MRV (MRVE3) e outras incorporadoras da B3 contrariam as expectativas dos analistas e sobem forte, mesmo após balanços fracos
Para a XP, a maioria dos nomes mostrou como a forte inflação nos insumos construtivos derruba as margens brutas

Com a temporada de balanços se aproximando do fim, a sexta-feira (13) é um dia agitado para as incorporadoras e construtoras da B3. Os principais nomes do setor avançam em bloco enquanto o mercado digere os resultados do primeiro trimestre de seis empresas.
O movimento de alta contraria as expectativas dos analistas, que esperavam uma reação negativa das ações aos números considerados fracos. Para a XP, a maioria dos nomes mostrou como a alta nos insumos construtivos derruba as margens brutas.
Os cenários inflacionários e de juros mais desafiadores também limitam o poder de compra dos consumidores — um quadro que impede que parte das empresas repasse os preços mais salgados na hora de vender os empreendimentos.
Mas, embalado pelo dia de recuperação no Ibovespa, o setor não se abala e surpreende pela performance positiva dos papéis. Veja como operam, por volta das 13h45, as incorporadoras e construtoras que liberaram balanços ontem:
- Even (EVEN3): +3,61%
- Eztec (EZTC3): +1,22%
- MRV (MRVE3): +5,77%
- Melnick (MELK3): +2,14%
- Plano & Plano (PLPL3): +2,85%
- Trisul (TRIS3): +6,62%
MRV (MRVE3) — recorde de vendas não afasta pressão das margens
Maior nome a divulgar resultados financeiros ontem, a MRV (MRVE3) também foi uma das grandes decepções para os analistas.
A empresa bateu recorde de vendas líquidas em um primeiro trimestre, com R$ 1,74 bilhão. A marca histórica, porém, não foi suficiente para equilibrar os pontos negativos do balanço.
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“Apesar de uma manchete bonita, na nossa visão os números vieram fracos. Desta vez, as operações da AHS não conseguiram salvar os resultados como ocorrido no 4T21”, aponta a Genial Investimentos.
Os analistas da corretora apontam que há dois mundos distintos dentro da companhia. Enquanto a margem bruta das operações brasileiras recuou para 19,4% no trimestre, nos Estados Unidos a AHS mantém o indicador mais elevado do que o esperado, em 35,5%.
Até quando a AHS seguirá sustentando os resultados?
A Genial emite um alerta: os números da subsidiária norte-americana não devem seguir amenizando os resultados negativos da MRV nos próximos trimestres.
“Este efeito deve ser muito reduzido, visto que hoje todos os projetos da AHS estão em construção (com VGV projetado de US$ 1 bilhão) e devem demorar alguns meses para performar”, argumentam os analistas.
E, sem a tábua de salvação para as margens pressionadas, outro destaque negativo do balanço preocupa: a queima de caixa de R$ 817 milhões, mais que o dobro do contabilizado no mesmo período do ano passado.
Parte da cifra foi necessária para apoiar a expansão da AHS, mas o restante, cerca de R$ 354 milhões, concentrou-se na operação central da MRV. A soma foi utilizada para a estocagem de materiais, estratégia que visa driblar os preços altos.
Mas, mesmo com todas as ressalvas, a Genial segue recomendando a compra das ações MRVE3. “Nossa recomendação tem como foco central a AHS, que acreditamos estar bem-posicionada para crescer e não ter seu valor refletido no preço das ações da MRV”.
Por falar em preço, a corretora reduziu o preço-alvo das ações para R$ 15. O potencial de alta calculado é de 46%, em relação à cotação atual dos papéis.
Margens da Melnick (MELK3) avançam e EzTec (EZTC3) aproveita base fraca para crescer
Além da MRV, outras cinco incorporadoras e construtoras divulgaram os resultados na noite de ontem. No geral, os números de Even (EVEN3), EzTec (EZTC3), Plano e Plano (PLPL3) e Trisul (TRIS3) também demonstraram o poder destrutivo da inflação sobre as finanças.
A exceção foi a Melnick (MELK3), que apresentou uma “significativa expansão”, segundo a XP, da margem bruta. O indicador subiu 5 pontos percentuais na comparação trimestral, para 29,1%.
Por trás do desempenho está, ainda de acordo com a corretora, o mix de receita da empresa no trimestre. Na visão dos analistas, o foco em projetos de alta renda e preços mais altos impactou positivamente a margem bruta.
A Eztec também apresentou uma recuperação gradual na receita líquida — que aumentou 47,3%, para R$287 milhões — e no lucro líquido de R$ 105 milhões, com alta de 10,9%. Mas a XP reforça que a base de comparação era fraca, já que o primeiro trimestre do ano passado foi um período ruim para a companhia.
Outros destaques das construtoras
A Even não alcançou as expectativas da XP em quase nenhuma linha do balanço, exceto naquela em que não deveria: a queda de 1,3 p.p. na margem bruta ajustada, que ficou em 27,6%.
A Plano e Plano também apresentou resultados fracos, mas, neste caso, o desempenho já era esperado pela corretora. O lucro líquido, por exemplo, recuou 56% na base anual, para R$ 22 milhões.
Por outro lado, a construtora considera que os números operacionais foram “encorajadores”. As vendas líquidas avançaram 10,8% e atingiram um nível recorde, com R$ 371,5 milhões, enquanto os lançamentos saltaram 161%.
Por fim, a Trisul não impressionou financeira ou operacionalmente. A queda de 18,8% na receita líquida, que ficou em R$ 164 milhões, prejudicou boa parte dos resultados. A margem bruta também sentiu o efeito da inflação e recuou 660 pontos-base, para 32,1%.
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