Como as mudanças climáticas podem virar um negócio lucrativo para quem investe em créditos de carbono
Em entrevista ao podcast RadioCash, Felipe Bittencourt, sócio-fundador e CEO da WayCarbon, conta como o mercado global de crédito de carbono está ressurgindo
Após implodir entre 2013 e 2020, devido à crise econômica que atingiu a Europa na esteira do fim da bolha imobiliária americana, o mercado mundial de créditos de carbono ressurge e se fortalece.
A urgência para conter os efeitos das mudanças climáticas e a pressão dos investidores e consumidores impelem governos e empresas a desenvolver projetos de mitigação de emissões ou de retirada de gases poluentes da atmosfera.
O renascimento desse mercado não se restringe apenas a boas intenções e belos discursos. O dinheiro que circula por ele cresce exponencialmente.
Apenas no ano passado, o volume de créditos de carbono negociados no mercado voluntário global (uma das modalidades de mercado) dobrou.
Para todos os fins, um crédito de carbono corresponde a uma tonelada de dióxido de carbono (CO2) que deixou de ser emitido ou que foi retirado da atmosfera.
“Já percebemos, no dia a dia, que o preço dos créditos de carbono está subindo”, afirma Felipe Bittencourt, sócio-fundador e CEO da WayCarbon, empresa especializada no desenvolvimento de projetos nessa área.
Leia Também
Hora de investir na China: Nord Investimento indica dois ETFs para você se expor às empresas do país asiático
O que você precisa saber sobre a licença menstrual aprovada pela Câmara
Com uma experiência de 20 anos nesse mercado, Bittencourt participou da edição desta semana do RadioCash, podcast da Empiricus Research e da Vitreo. Essa trajetória lhe permite ser um observador privilegiado da própria mudança de postura das empresas em relação aos temas ambientais e climáticos.
“Quando comecei, havia a percepção de que a mudança climática era um problema do futuro. Hoje, já percebemos isso no dia a dia, com eventos extremos, como as inundações dramáticas na Bahia e a forte seca no Rio Grande do Sul”, diz.
Interesse em ESG
Além das consequências sociais, esses eventos extremos pesam, e muito, no bolso de todos. “O mundo já sofre bilhões de dólares de perdas econômicas, todo ano, devido às mudanças climáticas”, lembra Bittencourt.
Não é por acaso, portanto, que o setor financeiro seja um dos que mais pressionam empresas e governos a adotarem novas práticas.
Cada vez mais, os investidores se debruçam sobre a agenda ambiental, a fim de quantificar os potenciais riscos climáticos e ambientais dos projetos que financiam.
“Eles esperam que as empresas tenham ações de ESG alinhadas aos desafios que o mundo precisa cumprir”, diz, referindo-se à meta lançada pelo Acordo de Paris, em 2015, de restringir o aquecimento global a 2 graus Celsius neste século, com esforços para que seja ainda menor. “A empresa que não está alinhada a isso acaba penalizada pelos investidores”, completa.
Pressão cada vez maior
Bittencourt sublinha que a pressão sobre os agentes econômicos será cada vez maior.
Isto porque, mesmo com todos os compromissos anunciados na Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP 26), realizada em agosto do ano passado em Glasgow, os especialistas estimam que estamos longe de alcançar o teto de 2 graus Celsius de aquecimento.
“Os países serão desafiados, ano após ano, a aumentar suas metas para que o mundo, como um todo, esteja em linha com aquele limite”, diz. É neste ponto que o mercado de créditos de carbono desempenhará um papel fundamental.
Criar incentivos econômicos para que as empresas e governos adotem práticas ambientalmente mais saudáveis, reduzindo a emissão de gases de efeito-estufa, como o metano e o dióxido de carbono, ou que retirem do ar esses poluentes, é uma estratégia em que todos ganham – inclusive, financeiramente.
Bittencourt lembra que, em 2009, a WayCarbon chegou a negociar cada crédito de carbono por 23 euros por tonelada. Com a crise da Europa, nos anos seguintes, a cotação caiu para a casa dos centavos de euro.
Retomada do mercado de carbono
Agora, contudo, o mercado de carbono vive uma retomada, estimulado pelo Acordo de Paris, a pressão de investidores internacionais e a adesão crescente das empresas.
Além do mercado global, regulado pela Organização das Nações Unidas (ONU), há 64 mercados regionais ou nacionais em que é possível comprar e vender créditos de carbono.
Os países ricos não são os únicos a participarem. Nações com um PIB intermediário, ou até mesmo pequeno, como México, Colômbia e Cazaquistão, já implantaram mercados nacionais regulados.
Lento, mas com potencial
Diante do pouco interesse do atual governo pelo tema, a estruturação do mercado brasileiro anda devagar. Enquanto ele não é criado, as empresas recorrem a outros mercados para negociarem seus créditos.
“O mercado voluntário vem crescendo, e mais do que duplicou de tamanho, de um ano para outro, em volume comercializado”, afirma Bittencourt.
O CEO da WayCarbon não tem dúvidas de que, se se engajar nesse movimento, o Brasil terá todas as condições de liderá-lo.
A razão é que, para cumprir a meta do Acordo de Paris, companhias e governos não poderão se contentar apenas com projetos de redução de emissões; terão que aumentar os investimentos em projetos de retirada de carbono da atmosfera.
Essa remoção é possível com projetos de reflorestamento, por exemplo, e o Brasil tem tudo para receber boa parte desse dinheiro. “Veremos, nos próximos 5 anos, muitos recursos financeiros para o Brasil, como o celeiro de créditos de redução de carbono. Serão bilhões de dólares voltados para a restauração florestal”, anima-se.
Quer saber o que mais rolou nesse bate-papo? Ouça aqui a íntegra do Radiocash com o sócio-fundador e CEO da WayCarbon:
Mega-Sena volta à fase de acumulação e Quina pode pagar quatro vezes mais do que ela hoje
A Mega-Sena é o carro-chefe das loterias da Caixa, mas outras modalidades estão oferecendo prêmios maiores no momento
Bola dividida na Lotofácil 3524 deixa 7 apostadores no meio do caminho rumo ao primeiro milhão
Com sorteios diários, a Lotofácil volta à cena na noite desta quarta-feira (29) com prêmio estimado em R$ 1,8 milhão na faixa principal do concurso 3525
Como será o novo RG e o que você precisa fazer para tirar a nova carteira de identidade
Novo RG com CPF como único número de identificação começa a ser emitido; saiba como atualizar e quais são os custos
Combate a contas fraudulentas e bets irregulares: entenda o que muda, os prazos e quem tem que cumprir as novas regras
Novas diretrizes exigem que instituições financeiras bloqueiem transações suspeitas e comuniquem operações ilícitas ao Banco Central
Não é só a Liberdade? Outro bairro de São Paulo é eleito um dos melhores do mundo para se visitar em 2026
Rico, em cultura, gastronomia, história e lazer, bairro de São Paulo entrou no ranking da Time Out como um dos melhores do mundo para visitar em 2026
Acordo sobre terras raras, crítica ao Fed, investimentos bilionários: como está a visita de Trump à Ásia
Depois da Malásia, Trump chegou ao Japão, onde firmou acordos sobre terras raras e anunciou investimentos bilionários do Japão nos EUA; agora, parte para a Coreia do Sul
Maracanã à venda? Por que os deputados do Rio de Janeiro querem privatizar um dos maiores palcos do futebol mundial
Governo do Rio de Janeiro planeja privatizar o Maracanã para reduzir a dívida estadual de mais de R$ 190 bilhões com a União
Alta dos preços de imóveis comerciais começa a esfriar e desacelera em setembro, mostra FipeZAP
Entre as 10 localidades monitoradas, Curitiba e Salvador lideraram as altas nos preços de venda de imóveis
Lotofácil vacila e Dupla Sena rouba a cena na primeira noite de sorteios da semana nas loterias da Caixa
Enquanto a Dupla Sena brilhou sozinha na segunda-feira (27), hoje uma loteria promete prêmio mais de 10 vezes maior que o da Mega-Sena
Caixa paga Bolsa Família a beneficiários com NIS final 7
Valor mínimo é de R$ 600, mas adicionais do Bolsa Família elevam o benefício médio para R$ 683,42
O município brasileiro com maior número de etnias indígenas é uma selva… de pedra
Censo 2022 do IBGE revela qual é a cidade com a maior diversidade de povos indígenas em todo o Brasil
Do tarifaço ao feliz aniversário: como um breve encontro entre Lula e Trump desviou Brasil de rota de colisão com os EUA
Em julho, a Casa Branca aplicou um tarifaço de até 50% e elevou a tensão ao rotular o processo contra Bolsonaro de “caça às bruxas”. Três meses depois, um cumprimento relâmpago, e um “parabéns”, abriu uma fresta para um acerto comercial
Como saber se você teve sua senha do Gmail vazada em ataque a mais de 183 milhões de contas — e o que fazer
Um dos maiores vazamentos de dados da história expôs mais de 183 milhões de contas de e-mail, incluindo endereços do Gmail; veja como saber se a sua senha foi comprometida e o que fazer.
Depois de conversa entre Lula e Trump, tarifaço se mantém, e negociações entre Brasil e EUA ainda podem levar semanas
Presidentes do Brasil e dos EUA saíram otimistas de encontro no domingo, mas tarifaço foi mantido, e acordo deve demorar semanas para sair
Decisões de juros dominam a agenda econômica em semana de balanços e de Pnad no Brasil
Os bancos centrais dos EUA, Japão e da Zona do Euro vão decidir sobre a política monetária nos países. Além disso, bancos, big techs norte-americanas e a Vale são destaques da temporada de balanços nesta semana
É dia de pagamento: Caixa libera Bolsa Família de outubro para NIS final 6
Programa do governo federal alcança 18,9 milhões de famílias em outubro, com desembolso de R$ 12,88 bilhões
Embraer (EMBR3) sente o peso do tarifaço de Trump e vê riscos de atrasos e cancelamentos entrarem no radar
O CEO da fabricante de aeronaves afirmou que nenhum cancelamento ocorreu até o momento, mas, no atual cenário, pode ocorrer no médio prazo
Empresa de saída da B3, Tesouro IPCA+ com taxa de 8% e Oi (OIBR3) de cara com a falência: veja o que bombou no Seu Dinheiro esta semana
Entenda as matérias de maior audiência de segunda-feira passada (20) para cá e fique por dentro dos principais assuntos da semana
Fim do tarifaço contra o Brasil? Lula se reúne com Trump, que fala em ‘negociação rápida’; equipes econômicas vão debater soluções ainda hoje
Além do tarifaço, Lula também discutiu sobre crise na Venezuela e sanções contra autoridades brasileiras
João Fonseca na final do ATP 500 da Basileia: veja o horário e onde assistir
João Fonseca derrotou o espanhol Jaume Munar neste sábado (25) na semifinal do ATP 500 da Basileia e agora enfrenta Alejandro Davidovich Fokina na disputa pelo título