Rogério Xavier: com Lula, investidor estrangeiro vai voltar com atenção maior sobre o Brasil
Para sócio-fundador da SPX, Lula tem uma agenda mais amigável do ponto de vista do meio ambiente, na questão das armas e na política externa

Menos de 24 horas depois da confirmação da vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na corrida pelo cargo máximo do Executivo, o sócio-fundador da SPX Capital, Rogério Xavier, foi categórico: o investidor estrangeiro deve voltar a se interessar pelo Brasil.
Xavier conversou com o analista de fundos da Empiricus Investimentos, Bruno Mérola, durante o evento de aniversário de 13 anos da casa — e resumiu a visão do investidor estrangeiro sobre a vitória de Lula sobre Jair Bolsonaro (PL).
“Já falo há algum tempo que, quando converso com meus pares em Londres, eles têm uma visão mais positiva do Lula do que do Bolsonaro”, disse Xavier.
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Vale lembrar que, quando se iniciou o mandato de Jair Bolsonaro (PL), em 1º de janeiro de 2019, o gestor jogou água no chope do mercado financeiro ao avisar que o investidor estrangeiro não viria para o Brasil. E ele, de fato, não veio.
Mas, com Lula na Presidência, a situação muda de figura.
“Lula tem uma agenda mais amigável do ponto de vista do meio ambiente, na questão das armas, política externa. A gente, no Brasil, esgarçou demais os limites desses assuntos, dando pouca importância ao mundo e quase se isolando”, afirmou o gestor.
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Ele ressaltou que as pautas na Inglaterra, onde vive, são ligadas à sigla ESG (meio ambiente, social e governança, em tradução livre), temática levada a sério no exterior.
“A gente foi afastando cada vez mais o interesse do investidor estrangeiro. Quando olho o Brasil de hoje, vejo ele voltando com atenção maior”, destacou.
Expectativas com Lula
Para Xavier, a expectativa é de que Lula faça um governo mais parecido com o seu primeiro mandato, entre 2003 e 2006.
“Estou convicto de que ele sabe que foi eleito com ajuda da centro-esquerda e acho que se ele não fizer movimento caminhando para esse centro, ele corre risco muito grande de ter dificuldades à frente para a condução do seu governo”, explicou Xavier.
Com uma política centrista e de diálogo com o Congresso Nacional, o gestor vê boas chances de o Brasil se destacar do resto dos países emergentes.
Nesta seara, Xavier vê alguns países emergentes atrasados no ciclo de juros. Sem falar nomes, o gestor disse apenas que são países que estão “atrás da curva”.
Cenário externo
Mas mesmo que o cenário interno seja mais positivo, não dá pra dizer que o exterior ajuda. No Ocidente, a alta dos juros na economia dos Estados Unidos deixa o mundo em alerta, uma vez que a política monetária de lá gera efeitos colaterais no resto do mundo.
Xavier vê dois cenários possíveis para o Federal Reserve, o BC dos EUA. Um deles considera que a autoridade monetária fará o que precisa ser feito para controlar a inflação e deixará as curvas de juros inclinadas para baixo.
No outro cenário, o Fed para de subir os juros antes do território restritivo e as curvas ficam inclinadas para cima.
“É a discussão de hoje nos Bancos Centrais: onde os banqueiros centrais vão conseguir chegar com política monetária sem gerar crise financeira? Essa resposta ninguém tem”, afirmou. “Mas o cheiro de onde dá esse gatilho que gera preocupação, eu poderia dizer que é entre 4,5% e 5% nos EUA”.
Na Europa, a questão energética gera perspectiva de estagflação forte no ano que vem, com as contas públicas se deteriorando.
“Mas os países mais fragilizados, na Europa, socializam os problemas com os primos ricos. O Reino Unido não tem com quem dividir seus problemas e a moeda sofre mais”, analisou.
Bolha imobiliária na China
Para completar o pacote, a economia da China, principal parceiro comercial do Brasil, vem passando por dificuldades no setor imobiliário.
“O processo de estouro da bolha do setor de moradias na China já começou”, afirmou Xavier. “Eles foram hábeis até agora para controlar, mas o problema está lá e a chance de escorregar numa crise financeira não é desprezível”, ressaltou.
O gestor se disse muito preocupado com a China, mas frisou que não necessariamente o país cairá numa crise bancária e financeira de crescimento baixo ou negativo. Mas pode acontecer, “ainda mais ampliado pela política de Covid zero que eles têm”.
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