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Carolina Gama

Formada em jornalismo pela Cásper Líbero, já trabalhou em redações de economia de jornais como DCI e em agências de tempo real como a CMA. Já passou por rádios populares e ganhou prêmio em Portugal.

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Vai que é sua, Powell! Fed eleva juro em 0,50 ponto percentual e coloca a taxa no maior nível em 15 anos

Banco central norte-americano segue o plano tático e desacelera ritmo de aperto monetário, mas avisa: juro seguirá subindo para trazer inflação de volta à meta; veja o que foi decidido hoje

Carolina Gama
14 de dezembro de 2022
16:05 - atualizado às 21:25
Montagem de um goleiro impedindo a bola de entrar no gol, com o rosto do presidente do BC dos EUA, Jerome Powell, que é um senhor de cabelos brancos e óculos
O presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, tenta defender a economia dos EUA da inflação - Imagem: Pixabay/Shutterstock - Montagem: Brenda Silva

Aos 45 do segundo tempo de 2022, o Federal Reserve (Fed) entregou o que era esperado por muitos investidores: um ritmo mais brando de aperto monetário — embora alguns não estivessem tão confiantes assim de que o banco central dos EUA cumpriria o plano tático sinalizado por Jerome Powell há algumas semanas. 

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Nesta quarta-feira (14), o comitê de política monetária (Fomc) entrou em campo com uma substituição em mente: colocar na reserva a alta de 0,75 ponto percentual (pp) — usada nas quatro últimas reuniões — e chamar uma elevação menor para o jogo. 

E assim foi feito: o novo camisa 10 da seleção de Powell é um aumento de 0,50 pp anunciado hoje. Agora, a taxa básica nos EUA está na faixa entre 4,25% e 4,50% ao ano. 

Na arquibancada em Nova York, os investidores não comemoraram muito o resultado da última reunião do Fed do ano. O Dow Jones, o Nasdaq e o S&P 500 devolveram os ganhos assim que a decisão foi anunciada e passaram a operar em queda.

Embora esperassem por um alívio no ritmo de aperto monetário como um torcedor espera pelo gol, desagradou o fato de as projeções do Fomc sinalizarem que os juros continuarão a subir em 2023, encerrando o próximo ano em 5,1% ante projeção anterior de 4,6%.

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Fed: quem é que sobe? 

Se Galvão Bueno estivesse narrando a decisão do Fed de hoje, ele diria que quem sobe é a inflação — que desacelerou, é verdade, mas ainda está nos maiores níveis em décadas nos EUA. 

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Ontem, o Bureau de Estatísticas do Trabalho dos EUA informou que o índice de preços ao consumidor norte-americano (CPI, na sigla em inglês) de novembro subiu 0,1% em base mensal e 7,1% em base anual, depois de 0,4% e 7,7%, respectivamente, em outubro. 

Mas a medida preferida do Fed para a inflação é o PCE, ou índice de preços para gastos pessoais. Em outubro, o PCE subiu 0,3% em termos mensais — mesmo nível de setembro — e 6,0% em termos anuais. 

Embora tanto o CPI como o PCE tenham desacelerado, os dois índices estão muito acima da meta de 2% do Fed. Por isso, no comunicado de hoje, o banco central norte-americano reafirma que continuará elevando a taxa de juro para trazer a inflação para a meta. 

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"O Comitê antecipa que os aumentos em curso da taxa de juro serão apropriados para atingir uma postura de política monetária suficientemente restritiva para retornar a inflação para 2% ao longo do tempo", diz o comunicado.

Como nas últimas decisões, o Fomc atesta que a inflação permanece elevada nos EUA, refletindo desequilíbrios de oferta e demanda relacionados à pandemia, preços mais altos de alimentos e energia e pressões de preços mais amplas.

O comitê também voltou a indicar que a guerra entre a Rússia e a Ucrânia e eventos relacionados estão contribuindo para aumentar a pressão sobre a inflação.

Dot plot: é tetra!

O Fed vem subindo o juro desde março deste ano. Tudo começou com um aperto de 0,25 pp, tirando a taxa de praticamente zero para o intervalo de 0,25% a 0,50% ao ano. 

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Depois, o banco central norte-americano subiu a taxa em 0,50 pp e, a partir de junho, resolveu fazer uma marcação mais agressiva à inflação e conseguiu o tetra: elevou a taxa básica em 0,75 pp por quatro vezes seguidas. 

Confira a evolução da taxa de juros nos EUA em 2022:

  • Janeiro: 0 a 0,25% 
  • Março: 0,25% a 0,50% 
  • Maio: 0,75% a 1,00% 
  • Junho: 1,50% a 1,75% 
  • Julho: 2,25% a 2,50%
  • Setembro: 3,00% a 3,25%
  • Novembro: 3,75% a 4,00%
  • Dezembro: 4,25% a 4,50%

A cada três meses o Fed divulga, junto com a decisão de política monetária, projeções para o juro e para a economia. A última vez que essas previsões foram apresentadas foi setembro. 

Na ocasião, os membros do Fomc indicaram um caminho mais forte de aumento da taxa de juros à frente. Agora, esse quadro mudou um pouco. 

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De acordo com o dot plot — o gráfico de pontos que traz as expectativas individuais dos membros do comitê —, a taxa de juros terminará 2023 em 5,1%, uma revisão para cima de 0,5 ponto percentual em relação à estimativa de setembro.

O comitê então vê a taxa caindo para 4,1% em 2024, 0,2 ponto percentual mais alto do que o projetado em setembro. Confira abaixo o gráfico de pontos do Fed de dezembro:

Projeções do Fed: haja coração, amigo!

Além do grau do aperto em si, a reunião de política monetária de hoje estava sendo aguardada por conta das projeções econômicas do Fed — a intenção era saber se, com tantas elevações de juro, os EUA entrarão em recessão. 

Mas não é dessa vez que a economia norte-americana estará na marca do pênalti. O Fed prevê um crescimento de 0,5% este ano ante 0,2% estimados em setembro, mês no qual as últimas projeções foram apresentadas.  

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Mas a inflação não deve dar tréguas. O PCE deve encerrar 2022 em 5,6% ante 5,4% projetados anteriormente. E a taxa de desemprego deve ser de 3,7% ante 3,8% da estimativa de setembro. 

Confira abaixo a mediana das previsões feitas pelo Federal Reserve para os demais períodos:

PIB dos EUA

  • 2023: 0,5% de 1,2% previstos em setembro
  • 2024: 1,6% de 1,7% previstos em setembro
  • 2025: mantido em 1,8%
  • Longo prazo: mantido em 1,8%

Inflação medida pelo PCE

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  • 2023: 3,1% de 2,8% previstos em setembro
  • 2024: 2,5% de 2,3% previstos em setembro
  • 2025: 2,1% de 2,0% previstos em setembro
  • Longo prazo: mantido em 2,0%

Taxa de desemprego

  • 2023: 4,6% de 4,4% previstos em setembro
  • 2024: 4,6% de 4,4% previstos em setembro
  • 2025: 4,5% de 4,3% previstos em setembro
  • Longo prazo: mantido em 4,0%

Powell é o nome da emoção

Diante de tantos dados nas mãos, Powell concedeu a coletiva de hoje com um recado: o Fed não vai parar até que a inflação esteja a caminho da meta de 2% ao ano. 

O chefão do Fed repetiu as palavras das últimas coletivas: “Sem a estabilidade de preços, a economia não funciona para ninguém e nem é possível atingir um nível de crescimento que beneficie a todos”. 

E, embora tanto o CPI como o PCE estejam desacelerando, Powell disse que o comitê de política monetária não está convencido ainda de que seu trabalho está concluído. 

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“A inflação segue acima da meta de 2% do comitê. A inflação está desacelerando, mas é preciso mais evidências de que essa desaceleração está mesmo em curso”, afirmou Powell. 

Ele reconheceu ainda que a economia dos EUA perdeu força de maneira significativa, e as condições financeiras ficaram mais apertadas — e em boa parte por conta da política monetária restritiva em curso. 

“O consumo também desacelerou. A taxa de juro alta e gastos mais baixos das famílias parecem estar pesando sobre os investimentos das empresas”, afirmou. 

Powell disse também que o mercado de trabalho está superaquecido, com desequilíbrios entre a oferta de vagas e a mão de obra disponível. 

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“O mercado de trabalho está aquecido demais. Salários estão altos, assim como as aberturas de vagas. O mercado de trabalho segue desequilibrado, com mais oferta de vagas do que de mão de obra. O Fomc espera que haja equilíbrio ao longo do tempo, reduzindo a pressão inflacionária vinda dos salários”, disse.

O que dizem os especialistas

  • CIBC Economics: Embora juro mais alto ande de mãos dadas com desemprego elevado e crescimento mais lento do PIB no próximo ano, a atualização da previsão de inflação deixa espaço para surpresas negativas para quem espera contínuas reduções no ritmo do aperto monetário nos EUA.
  • BMO Capital Markets: A atualização mais relevante para o mercado veio no gráfico de pontos de 2023 — a mediana aumentou de 4,6% para 5,1%; indicando que o terminal para o ciclo é 5,0% a 5,25%. Estamos lendo isso como alta de 0,50 pp em fevereiro e 0,25 pp em março; alternativamente, poderíamos ver três aumentos consecutivos de 0,25 pp, dependendo de como a inflação evoluir nos próximos meses.
  • Capital Economics: É difícil saber se o membros do Fed realmente acreditam em suas próprias projeções ou se estão fazendo questão de tentar reverter parte do afrouxamento das condições financeiras no mês passado. Se for o primeiro, a realidade acabará por intervir, já que a desinflação evidente nos dados recentes aumenta no próximo ano. Mas talvez as evidências não sejam convincentes o suficiente para persuadir o Fed a se mover mais lentamente. Prevemos uma alta de 0,25 pp para fevereiro.

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