Construção pede juros baixos ao governo Lula; incorporadoras da B3 acumulam ganhos desde a vitória do petista
Representantes do setor esperam que, nos próximos quatro anos, sejam retomados estímulos para a construção de moradia para a população mais carente

Uma política econômica que permita a redução da taxa Selic, estimule a competição entre fabricantes de matérias-primas e ajude a manter um fluxo regular de investimentos é a demanda da indústria da construção civil para o novo mandato do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Representantes do setor destacam também esperar que, nos próximos quatro anos, não haja alterações na regulamentação da construção - que está mais enxuta - e que sejam retomados estímulos para a construção de moradia para a população mais carente.
Para o presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), José Carlos Martins, o ponto-chave para o segmento é a regularidade no fluxo de investimentos. Ele diz ser preferível um volume menor de capital a um ritmo constante do que grandes aportes seguidos por freadas bruscas.
- Magazine Luiza (MGLU3) já era? Cara ou barata? Com uma queda de mais de 30% no ano, alguns fatores marcantes podem impactar a ação e concorrentes daqui para frente. Acesse neste link mais detalhes.
"Não dá para viver de uma solução única, que um dia coloca uma montanha de dinheiro e, de repente, morre tudo. Isso aconteceu com o PAC [Programa de Aceleração do Crescimento, lançado em 2007 pelo governo do PT]", afirma. "Sem continuidade, não posso investir pesado em tecnologia, maquinário e capacitação. Perco a oportunidade de ser mais produtivo."
Martins destaca que, durante o governo Bolsonaro, foram feitas concessões para investimentos estruturantes no País, como de rodovias e aeroportos. A infraestrutura de pequeno porte, no entanto, ficou em segundo plano e precisa ser retomada.
"São aquelas obras menores, que a conta não fecha para fazer concessões, mas que são necessárias no dia a dia. Uma concessão de uma estrada vicinal, por exemplo, não para em pé, mas tem de ter uma solução para mantê-la. Precisamos de algo para atender a essa demanda."
Leia Também
Após fala de CEO, Magazine Luiza (MGLU3) faz esclarecimento sobre as projeções de faturamento para 2025
Lula e a volta do Minha Casa Minha Vida
O executivo ainda lembra que, no principal programa de habitação do governo atual, o Casa Verde e Amarela (que substituiu o Minha Casa Minha Vida), praticamente não houve contratações nos últimos anos no Grupo 1, destinado à população de renda mais baixa. "Tem de ser feito um debate em torno do assunto. Ninguém quer estourar o teto de gastos [para investir em habitação], mas é preciso resolver essa questão no Congresso", diz.
O vice-presidente de relações institucionais do Sindicato da Construção Civil do Estado de São Paulo (SindusCon-SP), Yorki Estefan, pondera que a atenção a essa faixa do programa habitacional, que depende de subsídios, tem de ser acompanhada de responsabilidade fiscal.
"O dinheiro (para o subsídio) tem de sair do Orçamento. Não adianta investir explodindo as contas do governo. Porque aí gera mais inflação e, consequentemente, juros mais altos."
Estefan diz que é imprescindível manter em ordem as contas públicas para que os juros possam cair. Hoje a 13,75%, a taxa básica torna o investimento financeiro mais atraente do que o imobiliário. Segundo o executivo, a indústria da construção trabalha "razoavelmente bem" com um juro na faixa de 8,5%.
O vice-presidente do SindusCon-SP destaca a necessidade de estimular a indústria e desonerar as importações. A ideia é de que isso torne as matérias-primas mais baratas, explica.
Estefan ainda diz ser importante não retroceder na regulamentação. Em 2020, foi reformulada uma norma que regulamenta o setor e que, por exemplo, permite que a gestão de riscos nos canteiros seja feita pela própria construtora, e não por uma fornecedora. Cálculos do Ministério da Economia indicavam que a mudança nas regras garantiu ao setor uma redução de custos de quase R$ 5 bilhões em dez anos.
Construtoras sobem forte desde a vitória de Lula
Vale destacar que Lula já falava sobre a questão habitacional desde antes da vitória. Em encontro com empresários da construção civil no final de agosto, o petista já havia se comprometido com a retomada do 'Minha Casa Minha Vida".
Quem escutou atentamente o discurso do presidente eleito após o fim das eleições também reparou que, entre agradecimentos e compromissos, uma das primeiras mudanças cravadas para 2023 está ligada às moradias populares.
“Não podemos aceitar como normal que famílias inteiras sejam obrigadas a dormir na rua, expostas ao frio, à chuva e à violência. Por isso vamos retomar o ‘Minha Casa Minha Vida’, com prioridade para as famílias de baixa renda”, declarou.
A promessa mexeu diretamente com as ações das construtoras listadas na B3, que sobem forte desde o final do pleito. Veja abaixo a alta acumulada pelos principais nomes do setor desde a última segunda-feira (31):
EMPRESA | VARIAÇÃO |
Gafisa (GFSA3) | +9,14% |
Lavvi (LAVV3) | +7,35% |
Cury (CURY3) | +6,28% |
Direcional (DIRR3) | +5,90% |
MRV (MRVE3) | +5,41% |
Helbor (HBOR3) | +5,28% |
Cyrela (CYRE3) | +4,03% |
Trisul (TRIS3) | +3,44% |
Tenda (TEND3) | +1,53% |
Even (EVEN3) | +1,39% |
EZTec (EZTC3) | +1,36% |
Quais construtoras serão beneficiadas?
Ainda não se sabe se o Minha Casa Minha Vida será recriado exatamente nos mesmos moldes. Mas, segundo Felipe Miranda, CIO da Empiricus, mesmo sem subsídios grandes, “as construtoras devem andar”.
Nesse contexto, a ação preferida de Miranda é a de uma construtora de baixa renda que já vinha sendo destaque do setor nos últimos trimestres: “Gosto do call de Direcional (DIRR3) com viés de Lula”, afirmou o fundador e estrategista-chefe da Empiricus em evento no início da semana.
A companhia também é uma das apostas da Toro Investimentos, que acrescenta Cury (CURY3) e MRV (MRVE3) à lista de incorporadoras que atendem aos critérios do programa governamental.
*Com informações do Estadão Conteúdo
Dados de clientes da Centauro são expostos, em mais um caso de falha em sistemas de cibersegurança
Nos últimos 10 meses, foram reportados ao menos 5 grandes vazamentos de dados de clientes de empresas de varejo e de instituições financeiras
Ataque hacker: Prisão de suspeito confirma o que se imaginava; entenda como foi orquestrado o maior roubo da história do Brasil
Apesar de em muito se assemelhar a uma história de filme, o ataque — potencialmente o maior roubo já visto no país — não teve nada de tão sofisticado ou excepcional
CVM facilita registro e ofertas públicas para PMEs; conheça o novo regime para empresas de menor porte
A iniciativa reduz entraves regulatórios e cria regras proporcionais para registro e ofertas públicas, especialmente para companhias com receita bruta anual de até R$ 500 milhões
Cinco ações empatam entre as mais recomendadas para o mês de julho; confira quais são
Os cinco papéis receberam duas recomendações cada entre as 12 corretoras consultadas pelo Seu Dinheiro
Abrasca defende revisão das regras do Novo Mercado e rebate críticas sobre retrocesso na governança
Executivos da associação explicam rejeição às propostas da B3 e apontam custos, conjuntura econômica e modelo de decisão como fatores centrais
Ação da Klabin (KLBN11) salta até 4% na bolsa; entenda o que está por trás dessa valorização e o que fazer com o papel
Pela manhã, a empresa chegou a liderar a ponta positiva do principal índice da bolsa brasileira
Megaprojeto da Petrobras (PETR4) prevê aporte de R$ 26 bilhões em refino com participação da Braskem (BRKM5). Mas esse é um bom investimento para a estatal?
Considerando todos os recursos, o investimento no Rio de Janeiro ultrapassa os R$ 33 bilhões; à Braskem caberá R$ 4,3 bilhões para a ampliação da produção de polietileno
Câmara chama Gabriel Galípolo para explicar possível aval do Banco Central à compra do Master pelo BRB
Operação já foi aprovada pela Superintendência-Geral do Cade e agora aguarda autorização da autoridade monetária
Oi (OIBR3) entra com pedido de recuperação judicial para duas subsidiárias
Segundo o fato relevante divulgado ao mercado, o movimento faz parte do processo de reestruturação global do grupo
Roubo do século: Banco Central autoriza C&M a religar os serviços após ataque hacker; investigações continuam
De acordo com o BC, a suspensão cautelar da C&M foi substituída por uma suspensão parcial e as operações do Pix da fintech voltam ao ar nesta quinta-feira
Embraer (EMBR3) ganha ritmo: entregas e ações da fabricante avançam no 2T25; Citi vê resultados promissores
A estimativa para 2025 é de que a fabricante brasileira de aeronaves entregue de 222 a 240 unidades, sem contar eventuais entregas dos modelos militares
Banco do Brasil (BBAS3) decepciona de novo: os bancos que devem se sair melhor no segundo trimestre, segundo o BofA
A análise foi feita com base em dados recentes do Banco Central, que revelam desafios para alguns gigantes financeiros, enquanto outros reforçam a posição de liderança
WEG (WEGE3) deve enfrentar um segundo trimestre complicado? Descubra os sinais que preocupam o Itaú BBA
O banco alerta que não há gatilhos claros de curto prazo para retomada da queridinha dos investidores — com risco de revisões negativas nos lucros
Oi (OIBR3) propõe alteração de plano de recuperação judicial em busca de fôlego financeiro para evitar colapso; ação cai 10%
Impacto bilionário no caixa, passivo trabalhista explodindo e a ameaça de insolvência à espreita; entenda o que está em jogo
Exclusivo: Fintech afetada pelo ‘roubo do século’ já recuperou R$ 150 milhões, mas a maior parte do dinheiro roubado ainda está no “limbo”
Fontes que acompanham de perto o caso informaram ao Seu Dinheiro que a BMP perdeu em torno de R$ 400 milhões com o ataque cibernético; dinheiro de clientes não foi afetado
Gol (GOLL54) encerra capítulo da recuperação judicial, mas processo deixa marca — um prejuízo de R$ 1,42 bilhão em maio; confira os detalhes
Apesar do encerramento do Chapter 11, a companhia aérea segue obrigada a enviar atualizações mensais ao tribunal norte-americano até concluir todas as etapas legais previstas no plano de recuperação
Vale (VALE3) mais pressionada: mineradora reduz projeção de produção de pelotas em 2025, mas ações disparam 2%; o que o mercado está vendo?
A mineradora também anunciou que vai paralisar a operação da usina de pelotas de São Luís durante todo o terceiro trimestre
Natura começa a operar com novo ticker hoje; veja o que esperar da companhia após mudança no visual
O movimento faz parte de um plano estratégico da Natura, que envolve simplificação da estrutura societária e redução de custos
Casas Bahia (BHIA3): uma luz no fim do túnel. Conversão da dívida ajuda a empresa, mas e os acionistas?
A Casas Bahia provavelmente vai ter um novo controlador depois de a Mapa Capital aceitar comprar a totalidade das debêntures conversíveis em ações. O que isso significa para a empresa e para o acionista?
Empresas do Novo Mercado rejeitam atualização de regras propostas pela B3
Maioria expressiva das companhias listadas barra propostas de mudanças e reacende debate sobre compromisso com boas práticas corporativas no mercado de capitais; entenda o que você, investidor, tem a ver com isso.