Banco Central impõe limite de tarifa para transações feitas com cartões de débito e pré-pagos; veja o que muda
Nova regra passa a vigorar em abril de 2023 e pode encarecer os custos repassados ao consumidor final

O Banco Central divulgou nesta segunda-feira (26) uma novidade que pode ser uma dor de cabeça para alguns participantes do mercado, especialmente as fintechs. O órgão informou que haverá novos limites para as tarifas cobradas em operações feitas com cartões pré-pagos e de débito.
A partir de 1º de abril de 2023, cartões pré-pagos — geralmente emitidos por fintechs como Nubank, Acesso e RecargaPay — terão cobrança máxima de 0,7%, enquanto operações de cartões de débito — gerados pelos bancos — terão cobrança de no máximo 0,5%.
A nova norma estabelece limites à tarifa de intercâmbio (TIC), que é a remuneração paga ao emissor do cartão, a cada transação, pelo credenciador do estabelecimento comercial, que é quem aluga as maquininhas aos vendedores.
Esse credenciador repassa o custo da tarifa ao dono do comércio, que acaba repassando esse custo no valor final dos seus produtos.
Atualmente, no caso dos cartões de débito vinculados a uma conta corrente de um banco, a norma diz que a tarifa máxima cobrada deve ser de 0,8%, desde que a média das cobranças não ultrapasse 0,5%.
No caso dos pré-pagos não havia nenhuma regra que desse limite ao valor cobrado, o que também garantiu um crescimento expressivo dessa modalidade nos últimos anos.
Leia Também
A medida do Banco Central já havia sido alvo de consulta pública lançada em outubro de 2021, quando recebeu contribuições de participantes do setor.
Por que a mudança do Banco Central pode ser um problema
A principal crítica do setor acontece pelo aumento dos custos, já que o cartão pré-pago costuma ser a porta de entrada de muitas fintechs no sistema financeiro por ser um produto barato e com necessidades tecnológicas bastante simples.
Há alguns meses o setor já vinha se mostrando contrário ao novo modelo do Banco Central, alegando que a novidade trará perda de receita e, por consequência, poderia inviabilizar as operações de algumas fintechs.
Além disso, mesmo que outros players consigam continuar trabalhando, o aumento de custo acabará atingindo os consumidores, algo que também é visto como uma ameaça à inclusão financeira dos brasileiros.
A Zetta, associação sem fins lucrativos formada por empresas de tecnologia que oferecem serviços financeiros digitais, incluindo o Nubank (NUBR33) e o Mercado Pago, calcula que a mudança poderá afetar a inclusão financeira de 34 milhões de pessoas.
Os grandes bancos, por sua vez, apoiam a ideia do Banco Central.
"As medidas visam a aumentar a eficiência do ecossistema de pagamentos, estimular o uso de instrumentos de pagamentos mais baratos, possibilitando a redução dos custos de aceitação desses cartões aos estabelecimentos comerciais (ECs), além de possibilitar reduções de custo de produtos aos consumidores finais, de forma a proporcionar benefícios para toda a sociedade", disse o BC em nota.
Fintechs reagem ao anúncio
Em comunicado, o Nubank (NUBR33) afirma que tal medida afetaria as receitas do banco digital, já que as tarifas de intercâmbio representaram 7% de suas receitas nos 12 meses entre julho de 2021 e junho deste ano.
A fintech diz ainda que irá monitorar as novas regras previstas pelo BC junto à Mastercard, que é sua parceira.
"Continuaremos a monitorar as novas regras a serem promulgadas pelo Banco Central do Brasil, bem como quaisquer outros ajustes propostos eventualmente pela instituidora do arranjo de pagamento dos nossos cartões pré-pagos, a Mastercard, sobre este assunto, e manteremos o mercado informado sobre quaisquer novos desenvolvimentos", afirmou.
Já o PagSeguro (PAGS34), reforçou um comunicado feito em outubro passado, quando a discussão sobre tais mudanças começou a ganhar força diante da consulta pública.
Segundo a empresa, o impacto esperado em seu lucro líquido é pequeno e não representaria mais do que 1%, dadas as potenciais economias de custos em sua unidade de adquirência. Além disso, a PagSeguro reforça também que seu período menor de liquidação pode compensar as receitas menores que virão com a mudança.
Apesar disso, as ações da empresa (PAGS) caíram 8,87% a US$ 12,48 nesta segunda.
Vai dar zebra no Copom? Por que a aposta de uma alta menor da Selic entrou no radar do mercado
Uma virada no placar da Selic começou a se desenhar a pouco mais de duas semanas da próxima reunião do Copom, que acontece nos dias 6 e 7 de maio
Deixa a bolsa me levar: Ibovespa volta a flertar com máxima histórica em dia de IPCA-15 e repercussão de balanço da Vale
Apesar das incertezas da guerra comercial de Donald Trump, Ibovespa está a cerca de 2% de seu recorde nominal
Bradesco dispara em ranking do Banco Central de reclamações contra bancos; Inter e PagSeguro fecham o pódio. Veja as principais queixas
O Bradesco saiu da sétima posição ao fim de 2024 para o primeiro colocado no começo deste ano, ao somar 7.647 reclamações procedentes. Já Inter e PagSeguro figuram no pódio há muitos trimestres
Tudo tem um preço: Ibovespa tenta manter o bom momento, mas resposta da China aos EUA pode atrapalhar
China nega que esteja negociando tarifas com os Estados Unidos e mercados internacionais patinam
Rodolfo Amstalden: Seu frouxo, eu mando te demitir, mas nunca falei nada disso
Ameaçar Jerome Powell de demissão e chamá-lo de frouxo (“a major loser”), pressionando pela queda da taxa básica, só tende a corromper o dólar e alimentar os juros de longo prazo
Agora 2025 começou: Ibovespa se prepara para seguir nos embalos da festa do estica e puxa de Trump — enquanto ele não muda de ideia
Bolsas internacionais amanheceram em alta nesta quarta-feira diante dos recuos de Trump em relação à guerra comercial e ao destino de Powell
Banco Central acionou juros para defender o real — Galípolo detalha estratégia monetária brasileira em meio à guerra comercial global
Em audiência na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, Gabriel Galípolo detalhou a estratégia monetária do Banco Central e sua visão sobre os rumos da guerra comercial
Orgulho e preconceito na bolsa: Ibovespa volta do feriado após sangria em Wall Street com pressão de Trump sobre Powell
Investidores temem que ações de Trump resultem e interferência no trabalho do Fed, o banco central norte-americano
O preço de um crime: fraudes no Pix disparam e prejuízo ultrapassa R$ 4,9 bilhões em um ano
Segundo o Banco Central, dados referem-se a solicitações de devoluções feitas por usuários e instituições após fraudes confirmadas, mas que não foram concluídas
Powell na mira de Trump: ameaça de demissão preocupa analistas, mas saída do presidente do Fed pode ser mais difícil do que o republicano imagina
As ameaças de Donald Trump contra Jerome Powell adicionam pressão ao mercado, mas a demissão do presidente do Fed pode levar a uma longa batalha judicial
Prazo de validade: Ibovespa tenta acompanhar correção das bolsas internacionais, mas ainda há um Trump no meio do caminho
Bolsas recuperam-se parcialmente das perdas dos últimos dias, mas ameaça de Trump à China coloca em risco a continuidade desse movimento
Banco Master: Reunião do Banco Central indica soluções para a compra pelo BRB — propostas envolvem o BTG
Apesar do Banco Central ter afirmado que a reunião tratou de “temas atuais”, fontes afirmam que o encontro foi realizado para discutir soluções para o Banco Master
Um café e um pão na chapa na bolsa: Ibovespa tenta continuar escapando de Trump em dia de payroll e Powell
Mercados internacionais continuam reagindo negativamente a Trump; Ibovespa passou incólume ontem
Pix parcelado já tem data marcada: Banco Central deve disponibilizar atualização em setembro e mecanismo de devolução em outubro
Banco Central planeja lançar o Pix parcelado, aprimorar o Mecanismo Especial de Devolução e expandir o pagamento por aproximação ainda em 2025; em 2026, chega o Pix garantido
Trump Day: Mesmo com Brasil ‘poupado’ na guerra comercial, Ibovespa fica a reboque em sangria das bolsas internacionais
Mercados internacionais reagem em forte queda ao tarifaço amplo, geral e irrestrito imposto por Trump aos parceiros comerciais dos EUA
Não haverá ‘bala de prata’ — Galípolo destaca desafios nos canais de transmissão da política monetária
Na cerimônia de comemoração dos 60 anos do Banco Central, Gabriel Galípolo destacou a força da instituição, a necessidade de aprimorar os canais de transmissão da política monetária e a importância de se conectar com um público mais amplo
Banco Master: Compra é ‘operação resgate’? CDBs serão honrados? BC vai barrar? CEO do BRB responde principais dúvidas do mercado
O CEO do BRB, Paulo Henrique Costa, nega pressão política pela compra do Master e endereça principais dúvidas do mercado
Vale tudo na bolsa? Ibovespa chega ao último pregão de março com forte valorização no mês, mas de olho na guerra comercial de Trump
O presidente dos Estados Unidos pretende anunciar na quarta-feira a imposição do que chama de tarifas “recíprocas”
Protege contra a inflação e pode deixar a Selic ‘no chinelo’: conheça o ativo com retorno-alvo de até 18% ao ano e livre de Imposto de Renda
Investimento garimpado pela EQI Investimentos pode ser “chave” para lucrar com o atual cenário inflacionário no Brasil; veja qual é
Nubank (ROXO34): Safra aponta alta da inadimplência no roxinho neste ano; entenda o que pode estar por trás disso
Uma possível explicação, segundo o Safra, é uma nova regra do Banco Central que entrou em vigor em 1º de janeiro deste ano.