De novo? Loft faz terceira demissão em massa somente neste ano — novo corte atinge mais de 300 funcionários
Segundo a empresa, o novo corte acontece em razão da “reorganização” dos negócios. Em abril, a Loft demitiu cerca de 159 funcionários
![loft; demissão em massa](https://media.seudinheiro.com/uploads/2021/04/Foto_chave_Loft-715x402.jpg)
Os ventos fortes continuam a sobrar e balançam novamente a startup imobiliária Loft. A empresa, que deu a largada na onda de demissões em massa, realizou um novo desligamento nesta quarta-feira (7).
Dessa vez, o corte atingiu 12% dos funcionários, o que corresponde a mais de 300 colaboradores. No total, a empresa já demitiu 855 pessoas somente neste ano.
A última redução em pessoal aconteceu em agosto, quando também desligou 12% de 3,2 mil funcionários, na época, sob a justificativa de "reestruturação interna" — o mesmo posicionamento da empresa para o corte desta quarta-feira.
Nos últimos nove meses, essa é a terceira vez que a Loft faz demissões em massa. Em abril, a startup imobiliária desligou 159 colaboradores e realocou outros 52. Na ocasião, a justificativa foi a criação de uma área de crédito da empresa.
O que diz a Loft?
A Loft, por sua vez, afirmou que os colaboradores impactados com a medida continuarão com os benefícios da empresa pelos próximos dois meses. Entre eles, a extensão do plano de saúde para o titular e dependentes e apoio ao processo de recolocação profissional.
Confira o posicionamento da empresa enviada ao Seu Dinheiro:
"O Grupo Loft, startup que usa tecnologia para simplificar e viabilizar transações imobiliárias e de crédito, informa que realiza hoje importante etapa da integração da companhia com suas empresas adquiridas, o que resulta na reestruturação de sua operação.
Como parte deste movimento foram desligados 12% do quadro atual de 2,6 mil funcionários que servem ao Grupo como um todo.
Os colaboradores impactados receberão um pacote especial de benefícios, que inclui extensão do plano de saúde para o titular e dependentes por 2 meses; apoio ao processo de recolocação profissional; facilitação da participação no plano de stock options para as pessoas elegíveis.
Importante destacar que o fornecimento dos produtos e serviços do Grupo Loft segue sem qualquer alteração. O atendimento a corretores parceiros, imobiliárias e clientes diretos - compradores e vendedores - passa a ser mais direto, com a redução de pontos de contato na compra, venda, financiamento imobiliário e contratação de aluguel sem fiador.
Adicionalmente, informamos que diversos processos entre a plataforma Loft e as empresas adquiridas foram simplificados com a reestruturação, gerando mais sinergias entre as empresas do Grupo que proporcionarão aumento da eficiência operacional e potencializarão ainda mais nossos resultados.
A Loft agradece a dedicação dos colaboradores desligados e está empenhada em ajudar no que for possível para a sua recolocação no mercado."
Crise das startups parece não ter fim
Cortes no quadro de funcionários das startups têm acontecido, praticamente, todas as semanas.
Segundo o portal Layoffs Brasil, que faz um levantamento diário de demissões em startups, 19 empresas desligaram funcionários em junho, além da Zenklub — que demitiu 40 colaboradores na última sexta-feira (1).
Desde abril, mais 2 mil profissionais foram desligados em pelo menos 20 empresas, dentre elas a Facily, Vtex, Olist, Mercado Bitcoin, Kavak, Valemobi/TradeMap, Americanas S.A./B2W, Shopee e iFood.
O principal motivo apontado para justificar as recorrentes demissões é o cenário de alta de juros, que torna os investimentos mais escassos, além da redução das receitas.
As empresas, em geral, afirmam que os desligamentos em massa acontecem devido a uma necessidade de reestruturação de áreas.
Nem as big techs escaparam
Google, Apple, Amazon e Microsoft, juntas, desligaram aproximadamente 12 mil funcionários.
Os cortes não são apenas uma coincidência — ou, muito menos, um momento passageiro. As sucessivas reduções nos quadros de pessoal acontecem por diversos motivos.
O cenário macroeconômico contribui — negativamente — com a maior percepção de risco nos investimentos em tecnologia. Soma-se a isso a incerteza de quanto a guerra na Ucrânia há de durar, além da escalada da inflação global após a pandemia.
E, nesse contexto, as grandes corporações precisaram reorganizar seus negócios, ainda que bastante sólidos, de modo a compensar a queda de receita nos últimos meses.
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