O ditado diz que “água mole em pedra dura tanto bate até que fura” e parece que é isso que está acontecendo na China. O país, que enfrentou três anos de medidas de tolerância zero contra a covid-19, parece estar finalmente cedendo ao que já acontece em quase todo o mundo.
O primeiro passo para isso foi liberar da quarentena os viajantes que chegarem à China. O fim do isolamento, que está em vigor praticamente desde 2020, foi anunciado pela Comissão Nacional de Saúde do país.
A mudança foi possível depois que o governo chinês decidiu alterar a gestão da covid-19, que passará da categoria A — mais rigorosa — para a B — menos rigorosa.
Essa abertura, no entanto, não é de agora. Neste mês, o governo de Xi Jinping vem fazendo uma reviravolta sanitária, retirando restrições contra a covid-19 e enfrentando a onda de infecções com menos bloqueios.
Por que a China resolveu mudar?
Os três anos de medidas de tolerância zero contra a covid-19 custaram caro para a China. As fronteiras fechadas e bloqueios frequentes atingiram a economia do país em cheio.
Os efeitos colaterais das restrições foram tamanhos que Xi enfrentou neste ano a maior demonstração de descontentamento público desde que assumiu o poder, em 2012.
Um exemplo desses efeitos colaterais é a taxa de desemprego, que entre os jovens atingiu um recorde de 20%. Essa disparada veio acompanhada da queda dos lucros das empresas e da retração do setor manufatureiro em novembro.
As medidas duras contra a covid-19 fizeram um país acostumado a crescer perto de 9% encarar previsões internacionais de expansão econômica de não mais que 3% em 2022 — bem abaixo das expectativas do governo.
Outras medidas de relaxamento
Para quem chega na China hoje, o governo exige cinco dias de quarentena obrigatória em uma instalação supervisionada e mais três em casa.
A partir de 8 de janeiro essa medida e outra sobre o número de passageiros serão suspensas. A única exigência será o teste PCR 48 horas antes do embarque.
O governo também prepara um novo arranjo para ida de estrangeiros à China para trabalho e negócios, incluindo a facilitação de vistos.
*Com informações da Reuters e da BBC