🔴 META: ‘CAÇAR’ AS CRIPTOMOEDAS MAIS PROMISSORAS DO MERCADO DE FORMA AUTOMÁTICA – SAIBA COMO

Tântalo recebido a bala: corrida em direção às estatais é exagero?

A corrida em direção às estatais na semana passada, dado o atual estágio da eleição, pode encontrar elementos de exagero, em especial quando consideramos todos os riscos externos do momento — não somos uma ilha, ainda que a eleição seja um catalisador muito relevante

24 de outubro de 2022
19:19
Banco do Brasil concurso

"Dentro de paul cruzei com Tântalo
sofrente, pois que a água lhe lambia o mento.
Sedento, não tocava nela: toda vez
que o velho se curvava com garganta seca,
a água tragada se ocultava, e, aos pés, o solo
enegrecia, pois um demo a ressecava.
Pendiam frutos de árvores altifrondosas
sobre a cabeça: rútilas maçãs, romãs,
peras, dulçor de figo, olivas suculentas,
mas quando o ancião erguia as mãos para colhê-las,
o vento as arrojava em meio a umbrosa nuvem.”

A Odisseia, Homero

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Tântalo foi aquele camarada que, após roubar o manjar dos deuses e servir-lhes a carne do próprio filho Pélops, acaba castigado com a sentença de não poder saciar sua sede e fome.  Lançado ao Tártaro, via a água escoar para longe ao se aproximar; e os frutos das árvores se afastarem de seu alcance.
 
O Brasil é o país do futuro. Aquele futuro que está logo ali, a um esticar dos braços. Tentamos nos aproximar e, de alguma maneira, o futuro se esvai, escorrega, mais uma vez, à próxima geração. 
 
Talvez pudéssemos nos aproveitar de uma situação global que: privilegia comida e energia, está carente de democracias grandes, pacíficas e consolidadas, prefere o value (bancos e commodities, pra facilitar) ao growth (tecnologia e afins).

Seja por mérito próprio, com as boas reformas realizadas desde o governo Temer, ou por demérito alheio, em que ganharíamos por W.O. (a Rússia virou ininvestível; a China afasta-se dos valores ocidentais e da democracia liberal ao consolidar o poder em torno de Xi Jinping; a Índia está cara, próxima à Rússia e não tem comida e energia), poderíamos ter um belo ciclo pela frente — até porque estamos em estágio mais avançado, pois começamos antes de todos a subir as taxas de juros.
 
Talvez ainda possamos, mas dificilmente em sua plenitude. 
 
Lula teria a chance de fazer um governo de frente ampla, abraçando formalmente o centro e até a centro-direita. Nomearia Meirelles (por que não o Armínio, que já tirou foto até com o Freixo?), faria seu primeiro discurso de camisa verde e amarela, anunciando que os símbolos de Estado transcendem espectros ideológicos. Governaria para todos. Verdes, amarelos e vermelhos; pretos e brancos. Mandela latino-americano. Mas não. Prefere o silêncio e o não-comprometimento com ninguém. Pede uma Faria Lima mais progressista, mas exige um cheque em branco. Desculpa. Não funciona. A nova âncora fiscal precisa ser explícita e formal, muito além do “La garantia soy yo.”
 
Bolsonaro tenta revitalizar o verniz liberal. Flerta, discretamente, com as privatizações de Banco do Brasil e Petrobras. Na prática, desde a PEC Kamikase principalmente, solta as torneiras da política fiscal e se preocupa mesmo com a agenda de costumes e com o Alexandre de Moraes. 

Leia também: Por que você deveria fazer o MBA Empiricus FAAP?
 
O mercado faz vista grossa, seja porque tem medo do cheque em branco a Lula (o que tem sua razão de ser) ou porque confia em Paulo Guedes — ah, sim, também há aquela parcela (minoria) mais reaça, saudosa de outros tempos e temerosa a Deus, embora garanta que, na hora de gerir seu dinheiro, adota princípios laicos e científicos.
 
Na semana passada, a corrida em direção às estatais foi disparada. Pesquisas internas apontando empate entre Lula e Bolsonaro trouxeram fluxo comprador para Banco do Brasil e Petrobras. 
 
“Expectativa racional ou torcida?” Difícil saber, talvez um pouco dos dois, admitiu, ipsis verbis, um grande investidor bilionário em conversa privada. Seriam os torcedores racionais? Ninguém admite os próprios vieses. Se admitisse, os corrigiria e eles desapareceriam. Todos nós nos achamos consistentes.
 
Apostar na vitória de Bolsonaro, neste momento, no entanto, pode ser um tanto precipitado. Não porque ele não tenha chances reais. Possivelmente, até tenha mais do que a maior parte das pesquisas sugere. Estamos ali, pau a pau. E, quando colocamos a abstenção na conta, qualquer afirmação sobre o resultado da eleição parece muito mais torcida (política é puro viés de confirmação) ou desejo de controle, como se pudéssemos antecipar o futuro e ter previsibilidade. Não sabemos. Simples assim.
 
Ocorre que, se há indefinição e se trabalhamos com a hipótese de indivíduos avessos a risco, um jogo empatado deveria fazer as pessoas cautelosas, sem apostar numa direção ou outra. Essa é a definição clássica de aversão a risco, uma preferência côncava, em que a combinação linear de uma função está abaixo da própria função. Indivíduos avessos a risco não deveriam participar de jogos cujo valor esperado é zero. Em português, se você é avesso a risco, um par ou ímpar em que você ganha um real em caso de vitória e perde um real em caso de derrota não lhe atrai.
 
Direto ao ponto: a corrida em direção às estatais na semana passada, dado o atual estágio da eleição, pode encontrar elementos de exagero, em especial quando consideramos todos os riscos externos do momento — não somos uma ilha, ainda que a eleição seja um catalisador muito relevante. 
 
Já reduzimos pela metade nossa posição em estatais como o Banco do Brasil após os fortes ganhos no ano; negociando perto do valor patrimonial e com 50% de chance de dar Lula, que tem sido muito vocal sobre o uso de bancos públicos para aumentar o crédito, difícil ficar na frente deste trem.
 
Agora, estamos procurando puts (opções de venda) de estatais. Gostamos das estatais ao longo de 2022, mas é importante saber a hora de parar. 
 
O final de semana foi apenas mais um dos sinais de que, se Tântalo viesse para o Brasil, seria recebido a bala. 

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Vale puxa ferro, Trump se reúne com Xi, e bolsa bateu recordes: veja o que esperar do mercado hoje

30 de outubro de 2025 - 7:34

A mineradora divulga seus resultados hoje depois do fechamento do mercado; analistas também digerem encontro entre os presidentes dos EUA e da China, fala do presidente do Fed sobre juros e recordes na bolsa brasileira

EXILE ON WALL STREET

Rodolfo Amstalden: O silêncio entre as notas

29 de outubro de 2025 - 20:00

Vácuos acumulados funcionaram de maneira exemplar para apaziguar o ambiente doméstico, reforçando o contexto para um ciclo confiável de queda de juros a partir de 2026

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

A corrida para investir em ouro, o resultado surpreendente do Santander, e o que mais mexe com os mercados hoje

29 de outubro de 2025 - 8:10

Especialistas avaliam os investimentos em ouro depois do apetite dos bancos centrais por aumentar suas reservas no metal, e resultado do Santander Brasil veio acima das expectativas; veja o que mais vai afetar a bolsa hoje

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

O que a motosserra de Milei significa para a América Latina, e o que mais mexe com seu bolso hoje

28 de outubro de 2025 - 7:50

A Argentina surpreendeu nesta semana ao dar vitória ao partido do presidente Milei nas eleições legislativas; resultado pode ser sinal de uma mudança política em rumo na América Latina, mais liberal e pró-mercado

INSIGHTS ASSIMÉTRICOS

A maré liberal avança: Milei consolida poder e reacende o espírito pró-mercado na América do Sul

28 de outubro de 2025 - 7:31

Mais do que um evento isolado, o avanço de Milei se insere em um movimento mais amplo de realinhamento político na região

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Os balanços dos bancos vêm aí, e mercado quer saber se BB pode cair mais; veja o que mais mexe com a bolsa hoje

27 de outubro de 2025 - 8:09

Santander e Bradesco divulgam resultados nesta semana, e mercado aguarda números do BB para saber se há um alçapão no fundo do poço

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Só um susto: as ações desta small cap foram do céu ao inferno e voltaram em 3 dias, mas este analista vê motivos para otimismo

24 de outubro de 2025 - 8:03

Entenda o que aconteceu com os papéis da Desktop (DESK3) e por que eles ainda podem subir mais; veja ainda o que mexe com os mercados hoje

SEXTOU COM O RUY

Por que o tombo de Desktop (DESK3) foi exagerado — e ainda vejo boas chances de o negócio com a Claro sair do papel

24 de outubro de 2025 - 6:01

Nesta semana os acionistas tomaram um baita susto: as ações DESK3 desabaram 26% após a divulgação de um estudo da Anatel, sugerindo que a compra da Desktop pela Claro levaria a concentração de mercado para níveis “moderadamente elevados”. Eu discordo dessa interpretação, e mostro o motivo.

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Títulos de Ambipar, Braskem e Raízen “foram de Americanas”? Como crises abalam mercado de crédito, e o que mais movimenta a bolsa hoje

23 de outubro de 2025 - 8:21

Com crises das companhias, investir em títulos de dívidas de empresas ficou mais complexo; veja o que pode acontecer com quem mantém o título até o vencimento

EXILE ON WALL STREET

Rodolfo Amstalden: As ações da Ambipar (AMBP3) e as ambivalências de uma participação cruzada

22 de outubro de 2025 - 20:00

A ambição não funciona bem quando o assunto é ação, e o caso da Ambipar ensina muito sobre o momento de comprar e o de vender um ativo na bolsa

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Caça ao Tesouro amaldiçoado? Saiba se Tesouro IPCA+ com taxa de 8% vale a pena e o que mais mexe com seu bolso hoje

22 de outubro de 2025 - 7:58

Entenda os riscos de investir no título público cuja remuneração está nas máximas históricas e saiba quando rendem R$ 10 mil aplicados nesses papéis e levados ao vencimento

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Crônica de uma tragédia anunciada: a recuperação judicial da Ambipar, a briga dos bancos pelo seu dinheiro e o que mexe com o mercado hoje

21 de outubro de 2025 - 8:00

Empresa de gestão ambiental finalmente entra com pedido de reestruturação. Na reportagem especial de hoje, a estratégia dos bancões para atrair os clientes de alta renda

INSIGHTS ASSIMÉTRICOS

Entre o populismo e o colapso fiscal: Brasília segue improvisando com o dinheiro que não tem

21 de outubro de 2025 - 7:35

O governo avança na implementação de programas com apelo eleitoral, reforçando a percepção de que o foco da política econômica começa a se deslocar para o calendário de 2026

EXILE ON WALL STREET

Felipe Miranda: Um portfólio para qualquer clima ideológico

20 de outubro de 2025 - 19:58

Em tempos de guerra, os generais não apenas são os últimos a morrer, mas saem condecorados e com mais estrelas estampadas no peito. A boa notícia é que a correção de outubro nos permite comprar alguns deles a preços bastante convidativos.

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

A temporada de balanços já começa quente: confira o calendário completo e tudo que mexe com os mercados hoje

20 de outubro de 2025 - 7:52

Liberamos o cronograma completo dos balanços do terceiro trimestre, que começam a ser divulgados nesta semana

BOMBOU NO SD

CNH sem autoescola, CDBs do Banco Master e loteria +Milionária: confira as mais lidas do Seu Dinheiro na semana

19 de outubro de 2025 - 15:02

Matérias sobre o fechamento de capital da Gol e a opinião do ex-BC Arminio Fraga sobre os investimentos isentos de IR também integram a lista das mais lidas

VISAO 360

Como nasceu a ideia de R$ 60 milhões que mudou a história do Seu Dinheiro — e quais as próximas apostas

19 de outubro de 2025 - 8:00

Em 2016, quando o Seu Dinheiro ainda nem existia, vi um gráfico em uma palestra que mudou minha carreira e a história do SD

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

A Eletrobras se livrou de uma… os benefícios da venda da Eletronuclear, os temores de crise de crédito nos EUA e mais

17 de outubro de 2025 - 7:55

O colunista Ruy Hungria está otimista com Eletrobras; mercados internacionais operam no vermelho após fraudes reveladas por bancos regionais dos EUA. Veja o que mexe com seu bolso hoje

SEXTOU COM O RUY

Venda da Eletronuclear é motivo de alegria — e mais dividendos — para os acionistas da Eletrobras (ELET6)

17 de outubro de 2025 - 6:07

Em um único movimento a companhia liberou bilhões para investir em outros segmentos que têm se mostrado bem mais rentáveis e menos problemáticos, além de melhorar o potencial de pagamento de dividendos neste e nos próximos anos

VONTADE DOS CÔNJUGES

Projeto aprovado na Câmara permite divórcio após a morte de um dos cônjuges, com mudança na divisão da herança

16 de outubro de 2025 - 15:22

Processos iniciados antes do falecimento poderão ter prosseguimento a pedido dos herdeiros, deixando cônjuge sobrevivente de fora da herança

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

A solidez de um tiozão de Olympikus: a estratégia vencedora da Vulcabras (VULC3) e o que mexe com os mercados hoje

16 de outubro de 2025 - 8:09

Conversamos com o CFO da Vulcabras, dona das marcas Olympikus e Mizuno, que se tornou uma queridinha entre analistas e gestores e paga dividendos mensais

EXILE ON WALL STREET

Rodolfo Amstalden: O que o Nobel nos ensina sobre decisões de capex?

15 de outubro de 2025 - 19:57

Bebendo do alicerce teórico de Mokyr, Philippe Aghion e Peter Howitt se destacaram por estudar o papel das inovações tecnológicas nas economias modernas

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar