🔴 UM SALÁRIO MÍNIMO DE RENDA TODO O MÊS COM DIVIDENDOS? – DESCUBRA COMO

Mercado em 5 Minutos: UFC monetário — tentando dar porrada na inflação

Após anos de anormalidade na política monetária, em um período em que várias autoridades adotaram a extrema flexibilização como padrão, finalmente parece termos chegado ao fim da era dos juros negativos

22 de setembro de 2022
9:38
Imagem do octógono do UFC - Imagem: Shutterstock.com

Bom dia, pessoal. Lá fora, os mercados de ações asiáticos seguiram Wall Street e fecharam em baixa nesta quinta-feira (22), reagindo ao fato de o Federal Reserve ter anunciado outro grande aumento da taxa de juros para esfriar a inflação galopante. 

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Xangai, Tóquio e Hong Kong caíram, enquanto os preços do petróleo subiram, o que pode beneficiar o Brasil.

Ontem (21), na batalha contra a inflação, o Federal Reserve elevou em 75 pontos-base a taxa de juro, conforme o esperado. 

No Brasil, o Banco Central manteve a Selic em 13,75% ao ano, mas deu declarações bem agressivas no comunicado que acompanha a decisão. 

Ou seja, nos dois casos houve tom hawkish (contracionista) por parte das autoridades. No final, a luta contra a inflação é o tema mais importante do ano.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

A ver...

Leia Também

00:38 — O “manteu” mais hawkish do mundo

Antes que alguém se incomode: sim, o correto seria “manteve”, mas como todas as newsletters matinais devem estar fazendo a mesma piada, eu não perderia a minha chance de brilhar. 

Conforme o esperado, o Comitê de Política Monetária (Copom) manteve a taxa Selic em 13,75% ao ano. A decisão, entretanto, não foi unânime, com dois diretores do Bacen votando por uma alta de 25 pontos-base.

De qualquer forma, o ciclo de aperto monetário brasileiro parece ter chegado ao fim… Pero no mucho

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Em um tom bastante agressivo em seu comunicado, o Copom indica que não hesitaria em retomar o ajuste caso a desinflação não transcorra como esperado; ou seja, podemos voltar a subir se for necessário — é bem provável que não seja, mas o comunicado hawkish deu o tom de como será a comunicação nos próximos meses.

O fim do ciclo (por enquanto), ainda que haja manutenção da taxa por bastante tempo neste patamar, permite que os investidores passem a elucubrar sobre a eventual queda dos juros em um segundo momento, que deverá acontecer, ao menos marginalmente, no segundo semestre do ano que vem. 

Isso pode ser bom para as ações (há espaço para correção hoje, sim, mas o ganho nos próximos meses com expansão de múltiplos pode ser grande), ainda que fique no ar essa posição de "se precisar, farei mais."

01:45 — O porrete de Powell

O Federal Reserve também foi contracionista ontem, provocando realização nos mercados americanos na tarde de quarta-feira (os mercados europeus e asiáticos fizeram catch-up com o movimento negativo nesta quinta-feira). 

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Como esperado, o banco central aumentou a sua taxa de juros em 75 pontos-base, para a faixa entre 3,00% e 3,25% ao ano, a mais alta desde o início de 2008. 

O que chamou a atenção, porém, foi a fala dura de Jerome Powell, o presidente do Fed, e a atualização das expectativas dos membros da autoridade monetária. 

No Resumo de Projeções Econômicas, foi apresentado ao mercado uma expectativa de que a taxa de juros possa subir para até algo entre 4% e 4,5% até o final de 2022. 

Em sendo o caso, isso significaria mais 150 pontos de ajuste, podendo ser um aumento de 75 pontos-base pela quarta vez consecutiva em novembro, seguido por 50 pontos em dezembro e 25 pontos em fevereiro.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Naturalmente, essa contração monetária não será suave. Reduzir a inflação provavelmente exigirá um período sustentado de crescimento abaixo da tendência, com algum abrandamento das condições de trabalho. 

Tanto é verdade que a mediana de projeções para o PIB dos EUA em 2022 passa de 1,7% para 0,2%. No ano que vem, a economia deverá crescer 1,2%. Neste caso, o desemprego poderia subir para algo ao redor de 4,5% entre 2023 e 2024. 

Note que o movimento é relevante e deveria promover revisões nos lucros corporativos, abrindo espaço para novas mínimas nos mercados americanos.

O tom mais agressivo de Powell ao admitir o risco de uma recessão marca o ciclo de aperto monetário dos países centrais, que deverá continuar enquanto nós, brasileiros, já nos damos o luxo (pelo menos por enquanto) de termos encerrado o ciclo de aperto. 

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Nos EUA, os juros deverão continuar a subir e serão mantidos por lá por algum tempo, até que a inflação se mostre mais controlada. 

03:18 — Todo mundo está subindo juros…

Na Europa, onde os mercados caem nesta manhã, os investidores se debruçam sobre a reunião de política monetária do Banco da Inglaterra, que deverá subir a taxa de juros em pelo menos 50 pontos-base (uma dose maior de 75 pontos não é descartada). 

É curioso que o BC inglês age de maneira contracionista enquanto o governo segue com uma tendência fiscal do governo mais expansionista, muito parecido com o modus operandi atual das democracias ocidentais (Brasil, EUA e cia. ltda.). 

Os juros mais altos viraram moda e até o Banco Nacional Suíço aumentou as taxas de juros em 75 pontos-base, para 0,5% ao ano (até junho deste ano, quando elevou a taxa em 25 pontos, o banco central suíço manteve os juros estáveis em -0,75% desde 2015), tirando o país do território negativo (mais sobre isso na sequência). 

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

É o fim da era dos juros negativos na Europa — a Suíça foi o último país europeu com uma taxa negativa, uma resposta ao índice de inflação ter atingido 3,5% no mês passado, sua taxa mais alta em três décadas. 

04:12 — Até o Japão "meio" que cedeu…

Na Ásia, durante o pregão de quinta-feira, o Banco do Japão não fez nada e manteve sua política monetária inalterada. 

Apesar de sabermos que o BC japonês adora ver o mundo pegar fogo e mesmo assim não fazer nada, chama a atenção a falta de resposta diante da desvalorização do iene, próximo de seu valor mais baixo em duas décadas.

Por outro lado, apesar de não movimentar os juros, a instituição parece ter realizado uma intervenção direta para defender a moeda (as chamadas “medidas decisivas” no mercado de câmbio), provocando uma valorização de mais de 2%. 

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Naturalmente, os japoneses serão os últimos a se movimentarem. A economia japonesa é um caso à parte e deve ser avaliada separadamente.

04:48 — O fim da era do juro negativo

Depois de anos de anormalidade na política monetária, em um período no qual várias autoridades adotaram movimentos de extrema flexibilização como padrão, finalmente parece termos chegado ao fim da era dos juros negativos. 

A Dinamarca, a primeira a ficar abaixo de zero, em 2012, levou sua taxa de juros para território positivo na quinta-feira passada, depois que o Banco Central Europeu saiu das taxas negativas em julho. 

Com a alta de hoje na Suíça, o Japão será o único grande banco central com juros negativos, mas os japoneses são um caso à parte (talvez o jogo mude por lá com a saída de Haruhiko Kuroda da presidência em abril).

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Os desafios financeiros e econômicos da última década forçaram os banqueiros centrais a serem pioneiros na estratégia, depois de já terem reduzido as taxas para zero para enfrentar a crise da dívida europeia. 

Conceitualmente, a ideia era penalizar os detentores de dinheiro e reacender a atividade econômica ao estimular os empréstimos. Parece que criamos uma grande anomalia nos mercados.

Resta saber se os juros negativos terão ido embora para sempre. Francamente? Entendo ser possível voltarmos para lá, mas pouco provável, principalmente em um curto espaço de tempo. 

Os próximos anos serão de mais inflação e mais juros ao redor do mundo. É a nova realidade. A realidade da nova década.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Os futuros dividendos da Estapar (ALPK3), o plano da Petrobras (PETR3), as falas de Galípolo e o que mais move o mercado

28 de novembro de 2025 - 8:25

Com mudanças contábeis, Estapar antecipa pagamentos de dividendos. Petrobras divulga seu plano estratégico, e presidente do BC se mantém duro em sua política de juros

SEXTOU COM O RUY

Jogada de mestre: proposta da Estapar (ALPK3) reduz a espera por dividendos em até 8 anos, ações disparam e esse pode ser só o começo

28 de novembro de 2025 - 6:01

A companhia possui um prejuízo acumulado bilionário e precisaria de mais 8 anos para conseguir zerar esse saldo para distribuir dividendos. Essa espera, porém, pode cair drasticamente se duas propostas forem aprovadas na AGE de dezembro.

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

A decisão de Natal do Fed, os títulos incentivados e o que mais move o mercado hoje

27 de novembro de 2025 - 8:23

Veja qual o impacto da decisão de dezembro do banco central dos EUA para os mercados brasileiros e o que deve acontecer com as debêntures incentivadas, isentas de IR

INSIGHTS ASSIMÉTRICOS

Corte de juros em dezembro? O Fed diz talvez, o mercado jura que sim

27 de novembro de 2025 - 7:49

Embora a maioria do mercado espere um corte de 25 pontos-base, as declarações do Fed revelam divisão interna: há quem considere a inflação o maior risco e há quem veja a fragilidade do mercado de trabalho como a principal preocupação

EXILE ON WALL STREET

Rodolfo Amstalden: O mercado realmente subestima a Selic?

26 de novembro de 2025 - 19:30

Dentro do arcabouço de metas de inflação, nosso Bacen dá mais cavalos de pau do que a média global. E o custo de se voltar atrás para um formulador de política monetária é quase que proibitivo. Logo, faz sentido para o mercado cobrar um seguro diante de viradas possíveis.

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

As projeções para a economia em 2026, inflação no Brasil e o que mais move os mercados hoje

26 de novembro de 2025 - 8:36

Seu Dinheiro mostra as projeções do Itaú para os juros, inflação e dólar para 2026; veja o que você precisa saber sobre a bolsa hoje

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Os planos e dividendos da Petrobras (PETR3), a guerra entre Rússia e Ucrânia, acordo entre Mercosul e UE e o que mais move o mercado

25 de novembro de 2025 - 8:20

Seu Dinheiro conversou com analistas para entender o que esperar do novo plano de investimentos da Petrobras; a bolsa brasileira também reflete notícias do cenário econômico internacional

EXILE ON WALL STREET

Felipe Miranda: O paradoxo do banqueiro central

24 de novembro de 2025 - 19:59

Se você é explicitamente “o menino de ouro” do presidente da República e próximo ao ministério da Fazenda, é natural desconfiar de sua eventual subserviência ao poder Executivo

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Hapvida decepciona mais uma vez, dados da Europa e dos EUA e o que mais move a bolsa hoje

24 de novembro de 2025 - 7:58

Operadora de saúde enfrenta mais uma vez os mesmos problemas que a fizeram despencar na bolsa há mais dois anos; investidores aguardam discurso da presidente do Banco Central Europeu (BCE) e dados da economia dos EUA

BOMBOU NO SD

CDBs do Master, Oncoclínicas (ONCO3), o ‘terror dos vendidos’ e mais: as matérias mais lidas do Seu Dinheiro na semana

23 de novembro de 2025 - 17:13

Matéria sobre a exposição da Oncoclínicas aos CDBs do Banco Master foi a mais lida da semana; veja os destaques do SD

MERCADOS HOJE

A debandada da bolsa, pessimismo global e tarifas de Trump: veja o que move os mercados hoje

21 de novembro de 2025 - 9:27

Nos últimos anos, diversas empresas deixaram a B3; veja o que está por trás desse movimento e o que mais pode afetar o seu bolso

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Planejamento, pé no chão e consciência de que a realidade pode ser dura são alguns dos requisitos mais importantes de quem quer ser dono da própria empresa

20 de novembro de 2025 - 8:36

Milhões de brasileiros sonham em abrir um negócio, mas especialistas alertam que a realidade envolve insegurança financeira, mais trabalho e falta de planejamento

EXILE ON WALL STREET

Rodolfo Amstalden: Será que o Fed já pode usar AI para cortar juros?

19 de novembro de 2025 - 20:00

Chegamos à situação contemporânea nos EUA em que o mercado de trabalho começa a dar sinais em prol de cortes nos juros, enquanto a inflação (acima da meta) sugere insistência no aperto

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

A nova estratégia dos FIIs para crescer, a espera pelo balanço da Nvidia e o que mais mexe com seu bolso hoje

19 de novembro de 2025 - 8:01

Para continuarem entregando bons retornos, os Fundos de Investimento Imobiliários adaptaram sua estratégia; veja se há riscos para o investidor comum. Balanço da Nvidia e dados de emprego dos EUA também movem os mercados hoje

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

O recado das eleições chilenas para o Brasil, prisão de dono e liquidação do Banco Master e o que mais move os mercados hoje

18 de novembro de 2025 - 8:29

Resultado do primeiro turno mostra que o Chile segue tendência de virada à direita já vista em outros países da América do Sul; BC decide liquidar o Banco Master, poucas horas depois que o banco recebeu uma proposta de compra da holding Fictor

INSIGHTS ASSIMÉTRICOS

Eleição no Chile confirma a guinada política da América do Sul para a direita; o Brasil será o próximo?

18 de novembro de 2025 - 6:03

Após a vitória de Javier Milei na Argentina em 2023 e o avanço da direita na Bolívia em 2025, o Chile agora caminha para um segundo turno amplamente favorável ao campo conservador

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Os CDBs que pagam acima da média, dados dos EUA e o que mais movimenta a bolsa hoje

17 de novembro de 2025 - 7:53

Quando o retorno é maior que a média, é hora de desconfiar dos riscos; investidores aguardam dados dos EUA para tentar entender qual será o caminho dos juros norte-americanos

VISÃO 360

Direita ou esquerda? No mundo dos negócios, escolha quem faz ‘jogo duplo’

16 de novembro de 2025 - 8:00

Apostar no negócio maduro ou investir em inovação? Entenda como resolver esse dilema dos negócios

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Esse número pode indicar se é hora de investir na bolsa; Log corta dividendos e o que mais afeta seu bolso hoje

14 de novembro de 2025 - 8:24

Relação entre preço das ações e lucro está longe do histórico e indica que ainda há espaço para subir mais; veja o que analistas dizem sobre o momento atual da bolsa de valores brasileira

SEXTOU COM O RUY

Investir com emoção pode custar caro: o que os recordes do Ibovespa ensinam

14 de novembro de 2025 - 6:55

Se você quer saber se o Ibovespa tem espaço para continuar subindo mesmo perto das máximas, eu não apenas acredito nisso como entendo que podemos estar diante de uma grande janela de valorização da bolsa brasileira — mas isso não livra o investidor de armadilhas

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar