Fim da linha para o bitcoin? Por que a derrocada das criptomoedas pode abrir uma oportunidade de compra — para quem tem muito sangue frio
Saiba as causas do “longo inverno” cripto e veja criptomoedas são bons investimentos para aproveitar o momento, segundo especialistas nesse mercado

A frase clássica que dá início ao épico moderno Game of Thrones “winter is coming" (o inverno está chegando) foi usada para definir os piores momentos do mercado de criptomoedas e do bitcoin (BTC). O “Longo Inverno Cripto” chegou — e trouxe com ele uma maré de perdas para os investidores.
Nos últimos sete dias, o bitcoin (BTC) acumula uma queda de 22% e chegou a bater os US$ 26.300 nas mínimas. E o desempenho da principal criptomoeda do mercado nem de longe foi o pior. Houve casos como o da Terra (LUNA), que praticamente virou pó da noite para o dia.
Em momentos como esse, duas coisas se passam na cabeça de qualquer investidor: seguir o mercado e abandonar o mundo cripto ou aproveitar a crise para comprar bitcoin e outras criptomoedas?
Eu conversei com especialistas desse mercado, que deram dicas do que fazer nesse momento de desespero. Mas já adianto que a resposta para essa pergunta também é encontrada nos livros de George R. R. Martin: não é hora de vender nem se desesperar. Mantenha suas criptomoedas na carteira — ou, como é dito na saga, Hold!
O estresse dos mercados vem de um contexto macroeconômico difícil, com o Federal Reserve aumentando os juros e criando o cenário perfeito para uma fuga de investidores dos ativos de risco — no início do ano, nós avisamos que esse era um dos maiores temores dos analistas.
“Os fundamentos desses ativos não mudaram e as bases que as levaram para patamares de preço mais elevados permanecem inalteradas”, comenta o CEO da Coinext, José Artur Ribeiro.
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A seguir, eu conto por que as criptomoedas e o bitcoin (BTC) estão em queda — e quais são suas alternativas agora:
A ‘primavera’ das criptomoedas
Antes de começarmos, é preciso entender o contexto que culminou nas perdas mais acentuadas do mercado.
Tudo começou no início do ano, quando o bitcoin e o mercado de criptomoedas estavam pressionados com duas perspectivas problemáticas pela frente: a perspectiva de regulação — que embora seja positiva traz incerteza no curto prazo — e a reação dos bancos centrais à disparada da inflação no mundo.
Entre 2020 e 2021, a política de juro zero e injeção trilionária de dinheiro do Fed, o BC dos Estados Unidos, impulsionou o desempenho das bolsas americanas e das criptomoedas. Portanto, a retirada desses estímulos poderia indicar maus sinais para ambos os mercados.
As flores começam a murchar
E foi o que aconteceu: o Fed começou a política de redução do seu balanço patrimonial de mais de US$ 9 trilhões e deu largada no início do aperto monetário. Ao mesmo tempo, a regulação também começou a aparecer em alguns países — inclusive no Brasil.
As leis sobre criptomoedas tiveram pouca influência no desempenho do mercado, mas outros fatores que apareceram — como a guerra na Ucrânia e o avanço da covid na China — injetaram ainda mais cautela nos investidores.
O golpe final veio de onde menos se esperava: do próprio mundo das criptomoedas.
Uma “criptofacada” nas costas
As histórias de reis e rainhas sempre incluem uma traição de algum membro fiel da corte. Nesse caso, uma das maiores criptomoedas do mundo, a Terra (LUNA), foi a responsável pelo início do banho de sangue recente.
Em questão de poucos dias, houve uma falha no protocolo da criptomoeda Terra — atrelada à stablecoin TerraUSD — que fez com que as cotações despencassem.
Alguns entusiastas de cripto afirmam que não houve problemas e que a blockchain é vítima de um FUD (sigla em inglês para rumor que gera medo e incerteza no mercado).
Seja como for, a LUNA começou a despencar e levou consigo sua stablecoin UST, que perdeu paridade com o dólar nos últimos dias. Isso gerou uma desconfiança do protocolo e fez as cotações de todas as criptomoedas despencarem. Leia a história completa aqui.
O que fazer com as criptomoedas no Longo Inverno?
Em momentos de forte tensão como o atual, é preciso ter o sangue tão frio quanto o próprio inverno para aguentar as oscilações do mercado. É o que pensa Ray Nasser, CEO da Arthur Mining, sobre a forte queda do bitcoin e das criptomoedas.
Quem tem criptomoedas: segure!
Não é hora de pânico, e sim de holdar (segurar, no jargão do mercado) suas criptomoedas com mão de ferro. Isso porque os analistas ponderam que os principais projetos do mundo hoje tiveram um bom desempenho nos últimos anos devido aos seus fundamentos.
Em outras palavras, o que piorou nos últimos meses não foi exatamente a qualidade dos projetos, mas o cenário macroeconômico. As previsões de preço anteriores permanecem otimistas — mesmo que elas demorem mais tempo do que o esperado para acontecer.
Aumentar a posição em cripto, é o momento?
“Com muita cautela”, afirma Ray Nasser. Isso porque o horizonte de quedas ainda não está claro, ou seja, não se sabe até que ponto o mercado pode cair ainda mais.
Algumas projeções dão conta de que o bitcoin pode cair até os US$ 21 mil, mas acertar o patamar de suporte e o melhor preço para comprar é tão difícil “quanto acertar o olho de uma mosca”.
“Não precisa acertar no olho dela, basta acertar a mosca”, diz Nasser, em uma versão mais educada do dito popular.
Por isso, se for aumentar sua exposição e aproveitar o momento de descontos, não ultrapasse os 5% do seu portfólio em criptomoedas. Lembrando que a parcela de investimentos deve ser aquela que você não vai precisar no dia a dia.
Quem não tem: é hora de comprar?
Se você pretende entrar no universo das criptomoedas agora, é um bom momento para pegar bitcoins em “saldão”. Desde as máximas históricas, tanto o BTC quanto o ethereum (ETH) estão com “desconto” de mais de 50%, o que pode representar uma oportunidade de compra.
Nós explicamos os cuidados que o investidor precisa ter mais abaixo, mas aqui já fica um breve aviso: conheça bem seus projetos antes de colocar dinheiro em qualquer um deles.
E não se esqueça: paciência é a chave!
No último relatório da Empiricus, Vinícius Bazan, especialista em criptomoedas da casa, comenta sobre o investimento no curto e no longo prazo. Ele exemplifica com a queda do bitcoin entre o final de 2017 e o início de 2019, quando a maior criptomoeda do mundo perdeu aproximadamente 82% do valor.
Entretanto, ao dar um passo para trás e comparar com o período mais amplo do investimento em cripto — entre 2016 e 2022 — a alta é da ordem de mais de 2.800%. “Quem quer fazer fortuna com esse negócio, precisa aprender a sobreviver às tormentas", destaca.
A cereja do bolo: os maiores descontos!
Em um reino com mais de 15 mil projetos em criptografia, escolher os melhores terrenos pode ser uma tarefa difícil. Por isso, os especialistas indicaram algumas criptomoedas para ficar de olho se você pretende se expor a esse mercado.
Vale lembrar que esta não é uma indicação de investimento. Vamos primeiro às indicações mais “seguras”:
- Bitcoin (BTC): a maior criptomoeda do mundo é um porto seguro no mercado de ativos digitais. Por ser a mais antiga, já passou por testes de estresse e é considerada o “ouro” dentro do universo das criptomoedas — e por isso os investidores devem começar por ela e sempre ter uma parcela em suas carteiras.
- Ethereum (ETH): o segundo lugar vai para outro projeto promissor no mercado cripto. Alguns analistas acreditam inclusive que você deve ter mais ETH do que BTC na carteira e listam os motivos para isso.
As indicações mais seguras param por aqui. Para Ray Nasser, agora não é o momento de apostar em “projetos promissores”, como criptomoedas relacionadas aos universos de DeFis, NFTs ou ao metaverso.
Mas para José Artur Ribeiro, da Coinext, esse pode ser um momento de aproveitar os descontos em criptomoedas que competem com a rede do ethereum. São elas:
- Cardano (ADA): Essa criptomoeda procura ser mais barata e desenvolver projetos com melhor usabilidade do que o ethereum. Recentemente, a ADA passou pelo Alonzo Fork, uma atualização que otimizou ainda mais seu uso para essas finalidades e é uma das dez maiores moedas digitais do mundo.
- Solana (SOL): Ainda na linha das ethereum killers, moedas que vieram para superar o protocolo ethereum, a Solana é um dos projetos mais promissores dos últimos anos. Leia mais sobre ela aqui.
Cuidados ao investir em criptomoedas
Os ganhos potenciais do mercado cripto podem ser interessantes, mas o investidor não deve entrar de cabeça nesse tipo de investimento — ou pode terminar como Ned Stark no primeiro episódio de Game of Thrones.
Por isso, a recomendação é manter uma pequena parcela do seu portfólio em criptomoedas, em torno de 3% até 5% para investidores mais arrojados, segundo os analistas.
Além disso, é difícil dizer o quão longo será o inverno do bitcoin — se é que será longo mesmo. Ou seja, a previsão de ganhos pode não se concretizar no curto prazo porque o cenário macroeconômico ainda pode mudar de direção.
Por último, o mercado de criptomoedas é altamente volátil e sofre com essas alterações de cenário de maneira mais intensa do que bolsas e ações. Cautela — é um bom casaco — são as recomendações para o momento.
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