Então é Natal… quase! Como usar a previdência privada para garantir o presente e o seu futuro
Para garantir uma restituição gorda no ano que vem, você precisa investir em um plano de previdência até o dia 31, mas cuidado com o “presente de grego”
Olá, caríssimo leitor! É um prazer estar aqui como novo colunista do Seu Dinheiro, para trilhar esta jornada pela indústria de fundos com você.
Sou o Alexandre (Alê) Alvarenga, analista de fundos da série Os Melhores Fundos de Investimento, da Empiricus. Sou formado em Engenharia Aeronáutica pela Fundação Mineira de Educação e Cultura, com MBA em Finanças e Análise de Ações pela Empiricus Educação e, desde 2020, faço parte da maior casa de análise da América Latina.
A ideia aqui é trazer um conteúdo para você sobre a indústria de fundos, seja brasileira ou global, tradicional ou de previdência, de todas as classes.
Dividirei este espaço com minha amiga e colega de equipe Rafaela Ribas, que faz um belíssimo trabalho no time de fundos globais e irá se apresentar devidamente daqui a duas semanas — mas já fica aqui meu agradecimento por topar essa jornada juntos.
Será um espaço livre para discutirmos o tema, sempre com leveza e criatividade, com informações relevantes para suas decisões financeiras – e, portanto, para o seu bolso.
Sobre a Linha D’Água
Se você não está acostumado com o mercado financeiro e seus termos, deve estar se perguntando o que raios uma “linha d’água” tem a ver com fundos.
Leia Também
A resposta é: tudo!
Quando um gestor de um fundo de ações, por exemplo, tem um desempenho melhor do que o Ibovespa (principal índice acionário do mercado brasileiro) em um determinado período, dizemos que ele gerou alfa, ou seja, um retorno acima do índice — isso vale para outros tipos de fundos e seus respectivos benchmarks.
Dependendo do fundo, o gestor pode cobrar uma taxa de performance sobre esse alfa, ou seja, ele é remunerado pelo retorno entregue aos seus cotistas, o que também atesta a sua capacidade de entregar resultados – é meritocracia pura!
Entretanto, no momento em que ele cobra essa performance, esse ponto se torna a linha d’água para o fundo.
Ou seja, para que o gestor possa fazer essa cobrança novamente em um resultado futuro, além de seu retorno ter de superar o benchmark, ele precisa também estar acima dessa marca. Do contrário, ele estaria cobrando performance duplicada sobre um mesmo resultado.
Veja, portanto, que a linha d’água é a marca almejada por todo gestor de fundos. E ele está sempre em uma constante busca para superá-la – e, com isso, superar a si mesmo.
Assim, caro leitor, desejo que, ao ler esta coluna quinzenal sobre a indústria de fundos, você também adquira um conhecimento além do que esperava, acima de sua “linha d'água”.
O fim do ano está logo aí!
Entre PECs de transição, vai e vem de nomes para o governo e a Copa do Mundo FIFA a todo vapor — com a final no domingo entre nossos “hermanos” e o país da baguete e do vinho —, a previdência é outro tema importantíssimo nesta época do ano.
Os meses de novembro e dezembro, tradicionalmente aqueles em que os trabalhadores CLT recebem o seu tão esperado 13º salário, possuem uma sazonalidade interessante. É aqui que, historicamente, acontece a maior parte do fluxo de aportes na previdência no ano.
Esses meses também são famosos por trazerem um clima de festividades e de encerramento.
Com o Natal logo na esquina, o papai Noel já está tirando fotos há um bom tempo nas praças e shoppings da sua região.
Os presentes, que não podem faltar, já começam a ser posicionados cuidadosamente embaixo de uma árvore bem iluminada e com vários adereços nas casas das famílias.
Quem não se lembra de correr até aquele presentão que tem tudo para ser um Playstation para descobrir que, na verdade, é só uma caixa desnecessariamente grande com alguns pares de meia e um pijama novo?
Não me leve a mal, até que cairiam bem algumas meias novas agora que me aproximo dos trinta — a gente acaba ficando sem tempo para comprar essas coisas básicas.
Independentemente do que ganhávamos quando crianças, seja um vídeo game, uma beyblade — ainda é popular nos dias de hoje? — ou o boneco de ação do momento, era ótimo receber um presente (in)esperado, no Natal ou em qualquer outra época do ano.
À medida que ficamos mais velhos, porém, é natural que a magia da caixa encoberta por papel e laço coloridos deixe nosso imaginário e nos atenhamos ao tedioso mundo real.
Trabalho, tarefas de casa, boletos para pagar — tudo isso vira rotina. Por isso, nos tornamos mais pragmáticos, buscando coisas que facilitam nossa vida ou que nos enriquecem (leia-se, dinheiro).
Nos agarramos a qualquer oportunidade de uma grana extra. E por que não um presente em dinheiro?
- LEIA TAMBÉM: Conheça o projeto no Congresso que pode mudar (para melhor) o investimento em previdência privada
Previdência: presente que vira futuro
Ora, não há nada de errado nisso. Vai dizer que não gosta de um dinheiro caindo na sua conta de surpresa?
É isso que acontece quando você faz uma previdência.
Mais especificamente uma previdência do tipo PGBL, em que você pode utilizar o saldo que você aplicou nesse plano durante o ano atual para reduzir o seu Imposto de Renda (IR) na declaração do ano que vem, aumentando a sua restituição.
Se assustou? Deixe-me explicar melhor.
Existem dois tipos de previdência: VGBL, em que o IR é cobrado somente sobre o que render além do valor aplicado; e PGBL, em que o IR é cobrado sobre o saldo total (rendimento + valor aplicado).
O pulo do gato está justamente no benefício fiscal do PGBL comentado, em que todo o valor aplicado durante o ano nesse plano pode ser usado para abater de sua renda bruta tributável neste ano, reduzindo a base de cálculo de para apuração do IR na sua declaração.
Vamos a um exemplo:
Se você tem uma renda tributável (salário, aluguel e afins) anual de R$ 100 mil e aplica R$ 12 mil em um fundo de previdência do tipo PGBL, o IR será cobrado somente sobre R$ 88 mil (R$ 100 mil - R$ 12 mil).
Considerando que a renda está na faixa de 27,5% da tabela progressiva do IR (a mesma utilizada para o salário), você economiza R$ 3,3 mil com essa aplicação. E ainda terá uma previdência com R$ 12 mil bem guardados e que vão render ao longo dos anos para sua aposentadoria.
Isso sem considerar outras deduções na sua declaração completa como a contribuição ao INSS (precisa ser contribuinte para usar o benefício do PGBL), quantidade de dependentes e gastos com educação e saúde, que poderiam potencializar sua economia e tirar todo esse dinheiro da boca do “leão”.
Imagina, em algum momento no meio do ano que vem, você receber uma notificação no celular como essa:
Esse é um exemplo de restituição que pode entrar de repente para você, dependendo de quando entregou a declaração.
O presente pode ser ainda melhor, quanto maior a renda:
Que tal uma moto ou um carro novo?
Para garantir essa restituição gorda no ano que vem, você precisa investir em um plano de previdência até o dia 31/12/2022. Na prática, para quem vai fazer um novo plano o prazo é até mais curto, dado que leva entre cinco e dez dias úteis para o processamento, enquanto um aporte em um plano já existente pode ser mais rápido.
Basicamente, são três as escolhas principais na hora de contratar uma previdência:
- o tipo do plano (PGBL ou VGBL);
- o modelo de tributação (progressiva ou regressiva);
- a escolha do fundo.
Você pode fazer isso na sua corretora de preferência. Mas, se quer uma dica, tenha muito cuidado com os “bancões” – você verá a seguir o porquê.
Cuidado com o “presente de grego” na previdência
Ainda que a previdência tenha uma série de vantagens além do benefício fiscal mencionado — como a ausência de come-cotas e a menor alíquota de IR na tabela regressiva, de 10% após dez anos — deve-se ficar atento às armadilhas na hora de escolher o fundo.
Essa escolha irá garantir que essa previdência não seja um “presente de grego” para o seu bolso.
Sendo bem sincero, muita gente já passou por isso, principalmente no passado, quando as informações eram mais escassas e os fundos péssimos.
Tem grandes chances de que algum membro de sua família de idade mais avançada tenha recebido, quando jovem, uma ligação mais ou menos nesta época do ano do gerente do banco, oferecendo um plano de previdência privada para ele.
Até aí tudo bem. O problema é que na grande (enorme!) maioria das vezes esse plano estava atrelado a um fundo de investimento ruim e/ou com taxas abusivas.
E não é só dá boca para fora. Fizemos um estudo em que garimpamos os 176 piores fundos de previdência de renda fixa conservadores dos “bancões” — Banco do Brasil, Bradesco, Caixa, Itaú e Santander — e buscam (mas, na prática, não conseguem) acompanhar o CDI.
Esses fundos somam R$ 490 bilhões do dinheiro de previdência (que totaliza R$ 1,17 trilhões, de acordo com os dados da Anbima de novembro).
Veja um recorte dos fundos com a maior taxa e maior patrimônio líquido (PL) desse grupo:
Só aqui são R$ 22,4 bilhões em fundos com taxa de administração entre 1,75% e 3%. Não faz sentido taxas tão altas para fundos passivos, que não possuem gestão ativa alguma por trás. São mais de R$ 450 milhões em custos, todos os anos, que vão para os bolsos dos banqueiros através de fundos que não batem nem o CDI.
Veja por exemplo o gráfico desses cinco fundos contra o índice, em janelas móveis de um ano de retorno. Vale destacar o período de 20 anos de análise, em que todos ficaram quase 100% do tempo abaixo do CDI:
Se estendermos esse cálculo para a base de R$ 490 bilhões, seriam quase R$ 10 bilhões todos os anos!
A boa notícia é que, assim como você pode trocar aquela camisa larga que recebeu de Natal por algo mais com a sua cara. Isso porque na previdência você conta com a portabilidade. Ou seja, a possibilidade de trocar o seu fundo ruim por outro com custos mais justos e uma rentabilidade melhor, respeitando sempre seu perfil de risco.
Os dois últimos relatórios que os assinantes da série Os Melhores Fundos de Investimento receberam, por exemplo, trouxeram com detalhes esse passo a passo para você contratar uma previdência.
Além disso, eles foram apresentados à carteira completa do mais novo SuperPrevidência Multimercados, FoF (fundo de fundos) lançado neste mês que traz um bom potencial de retorno e pode garantir seu presente do ano que vem
Se ficou até aqui, te desejo boas festas e um ótimo final de ano!
Forte abraço,
Alê Alvarenga
Ibovespa imparável: até onde vai o rali da bolsa brasileira?
No acumulado de 2025, o índice avança quase 30% em moeda local — e cerca de 50% em dólar. Esse desempenho é sustentado por três pilares centrais
Felipe Miranda: Como era verde meu vale do silício
Na semana passada, o mitológico investidor Howard Marks escreveu um de seus icônicos memorandos com o título “Baratas na mina de carvão” — uma referência ao alerta recente de Jamie Dimon, CEO do JP Morgan, sobre o mercado de crédito
Banco do Brasil (BBAS3) precisará provar que superou crise do agro, mercado está otimista com fim do shutdown nos EUA no horizonte, e o que mais você precisa saber sobre a bolsa hoje
Analistas acreditam que o BB não conseguirá retomar a rentabilidade do passado, e que ROE de 20% ficou para trás; ata do Copom e dados de inflação também mexem com os mercados
Promovido, e agora? Por que ser bom no que faz não te prepara para liderar pessoas
Por que seguimos promovendo técnicos brilhantes e esperando que, por mágica, eles virem líderes preparados? Liderar é um ofício — e como todo ofício, exige aprendizado, preparo e prática
Novo nome da Eletrobras em nada lembra mercado de energia; shutdown nos EUA e balanço da Petrobras também movem os mercados hoje
Depois de rebranding, Axia Energia anuncia R$ 4 bilhões em dividendos; veja o que mais mexe com a bolsa, que bate recorde depois de recorde
Eletrobras agora é Axia: nome questionável, dividendos indiscutíveis
Mesmo com os gastos de rebranding, a empresa entregou bons resultados no 3T25 — e há espaço tanto para valorização das ações como para mais uma bolada em proventos até o fim do ano
FII escondido no seu dia a dia é campeão entre os mais recomendados e pode pagar dividendos; mercado também reflete decisão do Copom e aprovação da isenção de IR
BTGLG11 é campeão no ranking de fundos imobiliários mais recomendados, Copom manteve Selic em 15% ao ano, e Senado aprovou isenção de Imposto de Renda para quem recebe até R$ 5 mil
É bicampeão! FII BTLG11 volta ao topo do ranking dos fundos mais recomendados em novembro — e tem dividendos extraordinários no radar
Pelo segundo mês consecutivo, o BTLG11 garantiu a vitória ao levar quatro recomendações das dez corretoras, casas de análise e bancos consultados pelo Seu Dinheiro
Economista revela o que espera para a Selic em 2025, e ações ligadas à inteligência artificial sofrem lá fora; veja o que mais mexe com o mercado hoje
Ibovespa renovou recorde antes de decisão do Copom, que deve manter a taxa básica de juros em 15% ao ano, e economista da Galapagos acredita que há espaço para cortes em dezembro; investidores acompanham ações de empresas de tecnologia e temporada de balanços
O segredo do Copom, o reinado do Itaú e o que mais movimenta o seu bolso hoje
O mercado acredita que o Banco Central irá manter a taxa Selic em 15% ao ano, mas estará atento à comunicação do banco sobre o início do ciclo de cortes; o Itaú irá divulgar seus resultados depois do fechamento e é uma das ações campeãs para o mês de novembro
Política monetária não cede, e fiscal não ajuda: o que resta ao Copom é a comunicação
Mesmo com a inflação em desaceleração, o mercado segue conservador em relação aos juros. Essa preferência traz um recado claro: o problema deriva da falta de credibilidade fiscal
Tony Volpon: Inteligência artificial — Party like it’s 1998
Estamos vivendo uma bolha tecnológica. Muitos investimentos serão mais direcionados, mas isso acontece em qualquer revolução tecnológica.
Manter o carro na pista: a lição do rebalanceamento de carteira, mesmo para os fundos imobiliários
Assim como um carro precisa de alinhamento, sua carteira também precisa de ajustes para seguir firme na estrada dos investimentos
Petrobras (PETR4) pode surpreender com até R$ 10 bilhões em dividendos, Vale divulgou resultados, e o que mais mexe com seu bolso hoje
A petroleira divulgou bons números de produção do 3° trimestre, e há espaço para dividendos bilionários; a Vale também divulgou lucro acima do projetado, e mercado ainda digere encontro de Trump e Xi
Dividendos na casa de R$ 10 bilhões? Mesmo depois de uma ótima prévia, a Petrobras (PETR4) pode surpreender o mercado
A visão positiva não vem apenas da prévia do terceiro trimestre — na verdade, o mercado pode estar subestimando o potencial de produção da companhia nos próximos anos, e olha que eu nem estou considerando a Margem Equatorial
Vale puxa ferro, Trump se reúne com Xi, e bolsa bateu recordes: veja o que esperar do mercado hoje
A mineradora divulga seus resultados hoje depois do fechamento do mercado; analistas também digerem encontro entre os presidentes dos EUA e da China, fala do presidente do Fed sobre juros e recordes na bolsa brasileira
Rodolfo Amstalden: O silêncio entre as notas
Vácuos acumulados funcionaram de maneira exemplar para apaziguar o ambiente doméstico, reforçando o contexto para um ciclo confiável de queda de juros a partir de 2026
A corrida para investir em ouro, o resultado surpreendente do Santander, e o que mais mexe com os mercados hoje
Especialistas avaliam os investimentos em ouro depois do apetite dos bancos centrais por aumentar suas reservas no metal, e resultado do Santander Brasil veio acima das expectativas; veja o que mais vai afetar a bolsa hoje
O que a motosserra de Milei significa para a América Latina, e o que mais mexe com seu bolso hoje
A Argentina surpreendeu nesta semana ao dar vitória ao partido do presidente Milei nas eleições legislativas; resultado pode ser sinal de uma mudança política em rumo na América Latina, mais liberal e pró-mercado
A maré liberal avança: Milei consolida poder e reacende o espírito pró-mercado na América do Sul
Mais do que um evento isolado, o avanço de Milei se insere em um movimento mais amplo de realinhamento político na região