No dia em que a guerra entre Ucrânia e Rússia completa dois meses, autoridades do primeiro escalão dos Estados Unidos visitam o território invadido por Vladimir Putin pela primeira desde o início do conflito.
Os secretários de Estado, Antony Blinken, e da Defesa, Lloyd Austin, desembarcam em Kiev neste domingo (24) para se encontrar com o presidente Volodymyr Zelensky.
Um dos tópicos a ser discutido pelos líderes é o pedido de armas mais poderosas para a resistência ucraniana. Não há mais detalhes sobre a agenda da viagem, que é considerada "altamente sensível" pelo Pentágono.
Zelensky revelou que espera que o presidente dos EUA, Joe Biden, também vá ao país e mostre seu apoio aos ucranianos "quando a segurança permitir".
A chegada de dois dos principais membros do governo Biden ao país do leste europeu também ocorre no mesmo dia em que é celebrada a Páscoa no território ortodoxo.
Em comunicado especial para o feriado, o presidente da Ucrânia declarou que as "almas" dos cidadãos estão cheias de um ódio feroz" pela invasão e ações de soldados e autoridades russas. "Não vamos deixar a raiva nos destruir por dentro", afirmou Zelensky.
A guerra na Ucrânia até agora
Os ucranianos têm poucos motivos para comemorar o feriado, pois a invasão do território completa dois meses sem perspectivas de um acordo para o fim do conflito.
Os embates entre soldades russos e ucranianos deixam um rastro de destruição e morte no país e já obrigaram milhões de cidadãos a deixarem suas casas.
As sanções não parecem amedrontar o presidente da Rússia. Putin mantém os bombardeios de longa distância e ordena a abertura de novas frentes de conflito em cidades estratégicas do leste europeu.
O último alvo de Putin foi o sul do país. Um míssil enviado a Odessa matou oito civis, incluindo um bebê, segundo informações da Ucrânia.
"Entre os mortos está uma bebê de três meses. Como ela ameaçou a Rússia? Parece que matar crianças é uma nova ideia nacional da Federação Russa", declarou Zelensky.
Outro palco dos ataques mais recentes, Mariupol abriga cerca de 100 mil civis ameaçados pelos bombardeios. A tomada da cidade portuária é essencial para os planos de Putin pois estabeleceria uma ligação terrestre entre a Crimeia, anexada pelos russos em 2014, e o leste ucraniano.
*Com informações da AFP