Falta pouco para a mudança de domicílio do Inter (BIDI11), que deixará a B3 para negociar na bolsa norte-americana Nasdaq em 17 de junho. Mas antes de embarcar rumo aos Estados Unidos, o banco deve acertar as contas com os acionistas que optaram pela troca das ações por dinheiro.
Os investidores tinham até a última sexta-feira (20) para se decidir. Novamente, os pedidos de "cash-out" ultrapassaram o limite estabelecido pela instituição financeira: R$ 1,1 bilhão, o equivalente a 10% do total de ações em circulação.
Vale lembrar que a tentativa anterior de mudança para Nova York, em dezembro do ano passado, esbarrou justamente no limite. Na época ele era ainda maior, de R$ 2 bilhões.
Quanto o Inter (BIDI11) pagará aos acionistas?
Desta vez, para garantir que a operação fosse bem-sucedida, o banco incluiu um gatilho de segurança: caso mais de 10% da base voltassse a optar pelo cash-out, os acionistas receberiam automaticamente as ações preferenciais resgatáveis em dinheiro de maneira proporcionalmente rateada entre eles.
Além disso, o banco distribuiria ações preferenciais resgatáveis em BDRs - recibo de papéis listados nos EUA e negociados na B3 - numa quantidade que complemente o saldo que não foi alcançado devido ao rateio.
Como o limite de R$ 1,1 bilhão de fato foi ultrapassado, o Inter determinou a razão do rateio: quem optou pelo dinheiro de volta receberá o equivalente a 21,5% do total de ações incluídas na opção.
Se você pediu o cash-out para mil units BIDI11, por exemplo, receberá R$ 4.160,35 em dinheiro e 392 BDRs do Inter, segundo os cálculos do banco. O pagamento está marcado para 20 de junho, data em que se iniciará a negociação dos BDRs na B3. Já a estreia das ações na Nasdaq deve ocorrer no dia 23 do mesmo mês.
Quem não quiser ficar com os recibos de ações na carteira terá de esperar mais dois dias para solicitar o desfazimento dos BDRs.
Até lá, as ações do Inter seguem em negociação na bolsa brasileira. Nesta terça-feira (24), por volta das 12h45, os papéis BIDI11 recuam 3,10%, a R$ 14,08.