa mudança de visão está nos números da própria B3. Em maio, houve uma entrada líquida de R$ 2 bilhões em recursos de investidores institucionais brasileiros, o que inclui os gestores de fundos.
O número ainda está longe de reverter a saída massiva de recursos da bolsa em meio à fuga dos investidores para a renda fixa. Mas foi o primeiro fluxo positivo do tipo em um ano.
O que aconteceu?
A expectativa inicial dos gestores da Faria Lima e do Leblon para o governo Lula não era das melhores. Mas piorou depois do início do mandato, quando o petista adotou uma agenda mais à esquerda ao se voltar contra o trabalho do Banco Central e criticar as privatizações — incluindo as já realizadas, como a da Eletrobras.
Um bom termômetro do humor dos investidores ao longo dos primeiros meses do mandato do petista é o Ibovespa. No pior momento do ano, o principal índice de ações da B3 chegou a ficar abaixo dos 98 mil pontos.
O ponto de virada ocorreu justamente alguns dias depois, quando o governo apresentou o projeto do arcabouço fiscal. Não que o mercado tenha caído de amores pela proposta, mas a regra tirou do radar a possibilidade de um completo descontrole das contas públicas.
Outros fantasmas que assombravam os investidores, como a mudança na política de preços e de dividendos da Petrobras, também se revelaram menos assustadores — pelo menos por enquanto.
As surpresas positivas com os índices mais recentes de inflação e com o PIB do primeiro trimestre foram a gota d’água para alguns dos gestores mais pessimistas mudarem de posição.
Como se não bastasse, a melhora no cenário externo com a alta das bolsas em Nova York e o bom desempenho da economia dos Estados Unidos também animam os investidores a tomar um pouco mais de risco — o que também ajuda a derrubar as cotações do dólar.
- LEIA TAMBÉM: Dólar atinge R$ 4,84 e pode cair ainda mais; veja o que mexe com os preços — e o que pode estragar a festa
O que os gestores de fundos fizeram
Entre os pesos pesados do mercado que decidiram ajustar as posições em meio à melhora dos mercados está a Ibiúna, que possui quase R$ 40 bilhões em ativos.
A gestora de Mario Torós e Rodrigo Azevedo, ex-diretores do Banco Central, resolveu “fazer o L” no portfólio com posições aplicadas em juros — uma aposta de que as taxas vão cair mais do que o mercado projeta. Além disso, está comprada em real e ainda reduziu o risco alocado à posição vendida em Ibovespa.
Mas isso não significa que a Ibiúna esteja otimista com o futuro do governo Lula. Aliás, um trecho da carta mais recente da gestora aos investidores sintetiza o sentimento geral do mercado:
“Enquanto iniciativas adotadas pelo governo desde janeiro trabalham para fragilizar a economia brasileira a médio prazo, no curto prazo a combinação entre ventos externos favoráveis, maior crescimento e a proximidade do início do ciclo de queda da Selic podem continuar dando suporte aos ativos brasileiros nos próximos três meses.”
Outra gestora que estava com uma visão mais pessimista do governo Lula, mas resolveu mudar a posição dos fundos foi a Legacy Capital. Com pouco mais de R$ 35 bilhões em recursos, a gestora zerou a exposição vendida na bolsa. Ou seja, desistiu de apostar contra as ações brasileiras, “tendo em vista a aproximação do ciclo de queda de juros”.
Formada em 2020 por ex-profissionais do Itaú que pilotavam um dos fundos mais rentáveis do banco, a Genoa Capital também aderiu à “carteira L”. A gestora com R$ 15 bilhões em ativos aposta na queda do dólar e na alta das ações brasileiras. Com destaque para empresas de energia e materiais básicos.
VEJA TAMBÉM — AÇÕES DA B3 (B3SA3) PODEM SUBIR 30%: É HORA DE COMPRAR! VEJA OUTROS 3 PAPÉIS PARA COMPRAR AGORA
Pode subir mais?
Alguns gestores já contavam com posições na bolsa e conseguiram pegar a onda de valorização das últimas semanas. É o caso da Verde Asset, de Luis Stuhlberger.
Mesmo depois da valorização recente, o Verde decidiu manter a posição em torno de 20% da carteira na bolsa brasileira. "Acreditamos que as ações têm espaço para continuar performando bem", escreveu a gestora, na carta mensal aos investidores.
A Kinea, que conta com quase R$ 80 bilhões em patrimônio, também segue firme com o cenário positivo para os ativos brasileiros. Mas depois do rali, a gestora ligada ao Itaú decidiu tirar um pouco o pé em seu fundo multimercado mais arrojado (Atlas).
“Diminuímos significativamente nossas posições para a queda de juros e inflação no Brasil. Seguimos acreditando em uma queda da Selic, mas a relação entre retorno e risco piorou, dado que o mercado já precifica uma queda dos juros para aproximadamente 10% em meados de 2024.”
Já no caso da bolsa, o fundo da Kinea segue com “alocações moderadas”. Ou seja, a gestora se mantém otimista com as ações, mas não a ponto de aumentar a posição, principalmente depois da alta recente.
Dólar abaixo de R$ 5? Como a vitória de Trump na guerra comercial pode ser positiva para o Brasil
Guilherme Abbud, CEO e CIO da Persevera Asset, fala sobre os motivos para ter otimismo com os ativos de risco no Touros e Ursos desta semana
Exclusivo: A nova aposta da Kinea para os próximos 100 anos — e como investir como a gestora
A Kinea Investimentos acaba de revelar sua nova aposta para o próximo século: o urânio e a energia nuclear. Entenda a tese de investimento
Entra Cury (CURY3), sai São Martinho (SMTO3): bolsa divulga segunda prévia do Ibovespa
Na segunda prévia, a Cury fez sua estreia com 0,210% de peso para o período de setembro a dezembro de 2025, enquanto a São Martinho se despede do índice
Petrobras (PETR4), Gerdau (GGBR4) e outras 3 empresas pagam dividendos nesta semana; saiba quem recebe
Cinco companhias listadas no Ibovespa (IBOV) entregam dividendos e juros sobre capital próprio (JCP) aos acionistas na terceira semana de agosto
Howard Marks zera Petrobras e aposta na argentina YPF — mas ainda segura quatro ações brasileiras
A saída da petroleira estatal marca mais um corte de exposição brasileira, apesar do reforço em Itaú e JBS
Raízen (RAIZ4) e Braskem (BRKM5) derretem mais de 10% cada: o que movimentou o Ibovespa na semana
A Bolsa brasileira teve uma ligeira alta de 0,3% em meio a novos sinais de desaceleração econômica doméstica; o corte de juros está próximo?
Ficou barata demais?: Azul (AZUL4) leva puxão de orelha da B3 por ação abaixo de R$ 1; entenda
Em comunicado, a companhia aérea informou que tem até 4 de fevereiro de 2026 para resolver o problema
Nubank dispara 9% em NY após entregar rentabilidade maior que a do Itaú no 2T25 — mas recomendação é neutra, por quê?
Analistas veem limitações na capacidade de valorização dos papéis diante de algumas barreiras de crescimento para o banco digital
TRXF11 renova apetite por aquisições: FII adiciona mais imóveis no portfólio por R$ 98 milhões — e leva junto um inquilino de peso
Com a transação, o fundo imobiliário passa a ter 72 imóveis e um valor total investido de mais de R$ 3,9 bilhões em ativos
Banco do Brasil (BBAS3): Lucro de quase R$ 4 bilhões é pouco ou o mercado reclama de barriga cheia?
Resultado do segundo trimestre de 2025 veio muito abaixo do esperado; entenda por que um lucro bilionário não é o bastante para uma instituição como o Banco do Brasil (BBAS3)
FII anuncia venda de imóveis por R$ 90 milhões e mira na redução de dívidas; cotas sobem forte na bolsa
Após acumular queda de mais de 67% desde o início das operações na B3, o fundo imobiliário vem apostando na alienação de ativos do portfólio para reduzir passivos
“Basta garimpar”: A maré virou para as small caps, mas este gestor ainda vê oportunidade em 20 ações de ‘pequenas notáveis’
Em meio à volatilidade crescente no mercado local, Werner Roger, gestor da Trígono Capital, revelou ao Seu Dinheiro onde estão as principais apostas da gestora em ações na B3
Dólar sobe a R$ 5,4018 e Ibovespa cai 0,89% com anúncio de pacote do governo para conter tarifaço. Por que o mercado torceu o nariz?
O plano de apoio às empresas afetadas prevê uma série de medidas construídas junto aos setores produtivos, exportadores, agronegócio e empresas brasileiras e norte-americanas
Outra rival para a B3: CSD BR recebe R$ 100 milhões do Citi, Morgan Stanley e UBS para criar nova bolsa no Brasil
Investimento das gigantes financeiras é mais um passo para a empresa, que já tem licenças de operação do Banco Central e da CVM
HSML11 amplia aposta no SuperShopping Osasco e passa a deter mais de 66% do ativo
Com a aquisição, o fundo imobiliário concluiu a aquisição adicional do shopping pretendida com os recursos da 5ª emissão de cotas
Bolsas no topo e dólar na base: estas são as estratégias de investimento que o Itaú (ITUB4) está recomendando para os clientes agora
Estrategistas do banco veem um redirecionamento global de recursos que pode chegar ao Brasil, mas existem algumas condições pelo caminho
A Selic vai cair? Surpresa em dado de inflação devolve apetite ao risco — Ibovespa sobe 1,69% e dólar cai a R$ 5,3870
Lá fora os investidores também se animaram com dados de inflação divulgados nesta terça-feira (12) e refizeram projeções sobre o corte de juros pelo Fed
Patria Investimentos anuncia mais uma mudança na casa — e dessa vez não inclui compra de FIIs; veja o que está em jogo
A movimentação está sendo monitorada de perto por especialistas do setor imobiliário
Stuhlberger está comprando ações na B3… você também deveria? O que o lendário fundo Verde vê na bolsa brasileira hoje
A Verde Asset, que hoje administra mais de R$ 16 bilhões em ativos, aumentou a exposição comprada em ações brasileiras no mês passado; entenda a estratégia
FII dá desconto em aluguéis para a Americanas (AMER3) e cotas apanham na bolsa
O fundo imobiliário informou que a iniciativa de renegociação busca evitar a rescisão dos contratos pela varejista